Corvo

Cerca de 170 frases e pensamentos: Corvo

No entanto, o corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda a sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora."
E o corvo disse: "Nunca mais!"

Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
Que ele trouxe da convivência
De algum mestre infeliz e acabrunhado
Que o implacável destino há castigado
Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
Que dos seus cantos usuais
Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
Esse estribilho: "Nunca mais".

Segunda vez, nesse momento,
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo;
E mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera
Achar procuro a lúgubre quimera,
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais".

Noite volátil
Olhos negros
Ramos suspensos
Dai-he vida
O corvo que espera
O coração que bate
O vento que rasga
Esta noite de setembro
O escuro que me cerca
Quero o outro olho manter aberto
A roupa que me falta
No ceu campo certo
Assim me deito
Sózinho sem ti
O tecto não vejo
No meu dialecto
Sentido a dor no peito.
(Adonis Silva)09-2018

⁠O Corvo e a Rosa Negra

O corvo e a rosa negra
Eram duas almas perdidas
Uma no céu, a outra na terra
Mas suas vidas estavam unidas.

O corvo era negro como a noite
Mas seus olhos brilhavam intensos
A rosa era negra pela ausência de paixão
E seus espinhos tornavam ambos iguais, sentiam as mesmas feridas

O corvo era solitário
Pousava em ramos secos
Sonhando com um cenário
De amor, paz e afetos

A rosa, por sua vez
Era bela, mas sozinha
Desejava alguém de vez
Que a fizesse se sentir rainha

Um dia, cruzaram caminhos
eles se olharam intensamente
O corvo, com seus carinhos
A rosa, com seu perfume envolvente.

⁠Caça-Palavras {Poesia}

Jovem, caminhando solitário
O Corvo no alto do galho o observa,
Negro como a noite, mas não sombrio,
Pois sua presençaé um mistério.

Jovem segue seu caminho
E o corvo o acompanha
Observando cada passo do rapaz,
Silencioso, Misterioso
Ele fita o jovem com olhos penetrantes e sombrios

O Jovem segue seu caminho sem desconfiar,
Que o corvo o segue com seu andar,
Um bicho místico, que parece um presságio,
Enquanto o jovem segue cético no frio,
sem nenhum arrepio.

⁠Sagaz o espírito do corvo.
Alma gotica
Sentimento livre...
Confie nas trevas...
De repente repouso...
O assassino descansa em paz,
As aparências tornasse realidade.
Nas sombras ermas o sossego...
Até partir para o caminho dos céus...
Cada versão transmite seu algoz...
Doce vidência no astral...
Desejo perpétua vida...

Perguntaram: o que é arte contemporânea? Responderam: É um corvo acreditando que quando grasna tem o mesmo efeito de um canário quando chilreia

Inserida por oriebirsocram

O corvo saiu da arca e não voltou. A pomba voltou. A natureza da ave revela suas preferências.

Inserida por Achologia

"A DAMA E O CORVO"

O vulto negro rasgava a noite sem pestanejar.
O estranho empalho de penas
se colidia com os lábios trêmulos da jovem carne.
Havia um certo fogo nos olhares,
algo que a noite insistia em não revelar.
O vinho coagulava entre os epitáfios,
mau podia-se ouvir o bater das asas noturnas.

As caixas naufragadas alimentavam o solo
donde brotavam as rosas
que exalavam perfume de morte pelo jardim.
O rosto frágil calava-se atrás de um véu branco e sem emoção.
Parecia envernizado diante dos olhos negro do pássaro,
que apesar de tudo não demonstrava qualquer reação.

O corpo tomou forma como as caixas que o cercavam,
não se ouviu se quer mais nenhuma palavra depois disso.
A jovem dama se entregou a noite finalmente,
apesar de todos os seus dramas...
As almas silenciaram-se,
os corações ficaram mudos de repente.
Nem mesmo as luzes suportaram.
Toda dor agora encontra-se destilada.

Inserida por MagaiverW

No passado, as pessoas acreditavam que, quando alguém morria, um corvo carregava sua alma para a terra dos mortos. Mas às vezes, acontece algo tão ruim que uma tristeza terrível é levada junto com a alma, e a alma não consegue descansar. Então, às vezes, somente à vezes, o corvo consegue trazer a alma de volta para resolver o que está errado...

Inserida por salu132

O CORVO

Vago por entre os túmulos que me fitam com seus olhos de mármore
Sentindo a chuva que perfura a carne e sangra a alma
Tornando o dia cinza
Reflito assim sobre a morte
Transformo todo vão pensamento ou cada tétrica palavra em sonetos sombrios
E as escrevo com imagens em minha mente
Os homens de outrora vagavam como sonâmbulos
Desprovidos da leveza do espírito
Reclamões, céticos e agnósticos.
Cuspindo discursos doentios nos ouvidos mecânicos da laica classe operária
Agora jazem em silêncio sepultados
Não mais desejam, não mais sussurram, não mais amam, não mais sangram
Silêncio
Consegue ouvir?
Um corvo me olha imóvel sobre as pedras
Olho para as lápides e procuro por homens
Não os vejo
Penso em mim quando eu já não mais existir
Outro alguém procurará por meus olhos?
Desejará ouvir minha voz procurando respostas?
E assim como eu agora só ouvirá uma resposta
Morreu...

Inserida por p_h_wolff

"O maldoso é como um côrvo de boca aberta. É um asco em forma humana. Espécie que se reproduz e some facilmente. Vive na escuridão. A cada vez que detecto um à minha volta eu aperto o POWER OFF e ele some da minha frente.
Gosto de gente que exala amor e espalha o bem..."

Inserida por jozedegoes

PELOS OLHOS DO CORVO

Hoje vejo apenas pelos negros olhos do corvo...
Não desejo o sol enganoso do falsos dias. Calado
meu fiel guia, ao menos não me é um estorvo
Apenas um bicho à grasnar a verdade ao meu lado.

Não me conta velhos poemas de belas margaridas
Ao inverso, me apresenta à orquídea negra da noite!
É o lado afiado do punhal que subtrai a tola vida
É a parte mais crua, e cruel do impiedoso açoite!

Diz de mim, tu que não conhece a voz do desamor
Sou louca, algoz de todos os sonhos dos ancestrais?
Que sou a moça de roupas negras e alma sem cor...?

Sim, respondo-te à ti que pensas o véu costumaz
Que prefiro a crueza do corvo aos meus umbrais
do que viver na obscuridade da ilusão. Nada mais.

Anna Corvo
( Pseudônimo de Elisa Salles)

Inserida por elisasallesflor

GRASNE LIVRE O CORVO!!

Porque haveria eu de não dessaber do sentir?!
Este amor mesquinho que revoou em meu umbral
Acaso foi ele um dia o rosa vermelha à florir?
Não__ Antes fora a peçonhenta mão do mau...

Há chegar nas horas ainda de esperança menina
Varrendo toda utopia do meu verso em arranjo
Envenenando a moça com melado e Estricnina
Podou ainda no anunciar as asas do casto anjo!

Pois então porque não deveria ignorar o amor?
Este maldito tormento das madrugadas frias
Quando nem o beijo falso trás mais o langor...?

Viver de amargura, melhor que existir no engodo.
Que jamais torne a entregar o coração de poesia
Padeça a poetisa lúcida e grasne alto, livre, o corvo!!

Anna Corvo
(Pseudônimo de Elisa Salles)

Inserida por elisasallesflor

Você é lu-z
eu troco o dia pela noite
o certo pelo duvidoso
a borboleta pelo corvo

Você é lux-o
eu troco o Olimpo pelo
tomara que caia
o fio transcenDENTAL...

Inserida por voualivoltoja

O corvo e a tempestade


A noite ficou escura e o vento sopra torvo,
a chuva bate tão solitária na janela,
talvez fuja do agouro do corvo
que bate as negras asas atrás dela.

Porque chove assim, canta o corvo e sopra o vento
se nem sequer é Dezembro mas sim Agosto.
Espreito pela vidraça e vejo o vento violento
a fazer girar o corvo que brinca bem disposto.

Murmurei lenta alguns ais,
sem entender a negrura dos espaços celestiais,
para de seguida sorrir enternecida ao perceber,

que enquanto eu fiquei desorientada, aborrecida
por uma tempestade que chegou perdida
o corvo abriu as asas, quis brincar... quis viver!

Inserida por carlosroque

Ode ao Corvo
Ao mestre Edgar Allan Poe

"Ó Senhor Mistério que comigo agora estás,
Levanta-te desta poltrona, amigo,
Nunca, jamais, te esqueças do que digo,
Oculta de minha mente meus sonhos infernais,
Nunca me faças padecer na dor, de ter
Aqui comigo, esses tormentos tais...
Olhes ao fundo da taça que te ofereço,
Bebas, pois este é o sangue dos imortais,
É chegada a hora de inundar a garganta e,
Lubrificar estas cordas vocais
Para o canto do ilustre corvo de Poe...
És tu, amigo, este pássaro que choras
Nos espaços dos meus umbrais,
Pela musa Lenora que se foi...
Conheço a tua saudade esmagadora,
Já me perdi na vida de aventuras,
Fui ferido pela musa da Ternura,
Cantei somente uma vez e nada mais...
Olhes atentamente o retrato que te incomoda...
Vês nele as minhas digitais?
Pois bem! Estimado companheiro,
Já amei o teu amor, não amo mais...
Este coração que guardo no peito
Foi tomado por forças tais,
De um escorpião de tamanho feito
Que me enlaçou de tal jeito
Fazendo-me um dos seus amores mortais...
Minha alma, hoje, clama a força,
Ó ave feia e escura que aqui estás,
Tu, somente tu criatura noturna,
Ouviste este canto desabafo declarante.
Costure neste bico a tua língua delirante
Para que a tua voz nunca mais,
Ouse explanar essas fraquezas fatais...
Entreguei-me a filha de Novembro,
Àquela bela cujos cachos negros,
Enfatizei, nos meus sonhos perfeitos,
Deixando-me domar pelos desejos materiais!...
Ó pássaro das escuras
A lucidez está a me esperar...
Adeus senhor das plumas,
Espero ver-te nunca mais."

Por Carlos Conrado
Extraído do livro Poesia Condenada - 2006.

Inserida por spykezem

Se queres voar como uma borboleta, não bata as asas como um corvo!!

Inserida por ILZA29

Quero ser que nem o corvo,quero gritar e chamar atenção pela manhã com meu bando,quero mostrar a todos que posso sobreviver por mim mesmo.Não quero ser uma águia,n quero ter uma vida para viver na solidão e se abandonada por quem criei,n quero ser venerado só por causa da minha raridade,n quero passar,ser olhado e depois ser guardado só como uma lembrança de algo vago.

Inserida por rillary_gontijo

⁠ Eu sou o pássaro negro dos contos, e como um corvo sou esquecido por todos, vivencio o silencio anoitecer, e cada vão momento, eu planeio nas belas nuvens do céu escuro, desenhando a lua em um ato de reverência. Dedicado, astuto e perigoso para todos que se aproximam-se sem conhecer, mas perigoso para os que me conhecem, vivo nos lugares aonde os mortos repousam, sou à mensagem dos ventos, e os olhos dos inimigos, e apenas os escolhidos darei o meu conhecimento, Se resistir ao meu encanto.

Inserida por fabriccio_lanzi

"Corvo, roubar sabão? Para quê?"
"Roubar é da minha natureza".

Inserida por AdagioseAforismos