Corre
Enquanto você corre atrás do vento os simples voam nas asas da paz, enquanto você tem medo do tempo, os humildes espera à seu tempo o que o tempo trás, pois o verdadeiro conhecimento foi dado aos pequeninos e a ninguém mais, porque o rico já tem seu tesouro e o sábio na sua sabedoria se distrai, mas o simples medita na verdade e pela verdade se atrai.
Homem de muitas teorias porque não vê as respostas? Homem de muita cultura porque não sabes o que perguntar? Deus confundiu os grandes de modo que não podem ver, também pois freios no altivos e não puderam falar, mas os pequenos mergulharam em algo que nem podiam explicar, pois a fé agrada a Deus e só quem busca o encontrará.
23/09/19
Disse: Corre pra longe, onde ainda não chegam os medos!
Menina, o mundo é grande demais!
Borda os pensamentos profundos
Se solta
Vai, sem hora pra voltar
Vem, sem medo e pode ficar
Que a estrada se encarrega de levar
Araguaia Água
Corre incontinente, ninguém pode te parar.
Marcha sem comando, mas, ordeiro e determinado a chegar.
Por onde irás, ninguém sabe.
Chegarás aonde? Quem saberá?
Sem pernas, segue o seu caminho.
Sem braços, carrega vida infinita.
Sem mãos, apanha a todos os que a ti se
se achegam.
E no seu ventre, há permanente concepção de vidas.
Araguaia, Água.
Araguaia, Rio.
Araguaia, meu fascínio.
Assim como a água corre no leito do rio, o tempo segue seu curso ininterrupto, moldando nossa trajetória.
Se em nós corre mais do que sangue, se temos mais do que pele sobre músculos e ossos, se o toque for mais do que o mero contato entre dois corpos e tiver profundidade para nos tirar de um vazio sem fim, então os beijos ecoariam como gritos dentro de nós, por muito tempo.
CORRE MEU VELHO
Anda, poeta velho!
Escarcavelado!
Escaravelho!
Pingarelho desarmado
De olhos cerados,
Magoados,
Galga, meu velho!
Secaram-te as lágrimas,
Brotaram-te as águas
No leito do teu rio,
Tão vazio
E tão cheio de mágoas.
Não durmas mais a sesta.
Caminha,
Noutro caminho
E foge de mansinho
Da prisão desse lar
Em que te querem encerrar,
Sem te ouvir
Se queres ficar ou desistir
De pensares,
De sonhares...
Foge!
Foge!
Corre, meu velho!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 10-08-2023)
Almas são sugadas no corre do dinheiro
Através de um papel se encontra falsos parceiros
Quantos sentem que estão num cativeiro?
Quem aqui tem coragem pra ser verdadeiro?!
Menino Cientísta
Ei, menino imaginativo,
onde vai com tanta pressa e empolgação?
Corre, vem ver titio, minha coleção,
de pedras preciosas, tenho um montão,
diamante, rubi, ametista, olho de falcão,
cristal, jaspe, rodonita, turmalina, pedra bolão...
Nossa!!! Estou admirado quão lindas elas são,
Só cuidado com essa titio é pedra sabão,
se pisar, escorrega e cai de cara no chão.
Corrida
Para onde e porque corre,
Sem rumo, sem direção,
Por pura satisfação,
Para aquietar a mente ou coração,
Pra esgotar toda energia,
99% da bateria,
e só sobrar 1% de poesia,
Corro enfim pra encontrar eumim.
Uns dias a gente anda, outros dias a gente corre e, claro, tem dias que a gente precisa parar e descansar para poder continuar.
Quando você corre atrás da borboleta ela voa para longe de você e nunca a alcançara, mas quando você para de correr atrás dela e distrair por um tempo, a borboleta vem e pousará em você.
Cavo,
Lavo,
Peneiro,
Nenhum erro cometi...
Corre o mundo em degredo...
Abrem-se as portas das prisões...
Bruxo velho tem segredos...
Sonhos e visões...
Teimoso aventureiro da ilusão...
Criatura do Criador...
Sem achar o que procura...
Encontra até o que não procurou...
Mundo torpe...
Em transição...
Um cego amor encontrou...
A pé andou...
O que construiu...
Foi o que plantou...
Toda gente sabe disso...
E falam o que não sabem...
De onde vem...
Para onde irá...
Ninguém nunca pensou no que há para além...
Para onde vai...
Ou o que fará...
Julgado em pouco preço...
Onde não há o entendimento...
Corrilho de megeras...
Turba insincera...
Visto que tudo passa...
Não ergais alto a taça...
Tempo passa...
Sempre passará...
Toda a gloria é pó...
Toda a fortuna é vã...
O que é hoje...
É de hoje...
Já não será de amanhã...
Quando a fortuna...
De inconstante aviso vai embora...
Vem assentar morada...
Desventura sorte...
Seja no claro céu ou turvo inferno...
Os desiludidos seguem iludidos...
Por esse mundão de Deus a fora...
Este mal que não tem cura...
Este bem que me arrebata...
Da fortuna aos favores...
Tenho amor, sem ter amores...
Enche-me os olhos d’água...
E nela lavo minha alma..
Sempre adiante...
Em mais alta busca...
Pela minha estrada...
Por este mundão de Deus afora...
Sandro Paschoal Nogueira
Há algo de similar entre vampiros e poetas. Enquanto os vampiros sugam o sangue que corre nas carnes vivas, os poetas sugam versos que pulsam no sangue da vida