Crepúsculo
Ao final de cada dia, me indago, pra saber se fui Humano de fato com a chegada do crepúsculo.
Pondero prós, e contras!
E percebo!
Deixei algo incompleto, por fazer amanhã.
Quisera roubar um pedaço do crepúsculo e assim tocar o infinito, pois ele sempre existiu e existirá. Sigo então à procura desse âmbar intocável em mais uma tarde que esmorece em direção à noite. Nesses momentos sou uma sombra, perco-me e preciso cantar para saber por onde anda meu coração, pois ao crepúsculo de cada dia - mais um pedaço se vai. Sou finita, jamais saberei as verdades todas. Quem toca-me é a mão de veludo desse entardecer. Junto a ele faço uma prece, agradecendo mais um dia, mesmo que não tenha sido tão bom, mesmo que a esperança tenha vacilado ou que a saudade tenha dado o ar da graça dentro do coração, mas este é forte e tem lugar para muito mais ainda.
A competição entre a juventude irá durar tanto tempo, até que o crepúsculo desperte neles a visão de cada um seguir os seus próprios ideias e transformar a inveja em inspiração. By dr. *RAJM*
Não é escuridão, nem luz.
É o crepúsculo.
E o crepúsculo é maior que a escuridão e mais nobre que a luz, porque não ofende a vida.
O Duelo do Crepúsculo
Quando a luz e as estrevas se acercam, eis que o firmamento estremece.
No alto dos céus, onde o dia já não reina e a noite ainda não impõe o seu domínio,
Ergue-se o véu onde o sol e a sombra travam combate sagrado.
De um lado, o brilho ardente, como espada incandescente,
Que rasga as trevas e fere o abismo.
Do outro, a noite, senhora do silêncio,
Que se insinua como névoa, envolvendo tudo em seu mistério.
Nasce então a hora onde o mundo se curva,
Quando o tempo suspira e cessa a sua marcha,
E a luz, altiva, enfrenta o olhar profundo da escuridão.
Não há temor entre os dois, mas respeito e destreza,
Como antigos rivais que, na mesma arena, medem forças.
O fulgor do sol tremeluz na fronte da treva,
E as estrevas, de manto pesado, contêm o seu avanço.
Naquele instante, em que a luz se embate com o negro firmamento,
O cosmos retém o fôlego, e cada estrela cessa o seu brilhar.
É o momento da verdade — o instante em que o claro e o escuro
Partilham o trono do infinito, onde nem a aurora reina,
Nem a noite absoluta prevalece.
Eis o prodígio de forças iguais que se entrelaçam,
Pois quando a luz e as estrevas se unem,
É nesse duelo que se gera o equilíbrio do mundo.
Lisboa, 15 de Outubro de 2024
Você é o crepúsculo da minha vida,
Um arco-íris que surge ao entardecer,
Nas horas de alegria, sua luz convida,
E nos momentos tristes, eu a quero ter.
Lágrimas que caem, como a lua cheia,
Misturam-se ao céu, num quadro sutil,
Teus olhos refletem a paz que semeia,
Nos braços de Deus, eu encontro o meu fio.
Entre risos e dores, a dança se faz,
A melodia suave da vida em timbres,
Teu amor é meu porto, a voz que traz paz.
E quando a tormenta em meu peito se imprime,
Com cada amanhecer, novo horizonte,
Tu és a esperança que nunca se esconde.
A Poesia do Pôr do Sol
No fim da tarde esse sol me paralisa,
para vê-lo como crepúsculo, não consigo parar
de observá-lo.
Por alguns instantes…
Bem no final do dia, com seu pôr a observar.
Vendo o céu se colorir, vê-lo atrás dos montes
se deitar, quando seus raios fracos, quase na noite,
vem o meu acalento da paz.
Me sustenta com claridades mais coloridas no céu, até que surge uma estrela na escuridão.
Essa luz da estrela que brilha, que me ilumina
os meus dias de todos os dias… como se fosse o último suspiro. Que vida!
O sol partiu, mas voltará amanhã, porque o espetáculo da vida sempre resplandecerá…
E o amanhã vem o novo respiro, vem o sol anunciando o renovo e o agradecimento pela vida.
Obrigada, Sol! Por esses dias que sempre me iluminam nos meus caminhos.
Uma visão inspiradora!
"No mundo da regeneração, seremos a luz que brilha no crepúsculo e no amanhecer, iluminando o caminho para as gerações futuras."
Era um crepúsculo sem pressa,
Quando o céu vestia tons de carmim,
E o mundo, cúmplice de um destino incerto,
Parou em respeito ao que nascia ali.
Nossos olhos eram oceanos,
Infinitos de silêncio, abismos de desejo,
Como se o universo inteiro conspirasse,
Para um só instante, um só ensejo.
O vento sussurrava segredos antigos,
Trazendo promessas de eras passadas.
Era como se, em vidas esquecidas,
Já tivéssemos sido almas entrelaçadas.
Eu tremia – não de medo, mas de reverência,
Diante da divindade que era você.
Seus lábios, uma promessa intocada,
Uma aurora prestes a nascer.
Tão próxima, sua presença incendiava,
E eu era cera diante do sol.
Minhas mãos hesitavam como versos,
Que temem ser lidos, temem o arrebol.
E então, como o tempo se curva ao infinito,
Você foi mais que um gesto, foi o destino escrito.
Seus lábios tocaram os meus, tão suavemente,
Que o mundo desabou, mas eu estava contente.
Oh, aquele beijo! Não era só toque,
Era um grito silencioso de eternidade.
Era a fusão de tudo que nunca dissemos,
A coroação de uma ingenuidade.
Senti o doce amargo do medo,
O calor febril de uma paixão nova,
E em seu gosto havia o mistério,
De um amor que a vida aprova.
O tempo se perdeu – não havia horas,
Só o instante eterno daquele enlace.
Meu coração era uma tempestade,
Mas meu corpo, o abrigo de sua face.
Quando nos afastamos, o mundo voltou,
Mas algo em mim nunca mais seria o mesmo.
Como se cada estrela naquele céu
Tivesse escrito, no beijo, um poema.
E ainda hoje, em noites tão caladas,
Relembro aquele momento sem igual.
Não foi apenas o primeiro beijo,
Foi a queda de um anjo no meu quintal.
Foi o início de tudo, o começo do sempre,
Foi o passado e o futuro num presente tão breve.
E se a vida me der mil amores, mil gestos,
Ainda será aquele beijo que me leva ao céu.
Porque em sua inocência havia um drama,
Um mundo em fogo, um amor tão puro.
Foi mais que beijo: foi o toque da alma,
E o fim do vazio em que eu jazia seguro.
Então, amor, se o universo um dia acabar,
Se o tempo decidir deixar de correr,
Guardo comigo esse instante sublime,
Onde o amor foi tudo o que pude ser.
Permitir o espírito
vibrar
na sintonia
das cores do crepúsculo—
e envolver-se
na sinfonia
da poesia,
do poente
no horizonte.
Crepúsculo dourado
Sombra do pôr do sol
Mistério da noite
Estrelas começam a brilhar
Sonho e realidade
Crepúsculo fascinador,
um primor celeste
que deixa os olhos maravilhados
com esta despedida triunfante do sol e logo em seguida, anoitece,
portanto, um momento efêmero
que precisa ser observado gentilmente.
Você
...foi mais ou menos isso:
um susto louco
ao dobre do crepúsculo,
como se meu corpo
fosse todo-olvidos.
EDVARD MUNCH
No crepúsculo sombrio da alma, Munch mergulhou,
Em um oceano de angústia, onde o tormento fluiu.
Entre gritos silenciosos e rostos distorcidos,
Ele pintou a agonia de um mundo dos reprimidos.
Em cores vibrantes ou em tons de sepultura,
Munch retratou a fragilidade da nossa ternura.
Em cada tela, um eco da dor existencial,
Um reflexo da alma em busca do transcendental.
Nas noites em claro, entre sonhos e pesadelos,
Ele desvendou os mistérios mais belos.
Onde a morte dança com a vida num eterno abraço,
E a melancolia se mistura ao viço do espaço.
Entre o amor e o medo, ele traçou seu caminho,
Explorando os abismos do humano sozinho.
Em cada pincelada, uma viagem ao desconhecido,
Onde o destino se revela no olhar mais perdido.
Munch, poeta do desespero, da solidão,
Em suas telas, encontramos nossa própria aflição.
Sua cosmovisão, um espelho da condição humana,
Num mundo onde a beleza e a dor giram numa dança insana.
Aprecio um sol no crepúsculo...
Porque será que eu canto ao entardecer
Igual aos pássaros...
E fico de alma apertada...Numa nostalgia tão grande...
Quais ondas que gemem sussurrando
Cantigas na areia da praia...
Onde gaivotas observam
As espumas... Extensos véus de noivas
Arrastando rumo ao altar...
Olho o horizonte meu coração inquieto
Queda-se na esperança de ver as estrelas
Pois a lua me esqueceu...
Minha alma de poeta acelera o coração de mil perdões...
Ah como eu queria te ver
Para sentir um infinito arrepio viajando na emoção...!
A criatividade é mais reluzente, no crepúsculo matutino. É quando o mundo real e seus perversos ainda estão adormecidos.
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