Criança Doce
Minha doce insônia
Minha doce inimiga
Minha amarga companheira
Minha odiada amiga
Como sempre uma fiel escudeira
Quisera eu amarrar-te
Trancar-te num porão
Amordaçar-te por lá
Para você jamais voltar
Você está me envelhecendo
Tirando-me meu sossego
Por meio de ti ouço
Ouço um estrondoso desassossego
Já tentei acalmar-te
Dando-te um cala-boca
Mas para você não tem jeito
Você volta e tira minhas forças
Mas sabes principalmente, com uma certa misericórdia doce por ti, por todos, que tudo passará um dia, quem sabe tão de repente quanto veio, ou lentamente, não importa. Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva.
tudo novo de novo
O choro secou. Um outono doce impera com seu aconchego de amor e lucidez, suaves. E esse abraço aveludado que chegou repentinamente, num calorzinho de cuidados e curas. Não restam mais feridas. A dor perdeu seu lugar na minha rotina e foi procurar outros rumos. Tenho novos sonhos e um sono novo e profundo. Suavemente tudo mudou de ritmo e celebrei o tempo de cada novo passo. A princípio tive tanta ansiedade, porque tudo parecia um turbilhão, mas de que adianta tentar pular aprendizados? Se é de poesia que o poeta precisa, vamos a ela e não mais à repetição de uma melancolia eterna e bem aprimorada. Chuva e sol, calor e frio: eis o equilíbrio da vida. Se eu nasci com o sorriso mais largo do mundo, não vou entristecer o meu olhar nem anestesiar minha alegria. O choro secou. Já era tempo de prestar mais atenção em outras cores, promover como prediletas outras flores e entrar no mar sem medo, furando a onda com respeito e repetindo a cena com entrega e confiança. Nada ficou fragmentado. Saí inteira e o amor em mim transborda: pele aceitando carícia, olhar brilhando com a menor das delícias. O toque é novo e a respiração tranqüila. Às vezes ainda ofego um pouco, mas quem disse que artista nasceu para sentir pouco? Importante agora é que o choro secou. Antes o meu pranto era cego. Tive que olhar longamente no espelho pra saber o que ainda poderia resgatar de mim. Não quis nada do que restou, quis o meu sorriso novo, minhas portas abertas e a vontade de saltar novamente no desconhecido. E hoje eu só choro se for de alegria.
Assim como você
Nem tão fria, nem tão doce. Meio-termo.
O previsível e o inesperado. A possibilidade.
Sou sorriso por nada e lágrima no fim.
Sou sonhos pensados e objetivos advindos do sonhado. Certezas e dúvidas, mas convicções.
Sou carinho. Sou apoio, mas não sei perdoar.
Sou lealdade. Sou sinceridade, mas sei como interpretar.
Sou a gota d'agua. Amiga fiel e inimiga declarada.
Sou equilibrada. Sou a repreensão. Sou descontrolada. Sou a consolação.
Sou a dona da verdade que nem sempre tem razão.
Sou orgulho. Sou vaidade. Sou cinismo.
Sou realismo exagerado e universo paralelo. Sou o pé no chão e a realidade inventada.
Sou prolixa. Sou direta. Sou adaptável e inflexível.
Sou ironia. Sou hipérbole e eufemismo. Sou paradoxo.
Sou insanidade e sensatez. Indignação e indiferença. Passividade e obstinação. Sou ponto final. Sou interrogação.
Sou as entrelinhas. Sou a contramão.
Sou única e apenas mais uma em meio a multidão.
Sou intensa, exagerada, atrevida, curiosa, doce, ácida, livre, solta, tenho milhões de reticências, gosto de pessoas não-acabadas e não quero ser rotulada.
Garota! Não, mulher guerreira.
Linda e inteligente, sabe ser atraente.
Com seu jeito doce e encantador.
Sabe como conquistar o amor.
Batalha pela vida.
Sem se importar com as feridas.
Que em seu coração ficou.
Me curvo diante dessa mulher.
A qual minha admiração ganhou.
É com todo carinho e respeito que te digo: um grande amigo você ganhou.
Sou...
Sou minha, sou tua, de quem quizer.
Sou levada menina, sou doce mulher.
Sou emoção, razão, força, fraqueza.
Sou companhia, solidão, rizo, dor.
Mas seja o que for e quando for...
Serei sempre amor. Teu amor.
Meu amor é a brisa da tarde tocando sua pele
A gentil, doce canção deixada pelo vento
O sussurro que fala depois de você a noite
E beijos na sua orelha no começo da luz do luar
E você não precisa imaginar, você está fazendo bem
Meu amor, o prazer é meu
Linda és tu.
És linda e doce, amorosa e triste.
Tens tudo que não presta.
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