Crônica sobre Política

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Somos a pátria do compadrio, do coronelismo, do nepotismo, da burocracia gigantesca e ineficiente, da falta de cidadania, de uma política tradicional podre, do jeitinho mais rasteiro. (...) Claro que existe um outro lado, telúrico, da terra, do corpo do Brasil, que eu amo, a energia geológica e geográfica. E também certos aspectos do povo brasileiro, suas cores e sons, o lance do futebol. Mas o Brasil institucional é brabo.

⁠⁠O fanático político é antes de tudo um falido. Julga que seu fracasso seja culpa de alguém; porém, deve-se à sua incompetência. Ele transita somente entre dois polos: odiar aquele que supõe ser o responsável por seus infortúnios e idolatrar um 'salvador da pátria'. De tempo em tempo, troca de culpado e de ídolo. Na maioria das vezes, o idolatrado do passado transforma-se no odiado do presente. O idólatra não reconhece seus equívocos. Em vez de construir, conserva-se de dedo em riste. Trata-se de um tolo que enxerga apenas uma perspectiva, porque passa a vida menosprezando o conhecimento sistemático, real algoz de sua desfortuna. Além disso, é hipócrita; defende moralidade sem praticá-la. É uma escória social!

Um desabafo de ordem própria.
É fato que o Brasil está a cerca de um ano imergido numa crise financeira, econômica e política, que está ganhando patamares repercussivos inéditos na história do nosso país.
Crise que dividiu a população canarinho em dois lados bem antagônicos: De um, aqueles que em sua grande parte, atribuem à culpa de todas as intempéries a gestão atual (PT), e de outro aqueles que acreditam que o país está passando por uma tentativa de golpe, para que partidos menos expressivos e derrotados nas últimas eleições, consigam através de manobras políticas ilícitas, posições privilegiadas no comando do nosso país.
O que mais está me assustando em meio a tudo isso é a acentuação da raiva, da agressividade, da intolerância as diferentes formas de pensar, da imparcialidade, e principalmente da apologia à xenofobia, ao racismo, ao machismo, e a falta de conhecimento por grande parte da população, que acusa ou defende um dos lados, sem nenhum subsídio político dentro da sua grade de conhecimento científico. Pessoas que gritam por uma condenação e saem as ruas, sem ao menos saber o significado da acusação, pessoas que agridem ao próximo em defesa de uma causa que desconhecem.
Afinal de contas, de todos que arriscaram a ir para as ruas para derrubar o governo atual, quantas sabem o que são pedaladas fiscais? Quantas sabem como funciona o sistema tripartite de poder? Quantas sabem o que é, e para que serve uma constituição? Quantas sabem o que realmente foi o Período Militar ? Quantas sabem o significado de democracia?
Pois esses são os requisitos mínimos e imprescindíveis para a formação de qualquer opinião sobre o estado da nossa política atual.
É incrível como é fácil encontrar pessoas que até ficam ofegantes ao ouvirem ou lerem a sigla ”PT”, ou até mesmo de qualquer outro partido político, mas ao mesmo tempo não conseguem utilizar de aparatos racionais e legais para justificarem a existência de tanta aversão.
Vejamos o caso da maioria dos paulistas. A grande maioria justifica a sua tese enraivecedora na corrupção que assola o país, que através de seus olhos, tem sido de responsabilidade da má gestão de todos os membros do partido PT, mas são coniventes há vinte anos ao verem os três pilares de sustentação de uma nação (Saúde, Educação e Segurança) cada vez mais sucateados no estado de São Paulo por desvios de verbas, investimentos insuficientes, e tudo isso administrado por um partido hegemônico (PSDB). E eu não me lembro até hoje de ter ocorrido nenhuma manifestação para a derrubada deste partido ou de algum membro ligado a ele !!!
Roubar a nível federal não pode, mas se for a nível estadual e municipal tudo bem ????
Mas essas pessoas não são contra a corrupção???
Ora ora marionetes deste meu Brasil, a hipocrisia reina quando a ignorância torna-se o carro chefe de uma população preguiçosa, que prefere assistir novela a ter que aprofundar o seu conhecimento em algo que fará a real diferença em suas vidas.
Gritam não a corrupção, gritam pela queda do chefe do executivo do seu país, sem saberem ou se importarem quais são os verdadeiros caminhos que estão sendo tomados para que isso aconteça, assim como o quão corruptos são seus sucessores !!!
Mais uma vez questiono, mas vocês não são contra a corrupção?
Alguém gritou pega ladrão !!! e o povo saiu correndo na primeira direção em que viram um dedo apontado, não percebendo os ladrões que ali gritaram.
Hélio Junior

Pode, por meio da política internacional dos medias, tanto o ser humano se encontrar mais materializado e enraizado dentro de seu próprio
país, e despertar para uma cidadania plural, ou - pelo contrário - pode
afastá-lo cada vez mais de sua identidade cultural local, cortando o cordão umbilical. O ser humano pode se perder, de dentro para fora de sua própria origem, como um homem -máquina e não como um homem - cidadão.

INTERESSE PESSOAL EM PRIMEIRO LUGAR.
Muitas pessoas que ocupam cargos públicos na politica na justiça e nas demais entidades de classes tem um discurso de isenção, mas isto não e verdade o interesse pessoal passa ser prioridade. Interesse pessoal acima de tudo deixando o interesse coletivo para o segundo plano.

O maior besta é aquele que briga com amigos por causa de política. Nem esquerda, nem direita. Sigamos sempre em frente, evitando o retrocesso e olhar pelo retrovisor.

Precisamos nos pautar numa política que, busque, acima de tudo, investir na educação do nosso País, pois ela é o alicerce para o desenvolvimento de qualquer sociedade de primeiro mundo.

Os professores, nossos mestres, enquanto não forem valorizados, será difícil sair do Estado de estagnação que vivemos na educação, onde alunos terminam o ensino médio, chegam às faculdades e não sabem o básico de língua portuguesa.

É triste, mas é o nosso querido Brasil!

Antes de mais nada, eu não estou aqui para compartilhar minha opinião política, mas eu acredito que em uma eleição você irá votar num candidato que segue ideais parecidos com os seus, aquele que como numa orquestra será o melhor em reger o país.

Acredito que seria no mínimo estupidez votar em alguém só porque ele é contra ou a favor de um determinado partido.

Eu não estou querendo acusar ninguém e nem valorizar alguém, sou apenas um ser humano que como todos os outros, segue determinados ideais e pensamentos.

Fracasso social(política)

Até quando; vamos continuar respirando esse ar tão poluído; recheado de ganância, egoísmo, mentiras e individualismo?
Até quando; seremos tratados como escravos de um sistema criado para poucos ganhadores soberbos?
Até quando; eu e você beberemos e comeremos das sobras dos pobres em espírito?
Até quando; suportaremos ser cuidados e guiados de forma enganosa por esses políticos que carregam em suas mãos e nas suas faces manchas de sangue de inocentes?
Até quando; vamos permitir que os nossos sonhos sejam construídos em cima de um castelo de areia?
Até quando; vamos ficar esperando o dia seguinte nascer sem esperanças, respeito e sem luta?
Até quando?

A política é uma dádiva e ao mesmo tempo uma maldição. Para Aristóteles, "o homem (ser humano) é um animal político", isso necessariamente não o torna mau ou bom. Ele também diz que o cidadão é político, pois participa na elaboração e execução das leis, porém nem todos são cidadãos. Trazendo esse pensamento para os dias atuais, onde existe uma grande descrença em políticos, por termos a simples ideia que política se remete apenas a eleição, e não a organização social e do estado. Tiro a conclusão (talvez inexorável) que a política é uma dádiva, olhando pela capacidade que cada cidadão tem de expor e solidificar sua opinião, através de um caminho visando um "bem".

Esse bem não se trata do correto ou do errado, mas algo necessário a ser finalizado para um "todo". Uma meta, como grosso modo poderíamos dizer: a reforma da educação e sua universalização, quanto a unificação da policia para que possamos ter um policia mais centrada e eficiente, assim como investimento a tecnologia e a pesquisas, e poderemos citar diversas áreas que podem ser melhoradas e traçadas metas.

Entretanto, para o cidadão político, esse também tem uma maldição, principalmente hoje, em um tempo que a política e os políticos estão desacreditados. Onde se tem uma desconfiança desenfreada, gerada por situações que vem se agravando a cada dia, que é a corrupção. Uma pessoa dizer "ser político" é um ato de coragem, de contravenção, talvez até de subversão.

Quando uma pessoa se apresenta como político, existem três reações mais presentes, uma delas é a desconfiança, primeiro a pessoa acredita por um enraizamento cultural que "todo político é corrupto", isso fecha a oportunidade de cidadãos que não são corruptos mudarem o quadro que se encontra a política. Algo comum também, seria o pensamento individualista e imediatista, onde a pessoa ao invés de pensar no coletivo, pensa apenas em si, se vende ou até mesmo tenta barganhar com o político em questão, independente de seu pedido.

E por fim, algo não tão comum, ou até mesmo, que eu consideraria mais propicio e que recomendaria que ocorresse, seria o pensamento coletivo, o pensamento para um fim, visando algo que não mantivesse o mesmo sistema e também não fosse individualista. Nesse caso especifico podemos citar algumas ações e pensamentos que traria beneficio, não só para a política, mas para um todo, para a sociedade, que seria a ajuda mútua, onde os cidadãos questionassem primeiramente porque de sua desconfiança, buscasse conhecer, interagir e assim contribuir para a construção e execução de ideias para beneficiar a todos. Voltando assim, a questão do "cidadão" de Aristóteles, dito no inicio.

A união poderia fazer a força.

Nas conversas sobre a política do Guarujá as queixas são muitas e das mais variadas.
Não muito diferentes da do resto do Brasil onde a maioria é de bandidos engravatados.
Suspeitos, investigados, processados e condenados, eles continuam livres para roubar, porque a Justiça é inoperante e falha, no mínimo porque tarda.
Vejo poucos novatos, idealistas, gente que gostaria de entrar na política para melhorar, gente que gostaria de uma cidade melhor e as suas chances de chegar ao poder são reduzidíssimas, porque o sistema é corrupto e corruptor.
A desconfiança é tão grande contra a classe política que a má fama acaba colocando bons e maus na mesma panela.
Na impossibilidade de encontrar um bom nome acaba-se fazendo a escolha dos menos ruins, daqueles que ainda não têm ficha suja, como foi no caso da prefeita Maria Antonieta de Brito, agora ficha sujíssima.
A união poderia fazer a força mas a nossa cultura é a do salve-se quem puder e cada um por si.

A consciência política de nossa sociedade passa por uma transição nestes tempos em que tantos escândalos são exibidos em rede nacional na TV, e que tantos são desmascarados tendo seu passado e suas reais intenções reveladas e máscaras retiradas.
É muito importante que embarquemos nessa transição com uma bagagem de conceitos sobre o REAL E O IMEDIATISTA, para assim diferenciarmos aonde teremos uma colheita de benefícios ao longo de um determinado tempo ou apenas naquele momento propício ao qual interessa a determinado grupo.
Todo processo de melhorias dentro de nossa sociedade passa por etapas para se autojustificarem e serem aprovados e executados, não é em um passe de mágica que as coisas acontecem, por mais necessárias que se façam.
Nestes tempos que antecedem as eleições e as escolhas de nossos representantes surgirão muitos com RECEITAS MÁGICAS E PRÁTICAS.
Fiquem atentos a estes tipos de receitas ou soluções para determinados problemas, pois em nossa história não há nada que seja novidade. Tudo se repete ou se recria de forma que passe desapercebido a olhos desatentos.
Devemos nos atentar para nossas lideranças não somente pelo que fazem sobre pressão, exercendo um trabalho imediatista e totalmente voltado para um só fim: se autopromoverem ao poder.
Mas sim olhemos para aqueles que nos mostram compromisso durante todo tempo, enfrentando as dificuldades com determinação e ética, sem buscar atalhos ou negociatas, muitas das vezes para obter determinada vitória custa-se tempo e muita luta, mas com a certeza plena de termos a nossa frente uma REAL LIDERANÇA PARA TODOS OS ANOS E NÃO SOMENTE EM ANOS DE ELEIÇÃO.

Verdades mal malditas
Mentiras oportunistas
Política, amor, dinheiro, felicidade ou caráter?
O que realmente te move, faz ir em frente e acreditar, antes de mais nada em você?
Em época que acreditar no próximo da medo, você acredita em você?
Pense que antes da igualdade de valores, o seu bem mais precioso é a vida. E cabe a você cuidar, preservar, para depois dividir com quem você crê que mereça.

A sujeira na política começa ainda na disputa por um cargo que represente a sociedade, onde o candidato enoja ao distribuir e inundar a cidade de “santinhos”.

Infelizmente, a prática arcaica, errônea e falha do sistema eleitoral brasileiro ainda permite este tipo de crime contra o patrimônio público e à integridade física da população, que sempre escorrega em dia de eleição.

Candidato em prol da comunidade não suja o terreno que almeja representar e sim apresenta propostas na base do diálogo, do convívio e não apenas por mera correspondência de foto de perfil e número da sorte lançado!

Esteja atento (a) caso seu candidato seja um dos que tornam a cidade mais imunda em tempos de benevolência eleitoral e ao final tire suas conclusões se compensa votar em tal.

Esteja mais atento (a) ainda ao primeiro subir de palanque, circo ambulante armado, de candidato que busca votos à base de rojões. Sem ao menos imaginar o quanto sofrem doentes, recém-nascidos e animais.

Digno do seu voto?

Sou contra fazer propagandas politica nas igrejas. Agora o que precisa ser feito, eu nunca vi pastor nenhum fazer.
Que é trazer um estudo sobre o que é política,e pra que ela serve. A importância dos cidadãos ser conscientes em seus votos, despertar nos membros o espírito crítico e reflexivo, incentiva los a conhecer caráter e a vida do candidato e suas políticas.
A igreja ela tem o dever tbm de contribuir para emancipação de seus membros, principalmente os mais simples, que são fáceis de manipularem .
A instituição religiosa não deve ser tendenciosa a seus membros em relação a partido.
Mais a bíblia ela é muito clara em seus ensinos , que além de buscarmos a morada nos céus devemos buscar viver bem aqui na terra como um bom cidadão.
E para terminar a realidade é uma SÓ. Tem cristão corrupto e não cristão de Boa índole ,e vice versa.
Seja consciente em seu voto e não permita ninguém manipular vc!!
E para as religiões, ao invés de dar oportunidade aos políticos para falarem nas igrejas, conscientiza seus membros a serem cidadãos críticos e reflexivos, somente isso, pois o voto é secreto.
E os lugares de conhecerem as propostas deles não são nos templos e sim nas reuniões dos mesmos para toda população.

A política do Brasil é a mais ecológica de todas.
As técnicas de corrupção cada vez mais aprimoradas são mutáveis - Recicláveis
As fortunas, os gastos e as regalias - Sustentáveis
As provas, investigações e condenações - Bio degradáveis
E o povo de opinião descartável, recicla, sustenta os corruptos e se degrada - Miseráveis

A política e a mentira
Na disputa por uma vaga na política vale tudo, jogo sujo, mentira, falsidade, compra de cargo e muito mais.
Tudo já começa na filiação. A maioria dos partidos ensinam pré-candidatos como se comportar, fazer discurso etc. e se for filiar um partido vai perceber que só te ensinam enganar o eleitor. Frases certas!! Reprimem. Você não vai fazer isto! Para vencer a eleição. Se você for um iniciante que não estiver em esquema, sem informação na política. Eles vão te deixar eleito. Mas com certeza você não vai ganhar eleição e vai ser usado, pois cada partido já tem os nomes dos prováveis eleitos.
A maioria são pessoas simples não tem nem noção da armadilha, serão usados em um esquema e ainda compartilham uma alienação de inocentes
Na política a verdade não pode ser transparente
Se analisar bem, vai perceber que quase ninguém, sabe de nada na política.
O que acontece é que, até Deus é usado como objeto nos argumentos de criatividade para convencer inocente. A política é de Deus, mas não da maneira que é colocada
Neste processo a maioria é vitimas e outros agem de má fé.
Um simples voto, tem a tudo a ver com Brasília Chegou a hora do povo deixar de ser enganado procurar a verdade, não se vender
Se você tem conhecimento já percebeu que os enganadores estão desesperados
Todo mundo vai ganhar se a gente fizer o certo
A maioria vai perder se você não for justo.

Espinheiro

Politicagem virou política.
Política virou ingenuidade.
A cidade foi descuidada,
ela já não pertence ao cidadão.
O homem é um animal apolítico.
O poder não está a serviço.
Não existe o bem comum.
Não há espaço na política,
está preenchido pela politicagem.
A nação é conduzida
pela ignorância da nação.
Uma nação sem consciência
protesta contra si própria.
A democracia aparente
virou ditadura velada.
Sua origem está na perversidade.
O homem é um meio e não um fim.
Se a política é liberdade,
a politicagem é a prisão.
Não há ódio e nem amor.
Há apenas interesses,
instrumentos e inimigos.
Perda de tempo é
fazer política para inúteis.

Amigos e amigas de Facebook!

Agora que passou a política, a poeira baixou, o ar parece estar até mais puro, é hora de respirar fundo e fazer um silêncio profundo, rezar, refletir e pensar melhor sobre todos os nossos atos, ações e omissões, pedir perdões pelas escritas ofensivas, falas e exarcebações, para poder tocar em frente sem deixar para trás ressentimentos, mágoas e ilações, haja vista que, no calor das discussões e nas defesas das idéias e dos ideais políticos, nem sempre usamos a nossa cabeça para pensar, ou mesmo, o coração para amar, a nós mesmos e aos nossos semelhantes, razão pela qual, peço-lhes humildemente desculpas e até perdão pelas vezes que ofendi a quem quer que seja, pois, concessa venia, não é de meu feitio ofender às pessoas do meu convívio do dia-a-dia, por mais importante que seja a causa por mim defendida.

Você que acabou de ler agora esse meu recado , sinta-se perdoado e eu, humildemente, aguardo também o seu perdão, pois, está escrito no Livro Maior: "Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento'' (Ef 4,26).

Abraços fraternos.

O jornalista expressa sua opinião e a sua convicção política quando não é pago por um político.
Quando isso acontece ele é empregado, subordinado, subalterno e muitas vezes traidor dos seus próprios ideais.
Não há como ser pago por alguém e discordar de suas atitudes.
O jornalista pago tem que deixar bem claro quando escreve e recebe qualquer provento de um político ou grupo político.

DIVAGAÇÕES NA BOCA DA URNA (Pequenas Epifanias)

Política é exercício de poder, poder é o exercício do desprezível. Desprezível é tudo aquilo que não colabora para o enriquecimento do humano, mas para a sua (ainda) maior degradação. Como se fosse possível. Pior é que sempre é.
Ah, a grande náusea desses jeitos errados que os homens inventaram para distrair-se da medonha ideia insuportável de que vão morrer, de que Deus talvez não exista, de que procura-se o amor da mesma forma que Aguirre procurava o Eldorado: inutilmente.
Porque você no fundo sabe tão bem quanto eu que, enquanto a jangada precária gira no redemoinho, invadida pelos macacos enlouquecidos, e você gira sozinho dentro da jangada, ao lado da filha morta com quem daria início à primeira dinastia — mesmo assim: com a mão estendida sobre o rio, você julgará ver refletido no lodo das águas o brilho mentiroso das torres de Eldorado. E há também aquela outra política que os homens exercitam entre si. Uma outra espécie de política ainda menor, ainda mais suja, quando o ego de um tenta sobrepor-se ao ego do outro. Quando o último argumento desse um contra aquele outro é: sou eu que mando aqui.
Ah, a grande náusea por esses pequenos poderosos, que ferem e traem e mentem em nome da manutenção de seu ego imensamente medíocre. Porque sem ferir, nem trair, nem mentir, tudo cairia por terra num estalar de dedos. Eu faço assim — clack! — e você desmonta. Eu faço assim — clack! — e você desaparece. Mas você não desmonta nem desaparece: você é que manda, essa ilusão de poder te mantém. Só que você não existe, como não existe nem importa esse mundo onde você se julga senhor, O outro lado, o outro papo, o outro nível — esses, meu caro, você nunca vai saber sequer que existem. Essa a nossa vingança, sem o menor esforço.
Mais nítido, no entanto, que as ruas sujas de cartazes e panfletos, resta um hexagrama das cores do arco-íris suspenso no centro daquele céu ao fundo da rua que vai dar no mar.
É o único rosto vivo em volta, nunca me engano. Chega devagar, pede licença, sorri, pergunta: “E você acha que aqui também é um deserto de almas?” Não preciso nem olhar em volta para dizer que sim, aqui também. E os desertos, você sabe — sabe? — não param nunca de crescer.
Ah, esses vastos desertos em torno das margens do rio lodoso e tão árido que é incapaz de fertilizá-las. Da barca girando no centro do redemoinho, se você estender a mão sobre as águas escuras e erguer bem a cabeça para olhar ao longe, julgará ver as árvores, além do deserto que circunda o rio.
Entre os galhos dessas árvores, macacos tão enlouquecidos quanto aqueles que invadem tua precária jangada, pobre Aguirre, batem-se os humanos perdidos em seus pequenos jogos que supõem grandes. Para sobrepor-se ao ego dos outros, para repetir: sou eu que mando aqui. Para fingir que a morte não existe, e Deus e o amor sim. Pulando de galho em galho, com seus gestos obscenos e gritinhos histéricos, querendo que enlouqueças também. Os dentes arreganhados, os macacos exercitam o poder. Exercitam o desprezível nos escombros da jangada que gira e gira e gira em torno de si mesma, sempre no mesmo ponto inútil, em direção a coisa alguma, enquanto o tempo passa e tudo vira nada.
Do meu apartamento no milésimo andar, bem no centro da ilha de Java, levanto ao máximo o volume do som para que o agudo solo da guitarra mais heavy arrebente todos os tímpanos, inclusive os meus.