Crença
A grande questão não é se existe um Deus ou deuses, e sim como explicar o poder da fé, a fé é algo maior que Deus ou deuses, ela é poderosa e não pode ser questionada.
"Acredito que duvidar de tudo não fará de mim um cético, embora duvide que acreditar em tudo possa deixar-me incauto. Portanto, é preferível duvidar, em vez de apenas crer sem nada questionar.”
Airton José Marchi-"Expressões"
Diferente do que muitos pensam, não é a religião que causa a intolerância e sim a falta de compreensão dos que a seguem, pois muitos não possuem a capacidade de entender a verdadeira essência de uma crença.
Se acredita em Deus, deve saber e vai ver que algumas vezes ele vai ser egoísta, foda-se sua vontade, sonho ou desejo. Por que ele sempre sabe o melhor, pelo menos é o que dizem.
Uma pessoa geralmente agride outra quando se sente frustrada por acreditar ser inferior a ela, mesmo que inconsciente seja ainda esta crença.
Somos especialistas em empregar filosofia e ciência para racionalizar algo em que, por razões absolutamente não-filosóficas e não-científicas, acreditávamos desde o princípio.
Vamos supor que deus nos diferenciou dos demais animais quando nos dotou de inteligência, raciocínio e livre arbítrio. Ele deseja que acreditemos nele, mas escondeu as provas diretas e incontestáveis de sua existência. Acreditar em deus sem provas seria então uma elevação da inteligência, do raciocínio e do livre arbítrio ou a simplesmente degeneração de todos estes em loucura?
Um sinal comum em todas as religiões é o reconhecimento de que a condição humana é de alguma forma “insatisfatória”, ou decaída ou incompleta, e que nossa felicidade ou salvação ou elevação dependem de um estado de bençãos ou algum outro tipo de nirvana.
No fundo, as pessoas oram não por amor, gratidão ou devoção, mas por intercessão: rezar é protocolar uma petição de favores na mesa de um vertebrado gasoso imaginário.
A maior parte dos ateus deve sim "crer na inexistência" de deuses, apesar da implicância de alguns, que vêem nisso uma espécie de tentativa de equiparação com uma fé qualquer em algo absurdo e não comprovado, quando é na verdade apenas a crença que a realidade provavelmente não contém tais coisas absurdas, mas que deve ser basicamente tal como descrita pelas teorias científicas. Ou seja, sem deuses.
A coisa se complica na medida em que se vai imaginando deuses cada vez mais infalsificáveis e escondidos no meio do vácuo quântico, em dimensões totalmente paralelas sem qualquer contato, ou qualquer coisa do gênero, que no mínimo seriam equiparáveis a uma inexistência "prática", mas provavelmente são melhor vistos só como malabarismos lógicos para tentar criar uma espécie de ficção filosófico-científico-religiosa que alguns gostariam que fosse real.
Na estrada da vida em um determinado momento inevitavelmente existira uma encruzilhada, onde uma via levara ao destino do puro ceticismo e a outra via levará ao destino de uma crença religiosa doutrinada pela fé, e a escolha do caminho a seguir é de total responsabilidade própria.