Corpo e Mente Nietzsche
Meus irmãos, alguém olhou uma vez o coração dos homens de bem e dos justos, e disse: "São os fariseus". Ninguém, porém, entendeu.
Os homens de bem e os próprios justos não deveriam compreender isso. O espírito deles é um prisioneiro de sua consciência. A loucura dos homens de bem é de uma insondável prudência.
Se alguma vez descobri céus tranqüilos sobre mim voando com minhas próprias asas em meus próprio céu; se nadei, brincando em profundos lagos de luz e se minha liberdade conquistou uma sabedoria de ave, mas assim fala a sabedoria de ave: "Olha! Não é alto nem baixo! Lança-te em volta, para diante, para trás, leve como és! Canta! Não fales mais!
Todas as palavras não foram feitas para os que são pesados? Não mentem todas as palavras ao que é leve? Canta! Não fales mais!
"Os piores leitores são aqueles que procedem como soldados saqueadores: apoderam-se aqui e ali daquilo que podem utilizar, sujam e bagunçam o resto e cobrem tudo com seus ultrajes."
Vede, pois esses supérfluos! Roubam as obras dos inventores e os tesouros dos sábios; chamam a civilização a seu latrocínio, e tudo para eles são doenças e contratempo. Vede, pois, esses supérfluos. Estão sempre doentes; expelem a bílis, e a isso chamam periódicos. Devoram-se e nem sequer se podem dirigir.
Cumpre colocar-se apenas nas situações onde não é permitido ter falsas virtudes, mas onde, como o dançarino sobre a corda, caímos ou nos equilibramos, - ou ainda conseguimos tapear...
Há casos em que somos como os cavalos, nós os psicólogos. A inquietude se apodera de nós porque vemos nossa própria sombra balançar diante de nós. O psicólogo deve desviar-se de si próprio para conseguir se ver.
Apenas onde o Estado termina, começa o ser humano que não é supérfluo.
Morrer pela “verdade”. — Não nos deixaríamos queimar por nossas opiniões: não somos tão seguros delas; mas talvez por podermos ter e alterar nossas opiniões”
Quem quer que tu sejas, amado estranho, a quem eu encontro aqui pela primeira vez, aproveita esta hora feliz e a quietude que nos rodeia e acima de nós, e deixa-me dizer-te algo do pensamento que subitamente surgiu diante de mim como uma estrela que fracamente lançaria raios sobre ti e sobre cada um, como convém à natureza da luz. – Companheiro! Toda a sua vida, como uma ampulheta, sempre será revertida e se esgotará novamente - um longo minuto transcorrerá até que todas as condições das quais você evoluiu retornem na roda do processo cósmico. E então você encontrará toda dor e todo prazer, todo amigo e todo inimigo, toda esperança e todo erro, toda folha de grama e todo raio de sol mais uma vez, e todo o tecido das coisas que compõem sua vida. Esse anel em que você é apenas um grão brilhará novamente para sempre. E em todos esses ciclos da vida humana, haverá uma hora em que, pela primeira vez, um homem, e então muitos, perceberão o poderoso pensamento da eterna recorrência de todas as coisas: – e para a humanidade, essa é sempre a hora do Meio-dia.
Passemos revista aos instintos e virtudes do filósofo, instinto de dúvida, de negação, de expectativa, analítico, aventureiro, investigador, experimentador, comparativo, compensador de imparcialidade, objetivo, sine irae et studio; não foi isto por muito tempo contrário a todas as exigências da moral e da consciência?
“O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas, e obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas
vou dizer qual é o pensamento que deve tornar-se a razão, a garantia e a doçura de toda a minha vida! É aprender cada vez mais a ver o belo na necessidade das coisas: é assim que serei sempre daqueles que tornam as coisas belas. Amor fati: seja esse de agora em diante o meu amor. Não quero fazer guerra ao feio. Não quero acusar nem mesmo os acusadores. Desviarei o meu olhar, será essa, de ora em diante, a minha única negação! E, numa palavra final, não quero, a partir de hoje, ser outra coisa senão um afirmador.
Este mundo da perspectiva, este mundo para o olho, o tato e a audição é muito falso, quando comparado com um mundo percebido por um aparelho sensório muito mais DELICADO
Cerra bem as pétalas do teu corpo imóvel e pede ao silêncio que não vá embora...
E nela se aloja um “eu”. Um corpo separado dos outros, e a isso se chama de “eu”? É estranho ter um corpo onde se alojar, um corpo onde sangue molhado corre sem parar, onde a boca sabe cantar, e os olhos tantas vezes devem ter chorado. Ela é um “eu”.
Ele espremeu o corpo no espaço inexistente, forçando o zíper para cima. E depois eu não pude me opor - eu não queria mais me opor. Ele era tão quente! Seus braços se fecharam à minha volta, apertando-me confortavelmente contra seu peito nu. O calor era irresistível, como ar depois de ficar embaixo d'água por tempo demais.