Costura
Nossa história tem duas pontas, mesmo você partindo é prematuro costura-la para finaliza-la, porque além do presente temos o direito de esperar pelo futuro que ainda esta por vim, posso inclui-la no meu tempo por viver...
Ódio e amor são dois lados da mesma moeda. É como um terno finamente costurado com uma costura resistente. Por outras palavras, quanto mais profundo o ódio, mais profundo o amor. (Nui Harime)
compro tesoura que corta relação
e linha que costura boca e coracao
poda planta e gente com espinho!
A oração costura sapatos para os pés daqueles que anunciarão as boas novas. E providencia roupas e estradas, chaves e despertadores. Orar é industriar o Reino.
VÓ
Vó faz doce como ninguém,
costura como ninguém,
faz comida como ninguém,
abraça como ninguém
e cuida como ninguém mais cuida.
E sabe quando dizem que “mãe é mãe”?
Então... Nem toda vó é igual! Mas vó é vó!
Vó tem voz mansa e carinhosa.
Tem a pele cuidada pelo tempo,
olhos sabidos e ouvidos atentos.
Vó conhece, vó sabe, vó já viu e já fez.
Então, atenção, cuidem da vó de vocês.
Vó é coisa preciosa, vó é valiosa,
pois ela é a que de todos já cuidou.
E para esse poema, foi minha vó,
foi minha vó que me inspirou...
Sou escritora e modelista. Se o mundo da escrita não der certo para mim, o mundo da costura e da moda me espera de braços abertos.
Porque é assim, sentado sozinho na costura entre dia e noite: os sonhos ainda são mais fortes do que arrependimentos, o desejo supera a inibição, até que o sol nasça para nos envergonhar e levar nossos desejos de volta às tocas.
Quando dentro d'alma há cicatriz
Há uma lenda que diz
Costura com fio de ouro
Prateado ou branco
Conta os segredos pro vento
Enxuga o ter sido pranto
Tece uma colcha de fuxico
Linda!
Une os retalhos acetinados
Ainda...
Remenda o que foi rasgado
Com nylon d' ouro
Não esquece viver é risco presente
Mas se há morte
Finda.
O presente.
Minha aula de balé
Meu cinema, minha cura
Às sete pego no pé
Às oito corte e costura
Há que se chegar a tempo
Senão dança a contra-dança
À noite aula de canto
Nunca sobra pra esperança
Às sete não conte
Às oito não conte
Às nove não conte comigo
Treze eu tenho azar
Treze eu tenho azar
E almoço executivo
Cinco horas chá das cinco
Sentado mas sem sentido
Onze horas jaçanã
Embarquei num trem já partido
__A vida é como uma colcha de retalhos.
__Cada dia uma estampa que se costura e a variedade de cores se fundem, nas surpresas do cotidiano
As ladainhas desentoadas,
o latim mal sabido,
a batida seca da máquina de costura,
as linhas de bordado,
os papéis de seda e os velhos riscos de ponto cheio,
cheio de amor, cheio flor e ramos de tudo que é cor.
A janela e a roseira branca.
Oh mãe! Oh minha mãe!
Na costura, como na frenologia, tudo é medido, anotado, experimentado. O que difere ambas é que, na costura, um tecido de aparência feia e sem graça, se bem cortado, pode se transformar num vestido lindo.
Nossa existência é uma complexa máquina de costura, habilmente tecendo o tecido de nossas experiências e emoções. Assim como um talentoso alfaiate que faz ajustes precisos nas costuras de um traje, a vida tece e entrelaça vidas, conectando pessoas de formas imprevisíveis.
A máquina da vida nos envolve em seus pontos, criando um rico padrão de encontros e desafios. Ao longo do caminho, somos adornados com sorrisos, gentis lembranças bordadas que nos envolvem com alegria e esperança.
A vida também funciona como uma costureira dedicada, capaz de reformar histórias antigas e desatualizadas. À medida que os anos passam, somos convidados a examinar as antigas páginas de nossas vidas e fazer ajustes necessários. A máquina da vida é habilidosa nesses ajustes, costurando novas perspectivas e ressignificando nossas narrativas.
Mas talvez o papel mais bonito que a vida desempenhe seja o de costureira de amores. Ela nos proporciona encontros inesperados, nos aproximando de pessoas que se tornam fundamentais em nossas histórias. Cada momento compartilhado é um fio de ouro que se entrelaça entre duas almas apaixonadas. A máquina de costura da vida customiza esse amor, criando um vínculo único e especial entre duas pessoas, um sentimento que transcende o tempo.
E, como um vestido perfeitamente ajustado, a vida nos veste em sonhos. Ela nos presenteia com vislumbres do que poderia ser, nos permitindo tecer nossa própria versão do futuro. Os fios de nossas ambições são habilmente entrelaçados pela máquina da vida, criando uma tapeçaria de possibilidades e oportunidades.
Nossas vidas são entrelaçadas com outros seres humanos, e juntos podemos criar obras de arte únicas e impressionantes. A vida é uma dança intricada de agulhas e fios, onde cada indivíduo tem um papel fundamental na criação do todo.
Então, vamos ser gratos pela máquina de costura que é a vida. Vamos abraçar seu fluxo constante de eventos e momentos, sabendo que ela está sempre trabalhando em nossa favor, bordando a beleza em cada esquina. Vamos deixar que ela nos vista em sonhos, sabendo que é nas entrelinhas de nossas histórias que encontramos a verdadeira essência da vida.
- Edna Andrade
Máquinas de costura, para mim, são objetos mágicos.
Elas não só costuram ou bordam... Elas transformam.
No começo são apenas linhas e tecidos, mas em um piscar de olhos, pode-se ver um carinho em forma de vestido, um cuidado no formato de uma almofada ou o sustento na feira dos artesãos...
Mais de um milhão de possibilidades prontinhas para alinhavar.
Cabeça baixa
De quem olha o pé descalço
Calo no dedo, costura o furo da calça
Camisa nova só em dia inseguro
Adiante
Até a próxima quadra
Vira a esquina
Te vejo no mês que vem
Liga de orelhão, zera o cartão
Com a foto do rio
Pra onde nunca mais foi
Mal lembra o que viu
Recorde, feito Roberto no divã
Um dos teus nomes
Vou pra casa, esperar a ligação
Esquecendo que você zerou o cartão
Vou atrás do que ficou
No meio da briga de gravata
Adiante
Até o final da quadra
Irmão, guarda o cartão
Tá vazio, mas tem foto do Rio
E você, dá a volta
Nem que seja na quadra.
Dá a volta.
E volta
A velha máquina de costura
Lembro de acordar à noite e ver um barulho vindo da sala
Altas horas na madrugada
Minha mãe ainda acordada.
Sentada em sua máquina de costura..
Da onde ela tirou o sustento de todos nós...
Depois que meu pai nos abandonou...
Foi na máquina de costura que minha irmã se formou..
Que médica se tornou...
Foi na máquina de costura que minha mãe comprou a nossa casa...
Foi na máquina de costura que a minha mãe me deu Cultura...
Hoje sou um professor com muita honra no coração..
Agradeço minha mãe e sua máquina de costura...
Anos se passaram e minha mãe e sua máquina de costura trabalhava com afinco para não faltar nada para nós...
Um dia um silêncio instaurou-se naquele quarto aonde ficava a máquina de costura...
Minha mãe com sua postura não estava mais entre nós
Minha esposa queria arrumar aquele quarto doando a máquina de costura....
E a máquina de costura ficou com um troféu e um exemplo de que através do trabalho com afinco a minha mãe nos criou...
Obrigado minha mãe obrigado minha querida e velha máquina de costura...
Trago em um abarrotado cesto de costura alguns remendos, linhas fortes para novas amarras, velha roupa nova em essência e a nudez pueril de alma vestida.
No mesmo sentido que uma grande criação de um grande costureiro da alta costura internacional pousa no corpo por beleza e exuberância das formas anatômicas de quem a usa, o mesmo acontece diante a grande criação de um grande artista plastico e visual joalheiro da alta joalheria internacional que veste algumas áreas do corpo por beleza, personalidade e originalidade de quem a si se completa e encanta pelos pequenos gestos, pela suavidade da vida em todos os lugares pelos medidos e agradáveis movimentos.