Covinhas no Rosto
Noite fria,Neblina fina que cai levemente em meu rosto,Pingos tão macios que parecem suas mãos acariciando meu rosto,Mesmo os pingos sendo gelados eu me contento em relembrar o passado.
Uma brisa fria batia-lhe no rosto na medida em que andava, ao mesmo tempo em que contemplava cada detalhe daquela cidade, quantas vezes havia passado por ali, mas a pressa não o permitiu se prender a pequenos detalhes.....
Chega! Ponha um sorisso no rosto e siga em frente. Você tem tudo pra ser feliz.
Pois a felicidade tá um passo de ti
Meu eu infinito, viaja sem rumo, no vento, nas flores, nas rochas, contempla seu rosto, saudade arraigada, se banha, se lava na água salgada: lágrimas.
A flor de setembro
Confundi o teu rosto
às belas flores de agosto
De setembro, outubro e novembro
Mas seu rosto era a flor de setembro
Flor que murchou sem piedade
Faltando-nos a clorofila nas folhas
E choramos... e nosso choro
Transformou nossos olhos em
Bolhas a bailar pelo ar.
Mas a vida não nos confundiu...
Não eram as bolhas de sabão da nossa infância
Passou-se contigo os risos de criança
E afogamos nas lágrimas sombrias
De nossos dias que se acabam
Feito as bolhas de sabão que se vão
E se desfazem no ar e são elas quase iguais
Às flores de setembro!
Toda a noite a luz multiplicou
o instantâneo de um rosto intraduzível.
Esquiva, a tua morte não escapou
à ladainha de regra.
Correu uma versão torpe quando
te viram a sorrir
uma ironia de druida clandestino,
indiferente à voragem dos bárbaros.
não sei de quem a mão
fantasma que esfuma
o meu rosto o meu tempo o reflexo
que me habituei
a confirmar aqui
não sei quem plantou
na minha cara uma outra
biografia
não sei ao certo
mas desconfio que essa neblina
no espelho
seja eu.
Olhar em silêncio
Olhar incrédulo em silêncio sobre o teu rosto, contorno as tuas linhas, sobre os teus olhos revejo-me, não preciso de espelho, sinto o teu palpitar do coração, borbulha sobre a tua pele uma capacidade de amar escondida, amargurada, simplesmente esquecida.
O meu olhar, segredos que desvendo fixamente te decifro o teu querer seres amada, a tua angústia de que algo correu mal na tua vida, de um sofrimento que sobre as tuas linhas da face se reconhece, um ardor incolor, sem cor, tal qual uma música sem batida, tal e qual coração esfomeado, morrendo, falecido, com vontade de um incentivo para algo o alimentar.
Olhar o meu sobre uma mulher sofrida, que por tudo quer mudar, quer voltar a ser a mulher que existia, aquela felicidade que se foi perdendo, a alegria que desapareceu... olhar... olhares... que se cruzam, que se fintam, que se perdem pelo simples fechar de olhos... olhamos e olharemos sempre na direção de uma vida melhor, de um amor melhor... amamos e sejamos amados nem que seja por um olhar.
O olhar frio de que está te vendo morrer aos poucos por dentro, com um sorriso assustador no rosto que faria um ateu começar a rezar pelos seus pecados, é assim que é o meu monstro interior.
Coloque seu sorriso mais doce no rosto, vista sua alma de amor, deixe seu espírito se contagiar com o que te faz bem. Esqueça por hoje àqueles que não sabem amar e faça o amor ser o seu maior presente porque foi Deus quem te presenteou.
Em meu rosto se escorrem lágrimas sem motivos
Meu coração sente uma dor jamais sentida antes
Meu corpo anestesiado por não saber o que fazer
E a esperança se despedaçadando depois de ser desmascarada
E demônios controlando minha mente por ter perdido a esperança jamais existida.
Olhe bem para o meu rosto
O que você vê ?
O que está refletindo ?
Vazio, pálido, sem esperança e cheio de erros imperdoáveis
Eu vou pintar o rosto e a rua
Igual criança, pura
A catar a única esperança
Alegria na fita, um passo
Batuque na marmita
Apatia na face
No espelho retrata um rosto com marcas traçadas que se parece a estrada de um caminho, a beleza que se parece que não é tão bela , agora é a mais bela das belezas, pois traz consigo uma história marcada de alegrias e tristezas, o espelho físico mostra a matéria, porém o sensível transborda em essência.
Pequenos detalhes
Gosto das coisas simples , caminhar pela manhã sentindo a brisa fresca no rosto , o calor do sol sobre meus ombros, o caminhar que se adequa conforme o energizar do calor do sol .
Admirar o céu azulado com sol brilhante ou mesmo coalhado de nuvens cinzentas com poucos rasgos azuis
Caminhar pelos campos ouvindo o canto dos pássaros , admirar a floração abundante das árvores e sua consequente frutificação. Acariciar o “pretinho” que quando me vê quase me derruba tamanha é a festa que faz , seguido pelo Lulu que com seu companheiro disputa o meu carinho .
Sentir o cheiro da terra fresca quando chove , como acontece neste momento . Sómente o tamborilar dos pingos da chuva batendo no telhado, escorrendo na calçada , tirando a fuligem acumulada e lavando também a alma . Trovões ecoam ao longe , evocando mistérios . O resto tudo é silêncio , trazendo a singeleza do momento e despertando em mim uma mistura de sentimentos que não consigo definir em palavras .
Tudo é silêncio ! Eu e Deus ! Deus e eu !
edite lima / Novembro 2019