Crônica Narrativa
Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular em cubos de geleia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora inventada – que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.
"Sobre mim...
Talvez eu seja apenas uma narrativa mal compreendida,
Uma história de vida sem um final feliz,
Um romance que nunca viveu um "Para sempre".
Com certeza sou confusa demais, uma alma que já chorou todas as lágrimas, sentindo na pele uma imensidão de dores, imaginando que nunca iriam passar.
Sou mal interpretada, tudo porque vivo intensamente os desejos.
Não sei forjar sentimentos, tampouco brincar com sentimentos alheios.
Alma perdida, viajante no tempo, buscando no infinito do universo a outra metade.
Criatura andarilha percorrendo as encruzilhadas dessa vida, correndo atrás de um destino ainda tão indecifrável.
Pinta a elegância
Na narrativa dos gêneros
Conta as essências
Nos dedos de apenas uma mão
Escreve na delicadeza o que falta
Procura nos vizinhos
O que esconde em seu porão
Se os sentimentos fossem base para qualquer construção
Nenhuma casa estaria de pé
Nenhum edifício existiria
Mulheres de Raça!
Contem a história de mulheres negras, guerreiras que, apesar de vítimas de múltiplas violências e preconceito, transformam a falta de oportunidades e a intolerância em sua força para lutar e se tornar mulheres incríveis.
"Mulheres de Raça, Mulheres Incríveis!"
Sempre à frente do seu tempo.
Uma vez li que, quando olhamos para o nosso passado, podemos ver uma linha narrativa, uma ordem ou um plano, como se fosse algo gerado por uma força invisível, e que os acontecimentos, e até mesmo as pessoas presentes na nossa vida, que pareciam aleatórios ou sem importância num dado momento, se tornam, no fim das contas, indispensáveis para a nossa história.
Diante da narrativa bíblica em Êxodo 33.17, cabe-nos incluir o maior de todos os amigos ao nosso círculo, aquele que nos inseriu a existência, e nos propõe uma carreia profícua e esplendorosa. Diante dEle e com Ele, todos os desafios se tornam em grandes oportunidades para o nosso crescimento e desenvolvimento pessoal, familiar, profissional, social e inclusive o religioso.
Comentário do Evangelho
Lucas e Mateus, começando seus evangelhos com a narrativa do nascimento de Jesus na cidade de Belém, vinculada à memória de Davi, têm a intenção de atribuir a Jesus uma origem davídica. Nos evangelhos de Marcos e de João não há referências ao nascimento em Belém. Lucas destaca as condições de despojamento e pobreza neste nascimento. Enquanto Mateus narra a visita dos magos do oriente trazendo ricos presentes, Lucas narra a visita dos humildes pastores em vigília dos rebanhos de seus patrões. Lucas é o evangelista dos pobres amados por Deus. Em um mundo marcado pelas injustiças dos poderosos, o povo oprimido vislumbra a libertação e a vida plena
O livro da vida é uma narrativa complexa, repleta de capítulos inesperados, trajetórias sinuosas e reviravoltas emocionantes. Às vezes, sentimos que estamos perdidos em meio a uma trama confusa, sem saber qual será o desfecho dessa história. Mas confie, Deus jamais nos abandonará, e sempre estará pronto para escrever um final repleto de esperança, redenção e amor. Basta confiarmos Nele e permitirmos que Ele seja o autor da nossa vida, guiando-nos para o desfecho mais belo que podemos imaginar.
- Edna Andrade
Manifesto no dia do repouso, a vontade de erguer uma nova narrativa, pedra sobre pedra, dia a dia, sorte a sorte. A nova casa do texto, da palavra sentida e pensada na pluralidade da sua significância, dos seus sentidos de ser nos sentidos da Humanidade, a realização plena do sensualismo.
Reclamo no dia do repouso, o direito de criar um novo sentido, aquele que viverá de todos os outros e que constituirá, na sua abrangência, o anel de fogo das sensações em expansão, aquele que afastará todas as distâncias e todos os espelhos, rumo à porta da razão e, lance a lance, subirá os degraus até à origem.
Exijo no dia do repouso, a liberdade de assumir a diferença, numa indiferença por todos os que teimam em negar-ma, na diferença sou, não o invólucro, a aparência, mas a essência da criação, pois em mim se constroem, num plasma permanente, os futuros de passados e presentes olvidados.
Acuso no dia do repouso, todos os que me roubaram a força, a beleza, a vida, condenando-me a uma procriação imposta para o bem comum, como se esse dever fosse só meu, possuidora da matriz que me definiu o género e me impediu a definição de ser, mais do que tudo, imortal na minha humanidade.
Julgo no dia do repouso, o pensamento de dois milénios, o sentimento de dois milénios que, primeiro ignorou-me, depois seguiu-me, a seguir endeusou-me, no quarto dia queimou-me, e nos outros eternizou-me, descriminou-me e, finalmente, esterilizou-me. Ficou-me apenas a alma, essa que dizem ser imortal, num corpo despedaçado pela dor e pelas lágrimas de dois milénios que, refeito e assumido, se prepara para uma entrada gloriosa na casa do terceiro.
Condeno no dia do repouso, todos os arguidos a um milénio de descanso, pois quem tanta história reclama ter feito bem o merece.
“Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso”.
( in "Autobiografia sem Factos". Assírio e Alvim, Lisboa, 2006, p. 128.)
ALMA DA ÁFRICA,ALMA DO BRASIL
A narrativa de Antonio Olinto em seus romances africanos começa, em A casa da água, como uma enxurrada. Não há introdução, preparativos, prolegômenos. O leitor literalmente mergulha, já na primeira frase, em uma enchente. É a metáfora que conduz o discurso, uma recuperação moderna da narrativa sinfônica. Olinto escreve como quem conta uma história ao pé da fogueira na noite da África ancestral. Enumera os usos e costumes, o sincretismo religioso, os procedimentos curativos, o folclore, o cotidiano das casas e das ruas, mas principalmente localiza o leitor, pondo e transpondo pessoas, com enorme habilidade, em lugares de aqui e de acolá, do Piau a Juiz de Fora, do Rio à Bahia, do Brasil à África. Mas, se o espaço tem destaque na linguagem, o tempo é etéreo. Tempus fugit. A primeira referência temporal só se dá por volta da página 200, quando se menciona a guerra. "Mariana achava ingleses, franceses e alemães tão parecidos, por que haveriam de brigar, mas deviam ter lá suas razões." Somente ao final do livro uma tabela de datas vai esclarecer de que tempo histórico se está falando. E aí está: o tempo cronológico não tem importância.
Os achados de linguagem são tocantes. Logo à página 20, damos com esta preciosidade: "As mulheres ficaram com receio de olhar para fora e puseram os olhos no chão, Mariana, não, Mariana comeu o prazer de cada imagem." À página 58, outra: "Maria Gorda pegou-a no colo, começou a falar, tinha uma voz boa e gorda também." E à página 64: "A alegria dominou durante outra semana ainda o navio, mas foi-se diluindo em pedaços cada vez maiores de silêncio." É a voz soberana do narrador, simples, despida e precisa, fazendo um registro. Sem avaliações morais ou moralistas. O padre José que bebe cachaça, a matança cerimonial, a fornicação sem vergonhas. O livro é a pauta da vida. Desenvolve-se. Evolui, como um navio que avança pelas ondas franjadas. O livro é a vida, em seu processo, sujeitando as pessoas pela tradição, cultura, pela dinâmica própria. Um relicário da prodigiosa observação desse autor que funde ficção e memória em uma liga só, emocionante
A Casa da água foi lançado em 1969 e serviu de esteio para os outros dois livros da trilogia (O Rei de Keto e o Trono de Vidro). A análise da alma africana, e por extensão da alma humana, é preciosa, no texto de Antonio Olinto. Mas não está em fatos pitorescos ou nas anedotas. Está nos refrões, pregões, imprecações. Vejam esta frase: "Ele tinha boa cara, os lábios, grossos e fortes, formavam um sorriso lento, que demorava a se formar e demorava a se desfazer." Outra: "O pai revelou-se um homem baixo e muito gordo, a boca se esparramava como a de um sapo, ria uma risada enorme e demorada."
A trilogia do acadêmico Antonio Olinto é um compêndio sobre costumes de um povo que passou muitos anos lutando para manter a sua identidade. Assim, a pretexto de falar da alma da África, o autor fala da alma do Brasil. O fio condutor é Mariana, errante e errática, miscigenada e híbrida, suspensa entre dois mundos, como a água do mar, a água da enchente, nessa torrente de vida. Mas uma mulher firme, empreendedora, justa. Uma brasileira. A frase de Mariana, ao batizar a sua loja, comprada com o trabalho de uma vida, de Casa da água, foi esta: "É que eu comecei a ser eu depois que fiz um poço." Anos mais tarde, ela diria (página 59 de O Rei de Keto): "A coisa mais importante que fiz foi abrir um poço em Lagos quando era moça." Quanta densidade em duas frases!
Aqui e ali, a voz do autor se deixa evidenciar, numa cuidada intervenção da primeira pessoa. São apenas dois ou três verbos em cada volume, com desinência voltada para o eu. Artifícios de um habilidoso processo de construção da narrativa.
A um homem que viveu a África, como adido cultural na Nigéria, escolho a boa tradição iorubá, e termino este artigo com um oriki, como faz o autor no seu romance: ó Antonio Olinto, tu que ensinas a ver e a julgar, que estás no teu merecido lugar no cenáculo da Academia Brasileira de Letras, que escrevas muito e que teus escritos sejam recebidos com alegria pelos nossos corações, para sempre. Porque tua obra, nobre escritor, é como tu: tem a energia do trovão, a sabedoria dos nossos ancestrais e a serenidade do mar calmo.
Jornal da Letras, edição de setembro de 2007
Cada personagem, cada situação ficcional, cada emoção, cada ambigüidade e cada paradoxo da narrativa tem de se impregnar na sua mente como possibilidade humana concreta, reconhecivel na vida real -- na sua própria e na das pessoas que você conhece. Tem de se transformar num ÓRGÃO DE PERCEPÇÃO.
Só assim a leitura literária vale a pena e tem verdadeiro poder educativo. Faça isso com obras da literatura dos dois últimos séculos durante alguns anos, e depois você lerá a Bíblia com olhos mais penetrantes.
É preciso evitar, naquelas, todo tecnicismo acadêmico e, nesta, toda especulação teológica. Não "analise" o texto, apenas guarde os conteúdos na memória até que eles próprios comecem a lhe mostrar o que desejam lhe mostrar.
Análises técnicas e especulações teológicas, só muitos anos depois de ter assimilado muitos textos dessa maneira. Antes, não.
Leia tudo como se fosse narrativa de acontecimentos reais, sentindo intensamente a presença das situações, personagens, conflitos, etc. Acredite em tudo como se estivesse vendo com os próprios olhos ou vivenciando você mesmo as situações.
Real é este o seguimento de ilusões que transformo em forma narrativa que tem, por vezes, o intuito de instaurar um aparato virtual permanente entre mim e as telas.
As ideias dançam dentro de mim sem a necessidade da minha intervenção.
É lá que vivo e transmito esta dança ,sempre que posso. A minha própria Realidade.
Um passado olvidado
Este é um fato verídico e sua narrativa advém de um homem com a mente senil, dotado de imaginação obsoleta. Não há em nenhum ponto de sua memória, resquícios das lembranças de sua juventude, no entanto evidencia o total desterro de suas recordações. A narração será, naturalmente lenta e compassada, pois com o passar dos anos o indivíduo extenua e perde toda a sua inerente diligência. O estranho neste enredo é que em nenhum momento lhe faltará decoro, pois o assunto em questão é peculiar e se afeiçoa a hombridade do narrador. Ao engajar o seu início, em momento algum deve ser interrompido, pois uma abrupta intervenção fará com que os corredores de sua mente se entrelaçam, pondo em risco a retidão de suas recordações. O motivo de todo esse desvelo é para com a integridade do palestrador, pois um pequeno vislumbre em sua atenção descarrilará a locomotiva dos trilhos de suas memórias, pois ministrar o seu relato é atribuir valores ao fenômeno imêmore de um passado olvidado.
Sem ti perco minha narrativa, até as cores perdem a vivacidade... .
Meu ponto de equilíbrio começa nas notas de masculinidade que tua barba exala..
Eu sinto teu cheiro a quilômetros de distância, e mesmo de olhos fechados eu saberia quem tu és somente ao tocar tua pele..
O meu fascínio vem da sensação de que te pertenço, nunca me senti de ninguém, nunca quis ser de alguém como quero ser tua...
O tempo passa rápido na sua cruel eternidade chamada rotina, nas minhas concepções de saudade a ardência que sinto é a certeza do sentimento mais genuíno...
Quando digo da maneira mais mascarada que te amo, é porque quero gritar aos quatro cantos da terra que é você quem me faz a mulher mais feliz do mundo, não faz sentindo guardar nada dentro de mim, e então quero explodir!
Quando não digo que te amo, é porque tá doendo esse amor, tá doendo a saudade ou estou morrendo do veneno mais perigoso.
Quando não sinto saudade é porque que te sinto perto, te sinto meu... Por algum motivo eu estou consolada, e já não dói tanto assim...
Mas quando ela bate
Haa, saudade !
Ela me espanca
Me devasta
Me afasta de mim
Por querer estar perto de ti.
E minhas crônicas sem tantas delongas se fazem o fim...
"Há, em suas histórias, uma potencialidade narrativa que se manifesta sutilmente através do humor, como, por exemplo, no conto 'Stand-up no ônibus'. O egoísmo da sociedade e a insensibilidade humana são fortemente acentuados na história. Trata-se de uma crítica aos padrões atuais de beleza ou não houve essa preocupação?"
Professor Angelo Caio Mendes Corrêa Júnior entrevistando o escritor mineiro Remisson
Aniceto
PESSOAS SÃO COMO LIVROS
Uma história única
Uma narrativa incrível
Um conteúdo a ser entendido
Uma aventura a ser revelada
Um mistério escondido
Um enigma a ser decifrado
Começamos avaliando pela capa
Mas como diz o ditado:
"Nunca julgue o livro pela capa"
Portanto não cometa o erro
De olhar apenas pelas aparências
Leia com atenção
Se atente aos detalhes
Entenda o desfecho
Observe o contexto
Não seja apressado
Não despreze o vocabulário
Pois o livro se trata
Da vida de uma pessoa
Desjejum Virginal da Poesia
A metodologia de braços abertos
anota a edição narrativa do silêncio
pautando-se pelo som das ideias.
O desjejum virginal da poesia
alimenta-se dos meus dedos
e do prurido dos meus pensamentos.
O estrume das amórficas palavras
arranha o suor ébrio da memória
e aconchega-se ao sintético sonho.
A urgência de transbordar o Sol
ultrapassar os limites do Amor
para sentir o peso da inexistência.
NARRATIVA (soneto)
Ah! quem nos dera diferente ser, porvir
Inda nos perdoasse! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos mais sorrir
Ver o pôr do sol e o florir da primavera
Vivíamos com a leveza do simples sentir
E os dias eram longos e felizes cada era
Narrávamos as horas no prazer de existir:
- os beijos, os olhares, restam na quimera
E, no coração, a lembrança que implora
E em cada suspiro a saudade que palpita
E de visita o teu cheiro na difícil memória
Ah! tão sem glória ver tudo isso ir embora
O querer chora, e o amor não mais acredita
Outrora contíguo... e agora, nossa história!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/03/2020, 04’49” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Na narrativa minha verdade que morre em cada palavra...
No sentimento de cada sílabas engasgada na garganta...
Retruco o que sinto ninguém percebe que bom.
As horas são obras do acaso...
Tentando se debater no fel do ador...
Porque existo sem o amor e porquê existe...
Dentro a aspiração remonto a meados de um amor.
O que é o amor?
Diante aos pesadelos...
Me apego muito no estranho desejo.
Replico a paixão...
Uma teoria que verte na certeza que nós abala.
Utopia de outras auroras...
Enfatizo o momento propício...
A união perfeita... Juntos para sempre...
O julgo inesperado parece ser único.
Muitas felicidades, afeição
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