Cronica Escolas Gaiolas Escolas Asas Rubem Alves

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⁠A MENINA E O CACHORRO
Crônica em versos

Uma criança brinca com um cachorro
no meio da praça.
Na praça do Patriarca,
foi lá que eu vi.
Entre cinco e seis anos de idade,
tinha a criança.
Igualmente jovem era o animal.

A garota abraça, beija,
se desmancha em carinhos...
O cachorro retribui lambendo animado
o rosto da menina.
Os dois caem,
rolam no chão.
A menina ora por cima do cão,
ora por baixo.

Alguns pedestres param,
observam, riem, tiram fotos,
maravilhados com a beleza da cena.
Outros, apressados,
submersos em seus problemas,
incapazes de enxergar o mundo a sua volta,
passam sem nada perceber.

Uma mulher se aproxima,
Afaga a cabeça do cachorro.
A menina se levanta,
fica de pé, imóvel, séria.
Em sua seriedade,
o esboço de um sorriso enigmático,
quase imperceptível,
me fez lembrar Mona Lisa.

Com o olhar fixo na mulher
acariciando o pequeno animal,
a menina parecia esperar sua vez
de também receber carinho.
A mulher, no entanto, se levanta,
faz um último carinho no cão, arruma a blusa,
ignora a criança e vai embora,
diluindo o sorriso de Mona Lisa da menina,
que a acompanha com o olhar desapontado.

Eu, que a tudo assistia, pensei:
"Eh! Infelizmente é assim que nós estamos agora!

Inserida por silviocaetano

⁠Muitas pessoas se questionam: E eu sei escrever uma crônica? Isso é tão difícil!
Nem sei sobre o que falar, não tenho inspiração.
Ah, sei!
Vamos lá!
Você já fez alguma mensagem para seu namorado se desculpando por algo, mostrando-se arrependido? Já fez alguma mensagem de aniversário bem emocionante para sua mãe, com uma linda reflexão?
Já viu aquela cena na rua que te deixou indignado? Que injustiça!
Já observou alguém se despedindo da pessoa amada?
Já observou suas lutas diárias, sua força de vontade, seus medos ou, até mesmo, em algum momento, sua vontade de desistir?! Ou melhor, a nossa!
Já observou que essa vontade passa, as tempestades cessam e depois vem a bonança?
E que muitos dos nossos "eu não sei fazer isso"; "Isso é difícil" acontece pela falta de uma antítese. Ouse trocar o não pelo sim, o difícil pelo fácil. Ou ainda, fazer valer a metáfora "abra a porta do seu coração e mantenha-se firme a ela, Se os ventos chegarem, resista! Isso fará a diferença e verá que sua perseverança te levará longe".
E olha que coisa perigosa. Acabo de fazer a crônica, só para mostrar que cronicar é como vivenciar fatos do cotidiano, colocando-os no papel, fazendo rir ou chorar, com o poder do linguajar.

2 Crônica 7:14,15
Se esse meu povo.
Que se chama pelo meu nome.
O Senhor Altíssimo, do milagre e fenômeno.
Que inclina se ao que se humilha.
Do céu derrama maravilhas.
Sara, cura, restaura e edifica.
A rocha concreta.
O coração de Cristo.
O segredo, a alma secreta.
É que o Senhor.
Que realmente fez, faz, fará.
Excede o entendimento, frustra as artimanhas de obra má.
O engano, a ciência rebelde.
Engenharia de manipulação.
Escravidão.
Usurpa, sangra a Terra.
Mancha nação.
É que Deus é bom, perfeito e agradável.
Do céu recebe o clamor.
Limpa as chagas do pecado.
Grato somos.
Brasil de um sonho intenso.
Raio vívido.
Uma vez aflito.
Contudo, esperançoso.
És nosso Cristo, vivo alívio.
Giovane Silva Santos

Inserida por giovanesilvasantos1

Nossa Biblia.

Nós somos a Bíblia que o mundo vê!
Podemos ser um texto dramático ou uma crônica com uma mensagem feliz.
Podemos ser um poema de romance ou uma piada de momento que fazem os outros sorrir.
Podemos ser uma música para a vida,
Podemos ser uma receita de valor.
Podemos ser um conto elegante,
Podemos ser uma história de amor.
A forma como vc quer ser interpretado, depende do que vc vai escrever!!!

Inserida por RoseMary

⁠Crônica dos Desiludidos

Os desiludidos do amor
Estão desfechando ilusões no peito
Do meu quarto, escondido, ouço a paixões
Os amados torcem-se de gozo
Oh, quanta matéria para os jornais

Desiludidos mas apaixonados
Escrevam cartas de amor
Tomaram todas as emoções
Para o remorso dos amados

Pum pum pum adeus, emocionado
Eu vou, tu ficas, mas nós veremos
Seja no claro céu ou turvo inferno

Os jornalistas estão fazendo a matéria
Dos desiludidos que se mataram
Que grande emoções eles tinham
Poemas, sob o seu diário e cartas de amor cheia de dor
E uma história cheia de intensidade

Agora, vamos para o jornal local
Levar as matérias dos desiludidos
Lidas com emoções e sentimentos
(Histórias de primeira e de segunda classe)

Inserida por usually

Crônica de quem não tem nada para falar

⁠Eis me aqui, em meio aos pensadores e sem pensamentos para oferecer.
Será que conseguirei atiçar a curiosidade de alguém que virá até aqui e se debruçará sobre estas mal-traçadas linhas?? Será que tenho algo a dizer??

Pensando bem, acho que todo mundo tem algo a dizer. Por outro lado, nem tudo que pode ser dito é algo que deva ser manifestado.

Supondo, então, que tenho algo a dizer e que posso dizer esse algo, como dizer?? Basta eu jogar palavras sobre a tela do computador?? Já ouvi falar que o papel aceita tudo, então a tela deve aceitar também...

Mas não... Se eu começar a banalizar minha escrita, em que ela diferirá de qualquer redação do primeiro grau?? Talvez eu até esteja sendo presunçoso, afinal de contas quem me garante que o que eu escrevo é melhor que uma boa redação do primeiro grau?? Não devo ser mesmo o melhor juiz para essa análise.

Tenho então de deixar aqui uma mensagem, algo que faça as pessoas pararem e pensarem, algo que as toque no mais íntimo de seu ser.

Mas, tenho eu acesso a esse conhecimento iluminado?? Há algo que eu possa dizer que já não tenha sido dito de todas as formas possíveis??

Terei de me conformar em reciclar velhos pensamentos, enfeitando-os aqui e ali com algum recurso de linguagem, tentando dar a eles uma nova forma, mais atrativa, mais cativante.

Mas sou eu quem vai fazer isso?? Logo eu ??!!

Eu sou tão pouco afeito ao uso de figuras de linguagem que só consigo imaginar um resultado pobre e pouco inspirador de qualquer coisa que saia da minha pena. E o que sair, infelizmente, dará pena.

Então, meu caro leitor, que me aturou até aqui e que esperava de mim, ao final, uma mensagem ou pensamento inspirador, só tenho a te dizer nesse momento um conselho que ouvi de minha amada mãe : "se vc não tem nada para falar, é melhor ficar calado".

E falei demais...

Inserida por Gsmlobo

⁠MENESTREL DA MADRUGADA (03:50) - 07 nov., 2021.

Na angústia crônica e imperativa de uma madrugada pandêmica, eis que já a declaro minha companhia. Ainda que eu a despreze, a ansiedade com ela gerada é como um abraço envolvente que seduz e acaricia.
O silêncio sussurra em meus ouvidos, que me gela a espinha. Tomado pelo chamado da reflexão, decido então sentar à frente do computador.
Começo a navegar por um mar revolto de palavras e ideias, e em poucos minutos, com a vista turva, já não vejo mais o cais.

Conforme escreve o filósofo francês, Edgar Morin, “a chegada do imprevisto era previsível”. Sabíamos que o momento ímpar, de singularidade, aconteceria, mas encará-lo nos coloca no jogo da seleção natural. Descrever tal momento é uma epopeia, pois entre os acontecimentos grandiosos da nossa vida ordinária, nós somos os próprios heróis.
O tempo não para. E ele é selvagem!

No vagar de uma possível escrita, pausas reflexivas dão voz às batidas do pequeno relógio num cômodo ao lado. Penso em como viver se tornou desafiador. E, com isso, espero que as próximas gerações saibam reconhecer e interpretar os sinais de um novo tempo que requer renovo.
Ao vasculhar o baú dos sentidos, qual(is) é(são) a(as) âncora(s) que nos mantém firmes neste plano transitório?

Viver dói. Mas viver feliz, aí sim dói mais.
Penso, ainda, que nossos jovens precisam ser fortes, pois lidar com a liberdade de ser diante de um mundo em deterioração é muito mais sufocante que viver em tempos de pandemias sociais.
A máscara que utilizamos, de fato não nos define. Elas escondem táticas de sobrevivência e artimanhas arbitrárias. Talvez isso faça parte dos atributos daqueles que prosperarão.

Já com o cantar dos pássaros (05:22), o sol tímido começa a riscar os céus, trazendo luz não só para os campos e para a cidade, mas também para os meus pensamentos. É um presságio de esperançar, de que as trevas vão passar, e mesmo na incompatibilidade com o alumiar, ambos têm seu espaço e seu momento em nossas vidas.

Inserida por correathb

⁠CRÔNICA DO CAFÉ

Cliente I: café, por favor.
Atendente: puro ou com leite?
Cliente I: puro.
Atendente: com açúcar ou adoçante?
Cliente I: açúcar.
Atendente: eis o café.
Cliente I: obrigado.

Cliente II: café, por favor.
Atendente: puro ou com leite?
Cliente II: não posso tomar leite, tenho intolerância à lactose. É uma deficiência de uma enzima no organismo, chamada lactase. Dia desses, bebi um copo de leite, tive cólica abdominal e diarreia. Foi horrível! Você não sofre disso?
Atendente: não, senhor.
Cliente II: agradeça todos os dias.
Atendente: eis o café... puro!
Cliente II: não vai perguntar se quero com açúcar ou adoçante?
Atendente: deveria, mas estou com receio de o senhor sofrer de diabetes e dar outra aula.

Inserida por RomuloBourbon

⁠CRÔNICA DO BEBUM

O motorista é parado na blitz da Lei Seca.

Policial: "Boa noite, vamos fazer o teste do bafômetro?"
Motorista: "Não precisa".
Policial: "O que disse?"
Motorista: "Já confesso que bebi um litro de cachaça".
Policial: "Nesse caso, iremos conduzi-lo à Delegacia".
Motorista: "É o que quero".
Policial: "Pode se explicar?"
Motorista: "Flagrei minha mulher com outro".
Policial: "Caramba".
Motorista: "Recebi a notícia da morte de meu pai".
Policial: "Meus pêsames".
Motorista: "Meu filho foi preso por tráfico de drogas".
Policial: "E esse carrão"?
Motorista: "Emprestado do agiota para quem estou devendo uma grana".

O policial anota numa folha de papel e a entrega ao pobre infeliz.

Motorista: "O que é isso? É o endereço da Delegacia?"
Policial: "É da rezadeira".

Inserida por RomuloBourbon

⁠CRÔNICA DA GULA

No restaurante, com o cardápio em mãos.

Cliente: "Picanha."
Garçom: "Bem passada?"
Cliente: "Mal passada e com capa de gordura."
Garçom: "Incluo batatas fritas?"
Cliente: "Sim, com ketchup."
Garçom: "Adiciono o combo de bacon?"
Cliente: "Sim, e coloca salames também."

Depois do farto almoço, o cliente pede o cafezinho de sempre.

Garçom: "Açúcar no sachê?"
Cliente: "Tem adoçante?"
Garçom: "Só dietético."
Cliente: "É bom para meu regime."

Inserida por RomuloBourbon

⁠CRÔNICA DO ESCRITOR

Um escritor e sua esposa discutem a relação.

Esposa: "Você não tem mais tempo para nós."
Escritor: "Como assim?"
Esposa: "Você só escreve!"
Escritor: "Não seja injusta."
Esposa: "Então me diz o que está fazendo agora?"

Vendo o lápis e o papel nas mãos, o escritor os larga e começam a namorar. O clima vai esquentando...

Esposa: "É tão sublime essa troca que poderia ser eterna."

Então, o escritor interrompe o ato e pega o lápis e o papel novamente.

Escritor: "Espera. Vou anotar isso."

Inserida por RomuloBourbon

⁠CRÔNICA DO INDECISO

Dois amigos solteiros estão há horas na balada.

Amigo: "Conheceu alguém?"
Indeciso: "Vi aquela loira."
Amigo: "Falou com ela?"
Indeciso: "Tem a morena também..."
Amigo: "Deixa eu adivinhar... você está na dúvida."
Indeciso: "Posso tentar no cara ou coroa."
Amigo: "A festa está acabando... vai logo falar com uma delas!"

A loira e morena conhecem outros caras.

Indeciso: "Caramba."
Amigo: "Aceita uma bebida como consolo?"
Indeciso: "Claro".
Amigo: "Cerveja ou uísque?"
Indeciso: "Deixa eu pensar..."

O bar fecha e o indeciso volta pra casa sem paquerar e sem tomar nenhuma bebida. Com fome, abre a porta da geladeira, suspira, e pensa: "torta de maçã ou de ameixa?"

Inserida por RomuloBourbon

⁠CRÔNICA DO HIPOCONDRÍACO

Eduardo teve uma leve dor de cabeça naquela manhã de sábado. Correu até a caixa de remédios, tomou um analgésico, e pensou:

- "só pra garantir".

Após o almoço, foi cochilar, mas se sentiu um pouco esquentado. Correu até a caixa de remédios, tomou um antitérmico, e pensou:

- "só pra garantir".

À tarde, vendo Tv, tossiu por um momento. Correu até a caixa de remédios, tomou um xarope antitussígeno, e pensou:

- "só pra garantir".

À noite, foi se arrumar para um encontro com uma garota que conhecera num aplicativo de paquera. Correu até a caixa de remédios, tomou um viagra, e pensou:

- "só pra garantir".

Inserida por RomuloBourbon

⁠CRÔNICA DO CURIOSO

Um homem discute pelo telefone celular em voz alta no ônibus.

- "Eu não fiz nada demais...Ela é uma amiga! Já falei mil vezes... Quê? E vou dormir onde?"

Um rapaz ao lado no ônibus pede licença.

- "Oi, você poderia colocar seu fone no viva-voz?"

- "Ué, por quê?"

- Porque estou curioso para ouvir o outro lado.

Inserida por RomuloBourbon

⁠UMA DOSE
(Crônica)

Deprê, Joana vai ao bar.

- "Vou querer uma dose."

- "De quê, senhorita?"

- "Esperança."

- "Desculpe, não temos essa bebida."

- "Que absurdo!"

- "Só temos uísque e vodca."

- "Esse bar é uma droga!"

- "Ainda vai querer sua dose?"

- "Sim."

- "De quê, senhorita?"

- "Dias Melhores."

Inserida por RomuloBourbon

⁠CRÔNICA DO PRETENDENTE

Júnior estava muito interessado em Leandra, então a convidou para jantar.

Ela inicia a conversa:

- "Me fala sobre você."
- "Sou empresário do ramo de confecções."
- "O que curte fazer?"
- "Curto ganhar grana. De pró-labore, recebo uns cem mil por mês."
- "Perguntei se tem hobby."
- "Adoro ver as finanças."

Desinteressada, Leandra chama o garçom para pedir a conta.

- "Ah, adoro cozinhar, gosto de ir ao cinema, faço massagem e amo presentear com flores" - arremata Júnior.

O garçom chega e Leandra já emenda:

- "Por favor, traga um vinho pra mim e pra meu namorado."

Inserida por RomuloBourbon

⁠⁠Crônica pequena
"A VIDA, O MAIOR ESCÂNDALO NA HISTÓRIA HUMANA"

⁠Era 2023, quando estávamos no verão de outubro á dezembro. A cidade parecia desabitada...Preservar a vida era a nossa maior preocupação, e o barulho inquietante nos causou desconforto, pois conceituados políticos viviam com um sentimento de apreensão.

Inserida por Bissueque

MALUCO SENSATO (Crônica)


Diz o provérbio popular, cada doido com sua mania, sobre ele, grande parte dos atores sociais constroem uma prenoção sobre a configuração daqueles sujeitos que por uma construção social expõe lampejos de uma suposta "loucura".
Me aproprio dessa representação no intuito de refuta-la. Pois bem, vamos aos fatos. Na rua onde resido todas as manhãs tenho registrado a presença de um sujeito conhecido por "Ciço doido ou cabo Ciço", que passa logo cedinho para o centro da cidade, em ato continuo, retorna ao meio dia.
Na minha dedução aquele comportamento é peculiar de qualquer indivíduo em ritmo de trabalho.
Porém nos últimos dias tenho observado que ao voltar de seu passeio matinal aquele sujeito apresenta um comportamento alheio ao que se denota pela manhã quando volta visivelmente embriagado e, proferindo palavras não condizentes à sua aparente realidade tais como: "É pra matar ou pra morrer". Em voz alta e bom tom entre outros... Assustando transeuntes, moradores e crianças que subjetivam aquela suposta "loucura" como sendo um perigo iminente.
Não obstante, em outro momento encontrei-o a chorar e, contrito em seu íntimo - Percebia-se.
Aquilo me desperta curiosidade em desvelar sua aflição, ou quiçá, sua "loucura". No entanto me deparava a um grande obstáculo que seria como aborda-lo de maneira a não ferir seus sentimentos, sejam eles quais forem.
E para minha sorte ou felicidade, nesta manhã ele ao me ver de fronte à minha casa parou e fitou-me o olhar com profundidade e um aterrorizante silêncio. Aquilo me assustou é fato!
Todavia me facultou o poder indaga-lo. E assim o fiz. Olá Ciço tudo bem? Sobre o mesmo silêncio ele caminha até minha pessoa cabisbaixo, e ao erguer a cabeça me pede algo para comer, de pronto, peguei alguns pães, bananas e uma xícara de café, convidei-lhe para entrar, e ainda emudecido sentou-se à calçada rapidamente comeu e saiu.
Concomitantemente, diante de peculiar comportamento, confesso, só me fez substanciar minha curiosidade em saber porque aquele indivíduo apresentava comportamento arredio, de tamanho sofrimento e, porque era entendido como doido.
Dias depois resolvi segui-lo até sua residência que não ficava tão distante, ao vê-lo entrar logo percebi que não havia trancas na sua porta e logo se ouvia seus gritos de revolta e alguns palavrões, em seguida clamava pelo filho enquanto chorava copiosamente.
Fiquei estarrecido com aquela cena e resolvi procurar a vizinhança que logo disseram: Ah. Isso é assim todos os dias! Já estamos acostumados, é porque depois que a mulher deixou ele, ele saiu do emprego, o filho se envolveu com drogas e está preso.
Por conseguinte, descobri que ele gostava de frequentar a barraca do Elói que fica de fronte ao estádio de futebol aqui em Esperança-PB onde ele ia todos os dias quando passava pela minha casa.
Diz-se de um lugar pitoresco ou um pequeno comercio onde os viciados em drogas licitas ou não (excluídos), se encontram para se socializarem e só ali ele se encontra enquanto ser. Segundo o próprio.
Moral da história - A loucura e seus loucos, nada mais é que uma construção social objetivada por aqueles indivíduos cujo sentimento é segregar àqueles que não apresentam à sociedade um padrão de comportamento condizente com suas aspirações, e que se apresentam como exóticos, estranhos, esquisitos.
Seja do ponto de vista da moradia, indumentária, físico ou intelectual. A fim de demarcar sobre essas minorias uma relação de poder subjetivamente repressora e dominante.
Sei que o papo está um tanto quanto depressivo. Vou colocar um ponto por aqui. Aproveitando para me encontrar com meu também louco sensato e degustarmos um cafezinho sociológico diga-se de passagem sem açucares.

Inserida por NICOLAVITAL

⁠⁠CRÔNICA AO COTIDIANO:
Há momentos que pensamos em um só instante Pluft... Jogar tudo para o alto e desaparecer... Evaporar em brumas e só!
Você ainda não se sentiu assim? Como se estivesse dentro de um quarto fechado sem entrada nem saído? Como uma roupa justa, justíssima, sob sol a pino. Feito uma gravata sufocando-lhe a respiração?
Quiçá o sapato mutilando seu quinto dedo.
É certo dizer que assim nosso mundo desaba sobre nossas cabeças deixando transparecer não ter fim todo esse sofrimento que sucumbe nosso bom humor em um contexto que propõe empatia.
Ah! Você não se liga? Ou nunca vivenciou?
Certamente és o pensamento de que as estações são mutáveis. De maneira seleta e glamurosa. Ah! Como é assustador esse nosso momento de ausência.
Ora! Quem nunca viveu esse tédio e suas maluquices em seu cotidiano de outrora?
Então, mirem-se nas Marias/Marias – Fateiras do nosso sobrevivente Araçagi que nas tardes de sexta-feira cantarolavam em suas margens enquanto lavavam seus “fatos” vendidos no dia seguinte na feira livre da “Esperança”.
Tais quais as lavandeiras do romântico Tejo, do imortal poeta português Fernando Pessoa que também foram vítimas dessa famigerada pantera austera.
Não obstante, só depois de crescidos convivemos com esse mal.
Todavia, só há um lenitivo para a cura desse Mal Agouro que assola a humanidade. Renascer... Deveras renascer.
Será? Ou quem sabe se espelhar nas Marias/Marias do Araçagi ou nas lavandeiras do Téjo que além de lavarem seus “Fatos”, deixavam fluir naquelas águas correntes seus tédios para aflorar a vida.

Inserida por NICOLAVITAL


CRÔNICA, PAIXÃO PELA ESCRITA.
Escrever é um exercício de amor ou quase santidade. E, como os apaixonados nossas criações faz despertar o egocentrismo intrínseco ao ser.
Todos os textos que escrevo, sempre imagino que as pessoas assim como eu, também vão gostar e admirar. E no intuito de mensurar essa ideia, eu quase sempre peço a opinião dos meus próximos que na maioria das vezes, minimiza com a deprimente frase.
- Eh! Mais ou menos. [Com uma discreta torcida no nariz]. Claro, ninguém é obrigado a gosta do que eu gosto ou faço.
Mas não é de se negar que diante de tamanha afirmativa, não role certo desanimo. ai a gente coloca aquele textinho de molho em um “balde de água fria” Mas como toda mãe e todo pai nunca vai aceitar que seu filho seja feio ou imprestável. Logo o abraçamos oferecendo-lhe o calor do sentimento.
- E ai, fazemos novas leituras, colocamos a quarar no anil.
- E outras e outras leituras, para podermos expô-lo Como diria Graciliano Ramos.
- E só após, postamos para o veredito social.
- Transbordando-nos de curiosidade para saber qual vai ser a aceitação daquela obra.
- Nos tornando uma capsula de ansiedade e esperança.
E ante uma diversidade de opiniões, eis que surge uma alma que se reconhece ali naquele texto, e se declara admirador do autor, mesmo sem nunca tê-lo visto. Talvez fosse um gesto saudosista ou um instante de ínfima lucidez.
- Mas no cotidiano do autor é inexoravelmente o êxtase.
- O condimento para seguir sua caminhada com esmero e carinho.
E então se conclui que o ato da escrita é quase um sentimento de santidade. É como fazer Hamlet lá 1956, com câmeras pesadíssimas sem VT, sem cores, sem nada. Só paixão e raça.
E somente por amor verdadeiro nos propomos a escrever em uma nação em que não se prima pela leitura crítica e pensante.

Inserida por NICOLAVITAL