Cronica Escolas Gaiolas Escolas Asas Rubem Alves
“A Nação Brasileira está sendo dessangrada. Escolas caindo aos pedaços. Hospitais apodrecendo. Nosso povo morrendo de fome. Um grande esforço deve ser feito, neste momento, em prol da unidade e da salvação nacional. É hora de unir, não de desunir. Vamos nos unir, todos nós, cidadãos comuns da nossa terra, que estivemos até agora observando a História. Vamos, nós mesmos, fazer a nossa História. Vamos unir, portanto, rua com rua, bairro com bairro, cidade com cidade, estado com estado, todos falando a mesma língua, a língua de uma grande nação, próspera e rica, que será a maior nação do mundo no século XXI. É preciso mudar toda a concepção política atual, a fim de que se possa revigorar, fortalecer, engrandecer e salvar nossa Pátria.”
Enéas Ferreira Carneiro
Pai de bailarina
Na porta das escolas de dança, chegam eles um pouco tímidos, às vezes desajeitados... enrolam e desenrolam o coque com pouca habilidade... chegam com suas pequenas nos ombros, na garupa da bicicleta, de mãos dadas... talvez não sejam tão bons em colocar as sapatilhas ou vesti-las com meia-calça, mas são realmente grandes em amor e proteção...
Ser pai de bailarina é trocar o futebol pela apresentação, é se tornar motorista profissional para chegar a tempo nos incontáveis ensaios, ser pai de bailarina é ser patrocinador de uma artista com qualidades únicas... Ser pai de bailarina é dividir com sua menina todos os seus sonhos cor-de-rosa!
Somos assim. Sonhamos o voo, mas tememos as alturas. Para voar é preciso amar o vazio. Porque o voo só acontece se houver o vazio. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Os homens querem voar, mas temem o vazio. Não podem viver sem certezas. Por isso trocam o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.
Nota: Trecho da introdução do livro. O pensamento muitas vezes é atribuído erroneamente a Fiódor Dostoiévski. Acredita-se que a confusão aconteça por Rubem Alves mencionar o escritor e a obra "Os irmãos Karamazov" na introdução do livro "Religião e Repressão".
...MaisAdormecida
Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!
"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."
Mater Dolorosa
Meu Filho, dorme, dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama - o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.
Ai! borboleta, na gentil crisálida,
As asas de ouro vais além abrir.
Ai! rosa branca no matiz tão pálida,
Longe, tão longe vais de mim florir.
Meu filho, dorme Como ruge o norte
Nas folhas secas do sombrio chão!
Folha dest'alma como dar-te à sorte?
É tredo, horrível o feral tufão!
Não me maldigas... Num amor sem termo
Bebi a força de matar-te a mim
Viva eu cativa a soluçar num ermo
Filho, sê livre... Sou feliz assim...
- Ave - te espera da lufada o açoite,
- Estrela - guia-te uma luz falaz.
- Aurora minha - só te aguarda a noite,
- Pobre inocente - já maldito estás.
Perdão, meu filho... se matar-te é crime
Deus me perdoa... me perdoa já.
A fera enchente quebraria o vime...
Velem-te os anjos e te cuidem lá.
Meu filho dorme... dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.
Fecha e deixa solto
Muitos leitores mandam sugestões de tema para crônica, e nem sempre posso aproveitá-las, não porque não sejam boas, mas é preciso que eu comungue da mesma idéia, senão vira uma simples encomenda e o texto sai frio. Mas semana passada um internauta chamado Paulo me contou um papo que teve com um amigo e eu não pude desprezar o depoimento dele, até porque, além de divertido, considero o assunto de utilidade pública.
Ambos maduros, com alguns casamentos nas costas, estavam se queixando das namoradas. Não agüentavam mais a ladainha: "onde foi, onde estava, por que não ligou, não me disse que foi, de quem é esse número, liguei e não atendeu, eu vi que você olhou pra ela, a que horas você chegou, você não me convidou, por que você não atendeu, o que vamos fazer no Carnaval, você quer que eu vá ou não, assim não vou".
Ri muito quando ele reproduziu esse pout-pourri de lamentações. É bem assim. Os apaixonados costumam massacrar. Eu só acrescentaria que esse massacre não é só feminino: tem muito homem que age da mesma forma.
Mas prosseguindo. O amigo de Paulo, durante a conversa, apontou uma saída: "Elas precisam aprender com os flanelinhas".
Como?
"O flanelinha te indica um lugar pra estacionar e diz: fecha e deixa solto". Não é simples?
Eis a fórmula sugerida por eles para fazer as relações durarem mais do que três semanas: fecha (sim, um relacionamento fechado, fiel, bacana), mas deixa solto. Mantenha um espaço para respirar. Permita um mínimo de mobilidade: poder empurrar um pouquinho pra frente, um pouquinho pra trás. Possibilite uma manobra, um encaixe. Não puxe o freio de mão.
Essa crônica foi praticamente escrita pelo meu leitor Paulo, cujo sobrenome não vou revelar para que suas namoradas não se sintam expostas. Mas seja para Paulos, Marias, Anetes ou Ricardos, a regra do flanelinha deve ser seguida e regulamentada: fecha e deixa solto. Confia. Ninguém quer invadir seu relacionamento, mas é preciso que haja flexibilidade, ajuste às novas situações, enfim, tem que relaxar um pouco.
Tem quê? Bom, talvez não tenha que relaxar, se esse tipo de queixa (onde foi, com quem estava, por que não ligou) for considerado um carinho, um cuidado, parte do jogo do amor, sem causar maiores irritações. Mas, antes de iniciar um interrogatório desse tipo, sonde o terreno, veja se está agradando. Geralmente, pessoas maduras já estão com a paciência esgotada para investigações minuciosas. Desconfio até que a irritação se dá por que "onde fomos, com quem fomos e por que não ligamos" não tem nada de excitante ou misterioso: fomos almoçar com a mãe e o celular ficou sem bateria. Se estivéssemos fazendo algo realmente condenável, aí sim, justificaria uma crucificação verbal. Ao menos as respostas exercitariam nossa criatividade e cinismo.
Mas como somos todos inocentes, feche e deixe solto.
CRÔNICA: Tenho saudade de quando eu era ingênua, porque hoje vejo as coisas e não consigo ficar calada.
Quando evoluímos sofremos mais porque começamos a ver mais as coisas e entender a dinâmica de tudo. Quando de certa forma era "alienada" eu não sofria tanto com o descaso, a indiferença, o egocentrismo, e tantas outras coisas, porque não perdia tempo analisando as coisas.
As pessoas cada vez mais estão egocêntricas, achando que o mundo gira ao redor delas. Que tudo deve parar porque essa está sofrendo, ou porque quer atenção, carinho. O que vejo, é falsidade, as pessoas disputam popularidade, as pessoas disputam quem é mais amigo de quem. Pura bobagem. Engana a si mesmo.
Poderia nem perder tempo falando disso, mas o fato, é que várias pessoas tem dito o mesmo. Pensei que eu estava sendo impaciente e intolerante, e de fato de algum tempo pra cá sim, principalmente porque vamos vendo muitas coisas. Deveria levar como muitos levam na hipocrisia e sorriso amarelo. Ahhh o dia que eu conseguir ser assim, de duas uma, ou morri, ou evolui, ou me tornei a mais hipócrita de todos.
Sei que as relações humanas precisam disso, de engolir sapos, de tolerar, de ter paciência, de ceder. Sei que o mundo não vai mudar porque quero. Mas que mania feia algumas pessoas tem... Vejo pessoas ajudando pessoas, e vejo pessoas sendo mal agradecidas, se sentindo a última bolachinha do pacote, porque afinal , quer todas as atenções voltadas, e acham que não precisam e nunca irão precisar novamente, e se esquecem a acolhida, as palavras sinceras e esquecem o verdadeiro sentido da palavra amizade.
Todo mundo quando passa algum problema pensa que o seu é maior do que do vizinho. Pois bem: Você já procurou saber um pouco mais quais os problemas do vizinho só pra comparar?
Está faltando amizade, está faltando amor, consideração, respeito. O que vejo é pura falsidade de alguns. Tá certo problemas delas. Não me acho melhor do que ninguém. Meu defeito é odiar injustiça.
Então é hora de rever as atitudes, porque muitas vezes, não enxergam né. Sou muito amorosa com as pessoas, mas cansei de ser com quem não merece. Quem merece recebe espontâneo, e vamos ser realistas: Amor não é dar tapinhas nas costas não, porque até o pior idiota as pessoas aplaudem pela maioria. Claro, as pessoas são queridas também, mas amor, não são teorias, e infelismente muitos por aí ficam falando te amo amigo(a). Ama coisa nenhuma!! Larga de ser falso(a)! Só olha pra ele mesmo!!!
Ao contrário do que estão acostumados a ler de mim, semppre coisas bonitas, todos nós temos um lado assim. Somos de carne e osso, e cansa ser idiota de todo mundo. Literalmente uma palhaça. Não cobro retribuiçoes por meu trabalho voluntário, mas que pelo menos haja educação, coisa que está faltando a muita gente. Ninguém é obrigado a ter ninguém que não queira aqui. Nem eu. Alguns, exclui. E to leve! Não que descarto amizades, mas odeio hipocrisia.
Quem ama, sim, mostra. Mas se o outro não merece? Se você dá carinho demais, ahhhh amor nenhum resiste a indiferença, a descaso, a falta de respeito. O amor não é orgulhoso, nem rancoroso, mas as pessoas são. Existe uma coisa acima do amor aos outros que se chama AMOR PRÓPRIO. E quando você o possui você não aceita receber nada abaixo do que falam a você.
Enfim, é meu ponto de vista. Fiz essa nota baseado no conceito de amizades. Antigamente as pessoas eram mais sinceras, menos interesseiras, mais honestas com elas mesmo. Hoje? tudo é comércio. comércio de si. Hoje vale muito mais a pena você ser voluntário(a) em um hospital, em um asilo, ajudar quem precisa de fato, porque realmente essas pessoas necessitam de carinho. Carência, eu tenho, você tem. Mas, fica doente pra você ver! Quando você é útil ao interesse das pessoas, vc é a melhor pessoa do mundo.
Sou sonhadora, romântica, mas vamos combinar, aprendi ser realista também, e esse choque com a realidade é o que muitos estão precisando....
Ninguém tem obrigação de nada. Nem de carregar o problema do outro, nem de carregar. Mas você já parou por um minuto de olhar seus problemas e perceber a necessidade do seu irmão? Falar d Deus, de amor de vida é fácil quero ver praticar. Se já parou pra pensar, já é meio caminho andado.
Resposta ao Arnaldo sobre sua crônica: "Quem não dá assistência, abre a concorrência"
O Homem moderno
Hoje a realidade do homem moderno mudou muito. Antigamente o homem tinha paradigmas nos quais ele era obrigado a ser "O Provedor" de todas as coisas que envolviam a família. Não chorava, não demonstrava fraqueza, nem qualquer sinal de que poderia fracassar. As suas mulheres os encaravam como suporte de toda natureza, onde depositavam neles todas as fichas para o sucesso. Hoje, em consequência das dificuldades diárias e da própria mudança de mentalidade social, o homem vem se transformando, gradativamente, num ser mais humanizado e sensível, onde não cabe mais a vergonha em mostrar seus sentimentos, mesmo que isso possa parecer fraqueza. Está aprendendo a não esconder o seu "lado feminino", sem se envergonhar ou se expor a situações constrangedoras. Sente, sofre, pede carinho, ajuda nas tarefas caseiras e, nem por isso, tem deixado de ser "homem". Vem participando mais ativamente da criação e educação dos filhos, coisas que antes eram tarefas de "mulher".
Acontece que, assim como existem homens que não conseguem enxergar a evolução feminina, existem, ainda, mulheres que mantêm a visão de que o homem é o "caixa forte" (em todos os sentidos) da casa. Não. Esse tempo já era. Entramos na era da ajuda mútua, onde o homem e a mulher devem unir esforços no bem comum, lutando juntos para construir uma vida saudável e feliz, onde os dois tenham os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades.
Costumo dizer que atrás de toda conquista existe a consequência trazida por ela. Sim, a mulher hoje põe a cara a tapa, vai à luta sem medo e enfrenta os desafios de igual para igual com os homens, mas grande parte dessas mulheres "modernas" estão deixando de lado seus verdadeiros encantos, abidicando da feminilidade. Querem ser homens. E isso não é ser moderno. Ser moderno é ser polivalente, é "jogar nas onze". É correr de um lado para o outro, ora cuidando dos afazeres, ora dando atenção ao seu companheiro. Ser moderno, tanto o homem quanto a mulher, enfim, é formar uma equipe vencedora, capaz de enfrentar os desafios de mãos dadas e com a certeza de que mesmo com alguns fracassos, estarão focados no bem principal que é a felicidade recíproca. Quando todos os seres, indedpendente de ser homem ou mulher, entenderem que a vida, na verdade, conspira para a união e para o relacionamento fraterno e leal, sincero e companheiro, a felicidade tão almejada aparecerá naturalmente, sem ser necessário que homens e mulheres tentem ser o que não são, e cada um ocupe o lugar que Deus lhes deu, sem ferir e ser ferido, apenas com tolerância e dedicação, equilíbrio e... amor.
Por tudo isso e por mais alguma coisa que não escrevi, a mulher moderna não pode esquecer que existe hoje o homem moderno, e, elas mesmos andam dizendo, homem hoje no mercado é coisa rara. Não o homem antigo, fanfarrão tudo mais o que o Arnaldo escreveu aí embaixo, mas o homem leal e companheiro, trabalhador e dedicado à família. Portanto, cuidado, mulheres modernas, não esqueçam que, antes de vocês se modernizarem, os homens já eram galinhas e, agora que tem mulher sobrando no pedaço, complica!
Essa crônica diz exatamente o que sinto, muitos de vcs não sabem o quanto são importantes para mim.
Algumas vezes estamos tão ocupados, tão envolvidos com outras coisas, que nos afastamos dos nossos amigos, mas quero que saibam que sou muito feliz por ter conhecido cada um de vcs, e espero que, independente das voltas que a vida dá, sigamos sendo amigos para sempre!
"Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações."
CRÔNICA DA AMIZADE
Feliz aquele que compreende o valor da amizade.
É nela que encontra-se uma parte da vida, uma franquia da felicidade e um empréstimo, sem cobranças, de sinceridade, respeito e reciprocidade.
Feliz aquele conquista o próximo com o olhar.
De transmitir seus sentimentos em um sorriso, de apaziguar a discórdia com as palavras, de ouvir, falar e acolher com paciência e humildade.
Feliz aquele que possui um amigo.
É com ele que aprende-se o real significado da vida. Aprende-se a ser e transmitir, a conquistar e caminhar, e acima de tudo, aprende-se a sonhar.
Dignos da felicidade são aqueles que conquistam a amizade.
É encontrada na jornada da que todos percorrem. Preserve-a sob seus braços. Inestimável é seu valor.
Feliz aquele que regenera seus dias com a presença de um amigo.
Possui segurança na tormenta, conselho na incerteza, admiração na simplicidade.
E sempre, por maior que seja o tempo, conta com a presença daquele que tanto respeita e tem a honra de chamar de amigo.
Amar em segredo é como ter asas e não poder voar. (Manoel Alves Branco - Segundo Visconde de Caravelas)
Amar: Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras que te dediquei... O amor é quando a gente mora um no outro. (Mário Miranda Quintana )
Amar nada mais é do que despertar aquele a quem amamos para toda a grandeza de que são capazes. (Anônimo)
Amar não é aceitar tudo. Onde tudo é aceito, presumo que há falta de amor. (Vladimir Maiakovsky)
Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo. (Anônimo)
mar o outro é muito mais que olhar para ele... é viver para fazê-lo feliz! (Anônimo)
Amar o outro é sempre ter tempo para ele. (Anônimo)
Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido. (Marcus Vinícius da Cruz Mello Moraes)
Ame como a chuva fina que cai silenciosa, mas que faz transbordar rios. (Anônimo)
Ame seu namorado cada minuto como se fosse o último momento de sua vida ao lado dele, pois assim você terá certeza de que realmente o amou. (Anônimo)
Amem-se um ao outro, mas não façam do amor uma prisão. (Anônimo)
Amo você e a vida. Amo a vida e você. Amo você mais que a vida, pois a minha vida é você. (Anônimo)
Amo-o não muito pelo que você é, mas pelo que sou quando estou com você... (Anônimo)
Amor... Como definir? Não defina, apenas sinta. (Anônimo)
Amor de verdade nunca acaba, quando termina é porque nunca existiu. (Anônimo)
Amor é a aceitação de que entre eu e meu semelhante existem muitas e preciosas diferenças a serem respeitadas. (Anna Verônica Manter)
Amor é aceitar um ao outro pelo que são realmente. (Anônimo)
Amor é aquilo que faz a gente sorrir de felicidade. (Anônimo)
Amor é bem mais do que o luar e as rosas... É o dia a dia, é dividir, é acolher e participar... Amor é a vida que vivemos juntos. (Anônimo)
Amor é como uma apólice de seguro: sempre precisa ser renovada. (Anônimo)
Amor é dar um pouco de nós aos outros. (Anônimo)
Amor é o sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem ou de alguma coisa. (Enciclopédia Orgânica de Apoio ao Ensino Básico)
Amor é um fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer. É um andar solitário entre a gente. É nunca contentar-se de contente. É um cuidar que ganha em se perder. (Luís Vaz de Camões )
Amor é uma palavra tão pequena para expressar esse sentimento que tenho por você! (Anônimo)
Amor é ver amor nos olhos de alguém. Amor é ver um rosto iluminar-se com calor e admiração. (Violet Winspear)
Amor não é uma palavra, mas um grande sentimento. (Anônimo)
Amor... não sei se é esse o nome do sentimento que há dentro de mim e que revela-se tão sublime e incapaz de morrer. (Anônimo)
Amor: não têm definição, apenas sensação. (Anônimo)
Amor? Receios, desejos, promessas de paraíso. Depois sonhos, depois risos, depois beijos! Depois... E depois amada? Depois dores sem remédio, depois pranto, depois tédio, depois... nada! (Paulo Menotti del Picchia )
Antes de magoar um coração, vejas se não estás dentro dele. (Anônimo)
Aquele que não sabe repartir não sabe amar. (Anônimo)
Aquele que nunca amou, nunca viveu. (Anônimo)
As mais lindas palavras de amor, são ditas no silêncio de um olhar. (Juliana Silva)
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. (Lílian Tonet)
As pessoas se desacostumaram a dar amor. Esquecem que amar é uma troca. E ficam carentes pela falta da troca. (Léa Waider)
Às vezes um vento sopra, e os mistérios do Amor se revelam...(David Lynch)
Assim como as plantas, o amor precisa ser regado diariamente. (Anônimo)
Beijar é um exercício maravilhoso. Saudável, mantém a forma, fortalece a musculatura, rejuvenesce a alma e faz bem ao coração. Só tem um efeito colateral: causa dependência! (Anônimo)
Busquei no horizonte uma forma nova de ser feliz.... Nada achei! Busquei na meia-noite uma maneira suave de sonhar... Não adormeci! Busquei então, onde a razão não pode alcançar, fui dentro de mim, bem profundo e quase sem querer te descobri por entre letras mágicas e risos escondidos... te achei! (Anônimo)
Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar. (Joaquim Maria Machado de Assis)
Porque a vida é feita de uma mistura de alegrias e tristezas.
Sem as tristezas, as alegrias são máscaras vazias,
e sem as alegrias, as tristezas são abismos escuros.
É por isso que os olhos, lugar dos sorrisos,
são regados por uma fonte de lágrimas.
São as lágrimas que fazem florescer a alegria.
“...Quando tudo se aquieta,
e o tempo diz sua passagem
nas cores que se sucedem,
o rosa, o vermelho, o marrom,
o roxo, o negro...
Sabe-se então que o fim chegou.
Pôr-do-sol é metáfora poética,
e se sentimos assim é porque
sua beleza triste mora em nosso
próprio corpo.
Somos seres crepusculares..."
“As almas dos velhos e das crianças brincam no mesmo tempo. As crianças ainda sabem aquilo que os velhos esqueceram e têm de aprender de novo: que a vida é brinquedo que para nada serve, a não ser para a alegria!”
(trecho extraído do livro em PDF: Se eu pudesse viver minha vida novamente)
O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: “Se eu fosse você…” A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta”.
(em “Se Eu Fosse Você”, do livro ‘O Amor Que Ascende a Lua’. Campinas/SP: Papirus, 1999.)
Gosto de tomates. Resolvi plantar uns tomateiros lá em Pocinhas do Rio Verde (MG). Amadureceu o primeiro tomate, todo vermelho, com exceção de um pontinho preto na casca. Nem liguei para o ponto preto. Colhi o tomate e me preparei para comê-lo. Dei a primeira dentada e cuspi. O que havia dentro dele era um verme branco, grande, enrugado, gordo por haver comido toda a polpa do tomate.
Foi essa a imagem que me veio à memória quando me preparava para falar sobre o mais terrível de todos os demônios. Ninguém suspeita. Ele vai comendo por dentro as coisas boas que crescem no nosso quintal. Eu sempre digo: demônios fazem ninhos no corpo. Cada um tem sua preferência. Neste caso a que me refiro, o demônio faz seu ninho nos olhos. E ele não gosta de coisas ruins e feias. Como o verme, ele prefere os tomates. Gosta de coisas bonitas. E o resultado é que, quando uma coisa bonita que cresce no nosso quintal (note bem: o demônio só faz sua obra no nosso quintal) é tocada pelo olho onde mora o verme ela imediatamente murcha, apodrece, cai. E aí vêm as moscas.
O demônio que se aloja nos olhos se chama inveja. Inveja vem do latim invidere que, segundo o dicionário Webster, quer dizer "olhar pelos cantos dos olhos". Inveja não olha de frente. Quem olha de frente tem prazer no que vê. Quem olha de lado olha com olho mau.
Olho mau, olho gordo: muita gente tem medo desse olhar. Não precisa. O verme da inveja nunca faz nada com os tomates da horta alheia. Ele só como os tomates da horta da gente.
Explico. Fernando Pessoa diz que a inveja "dá movimento aos olhos". Olho de inveja não olha numa direção só. Lembre-se do que eu disse: que o olho onde se aninha o verme da inveja só gosta de ver coisas bonitas. Então é assim que acontece. Eu tenho um belo tomate crescendo no meu quintal. É certo que não há vermes dentro dele. Vai dar uma deliciosa salada. Mas antes, vou mostrar o meu tomate para meu vizinho... Um pouco de exibicionismo faz bem para o ego. Mas aí eu olho para o quintal do vizinho. Ele também cultiva tomates. Vejo o tomate que cresce no tomateiro dele. Lindo! Vermelhíssimo, mais bonito que o meu. É nesta hora que o verme entra no meu olho. Meus olhos se movimentam. Voltam-se para o meu tomate que era minha alegria e orgulho. Já não é mais. Vejo-o agora mirrado, pequeno murcho. E ele corresponde: apodrece repentinamente e cai... Perdi o prazer da minha salada.
Esse movimento dos olhos é a maldição da comparação. Quando eu comparo o meu 'bom-bom-mesmo-mais-que-suficiente-para-me-fazer-feliz" com o "bom" maior do outro, fico infeliz. E o que antes me dava felicidade passa a me dar infelicidade. Com a comparação tem início a infelicidade humana. Isso acontece com tudo. Comparo minha casa, meu carro, minhas roupas, meu corpo, minha inteligência e até mesmo meu filho.
Frequentemente os filhos são vítimas no jogo de inveja dos seus pais. Aquele meu filho, que é a minha alegria, delícia de criança, com um jeitinho só dele e que me encanta... Mas o filho do vizinho tira notas mais altas que o meu, é campeão de natação, é mais forte, mais alto e não é gordinho... Então, meu olho se movimenta e o verme se aninha. E se dá o mesmo com meu tomate: apodrece.
* Rubem Alves é escritor, educador e psicanalista. Texto extraído da Revista Psique, maio de 2009
Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.
Rubem Alves, para a Folha, em 2003
[...] SOBRE A VELHICE: Por oposição aos gerontologistas, que
analisam a velhice como um processo biológico, eu estou interessado
na velhice como um acontecimento estético. A velhice tem
a sua beleza, que é a beleza do crepúsculo. A juventude eterna,
que é o padrão estético dominante em nossa sociedade, pertence
à estética das manhãs. As manhãs têm uma beleza única, que lhes
é própria. Mas o crepúsculo tem um outro tipo de beleza, totalmente
diferente da beleza das manhãs. A beleza do crepúsculo é
tranquila, silenciosa – talvez solitária. No crepúsculo tomamos
consciência do tempo. Nas manhãs o céu é como um mar azul,
imóvel. No crepúsculo as cores se põem em movimento: o azul
vira verde, o verde vira amarelo, o amarelo vira abóbora, o abóbora
vira vermelho, o vermelho vira roxo – tudo rapidamente. Ao
sentir a passagem do tempo nos apercebemos que é preciso viver o
momento intensamente. Tempus fugit – o tempo foge – portanto,
carpe diem – colha o dia. No crepúsculo sabemos que a noite está
chegando. Na velhice sabemos que a morte está chegando. E isso
nos torna mais sábios e nos faz degustar cada momento como
uma alegria única. Quem sabe que está vivendo a despedida olha
para a vida com olhos mais ternos...
“As Palavras são entidades mágicas, potências feiticeiras, poderes bruxos que despertam os mundos que jazem dentro dos nossos corpos, num estado de hibernação, como sonhos. Nossos corpos são feitos de palavras”...
( na crônica 'Lagartas e borboletas', do livro "A alegria de ensinar". São Paulo: Ars Poética, 1994, p. 52.)
O FOGO QUE NOS TRANSFORMA
Como o milho duro, que vira pipoca macia, só mudamos para melhor quando passamos pelo fogo: as provações da vida.
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens, para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, mas que, pelo poder do fogo, podemos, repentinamente, voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. O milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser milho de pipoca. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
O fogo é quando a vida nos lança em uma situação que nunca imaginamos. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso dos remédios que apagam o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro, ficando cada vez mais quente, pense que a sua hora chegou: “vou morrer”.
De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Mas subitamente, a transformação acontece: pum! - e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Mas existem pessoas PIRUÁS que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida, perdê-la-á." - A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás, que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...