Crônicas

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CRÔNICA SONSA E RANCOROSA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Depois de tantos acessos inúteis de fúria descobri, finalmente, que não preciso enforcar os meus desafetos... fazer nada contra os meus algozes, opróbrios e detratores. Agora sei que as minhas dores têm asas. Elas ainda são bem curtas, mas confio no milagre do tempo que as fará migrar lentamente para outros campos, quando eu menos der por mim.
Bastará que eu tenha calma o suficiente para dar aos meus desafetos todas as cordas do mundo. Com as cordas os troncos, as praças e até as plateias. Trata-los-ei como estrelas ou celebridades, para que a trapaça do meu bom senso tenha como atrair seus brios, as suas vaidades e a grande paixão que nutrem por si mesmos.
Eles próprios farão as suas forcas. Serão vítimas da própria pretensão. Não terei de fazer esforço para vencê-los, e para dizer a verdade, preferia não precisar vencê-los... muito menos desejar que algum desejo cruel se volte contra seja lá quem for... mas cá para nós: também tenho as maldades e mandingas de qualquer ser humano supersticioso e sonso.

Inserida por demetriosena

⁠A CRÔNICA DO SONHO

Demétrio Sena - Magé

Acordei assustado. Sonhei que tinha escrito o texto abaixo, e ao abrir os olhos, ele pulsava inteiro em minha mente. Palavra por palavra. Não quero "sobrenaturalizar". Existe uma explicação simples e plausível para isso. Apenas não a tenho. Segue.

"É tanta construção truculenta e vertiginosa de um futuro promissor... é tanta busca - sem pausa - de garantias pessoais excessivas, status, admirações externas...

É tanto empenho extenuante na escavação de "um lugar ao sol", que a noite chega sem se ter vivido em essência e sem se ter conquistado afetos verdadeiros; pessoais... apenas admiradores de nossas trajetórias e conquistas... do que temos... independente de quem somos, que se perdeu no turbilhão do processo precipitado e desumano de podermos nos auto recompensar pelas perdas em prol dos ganhos.

Podemos viver bem, ter conforto, afetos e reconhecimento, sem abrirmos mão da vida. É que a vida está em nós e não sentimos. O amor nos ronda e não vemos. A saúde se presenteia para nós, não abrimos a caixa e partimos em busca de podermos pagar por ela, quando a perdermos nos excessos do sonho que não administramos.

Tanto tudo, que o nada cresce por dentro. A solidão se agiganta entre nossas multidões. A morte, um dia tão distante, chega quando pensamos em começar a viver".
... ... ...

#respeiteautorias Isso é lei.

Inserida por demetriosena

⁠A CRÔNICA DO AMOR

O amor quando é mútuo, supera todos os limites da humanidade, ultrapassa todas as camadas da atmosfera. Transforma-se em algo inenarrável, indispensável e profano. Amar é vagar constantemente rumo ao paraíso. Entretanto não se enganem, esse fenômeno se desfaz. Pois a privação mundana é inerente ao egoísmo que promove a emulação. Assim todo encanto, e toda aquela beleza cósmica transforma-se num caos. É assim que o amor morre, porque ele só é perene quando é regido pela confiança e na cumplicidade sem fim!!!

030822III

Inserida por J6NEMG

⁠Crônica da lealdade

A lealdade é algo que nutre o relacionamento,
Como a seiva que alimenta o caule, este que produz os ramos, ramo que retribui com a flor!
Assim é a lealdade, a verdade e o amor.
A flor gera frutos, os filhos vem do amor!
Os frutos produzem a semente
A verdade fortalece o amor.
As sementes que serão histórias ...
O filho? Este é o mais puro presente do amor.
Afinal! O que é o amor ?

181217

Inserida por J6NEMG

⁠CRÔNICA: OS RICOS NÃO AMAM

Os ricos não amam, eles copulam com a perspectiva da procriação, além de saciarem o ensejo libidinoso intrínseco dentro de si.
Por isso, eles não sofrem, porque não lhes faltam quase nada. São todos detentores do dinheiro, da auto estima, do prazer, do reconhecimento social, até mesmo da capacidade de praticar a indulgência.
Lhes faltam quase nada: Só o amor!!!

151222

Inserida por J6NEMG

⁠CRÔNICA DA AMIZADE

A amizade é salutar, quando surge naturalmente sem sacrifícios. É óbvio que para vivermos em sociedade, compartilhando de um mesmo espaço, é necessário a interação entre as pessoas. Não se vive sozinho neste universo mundano, sempre há a dependência de um para com outro. A amizade se desenvolve através da rotina. Jamais deverás exaltar o quão és amigo para alguém. A plenitude, a magia da vida só acontece quando às pessoas, por si só, reconheçem no próximo tal virtude. Até mesmo porque, dependemos de um desconhecido, tanto quanto necessitamos dos parceiros, da família e dos amigos. Nem sempre quando precisares, encontrarás refúgio num tabernáculo, ao lado de um grande amigo.

240423

Inserida por J6NEMG

⁠CRÔNICA: INFINITAMENTE PIOR ?

Num dado momento da vida, fui detentor da convicção, que o ser humano mais mentecapto e desprezível do mundo, era o cidadão pessimista, sem identidade. O desconhecedor nato, daquilo que é denominado protagonismo. A baixa autoestima massacra o ego do indivíduo. Isso o deixa fragilizado, alvo frágil para seus oponentes. Neste caso, tais opositores são os narcisistas. Que ser abominável! Com o seu padrão de grandiosidade e uma visão excessivamente positiva de si mesmo. É paradoxal, a autoestima inflada deste, que se vê como uma divindade. Mas é compreensível. Traumas do passado, deixam sequelas não é somente nas pessoas inseguras, atingem letalmente os narcisistas. Pois são portadores do ego inflado ou infantilizado, e necessitam exarcebadamente de reconhecimento e autoafirmação.

Numa noite em 2005

Inserida por J6NEMG

⁠CRÔNICA: DE PAI PARA FILHA

Como entender o mistério da vida. Aquele cidadão carrancudo, quase mudo , devido os lampejos da vida. Abnegar o mundo, viver numa voracidade, que até a perspicácia dos titãs perdera de vista, tamanha a intensidade do fluxo vivido. O mundo rapaz; te tornou assim. És o senhor de ninguém. Quão dura fora a vida pra ti. Órfão de mãe e pai , antes do seu nono janeiro vivido. Poderia dizer, setembro. Porém quando me lembro, minha alma retrai- se , a minha mente foge de toda a normalidade! É cidadão! (...) não vieste ao mundo para ser pai.
Porém o mundo gira, e numa destas guinadas , ao segregar- me do meu habitat, tudo mudou.
Aventurei- me no anseio de alçar voo rumo ao mundo distante. Mas não adianta querer determinar o norte da tua vida. Me tornei pai, empenhei com todas as minhas forças. Hoje vejo , que mais nada eu seria, se não fosse pai.
O meu mundo só é mundo, porque você existe !

300624

Inserida por J6NEMG

CRÔNICA DA ⁠SOCIALIZAÇÃO

No passado um sábio disse que a vida é feita de fragmentos. Mas digo mais! Além de ser fragmentada, a vida é extremamente seletiva.
Seleciona- se a tudo, e/ ou todas as coisas.
O mais intrigante, é quando um indivíduo imagina estar sendo seletivo, mas na verdade, é um ato ilusório. Um delírio. É impossível alguém fazer alguma seleção, quando o mesmo não está inserido em nenhum contexto social.
161024

Inserida por J6NEMG

⁠Crônica: a referência

O ser humano que se vê fragilizado, tanto emocional quanto financeiramente, utiliza- se da tese que já está cansado da dedicação diária. Andar, andar e andar e não sair do lugar. Essa teoria têm sentido se olharmos pela ótica da referência. Nos comparando com alguém da sua geração e classe social, que porém, se tornou bem sucedido. Mas se nos compararmos com alguém do mesmo nível social, da mesma geração, mas que não foi feliz , e só acumulou fracassos e que encontra- se financeiramente inferior a você, a análise será outra, e a sentença idem. Se seguirmos os mandamentos do Cristinismo, Perceberemos que não deveriamos ser assim. Devemos ser como Jesus Cristo, não apegarmos a fama, a luxúria e a fortuna. Tudo na vida, é o "amor", o resto é só um ponto de vista.

151224

Inserida por J6NEMG

⁠Tempo ao Tempo.
Chatice crônica.

Não reclamemos da vida, por motivos banais e corriqueiros.
Assim procedendo, nos intoxicaremos de "chatice crônica".

Nossos parentes e pessoas próximos gradativamente se afastarão.

Nós, certamente, iremos pensar; essas pessoas somente querem saber delas.

O processo se agravará, de forma cíclica, a cada reclamação.

Portanto, não reclamemos aqui !
.

Inserida por FRabello

CRÔNICA PARA BRASÍLIA


Brasília, cidade das belas formas, de sons e encantos diversos.
Não és a mais bonita, nem a mais importante por conta do congresso.
És bela sim, de forma arquiteta, como ninfa de apolo, de flores de concreto.
Teu lago doce e puro, sob um céu azul discreto. Tens a Água Mineral e um parque a céu aberto.

Brasília das cantigas, de bois de Teodoro, de tantos sons herméticos, do reggae de Renato Matos, ao jazz de Renato Vasconcelos.

Do samba ainda menino, do Rock do Porão aos blocos do asfalto. Brasília da política, dos donos do planalto, das CPIS, das pizzas, dos sábios Collors e tolos Jéfersons. É tua vocação, vencer as turbulências, cortar na própria carne os males-desafetos.

Assim serás madura, à custa dos teus braços. Quem vem da ditadura, por certo sabe bem, que a um povo pacífico a liberdade sempre vem. Diretas de Tancredo, o povo no poder, o teu dever de casa honraste ao fazer.

Contudo não é cedo pra quem sabe sonhar, quem sabe um filho teu irá governar.
Será de sobradinho, Ceilândia ou do Guará? Por certo um candango, virá da tua madre, dará exemplo ao mundo e ao resto da cidade, que espera do teu cerne um bem pra ser feliz.

Brasília da savana, do fogo no verão, Brasília dos pedestres que acenam com a mão, ao bom desconhecido que pára em prontidão.

Brasília mar sem praia, das noites no pontão. Um caminhar no parque, à torre, a diversão; lazer do homem simples, espaço aberto à mão.

Ao jovem vista plana, um salto à direção. Brasília mulher jovem, senhora da razão. Aqui tudo é perfeito aos olhos do cristão. Falar de ti enfuna qualquer poeta vão.

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

⁠Nicotina

Poesia crônica, cigarro cubano
Prosa de Neruda, lascívia de Caetano
Um canto, lugar único no mundo
Um tenor no máximo da sua entonação
Um acorde perfeito, música de Wagner
Encantamento de Isolda e Tristão
Sonoridade efêmera que apetece
Destoa, enlouquece alma em combustão
Meu espírito demente sem ação.
Um perfume cítrico e agreste
Nicotina que impregna o coração.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Reflexões Sobre o Desabafo
(crônica)

É comum — quase corriqueiro — encontrar alguém que, no intervalo do café ou numa conversa despretensiosa, deixa escapar o peso dos próprios dias.
Despejam, sem cerimônia, as frustrações que apertam o peito:
o trabalho que exige demais,
a casa que nunca está em ordem,
o marido bagunceiro, ranzinza, pão-duro,
os filhos que não colaboram, que não estudam, que vivem grudados ao celular.

Falam dos pets que dão mais trabalho que companhia,
dos negócios que andam tropeçando,
dos sonhos adiados que já nem sabem se ainda são seus.

E a gente escuta — porque também precisa ser ouvido.
Porque falar parece aliviar.
Desabafar parece resolver.
Como se o simples ato de partilhar fosse suficiente para reorganizar o caos.

Mas será que estamos mesmo lidando com os problemas… ou apenas empurrando-os para fora, esperando que o outro nos ajude a carregá-los?
Será que desabafar, sempre, não vira um atalho para fugir de nós mesmos?

E se, em vez de apenas falar, a gente aprendesse a escutar… mas escutar a si.
Se olhássemos com mais cuidado para o que está dentro, onde os verdadeiros incômodos fazem morada?
Talvez, então, estivéssemos dando um passo além da queixa — rumo ao amadurecimento.

Porque crescer dói.
Dói encarar que, às vezes, o que mais nos irrita no outro é o reflexo do que não curamos em nós.
Dói perceber que não temos controle sobre tudo, nem todos — mas temos escolhas.
E, entre criticar ou ser exemplo, o segundo costuma ecoar mais fundo.

É preciso parar.
Nem que seja por um instante.
Um gole de silêncio entre as falas.
Um olhar mais suave sobre o mundo.
Uma escuta mais atenta para quem somos — e para quem estão ao nosso lado.

Pergunte-se:
O que me afeta, realmente?
Cabe a mim mudar algo?
Isso fala de mim ou do outro?
Onde está o meu papel nessa história?

Talvez a gente descubra que a vida não é sobre estar certo, mas sobre estar presente.
E que ninguém é perfeito — nem precisa ser.
Mas todos temos a chance de sermos mais gentis, mais compreensivos, mais inteiros.
Com o outro.
E, principalmente, com nós mesmos.

Inserida por WisleneCardoso

⁠"Ser Mulher"
Crónicas da Mary
Ser mulher é ser mais que um objecto ser motivo de "Prazer" "Sedução " a mulher que preze pelo seu valor ela se destaca das demais se faz notar sem fazer grande coisa ..
Basta ser ela própria.
Mulher deve saber honrar seu estatuto ..
Vc se torna única no momento em que se posiciona imperado o respeito pelos outros e por vc mesma sem se render a "Vulgaridade "
Ola meu nome "Mary"nome artístico há uns 20 anos em homenagem a um Amor que tive ..
Que me chamava de Mary que me fazia chorar para eu ser forte ..
Era duro comigo porque eu era uma criança acreditado no pai natal ..
Ele que me chamava Mary e passava madrugadas a falar comigo porque era Segurança..
Foi um Amor muito lindo e platónico nunca tivemos um caso físico..
Nos conhecemos pessoalmente apenas para beber um café..
E hoje ?
Somos ainda amigos mal nos falamos porque a vida vai tomado outro Rumo ..
Mas minha Gratidão por tudo o que fez por mim será enterna ..
Meu Lema Amar cada pessoa que passa em minha vida respeitar as pessoas entrar e sair da vida das pessoas com a mesma classe que entrei 💗
Bjs Mulheres lindas do Tik Tok !

Inserida por MaryGoncallves

⁠Devocional: Meu Caminhar Diário com Deus
2 Crônicas 7:14
14 Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.

Em nossa jornada pela vida, compreendemos que a luta contra o pecado e seus princípios de iniquidade busca nos destruir por completo, em todas as áreas. Quando estamos imersos na realidade do pecado, percebemos seu poder destrutivo avassalador.
Mas Deus, rico em amor e misericórdia, por Seu imensurável amor e graça, nos concede a cada momento a oportunidade de viver na realidade da Sua santidade. Aprendemos a confessar nossos pecados e nos abrimos ao poder curador do Seu perfeito amor.
Quando nos humilhamos diante da Sua poderosa mão e nos quebrantamos, Ele nos exaltará e nos revelará que somos chamados a viver o verdadeiro arrependimento. Essa mudança impactará não só nossas vidas, mas também a vida daqueles ao nosso redor.
Assim, Deus nos perdoará, e o poder do Seu perdão curará nossa alma, mente e espírito.

Inserida por leonardomenin

⁠Crônicas de Diane Leite

Bem-vindo à Jornada de Reflexão e Transformação

Olá, querido leitor!

Com gratidão e entusiasmo, dou as boas-vindas ao "Crônicas de Diane Leite". Este livro é mais do que uma coletânea de histórias é um convite para refletir sobre os recomeços que moldam nossas vidas. Cada página foi criada para inspirar e conectar você às suas próprias vivências, reconhecendo que cada passo rumo ao desconhecido é uma oportunidade única de crescimento e autodescoberta.

Vivemos em um mundo onde a mudança é a única constante. Ao longo da vida, somos desafiados por novos começos: mudar a maneira como enxergamos o mundo, abandonar crenças que já não nos servem, iniciar um relacionamento que nos ensina sobre amor e vulnerabilidade, ou descobrir uma paixão que reacende nossa chama interior. Esses momentos são sementes de transformação que, mesmo em meio aos desafios, nos impulsionam a crescer.

Esta jornada começa com o reconhecimento de que cada início é único, mas também universal. Ao longo dos capítulos, você encontrará histórias que simbolizam os diferentes aspectos dos recomeços. Meu desejo é que elas ressoem com você e o inspirem a enxergar os seus próprios caminhos com novos olhos. Afinal, o que significa realmente começar? É um chamado para abandonar a zona de conforto e abraçar a aventura de se redescobrir.

Espero que este livro o guie em sua própria jornada de autoconhecimento e que, ao virar cada página, você se sinta inspirado a explorar o poder transformador dos recomeços.

Com carinho,

Diane Leite.

Inserida por dianeleite


PREFÁCIO

Crônicas de Diane Leite
O Chamado para a Transformação

Há histórias que nascem no silêncio.
Como aquela tarde em que me sentei à beira do rio, observando as folhas caírem na água, e percebi que elas não lutavam contra a correnteza – apenas seguiam. Assim como eu, anos atrás, quando a vida me levou a lugares que jamais imaginei pisar.

Este livro não é sobre respostas.
É sobre perguntas que ecoam no escuro do seu quarto, quando o mundo dorme e só resta o bater do seu coração. Aquela dúvida que você não ousa compartilhar, a saudade que não tem nome, o vazio que insiste em sussurrar: "E se houver mais?"

Escrevi essas palavras não como autora, mas como alguém que já se perdeu no próprio labirinto.
Como a mulher que carregou 35 quilos de dor nas costas e descobriu que leveza não está no corpo, mas na forma como olhamos para o espelho da alma. Você sabe do que falo. Todos temos nossos 35 quilos.

Aqui, não há lições.
Há espelhos.
Frases que vão se infiltrar em você como a luz da manhã entra pela fresta da janela – sem pedir licença, sem fazer barulho. Até que, de repente, você percebe: está vendo partes de si que nem sabia existirem.

Não me importo se você acredita em destino, ciência ou magia.
Importa-me apenas que, ao virar estas páginas, você sinta.
Como sente o cheiro da chuva antes da tempestade.
Como reconhece o gosto amargo da despedida antes mesmo de ela chegar.
Isso é o que importa: o que habita nas entrelinhas da sua existência.

Se algo aqui tocar você, não fui eu quem escreveu.
Foi a parte sua que ainda lembra como é ouvir a própria voz em meio ao ruído do mundo.

Com fé e autenticidade,
Diane Leite

Inserida por dianeleite

Crônica – Carta de uma alma para outra.
Por Diane Leite




Eu não sei quando foi que minha alma esbarrou na tua. Talvez tenha sido antes do tempo. Talvez tenha sido depois que o tempo parou. Só sei que, desde aquele instante, nada mais coube no raso.

Você chegou como quem não queria ficar, mas ficou. Como quem não queria se apegar, mas se apegou. Veio com suas defesas tão afiadas que me cortaram só de encostar. E mesmo assim, eu fiquei. Eu, que sempre fui vento, virei âncora quando te vi.

E não é porque você me ofereceu abrigo. Mas porque, de algum modo estranho e inexplicável, eu senti que era eu quem te oferecia casa — mesmo sem ter paredes.

Não me apaixonei por suas certezas. Me apaixonei pelas dúvidas que você não conseguia esconder. Pelo medo mal disfarçado de não ser suficiente. Pela forma como tentava me segurar com silêncios, planilhas e conselhos, como quem teme que o amor escorra pelos dedos se não tiver um roteiro para seguir.

Mas eu não vim com manual. Eu sou caos e templo. Sou água que escorre por onde quiser e chama que arde mesmo sem oxigênio.

E talvez por isso você tente me controlar. Como se precisasse provar que ainda tem domínio sobre algo. Mas, veja bem... eu nunca pedi que me segurasse. Só pedi que me visse.

Não como quem analisa. Mas como quem reconhece.

Porque eu reconheci você.

Na tua fala contida, na tua necessidade de dar antes de receber, no jeito torto de cuidar como quem diz: “Não sei amar bonito, mas te amo à minha maneira.”

E eu aceitei. Porque minha alma não quer moldes, quer presença.

Mas às vezes, eu também me perco. Me perco querendo te provar que não sou ameaça. Me perco tentando merecer o que já é meu por direito: o amor que pulsa quando nossos silêncios se abraçam.

E então eu volto para mim. Lembro que não preciso gritar para ser ouvida. Que não preciso pagar pelo que me foi entregue com carinho. E que amar não é uma dívida, é uma dança.

Você vem do mundo dos números. Eu, do mundo dos sonhos. E mesmo assim, encontramos um compasso. Às vezes, fora do tempo. Às vezes, desafinados. Mas ainda assim… nossos passos se reconhecem.

E se eu escrevo isso agora, é porque sei: você me entende melhor nas entrelinhas.

Talvez a gente tenha sido feito disso mesmo — de tudo que não se explica, mas se sente.

Então, se um dia o mundo duvidar de nós, que ao menos nossas almas não duvidem uma da outra.

Porque eu não me lembro de onde vim.
Mas sei que, desde que te encontrei,
eu estou voltando pra casa.

Inserida por dianeleite

Não Quero Apontadores
O apontador de lápis é a prova viva que nem sempre a evolução quer dizer melhora, ela quer dizer mudança. Quando apontamos um lápis com apontador, ou ele não aponta por completo ou a ponta se quebra. Com um estilete é diferente, esteticamente não pode ser melhor, mas com certeza é mais prático e eficaz, os cortes feitos, além de prazerosos para quem os fazem, moldam o lápis ao seu bel prazer, na hora de afinar a ponta, o pozinho deixado pela raspagem do grafite será soprado, inexplicavelmente uma sensação de dever cumprido brotará dentro de nós, suavemente a ponta será testada nos dedos (os mais corajosos o fazem nas bochechas) e o lápis pode enfim continuar os seus afazeres.