Crônicas

Cerca de 760 crônicas

Crônica de uma prisão de muros agora caídos: Hoje acordei de um pesadelo inacabável nele alguém que podia fazer algo de útil estava aprisionado, prisão sem muros que me dilacera e sufoca, essa prisão que me
provoca e me condena, me faz tão pequeno, Sem insignificância nenhuma.
Não preciso disso para sobreviver, não quero isso para enlouquecer. Agora já acordado só tenho uma certeza será diferente, um ser
eloquente em busca de dias melhores.....

Inserida por Boysdontcry

"" Minha ambição é cronica, palavra perfeita
o cesto de papel está cheio,
o azul me mantém, além das limitações
não sou poeta, gostaria de ser
poder voar em paisagens infinitas
poder amar acima de qualquer dor
a intenção é boa , mas de boas intenções o inferno está cheio,
sei...

Inserida por OscarKlemz

RECITADOR Em Crônicas

— Tudo bem eu tô aqui, eu vou te ouvir. foi isso que eu disse a ela, por causa do sem noção que ela amava tanto. Vai entender o porquê dele fazê-la sofrer, era tão Linda, transbordava doçura e sentimentos raros. Eu não teria a audácia, quase que um pecado tirá-la uma lágrima. Ela veio até a mim pedir Abrigo, e eu claro à dei. A final era o papel que eu prestava, mas te confesso que com ela era diferente, ao contrário de outros casos eu queria ela para mim, queria desfazer todo seu sofrimento, fui paciente todas a vezes que ela ia sorrindo pra ele e voltava cabisbaixa até a mim... e lá estava eu outra vez...
— Tudo bem eu tô aqui, eu vou te ouvir. Eu me esforçava todas as vezes pra não dizer o clichê de conversas passadas no ituito de fazer essa moça cair na real, e esquecê-lo. Dizia algo como :
— Você tinha uma vida antes dele, não tinha? Então, volte a tê-la, tua felicidade não está sobre dependência de ninguém. Não adiantaria eu lhe dar milhares de conselhos aqui, só depende de você, se permite respirar novos ares. Mas com a vontade de dizer, 'Se permite me respirar'.
Por fim ela sempre agradecia o ombro amigo, por eu sempre está aqui, quando precisava, era assim que ela sempre me denominava, Amigo. E quando uma mulher coloca a palavra 'Amigo' no final de cada frase, isso meio que faz a gente se sentir privado a isso, a não ter liberdade de conquistar algo além. Então me calei sobre mim todas as vezes, manti o personagem e não me expus sentimentalmente e ficaram no ar milhares de palavras não ditas. Porque o cara legal fica na Friend Zone (Zona de Amigo).

Inserida por Recitador

Crônica: Lembranças de minha avó Mulatinha.

São poucas, mas são boas as lembranças de minha infância. Essas lembranças me transportam para uma deliciosa viagem ao um tempo que não volta.

Lembro e muito da minha avó, ela tinha um cheiro peculiar um cheiro próprio, único e marcante que não se confunde com outro cheiro, um cheiro bom. E volta e meia eu sinto esse cheirinho gostoso, mas sem ter ela por perto. Tenho saudades do seu meigo olhar, e que apesar da avançada idade ainda sentia prazer em brincar.

Chamava-se Mulatinha: vó Mulatinha! Até esqueci que seu nome era Maria. Acostumei... Minha última lembrança são de seus cabelos branquinhos como flocos de algodão e que brilhavam como raios de luar. Não sei a magia das avós, mas sempre são queridas. Deve ser porque não querem ser mais mães, não querem educar e nem repreender; querem apenas ser amiga dos netos.

Não esqueço de minha avó: era carinhosa e sempre com um sorriso maroto como se tivesse compartilhando travessuras. As avós podem se dar a esse luxo. Dizem que elas deseducam os netos; tudo bobagem! Elas nos abraçam de amor. Um amor que hoje, já adulto, sinto saudades. Muitas vezes precisamos desse aconchego sem fronteiras e sem limites.

Lembro-me quando perdi minha mãe aos quatros anos, lá foi eu e meu irmão Nem, de mala e cuia para casa de minha vó, apesar de quase cega foi ela quem cuidou de mim e de meu irmão, por um bom tempo, depois meu irmão foi morar com meu tio Martin e eu ainda fiquei morando com ela. Que maravilha! Porém, tinha um defeito, vivia dormindo pelos cantos kkkkk. Numa destas 'dormidas', meu irmão e eu pegamos as tripas de uma galinha enrolamos no pescoço de nossa avó. Ficou um lindo colar. Mas aquilo quase a matou de susto, ficamos arrependidos, afinal não é moleza acordar com um colar de tripas no pescoço. Foi a primeira vez que ela ficou brava e falou serio.

Porém, no dia seguinte ao chegar da escola, minha patinete estava toda vestida com minha camisa e meu short, em cima da única cama da casa onde dormia nós três! E ela sorrindo, como se quisesse se desculpar pelo desentendimento do dia anterior.

Beijos, minha vó mulatinha, quem sabe um dia a gente se encontra num lugar bem mais bonito, onde você deve estar brilhando. Então poderemos brincar sem medo e sem contar mais o tempo; pedirei ajuda aos anjos para que me guiem por essa imensidão, e perguntarei, em cada canto, se eles não viram uma 'Estrela chamada MULATINHA' sapeca, com uma cabecinha branca e brilhando como raios de luar.

Saudades, vó.
Théo.

Inserida por adeniltoncerqueira

Crônica: O que você tem pedido a Deus?

Certa feita um menino em meio a muitas dificuldades começou a se queixar com Deus, cada dia as coisas se tornavam piores, quando ele achava que não dava para piorar mais, acontecia sempre algo muito ruim para piorar as coisas.
Quanto mais pioravam as coisas, mas este menino aumentava em fé, suas orações era cada vez mais veementes, mas suas queixas também ficavam mais fortes, parecia um ciclo sem fim.
O menino passava o dia pelas ruas da cidade pedindo dinheiro e comendo restos de comida, durante tempos foram estes os dias deste menino.
Em meio a este desespero, passou um carro importado ao seu lado, havia uma criança dentro do carro, feliz e radiante, bem vestida, corada, enfim, tudo o que ele não tinha, era a sua realidade.
Alguns anos depois o menino se transformou em um homem forte, cheio de cicatrizes da vida, muita coisa havia mudado em seu corpo, em sua volta, a única coisa que não mudara, foram as dificuldades!
Como fazia todos os dias, orava a Deus insessantemente, pedindo ajuda, mas parecia que não era respondido, porém sua fé continuava forte, ele tinha certeza que as coisas iriam mudar.
Assistindo um programa de tv, viu um grande empresário, extremamente rico, ficou impressionado com a reportagem, a casa, os carros, a fazenda, a família, tudo mais que perfeito, ao comparar com sua vida, achou que Deus era injusto, e numa oração feita com toda sua alma e seu espírito, pediu a Deus que lhe desse a sabedoria que aquele grande homem rico tinha.
Deus naquele dia concedera seu pedido!
O menino no dia seguinte havia percebido que tinha sido abençoado, havia algo diferente nele, as pessoas perceberam a diferença.
Num sonho, Deus se revelara a ele dizendo que tinha sido abençoado com a sabedoria daquele rico, o rapaz encantado, achou que seus problemas estavam resolvidos.
Alguns anos após o fato, o rapaz contestou Deus e começou a negar sua fé, pois continuava muito pobre e cheio de dificuldades, blasfemando, dizia que Deus havia lhe prometido sabedoria e não lhe tinha concedido, que tinha sido enganado.
Seus dias eram apenas para reclamar, se queixava dia e noite, até que numa noite, com muita chuva, o barranco ao lado do barraco onde morava, desmoronou, soterrado, agonizando, ele teve a certeza que Deus havia lhe iludido.
Chegando ao julgamento de Deus, Deus perguntou se ele tinha algo a falar a seu favor: O rapaz indignado, relatou sua história terrena, e ainda se justificando pela fé que havia acabado, cheio de razão e com sua lógica humana, dizia ser inocente, que merecia outra chance!
Deus em sua infinita sabedoria, lembrou os fatos como se fosse um filme, um flash back, o rapaz dizendo com toda sua razão:
- Está vendo SENHOR?
- Eu pedi sabedoria igual daquele homem rico, O SENHOR me aparece num sonho dizendo que havia me concedido e nada aconteceu!
Deus lhe respondeu:
- DE FATO LHE CONCEDI A SABEDORIA MAIOR DO QUE DAQUELE HOMEM RICO, PORÉM O QUE FALTOU PARA TI FOI ATITUDE!
O rapaz constrangido, pediu perdão a Deus!
Quando buscamos realizar sonhos, temos que além do objetivo e da sabedoria, é necessário muita atitude!
95% de tranpiração e 5% de inspiraçaõ!
O que adianta tanta sabedoria se não houver ação?
A fé sem obras é morta!
O que você tem pedido a Deus?
Batalhe, não fique esperando as coisas cairem do céu!

Inserida por adeniltoncerqueira

Crônica: Ailton sapateiro e a rua do socorro.

ALGUÉM AQUI LEMBRA DE SEU AÍLTON SAPATEIRO DO SOCORRO EM TIQUARUÇU?

– Oi, de casa! – gritávamos pela janela que dava para a rua.
– Instante só – vinha uma voz de quem parecia tirar um cochilo em outro canto da casa.
Estávamos de frente para a casa e ao mesmo tempo oficina de seu Aílton, sapateiro que há décadas se instalou na rua principal do povoado do SOCORRO, em Tiquaruçu, sua casa, continuava com o mesmo aspecto tosco de antigamente. A única que não recebia nenhum tipo de pintura ou reforma no meio das casas do lugar. Mas também um local onde funcionava o atelier de um grande artista.
Sapato todo esfolado, sem sola, com costura arrebentada? Seu Aílton tinha a solução. Bolsa de couro rasgada, sem presilha? Lá estava ele dizendo que dava um jeito. Quantas vezes vi seu Aílton resolvendo o que parecia ser impossível. Os sapatos chegavam em frangalhos e, dois dias depois, pareciam novos. Era trabalho feito com detalhe e precisão. E também alívio para clientes que resistiam a abrir mão de velhos e confortáveis calçados.
– Pois não, em que posso ajudar?
Era assim que sempre nos recebia seu Aílton!

Inserida por adeniltoncerqueira

Crônica de um domingo de praia.

Era certo, todos os domingos eu acordava as sete da manhã e chamava o meu amigo João de Dadinho para… Acordar!!! “Já vou”, dizia ele, “Já vou” e repetia isso quantas vezes fosse necessário até as 8 horas. Morávamos juntos, dividíamos uma kitnet em campinas de Pirajá. Neste intervalo - enquanto João se espreguiçava na cama – eu preparava a água oxigenada e o amoníaco. Todos - na nossa idade – diga-se de passagem, levavam esse “elixir” para a praia. Queríamos ficar com os pêlos loiros; só não me perguntem para quê? Acho que era moda. (os loiros pegavam mais mulheres e as loiras faziam mais sucesso) Quem tinha grana, não precisava se preocupar com isso, comprava pronto nas farmácias. Não era o nosso caso. Meu e de João é claro: dois duros. (Não importava) nosso desejo era chegar logo a praia de Piatã, onde encontrávamos os nossos conterrâneos de Feira de Santana, e alí, naquela bela farofa de frango e arroz, nos empanturrávamos até ficarmos “boiados”, como dizia a galera “das antigas”: boiados de prazer. E arrisco dizer, que a farofa, era de fato, o nosso prato principal. O nosso motivo maior. A força que nos impelia a estar alí todos os domingos. FAROFA! Ao sair, coloquei a água oxigenada e o amoníaco em um vasilhame de xampu, e partir com João para tomar o transporte no Largo de Campinas. Pegamos um Pirajá x Itapoã da ITT. Fui o primeiro a entrar. Sentei em um elevado, ao lado da cadeira do cobrador, e de lá fiquei observando João, que não conseguiu assento. João, ao contrário, foi pendurado na porta do buzu até a região de Jaqueira do Carneiro. O ônibus estava socado. E naquele dia parecia estar pior do que estávamos acostumados…De repente João olhou de maneira estranha para mim, fez sinal com os olhos de assustado e disparou: — Théo a água oxigenada! — Está ai na sua mochila, avisei sussurrando. — Eu sei mais está muito quente, ponderou. - É normal, concluir. E tomei a mochila no colo. Foi então, que percebi, a gravidade da situação. Tínhamos que tomar uma decisão rápida! e como dois criminosos estabanados, tiramos o saco com o vasilhame, e colocamos embaixo da cadeira do cobrador. Levantei do pequeno elevado e “me piquei” para o meio do buzu. “Tinha uma bomba loira comigo! e eu não queria, de maneira alguma, ficar com aquilo na mão!”. Uma senhora senta justamente no lugar onde estava. Pensei: “coitada, sabe de nada inocente”... e gentilmente pega as mochilas de duas garotas colocando-as despretensiosamente sobre o colo… A esta altura já estávamos na San Martins…De repente, ao passarmos em frente a garagem da São Luís - uma pequena explosão aconteceu embaixo da cadeira do cobrador. Uma explosão suficientemente forte para causar um transtorno dos diabos no coletivo. “A bomba loira!” pensei. Disfarçadamente olhei para o fundo do buzu e vi várias pessoas com espumas espalhadas por todo corpo. Não contei conversa! Pisquei para João, dei sinal com os olhos e partimos a mil entre solavancos e empurrões: “PeraíMotô! Esse ponto é meu!!!Gritávamos. E lá do fundo, para nosso azar o “terrorismo loiro”, era denunciado aos borbotões pelos passageiros: “Foi da bolsa dessa senhora”, gritou uma. “NÃO...as bolsas são dessas duas aqui!” disse outra, apontando o dedo para as jovens a sua frente. ”Como eu vou chegar ao trabalho agora desse jeito, parecendo uma maluca”, consternava-se outra. E enquanto isso, enquanto a espuma se espalhava sobre todos nós, eu e João, entoávamos um cem número de “Com licença! É aqui motô! E Pára essa zorra que eu quero descer!”. Moral da história: as vezes é melhor não sair loiro do quê queimado E finalmente chegamos a praia de piatã.
Domingo 23 de Novembro de 1986

Inserida por adeniltoncerqueira

O inacabado de cada um

Comecei uma crônica dessas há alguns minutos, mas não cheguei ao fim, foram algumas linhas de frustrações e experiências que não encheram uma mísera folha, e assim tive a ideia de criar a pasta dos inacabados e foi para lá que eu mandei alguns textos que não terminei, mas que merecem um segundo olhar, para lá também seguiu uma poesia sem a primeira estrofe, quem me dera se a vida tivesse uma pasta para os inacabados.

Nela eu colocaria quase amores que sumiram sem ponto final nem reticências, deixaria as discussões que não resultaram em conclusões, depositaria um pouco das expectativas que seguem sem desfecho, colocaria na minha pasta de experiências inacabadas todos aqueles “até logo” que falamos sem marcarmos algo em definitivo, ou ainda as conversas viscerais que abrimos mão porque corríamos o risco de parecermos chatos demais no meio da roda de amigos.

Na minha pasta de inacabados teria tudo, absolutamente tudo o que merece um segundo olhar, como aquelas opiniões sisudas demais, toda e qualquer certeza que julgamos ter deveria estar numa pasta de inacabados, porque se pararmos para pensar a própria vida estaria lá dentro, quer coisa mais transitória, incompleta, cheia de incertezas e inacabada? Acho que lá teria espaço suficiente para pessoas que julgamos cedo demais e que merecem um segundo olhar, ou ainda amores que por terem sido subestimados já que não cumpriam com as nossas idealizações foram vítimas do nosso olhar apressado deixando tudo o que poderia ter sido apenas inacabado.

Que lindo seria se aprendêssemos a reconhecer, se parássemos de colocar as pessoas na forma das nossas idealizações, porque assim a gente viveria mais experiências completas e menos inacabadas por medo do que vão pensar ou do que vão dizer. Se tivéssemos coragem de armazenar coisas relevantes na pasta de inacabados pediríamos mais desculpas e julgaríamos menos, atribuiríamos, ainda que em longo prazo, um desfecho para tudo o que poderia ter sido, mas não foi.

É por conta disso que aprendi a desconfiar das pessoas certas demais, não das seguras, mas das muito certas sobre tudo, pois se pararmos para pensar certeza mesmo não há nenhuma. Então tudo bem que eu não termine minha crônica, que a poesia fique sem a primeira estrofe e sem sentido, a vida também é assim a gente é que fica buscando sentido em tudo e tendemos a atribuir a ela os sentidos que melhor nos cabem, até mesmo como autoproteção.

No final a própria existência é a nossa pasta de inacabados e dá para voltar atrás, se arrepender, mudar de ideia, resgatar relações e romper com idealizações, porque não há caminho certo, nem portinha da felicidade, muito menos o mapa da mina e se não há mapas pouco importa o caminho, o que importa é manter-se em movimento e perdoar tudo o que ficou por acabar.

Inserida por EricEliel

FELIZ DIA DO TELEFONE
(parte da crônica de João Ubaldo Ribeiro, publicada no dia 10.03.13 no Jornal O Estado de S.Paulo)

"Mesmo consciente desses perigos, ouso dizer que a maior parte de vocês não sabia que hoje é o dia do telefone. Eu por acaso sabia e me lembrei assim que vi a data no calendário. E também já sabia de uma porção de coisas adicionais, inúteis mas talvez vistosas. Tudo isso, juro que é verdade, sem recorrer ao Google. Faz mais tempo que eu gostaria de admitir, escrevi um trabalho escolar sobre Alexander Graham Bell, o inventor do telefone, e não me esqueci de fatos importantíssimos. Para começar, Bell não era americano, como geralmente se pensa; era escocês. E, se vocês pasmaram com esta, pasmem com a próxima: nos primeiros telefones, não se falava e escutava ao mesmo tempo, era como nos walkie-talkies dos filmes de guerra americanos e os interlocutores tinham que dizer "câmbio", ao terminarem cada fala.
E, sim, D. Pedro II garantiu o papel do Brasil no sucesso da invenção. Os historiadores americanos lembram como Sua Majestade, durante uma feira internacional em Filadélfia, ficou estupefato com o novo aparelho e exclamou: "Meu Deus, isto fala!". Parece que ele botou mais fé na novidade que os americanos, porque o presidente americano Rutherford B. Hayes declarou mais tarde que se tratava de um aparelho interessante, mas sem nenhuma utilidade. D. Pedro ganhou um e as centrais telefônicas começaram a se instalar no Brasil, notadamente no Rio de Janeiro e, segundo eu li, tinham o hábito de pegar fogo com grande frequência. O coronel Ubaldo, meu avô, como vários de seus contemporâneos, na hora de falar no telefone, botava o paletó e passava a mão na careca, parecendo ajeitar uma cabeleira invisível e, depois que contaram a ele que funcionava com eletricidade, acho que nunca mais tocou em nenhum.

Inserida por carlosmachado67

A PASSAGEM DE ISABEL VIEIRA POR BELO HORIZONTE

CRÔNICA

Após retornar ao seminário Escola Bíblica Permanente de Sião (EBPS), da Assembléia de Deus em Belo horizonte – MG, em 1996, depois de um considerável período fora dessa escola e da vontade de Deus, conclui com êxito o curso de Educação Teológica, cuja matrícula havia trancado.
Convidei a mamãe para a minha Colação de Grau no Templo Cede da AD,na região central da capital mineira; que para a minha surpresa confirmou sua presença no evento.
“Mãe é mãe, não é madrasta!”...
Apesar da avançada idade e da distância (1.120 km) mais ou menos - do seu reduto, não mediu esforços e compareceu.
Dias depois, fizemos uma ‘via sacra’ em casas de amigos, numa região em que havia morado; nos bairros São Tomaz, São Bernardo... Oramos pelas pessoas, por onde passávamos:
No Luar da Pampulha a mamãe orou pelo seu José Caitano, acometido de um câncer; depois da oração, Jesus o preparou e levou para sua glória.
Em qualquer prosa que mamãe iniciasse com um descrente, logo falava de Jesus e fazia o apelo: perguntava se a pessoa desejava "aceitar Jesus como Salvador". E, geralmente de bom grado, ela aceitava, com palavras ou gestos afirmativos.
Dona Maria pediu oração para Jakson seu marido, policial civil, que a proibia de freqüentar igrejas evangélicas; há trinta e seis anos, estava privada de fazer isso. Aquele homem era um julgo tirano que oprimia aquela pobre mulher. Em seu coração não tinha espaço para a generosidade, justiça, e nem muito menos para um espírito fraterno.
Depois das orações de mamãe não demorou muito, ela já estava freqüentando a Igreja, glorificando a Deus. – O marido, partira dessa vida para outra e ela saiu do cativeiro; e como Miriam irmã de Moisés, depois da travessia do Mar Vermelho, cantou o cântico de liberdade.
Visitamos algumas viúvas em suas tribulações: Dona Ana... Dona Berenice; que pediu orações para os filhos (Manoel e Juca), dependentes etílico. Comemos salgados fritos feitos na ora, e tomamos café com fumaça saindo na beira da xícara; mamãe se comprometeu de fazer uma campanha de oração pelos seus rapazes.
Com o andar da carruagem... O Juca foi atropelado na porta da sua casa; muito debilitado, não resistindo os ferimentos, faleceu dias depois, num hospital da cidade. Manoel seu irmão, foi liberto do vício da bebida; ficou quinze anos livre do álcool e morreu em decorrência de uma cirrose hepática, ainda numa boa idade.
Fomos bem recepcionados na residência do Seu Edson, meu ex-patrão; como boa maranhense mamãe ensinou dona Maria José sua esposa, a fazer cuscuz de milho; o mineiro conhece muito de pão de queijo e outras iguarias... A janta estava uma delicia!... Com toda a família em volta da mesa.
Ainda abusando da boa vontade e das energias de mamãe, às 19h30 fomos para o melhor lugar do mundo: o templo. Participamos de um belo culto na Assembléia de Deus do Bairro São Bernardo.
De longe, se ouvia os irmãos falando mistérios com Deus. Apressamos os passos. Não queríamos perder um minuto sequer daquela benção.
Bem recebidos na congregação, como usam fazer os santos; após a leitura da Carta de Recomendação que mamãe apresentou, oriunda de sua congregação de origem – em Campos Belos - GO...
O culto transcorria de maneira esplêndida e o Espírito Santo operando grandemente no seio da igreja.
Presenciamos, in loco, um dos cenários de grande beleza na vida da igreja; uma reconciliação entre irmãos, intermediada diretamente pelo Espírito Santo.
Aquilo que o Senhor deseja para seus filhos, e que está registrado nas Escrituras para nós: “Ó quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!...”
Essa reconciliação foi concretizada ou restabelecida à contra gosto de dois jovens integrantes da mocidade da Igreja local - Silas e Carlos. Pois até aquele momento nenhuma manifestação de arrependimento havia acontecido entre eles.
O primeiro era dirigente da mocidade e o segundo cursava o Bacharel em Teologia num seminário da instituição religiosa em que servia.
Por algum motivo qualquer, não se falavam há muito tempo e por causa desse impasse, a Igreja gemia com aquela relação desigual e conflituosa.
“Como poderão andar juntos se ao tiverem de acordo?...”
Deus se mostrava aborrecido, e dava oportunidade a eles para o arrependimento:
Usava os vasos da sua casa, em mensagens proféticas, quanto à necessidade do arrependimento e do perdão entre eles, mas se faziam de surdos.
Não desejavam mesmo fazer às pazes; não queriam conversar nem se fosse para irem para o céu juntos. Vejam caros leitores, a que ponto os dois chegaram!
Então, Deus mesmo tomou uma atitude mais séria com eles: agarrou o Silas pela gravata e o levou à frente de povo; e da mesma forma, fez também com Jeremias.
Do percurso de seus assentos, seguindo pela nave do templo em direção ao santo altar, se derretiam como manteiga no fogo.
Perdoaram-se e ficaram abraçados chorando,chorando,chorando... Por mais ou menos vinte minutos. E a irmandade em pé, chorando também. Houve profecias, e a igreja, em peso, glorificava muito, a Deus.
A alegria naquele instante foi tão grande que ia da Terra ao céu!... E os mensageiros de Deus fizeram a festa.
E via-se renovo espiritual, por todos os lados; não somente dos jovens mencionados nesta narrativa, mas também de toda a congregação. Foi um culto maravilhoso e inesquecível, aquele!
Alguns irmãos, com dons de visão, viram anjos celestiais trabalhando naquela operação divina.
Naquele culto abençoado e histórico o inimigo mais uma vez foi grandemente derrotado. Louvado seja Deus!
Dormimos na casa de Raul e de Dona Luzia, casal não evangélicos, mas abençoados; ao qual tenho muito apreço e que, nos acolheu maravilhosamente bem, naquela noite!
(14.02.16).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

"CUIDADO COM AS MÁS COMPANHIAS! ..."
CRÔNICA
Quis saber o seu nome, mas, ele gosta de ser chamado de “Carioca” então,não insisti. É mineiro de coração; aportou na capital mineira em 2003, vindo da "Cidade Maravilhosa". Conheceu Ilca uma linda mulher! que lhe deu guarida, no Bairro São Gabriel, Região Nordeste da Cidade, e conviveu com ela um ano e quatro meses; apartaram os pertences e seguiram seus destinos; ela ficou por lá e ele veio para o Céu Azul; onde caiu na graça de Eliete, viveram muitos anos felizes; mas logo ficou viúvo. Estabeleceu-se como administrador do Shopping Lixão - que funciona dia e noite à céu aberto, e constitui-se de objetos dos mais variados seguimentos, ganhados dos moradores da redondeza que ainda podem ser reaproveitados; revende e doa, faz qualquer negócio - na Rua Alvarenga Campos com a Jornalista Margarida Maciel.
Nunca mais voltou ao Rio, e não tem tanta saudade de lá. Fez muitos amigos por aqui - que faz questão de chamá-los de “camaradas”. Adora Minas Gerais: se deu bem demais da conta: com o povo, o clima a culinária e o lugar... "Posso voltar a minha terra a passeio, um dia, se tiver um bom dinheiro" - disse. Tem vergonha de voltar pior do que saiu.
Ainda há uns tios e irmãos em sua cidade de origem; mas nenhuma forma de contato manteve com eles nestes anos todos vivendo distante. Não faz questão disso. O Dionatas, seu filho de dezesseis anos, mora com a mãe no Bairro Gira Sol.
Deixou seu torrão natal depois que perdera seus amados pais: Dona Maria José Nilda da Silva e Seu Walteir José Felipe; a partir de lá para cá, Carioca passou a viver uma vida sem muito apego com as coisas materiais. É bastante solidário. Sempre compartilha com as pessoas alguma coisa que ganha; até eu já ganhei uma blusa de frio do Carioca.
A rua é o seu lar, e o céu é o seu teto; atualmente mora no 'cafofo' do quase xará Cremilson, que arrumou um lugarzinho que o abriga. Já caminhando para o meio século de vida jura de pés juntos que nunca usou drogas; apesar de conviver com usuários dessas substâncias alucinógenas, vinte e quatro horas.
Mas a cachaça é sagrada para ele. "Esse produto me deixa mais calmo; é o único vício que tenho".Confessa. Mas,surtou várias vezes.

Carioca não é de brigas, “sou da paz” não se cansa de bater nessa tecla. Mas sempre aparece alguma encrenca; como não é de correr atoa e, gosta das coisas corretas, acaba se envolvendo em alguma confusão. E vai resolvendo as questões como pode, na medida que vão surgindo; mas somente quando alguém o “ataca” como gosta de dizer. A última confusão que se envolveu foi com o Baiano a pouco menos de um mês; mas nada que uma peça de 8 não resolva. Machucou bastante o companheiro de bebidas,e não deu o golpe de misericórdia porque atendeu ao pedido do Cal,um de seus camaradas mais chegados; graças a Deus todos passam bem! Não guardaram máguas ou rancores, um do outro, e já estão conversando novamente e bebendo uns goles de “1113” ou, outras bebidas que apareçam.
Carioca salvou muitas pessoas na região onde vive: de facadas de tiros,engasgos,... afogamentos. Simão,Van Damme,Ronaldo, Josias... E bichos: como Gambás, pássaros... cães. Outro dia ele passou na minha rua com um sapo na gaiola - que havia livrado das pedradas e pauladas, de pessoas sem coração, quando se alimentava de mariposas que caíam ao chão, da lâmpada de um poste.

Nosso personagem principal conta com quase dois metros de altura e a única peça de roupa que ostenta no corpo é uma bermuda. Faça sol, chuva ou frio... Não veste uma camisa por nada nesse mundo. Um de seus admiradores o Gugu, achou bonito o modo de vida do Carioca; quis imitá-lo e se deu mal (apesar dos avisos contrários àquela decisão): começou a andar sem a camisa também, para baixo e para cima, lá ia ele. Experimentou morar na rua. Isso foi em Maio de um ano qualquer,que resolvera inventar isso.Não demorou muito teve que ser hospitalizado às pressas e ficou quinze dias internado - foi diagnosticado uma pneumonia aguda. Após a alta hospitalar desistiu do intento. E voltou pro conforto familiar.

Em São Gonçalo - Marambaia – RJ; ainda adolescente, Carioca saiu com seus coleguinhas: Ronaldo e Fernando (o Gabu) e cometeu seu primeiro ilícito: roubaram o galo de Seu Manoel – um ex-colega de farda de seu pai no Exército Brasileiro.
Carioca animou com aquilo e já prestes a sair novamente para mais “um corre” – um roubo...Dessa vez sabe-se lá o quê!
José Felipe seu pai, sabendo de tudo, deixara um recado com a esposa Dona Maria, que precisava conversar seriamente com o garoto Carioca. Que ao saber, prontamente se apresentou ao pai em seu escritório que ficava num quartinho nos fundos da residência de treze cômodos da família.
O velho era de pouca prosa com os filhos - com os de fora não. E nada passava despercebidamente naquela casa; a honestidade imperava debaixo daquele teto sob seu domínio. Seu walteir não admitia em hipótese alguma, coisas erradas. Carregava consigo a disciplina militar.
Com a sabedoria de um verdadeiro patriarca,não precisou bater, não adjetivou o seu filho de ladrão( ali diante dele de cabeça baixa pensando no pior); e nem sequer rememorou o fato ocorrido.
Simplesmente disse ao menino Carioca; quando batera na porta do seu escritório e disse: - pronto papai,à suas ordens!... Sentado em sua escrivaninha deu as ordens: - sabe o Tutti, seu galo de estimação? - a ave xodó do Carioca; pegou ainda pintinho para criá-lo,e tinha uma afetividade imensa com aquele ente querido; era só estalar os dedos e o bichinho vinha correndo ao seu encontro, de onde estivesse. - Pega ele pra mim agora!... Disse o pai.
- Sim senhor! Com muita dó pegou o galo e o entregou. Seu Walteir o devolveu em seguida.
- Agora leve-o ao Seu Manoel!...
Aí a fixa do Carioca caiu naquele momento!: Ia pagar o galo que havia roubado com os amiguinhos, com juros e correções monetárias.
Ao entregar o Tutti, com o coração partido, aquele bicho que ele mais amava; ouviu da boca de Seu Manoel a frase que mais marcou a sua vida e não saiu mais da sua mente: “ Cuidado com as más companhias!...”. Somente isto e nada mais.
A lição do pai, aliada as palavras de Seu Manoel, ainda estão fresquinhas na memória do Carioca até hoje. E por causa disso ele não mais colocou suas mãos no 'patrimônio alheio'. - Mesmo com toda a necessidade que têm passado.

(30.01.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

MEU CÃOZINHO COR DE FUMAÇA

CRÔNICA
Desde cedo tomei gosto pelas cassadas, naquela época não era proibido isso; em São Raimundo do Doca Bezerra Jesiel,meu irmão mais velho, me levou para “faxear” pela primeira vez; – uma estratégia que consiste em se fazer uma picada na floresta, removendo-se as folhagens usando para isso os ramos das árvores; e, à noite, munido com uma lanterna emparelhada à perna, piscando-a, alternadamente,faz-se muitas idas e vindas - num sentido e noutro do trilho. Até se deparar com animais silvestres tentando atravessar o caminho.
Onde são interceptados e abatidos com tiros de espingardas de variados calibres. Onde meu irmão colocava o pé eu também fazia o mesmo – a lanterna era uma só, para nós dois;se acabasse a carga teríamos de fazermos uma fogueira e esperar o dia raiar. Naquela noite não tivemos sucesso e não levamos o pretendido alimento - a caça - para casa.
Mas as caçadas com os cães,eram mais interessantes e divertidas. E, numa destas, capturamos um filhote de cachorro-do-mato,segundo os colegas mais experientes. Não os deixei matá-lo: levamos para criá-lo em casa. Cor de cinza, ele; o bichinho era uma fofura só! Um xodó da gente.Tinha uma energia!....uma vontade de viver!....e, crescia que era uma beleza. A princípio só tomava leite na mamadeira, mas com o tempo começou a comer de tudo. Era vivedor. Até seu reinado desmoronar de vez; já grandinho ‘mostrou as unhas’ e a que veio: as galinhas começaram a sumir do terreiro e ele fora flagrado matando e entrando em casa com uma delas na boca. Aí o mundo desabou por cima dele e de mim: papai com um porrete na mão e sem um ‘pingo’ sequer de misericórdia, o seguiu; verbalizando: “Nunca criei uma raposa na minha vida e não será esta que vou criar-la no meu barraco”. Fiquei a chorar pelos cantos inconsolavelmente!...com o encantamento daquela pobre alma. Mas ele tinha toda a razão, em termos do bichinho ser mesmo uma raposa. Era a própria!

(14.02.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

A CONVERSÃO DE JAMIL VIEIRA

CRÔNICA
A conversão desse obreiro se deu no início dos anos 1980. No período áureo da extração de ouro em Redenção no Estado do Pará. Jamil, juntamente com o irmão, Francisco Vieira Filho (Vieirinha), na companhia do pai, Francisco Vieira Sobrinho (Seu Vieira) como era conhecido; deixaram Campos Belos e foram se aventurar naquele garimpo.
Por lá, não demorou muito o pai de Jamil, o tio Vieira, já havia garantido, cinco quilogramas de ouro puro. Mas logo também, esbanjou todas as cifras monetárias proveniente da venda desse minério precioso, com mulheres e bebidas.
Seu irmão, o Vieirinha sofrera um trágico e fatal acidente...
Jamil contraiu febre amarela naquele Estado, e o seu quadro clínico piorava a cada dia; votando a sua cidade de origem, foi internado às pressas na Casa de Saúde em Campos Belos - GO.
“O culto hoje vai ser maravilhoso porque Jesus vai derramar do seu poder...!” – pensei o dia inteiro nesse fragmento de um hino da Harpa Cristã.
E fora mesmo: naquele dia houve pregação genuína, renovos espirituais e salvação de almas...
Depois do término do culto, estando eu com uma condução disponível, convidei a tia Lídia a fazermos uma visita ao Jamil seu filho. Ela de imediato aceitou o convite, e lá fomos nós... Levar também a saúde espiritual para aquela vida.
Fraco e com o amarelão característico da enfermidade, mas, ainda lúcido, falei lhe do amor de Jesus e deixei com ele o “Coração do Homem”; um livreto ilustrado que me acompanha até hoje. Que, com certeza já ajudou a salvar do pecado muitas almas, mundo afora.
Mostra desenhos representativos do coração do salvo em Cristo e do que ainda não passou por essa experiência.
Aparece o Rei Jesus reinando no coração do crente e o Rei das trevas reinando no coração do incrédulo.
Evidenciando que o nosso coração é mesmo um trono: há de reinar nele, um rei qualquer.
Nunca gostei de dizer a expressão: “Ganhei uma alma para Jesus”, como muitos evangélicos dizem. Prefiro dizer: “Ajudei a ganhar uma alma para Jesus.” Porque uma alma é tão preciosa que um só não dá conta de ganhá-la.
Milagres acontecem: Jamil recebeu alta hospitalar logo depois daquele dia que estivemos com ele no hospital, e correu para a igreja... E, nuca mais saiu d'onde o Senhor o chamou. “Bem aventurado aquele servo que, quando o Senhor voltar achar servindo assim”.
Enfim, aquela minha atitude era a ‘gota d’água’ que faltava na vida desse grande ser humano o Jamil, para que ele pudesse andar nos caminhos do Senhor.
A sua permanência, testemunho e frutos, na obra de Deus, é um motivo de orgulho para todos nós da família vieira. Que Deus o conserve no seu Santo caminho! Fazendo tudo aquilo que o Senhor mandou fazer.

(15.02.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

PAPAI ODIAVA JOGOS DE BARALHO

CRÔNICA
Papai trabalhou como caixeiro ambulante por muitos anos; quando ainda residia no Estado do Maranhão, por volta da década de 50. Sua atividade consistia basicamente na comercialização de jóias de ouro e prata. Como pulseiras, cordões,colares,anéis,alianças,brincos e relógios de pulso e de bolso; Omega Ferradura, Mido... e outras marcas.
Vendia peças novas, e também recebia peças usadas nas transações comerciais que fazia; e como bom negociante não deixava escapar um bom negócio.
Suas mercadorias eram oriundas de uma ourivesaria de Fortaleza - CE. Que fabricava e fornecia tais acessórios a ele.
O trajeto das vendas, acertos de contas e reposição do estoque, e volta para casa, eram feitos em lombos de burros - animais muito resistentes às cavalgadas em longas distâncias. Daí o motivo de papai gostar de possuir bons animais de montaria.
Não é do meu conhecimento, dele ter feito seu trabalho acompanhado de outras pessoas. Exercera essa função, o tempo todo, no fio da navalha, sozinho.
Transportando uma carga valiosa daquelas e muito dinheiro em espécie; apesar de portar boas armas de fogo e brancas, e ser uma pessoa destemida; não lhe garantia muito, sua segurança. O perigo era uma realidade constante que não poderia ser negado.
A única vez que pôde contar com a companhia de alguém nas suas viagens laborais ao Nordeste do Brasil não teve Êxito: deu errado. Trata-se do Fausto Alves seu vizinho que, casado, pai de vários filhos e, desempregado; passando necessidades com a família, papai compadecido, tentou ajudá-lo.
Deu a ele arriado, um de seus melhores animais de montaria e o apresentou ao seu fornecedor no Ceará, garantindo a sua idoneidade. Onde, imediatamente, fora lhe concedido, uma enorme transação comercial de produtos de prata e ouro. Sem nenhuma garantia formal, como cheques, notas promissórias,duplicatas...Ou outras similaridades.
O empresário da capital cearense tinha apenas como garantia, somente a palavra do homem Natanael Vieira de Morais,meu pai, como garantia da transação. Nenhum cadastro sequer fora feito constando dados pessoais e transacionais do fiador ou do comprador. Um bom nome já valeu muito e ainda é a melhor coisa que se pode ter.
Papai explicou o serviço ao moço, e regressaram, cumprindo uma programação das festas religiosas que seguia rigorosamente, pelas cidades grandes e pequenas do interior dos Estados nordestinos do Ceará, Piauí e Maranhão.
Depois de alguns dias do regresso, e de muitas boas vendas realizadas...
Hospedando-se juntos, mas, atuando comercialmente, separados um do outro naqueles lugarejos festivos... Numa cidadezinha que não me lembro do nome no momento, onde as festividades aconteciam e impulsionavam a economia local; as vendas daquele tipo de produtos, naqueles dias, eram expressivas; e portanto, iam bem.
Papai nos dizia que naquela época as pessoas tinham o dinheiro, mas, não encontravam aquilo que desejavam comprar. Como um rádio um relógio, uma bicicleta ou uma joia.
Numa altura do festejo, apareceu o Fausto, ao papai, querendo um dinheiro emprestado que, segundo ele, serviria de troco, pois seu troco havia acabado. Ok! - Então Seu Natãn sem pensar muito concedeu - lhe um montante estipulado, para os repasses de trocos aos fregueses de Fausto. E, não demorou muito lá veio Fausto novamente com o mesmo álibi: querendo mais dinheiro para trocos. Aí papai desconfiou da estória e quis saber do que realmente estava acontecendo. Foi fundo nas investigações e descobriu:
Fausto já havia virado uma noite numa casa de jogos de cartas, e continuava envolvido até o pescoço naquela maldição. Em apostas vultosas em dinheiros; e já havia perdido o apurado de todas as vendas anteriores e todas as mercadorias que estavam sob sua responsabilidade.
Papai foi à loucura!...E pagou sozinho, aquela dívida. Para zelar do nome; e odiou para sempre jogos de baralhos.

(13.02.18).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

NERO MORDIA ATÉ O VENTO, MAS MUDOU DE COMPORTAMENTO

CRÔNICA
Na cidade nem tanto, mas, na roça o ‘melhor amigo do homem’ era de muita serventia, principalmente para as caçadas. Hoje nem tanto, devido à proibição dessa atividade.
Seu Romualdo, feliz da vida com o cão que ganhara de Zé de Dôra, de Monte Alegre; viu papai e foi logo contando as boas novas:
- Seu Natãn: demorei, mas encontrei o cachorro dos meus sonhos. O bicho é bão demais!...
- Como o senhor soube disso?! Já fez alguma caçada com ele?
- Não, mas vou explicar pro senhor: tudo que ele ver pela frente, parte pra pegar; numa valentia!... Num respeita nada; outro diinha desses, ele fez uma bramura: botou um caminhão pra correr.
- Passou devagarzinho, um bichão desses de carregar boi nas costas (caminhão-gaiola), lá na frente de casa e ele latia com bravura aquilo; vançando nas rodeiras pra pegar mermo. O motorista teve que sair numa velocidade..., mais ele continuava vançando tentando rancar pedaços. E foi botar o bruta montes longe... bem longe. Voltou de tardinha morrendo de canseira. Agora veja o senhor, se ele enfrentou um aranzé daqueles... se pôr esse bicho no mato pra caçar, num vai sobrar nada que ele não pegue...
Mas Nero deu pra morder as pessoas. Crianças, idosos e não havia tamanho de homem, paus, pedras... Nada fazia Nero recuar. E os problemas de relacionamento com a vizinhança foram acumulando-se de tal maneira que dentro de pouco tempo Romualdo já queria ficar livre da fera que botara dentro de casa.
Estava determinado: Iria matar o Nero. Não aguentava mais aquele suplício. Mas Florisbela, a esposa, tinha amor pelo cachorro, e saltou na frente:
- Se você fizer isso, eu te largo na mesma hora! Bela não aceitava uma atrocidade daquelas. E, mais: quando o marido se ausentava da propriedade,não contando com mais companhias, se sentia protegida, tendo Nero por perto.
Mas Romualdo, com raiva, aproveitando que Bela estava pra casa da mãe, deixou o cachorro amarrado sem proteção de uma sombra, o dia inteiro; sem comida e sem água. Queria-lhe dar um castigo.
Ainda bem que apareceu alguém para salvar o bichinho daquele sofrimento! E Filipe fora o outro anjo da guarda de Nero.
Geralmente numa crise surge alguém com alguma ideia ou sugestão interessante para resolução de um problema. Filipe, seu velho conhecido, e proprietário de um terreno pros lados da Venerana; viu que poderia aproveitar o Nero nas caçadas que fazia por lá; juntamente com seus cachorros treinados.
E garantiu que, se ele lhe desse o cão, iria dar um jeito nele, e não morderia mais ninguém. Então Romualdo não pensou duas vezes: deu o Nero de presente ao amigo. E lhe entregou também um cambão para condução do cão pela estrada.
Alguns dias depois pela manhã, choveu. E, geralmente quando isso acontecia, os caititus iam fuçar a beira da lagoa, na mata remanescente, nos terrenos de Felipe; pra comerem os tubérculos dos pés de caités, abundantes por lá.
Então o Nero teve sua primeira oportunidade de dar um passeio e conhecer de perto os habitantes da floresta...ter contato com um outro ambiente. E foram para a caçada costumeira.
Seus colegas eram treinados, e conhecia cada palmo daquele chão e os bichos que moravam nele; mas, para Nero, aquilo era um mundo totalmente estranho. Os outros cães adentraram naquela densa florestal. E Nero não parava de pisar nos calcanhares dos caçadores - o tempo todo.
E por fim, pintou a primeira e única caça no trajeto dos cães farejadores de Felipe! Cãe!...cãe!...cãe!... Nero saiu derrubando tudo pela frente pra ver o que estava acontecendo. Se fosse uma caça pequena, só daria para uma bocada das dele.
Acuaram a caça, e os caçadores correram pra lá. Na cabeça de todos eram os caititus. Mas ao chegar ao local de difícil acesso, tipo uma gruta, ainda na mata fechada, avistaram uma imensa onça pintada que não crescia mais encima de uma rocha, e ouviram os gritos desesperados e doídos de Nero - vindo no sentido contrário do enorme felino que avista.
A dor de barriga de Nero, no momento que viu o bicho, foi tão intensa que era percebível pelo mau cheiro das fezes líquidas que vazavam sem parar, do seu intestino. Nero desapareceu na floresta escura; correndo e gritando até não se ouvir mais. Caim!...Caim!...Caim!...
Infelizmente mataram a onça; e ao regressarem à sede da fazenda, perguntaram por Nero, e contaram o que aconteceu. Ninguém deu notícia dele.
Penduraram o animal no alpendre, nos fundos da casa para tirara couro depois. Não demorou e Nero adentrou-se na casa, morto de cansado, com um palmo de língua de fora, procurando uma água, uma comida, na cozinha. Olhou pro quintal e avistou a onça pendurada... Deu novamente seguido gritos, pulou para trás e desapareceu daquela casa para sempre. Caim!...Caim!...Caim!...
Com uns anos apareceu na casa de Felipe o outro dono de Nero, Seu Manoel dos Reis, que morava a muitos quilômetros de distância, no Pouso Alto, trazendo notícias dele: - Nero apareceu lá em casa e não saiu mais. Está bem!... Todo mundo gosta dele! Ponderou o senhor. E continuou com os relatos a seu Felipe:
- Tá gordo que nem um capado; não ataca as pessoas e não late. É incapaz de ofendes uma mosca. Não vai ao mato por nada desse mundo, e o seu trajeto é da lagoa do caldo pro morro do pirão. Um AMOR DE CACHORRO!
Morder as pessoas inocentes, e o vento, é fácil, quero ver é encarar uma onça nervosa.
Ainda bem que Nero aprendeu com seus erros do passado! (15.02.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

A diferença entre ler uma crônica esportiva e um paper sobre quantificações do efeito Helmholtz–Kohlrausch?

O texto técnico é maçante. Não porque o assunto não seja interessante, mas porque o pesquisador não possui uma linguagem acessível para comunicar suas ideias. Ou porque o trabalho está ininteligível, indecifrável, impenetrável. Quem melhor do que o Kant para explicar suas ideias? Qualquer professor de filosofia do ensino médio ou escritor de "filosofia-no-bolso". Talvez não TODO PROFESSOR DE ENSINO MÉDIO.
Difícil é escrever fluido e cirúrgico, empático e simples sem deixar a exatidão. Difícil é ser um Darwin. Sua escrita é quase inigualável para despertar ideias em pessoas que estão envolvidas com a ciência e que exercem o esforço adequado para envolvê-las. Embora um texto intrincado não seja sinônimo de complexo. Sempre há uma tentação de justificar a própria incapacidade de entender algo afirmando que não é possível entender.

Inserida por Gazineu

NÃO HAVIA VISTO UMA COISA DAQUELAS!...

CRÔNICA
Militei assíduo e fielmente durante dezesseis (16) anos, em dois períodos de oito (8) anos; como membro efetivo e cooperador das lides religiosas. Numa instituição muito conceituada em todo Brasil.

Participei e vi de quase tudo naquele cenário de fé e crença.

Naquele tempo era bastante comum se ver fora, ou até nas reuniões da igreja alguém ser incorporado por uma entidade demoníaca.

Caso seja uma legião daqueles "incostos", a coisa é mais complicada para ser resolvida. Dá mais trabalho para a pessoa ser libertada.

Geralmente o fiel(eis) que intercede(m) junto ao Pai, para que tal vítima volte ao seu estado de normalidade,precisamente tem que estar com a vida no altar:

em plena comunhão com Deus. Do contrário, a libertação não será possível.

Mas, por estarmos num processo em que, se vive e aprende...

Se eu tivesse morrido anteriormente não iria ver o que vi ontem pela manhã no meu bairro.

Maria da Faca subiu a minha rua com suas amigas de gole Darlene e Glória; vindo da balada.

Tontas que nem gambá. Viraram à noite em bebedeiras no pagode da Vilarinhos.

Em frente a minha casa Maria surtou e agarrou de briga com Darlene.

Glória que já havia adentrado em sua casa foi chamada às pressas para pacificar o ânimo das amigas.

Conseguiu separar as duas, e Darlene foi embora para sua casa, logo à adiante.

Glória também retornou ao seu aposento. Maria da Faca permaneceu na rua gritando nomes feios, a Deus e o mundo.

Mas uma(s) entidade(s) satânica (s) incorporou-se em Maria da faca.

Deu um trabalhão terrível!... A rua rapidamente encheu-se de gente; a polícia fora chamada, e dessa vez não demorou muito.

Os militares não conseguiram contê-la; ela rodava que nem um pião. Dando pontapés e telequetes pra todos os lados.

Rolava no chão,nos ares e nos braços fortes dos homens da Lei; que nem um trem doido demais.

Glória que havia se ausentado, fora chamada novamente para resolver a questão. E resolveu.

Ainda meio tonta da cachaçada da noite anterior, pediu licença as autoridades presentes e repreendeu aqueles demônios.

E sua amiga voltou ao seu estado normal.

Pelo que conheço do assunto aquilo era mesmo uma legião de anjos destituídos da graça de Deus. Atormentando aquela mulher.

Gloria determinou àqueles demônios que saíssem daquele corpo,com tanta veemência, que foi impossível eles resistirem; e deixaram a dona em berros horríveis.

Parece que a Glória já sabia que havia muitos elementos das trevas naquela vida...

Pois repetia em alta voz os dizeres: “'Saiam deste corpo!... Em nome de Jesus, ele, não lhes pertencem.”... Vai entender!...

(25.02.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Minhas Crônicas:

Certa vez, conheci uma mulher muito bonita e bacana, discreta e de bons tratos, que se casou com um cara aparentemente bonito e chique, de boa fala, o qual era metido a bom de sela, um tanto 171 (estelionatário) que se achava o dono do mundo.
Na rua por onde passava ele cumprimentava todo mundo com aquela voz imponente e chamativa, com um sorriso fácil e atraente, porém, gostava de tomar umas cervejinhas no boteco da esquina, e, ao chegar em casa, tratava mal a sua esposa e filhos, os quais até se escondiam debaixo da cama para não apanhar mais e mais.
Até que um dia, aquela mulher calada e honesta, resolveu ir às forras dos maus tratos sofridos, e, quando o seu marido quis levá-la para a cama, ela ergueu a fala e gritou com o dedo em rispe, soltando os cachorros desaguou: Não quero e nem preciso de você mais prá nada, o que assustou o indigitado marido que de inopino replicou: Nem para fazer amor?... E a mulher decidida respondeu-lhe: Nem prá isso nem prá nada! Já tenho alguém bem melhor do que você e se quer saber, já estou de malas prontas para ir embora agora desta casa e levar comigo também os nossos filhos que estão cansados de apanhar e de te ver bêbado todos os dias! Se quer mais, tchau! Fui!!!

Inserida por luizborgesdosreis

POBRE CÃO!...

CRÔNICA

Não estava nas ruas por acaso...provavelmente alguém o abandonou.
Quando apenas procurava um cantinho pra se esconder e amargar seu sofrimento.
Não muito côrtes,o ordenei que saísse do meu recinto comercial - quando o adentrou no mesmo - raiando com ele severamente; devido ao horrível odor que exalava de uma bicheira, em uma de suas patinhas traseiras.Mas, de imediato, tive que rever o meu gesto: por achar deselegante a maneira como dei aquela ordem imperativa de sua retirada do local.
Com certeza naquele dia já ouvira tantas vezes o mesmo "não" de forma “Sai pra lá cachorro...!” ou pauladas, e pedradas...
Do lado de fora da loja, tentei retificar o meu grave erro, estalei os dedos e o chamei para junto de mim. Eu já desejava contar com sua amizade.Mas ele, arredio, não esboçou nenhum sinal de receptividade ou alegria.
Os bichos também têm sentimentos como a gente... Ficam para baixo, tristes,quando perdem a confiança,a saúde e o desencanto com as pessoas e com a vida.
Eu precisava fazer alguma coisa por ele, além de um olhar de piedade. Dei-lhe um pão; pelo menos assim amenizaria um pouco a dor da fome.
Mas a doença tira o apetite.Sem ânimo até pra comer, somente degustou alguns poucos nacos do alimento.
Dou o maior valor nas ONGs que cuidam desses animais: as pessoas destas instituições têm um espírito enorme e iluminado.
Duas moças passaram nas proximidades,no momento; com as mãos no nariz, disseram em coro: “sai pra lá cachorro!...” Não gostei de ouvir aquilo.
E lembrei-me de buscar um gole d’água para o bichinho... Mas,demorando achar uma vasilha adequada, ao retornar a ele, não mais o vi... E, talvez nunca mais o verei. Por isso, se pudermos fazer o "bem" não devemos demorar muito.
Pobre cão!...Se pudesse falar... pediria um socorro imediato para os seus males.Se tivesse sadio e bem tratado, bonito. Cairia na graça de todos e não sairia do braços,do sofá...da cama. E Não lhe faltaria carinho e amor; mas debilitado daquele jeito, todos o repudiavam e o enxotavam. Até eu vacilei quanto a isso,conforme relato já feito.
E ainda têm pessoa que dizem: "vida boa é de cachorro." Bom seria se pudéssemos viver um "dia de cão" abandonado e doente. Quem sabe assim daríamos mais valor ao nosso‘melhor amigo’ (21.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Um beijo no coração de cada mulher que ler
esta crônica que vem bem do coração de
um poeta romantico...
Osculos e amplexos
Marcial

MULHERES... ESSAS CRIATURAS MARAVILHOSAS
Marcial Salaverry

É sempre com muita satisfação que presto homenagem às mulheres, pois em todos os sentidos, são elas as responsáveis pelos nossos melhores momentos, desde nosso nascimento. E não falo somente em nome dos homens, mas em nome de todos os seres viventes.
Nosso primeiro contato é com nossa mãe. Nosso primeiro alimento também. Os primeiros cuidados que recebemos desde a mais tenra infância, sempre são prestados por mulheres. Vocês já repararam que nas maternidades são quase sempre enfermeiras que atendem. Para lidar com crianças e com parturientes, sempre são mulheres. Há que se ter uma sensibilidade especial para esse atendimento.
Depois, nos bancos escolares, para o ensino das primeiras letras, é a sensibilidade feminina que mais uma vez se destaca. A grande maioria do professorado primário é composta por mulheres. Claro, para se lidar com crianças, sempre a sensibilidade feminina é mais confiável. Afinal, é nas escolas primárias que se molda a personalidade dos futuros adultos. E essa é uma responsabilidade muito grande, que cabe às nossas heroínas.
Na sequencia da vida, as mulheres continuam sempre com a maior dose de trabalho.
Em priscas eras, as mulheres eram criadas apenas para cuidar da casa, dos filhos e do marido, a quem se devia obediência cega. Em algumas regiões, era obrigação tratar o marido como "Meu Senhor". Pode? Era assim...
Felizmente para todos, a situação mudou radicalmente. Mas a luta que as mulheres tiveram que manter para conseguir tal mudança, foi enorme... A resistência masculina à perda dos privilégios adquiridos há tanto tempo foi muito grande.
Torna-se desnecessário relembrar a quantidade de passeatas, de protestos que elas tiveram que fazer. Passaram por muitas humilhações. Mas ei-las agora, vencedoras e rainhas absolutas...
Bem, nem tanto, pois, por incrível que pareça ainda hoje existe resistência contra a ação das mulheres. Já conseguiram galgar posições importantes, mas ainda tem que vencer muitas restrições. Ainda existem homens e, por incrível que pareça, até mulheres, que acham certos trabalhos "essencialmente masculinos”, bem como para a prática de certos esportes, como o futebol, por exemplo, existe muita resistência quanto a sua prática pelas mulheres.
E sempre será um lindo espetáculo o futebol feminino, como todo e qualquer esporte praticado por mulheres.
Gente... Estamos no século 21, já notaram? Temos que abrir os olhos, e ver que as mulheres têm tanta capacidade quanto os homens para a execução de qualquer tipo de trabalho, para a prática de qualquer tipo de esporte. E ainda apresentam uma vantagem que cada vez se torna mais perceptível, pois elas tem uma sensibilidade muito apurada, que lhes permite tomar decisões mais acertadas em situações delicadas.
Temos que reconhecer isso, acabando com essas restrições que verificamos ainda existir. Por exemplo, não consigo entender o porque, que para um mesmo tipo de trabalho, o salário da mulher seja inferior ao do homem. Não dá para entender.
Não resta a menor dúvida que para o DIA INTERNACIONAL DA MULHER, em boa hora criado, (bem... não é hoje o Dia Internacional da Mulher? Discordo, pois todos os dias do ano devem ser o Dia da Mulher...) temos que prestar a mais significativa das homenagens, oferecendo uma rosa a cada uma delas. São muitas? Ora, também somos muitos a oferecer...
A vocês, criaturas maravilhosas, um GRANDE BEIJO NO CORAÇÃO.
E para todos que sabemos agradecer a presença sempre maravilhosa de nossas queridas companheiras, vivamos a seu lado, mais UM LINDO DIA.

Inserida por Marcial1Salaverry