Corpo
O tempo foi passando, voando, virando migalhas.
Parecia que o meu corpo estava parado no mesmo lugar desde aquela última respiração profunda na praça. Era estático o efeito da paisagem bonita. Era o caos aguardar por uma companhia que virou as costas e foi embora sem contemplar a beleza das flores. E todos os dias eu admirava o verde vivo, a brisa rasteira, ansiosa para encontrar tua nota dó dentre os sussurros da ventania. Ficava sentada ali por horas, rabiscando, estrangulando o tempo. Cruzava as pernas, os braços e as ideias procurando, ao menos, uma posição confortável para as dores da alma, ou um motivo aceitável que me fizesse desviar desse caminho infindável. Percebi então o magnetismo do passado atuando como uma bússola que aponta apenas para o Norte. Descobri por entre cinco ou seis puxadas de ar que nunca fora a intenção ser o teu rumo fixo. E as possibilidades me deixavam inquieta, melodramática, desenhando cenas no vácuo como se pudesse pintar as situações e bordá-las num estado real. Chegava a roer as unhas, cantarolava sinfonias, coçava os olhos, entretanto não sentia vontade em voar pra longe. Acho que eu te procurei em todos os rostos que conheci desde o dia que te vi pela última vez. Nunca tive muita sorte na vida, mas tenho certeza que o teu gargalhar no escuro poderia facilmente ser confundido com um bilhete de loteria e isso me contentava. E ora veja, mesmo nas pausas sem graça eu ainda conseguia rir até a barriga doer pelo destino ter sido tão sacana a ponto de me fazer derreter a cada contração de intenções sutis. Tenho medo do escuro. Mas ainda lembro-me do sorriso sem esperança, sem luz que silenciava o último encontro. De quando colocou uma pulseira colorida estranha no meu pulso e deu dois nós. De quando me pegou pelas mãos, olhou no fundo dos meus olhos e disse que o amor era grande, mas o mundo era maior.Virou-me as costas e foi embora como quem sabia exatamente o que estava fazendo, como se planejasse há muito tempo. Comecei a escrever poesias sobre as cores estranhas, sobre como elas ficaram bonitas depois que ele me presenteou, sobre os dois nós. Sobre o nó no pensamento, que se transformou em nó no coração até se acomodar num clandestino nó na garganta. Ele nunca voltou à praça para pegar o que era dele por direito. Eu ou a pulseira, não sei ao certo. Arranquei-a do pulso com toda a força que tinha, joguei num canto, quis enterrar junto das flores bonitas para que o encanto nunca se perdesse. Tarde demais. Todos os dias as cores me assombram, assim como o aroma das flores, assim como o estranho corpo que imigrou ao longe. Cegueira inexpressiva. O pulso ainda pesa tanto quanto as palavras nunca ditas.
E eu escrevo em preto e branco até hoje.
Anoitece na minha alma
O meu corpo tem sede..
chama pela tua companhia amor...
na solidão desta noite de inverno.
Quero sentir o calor dos teus lábios
despertas em mim desejos loucos
de amar-te ....num amor desmedido
ter-te nos meus braços, doida de querer-te tanto!
Queria que teu corpo fosse minha guarida
deixa-me ficar escondida em ti amor...
desfolhando-te em beijos ....
embriagando-me em delírios apaixonados
enlouquecer a alma perdida e amar-te até morrer.!!
Palavras ditas ao vento....
escritas na alma, no corpo..
páginas deitadas na areia da praia
chuva de lágrimas em forma de lírios...
perdidos no meio da tempestade.....
orvalho de gotas soltas, esquecidas...
palavras escritas, ditas, perdidas..
páginas em branco, sem serem lidas..
sem sentimentos, sem dor ou lamento...
pranto do corpo ferido, angustiado e sofrido..
podre imundo, profundo, imperfeito e negro...!!!
Se você puder
Diga que me ama
Eu serei feliz quando
Encontrar você na minha cama
Seu corpo sarado
Sua pele morena
Seus olhos misteriosos
Me fazem pensar coisas
Mas não se engane
Eu lhe quero por inteiro
Sua beleza física
Não me vale de nada
Quando o tempo
Não nos pertence
Eu lhe amo
Lindamente.
Tédio
O megafone por qual eu grito
Está quebrado de tanto choro
Meu corpo pode estar tão limpo
Mas minha alma é puro lodo
Corro por entre o sujo beco
Tentando achar o meu quarto
Eu estou com tanto, tanto medo
Lá não existe ninguém ao meu lado
Eu quebro os quadros na parede
Eles me lembram o cruel demônio
Por todos os lugares onde esteve
Belzebu, leve minha vil mente
Oh, Senhor de toda a preguiça
Agora tu enfim me entende?
O corpo se contorce nas belas curvas do mistério, e meu universo se entorpece em um minuto. Vejo minha vida, sua verve - seu externo. Rogo amor eterno e me completo absoluto.
A fome que o Corpo físico reclama se atende com alimentos e nutrientes, a fome da alma é com oração que saciamos, porem quando esta reclama já é tarde, reze todos os dias mesmo sem sentir a fome no espírito pois quando vier estarás munido de energia. Há este alimento não engorda, quanto mais melhor!
Pra se permitir se olhe, veja as marcas em seu corpo e lembre que elas são o exato retrato de grandes conquistas, uma delas os filhos...
Ser gorda ou magra, ter seios pequenos ou grandes, não podem te prender longe de amar outra vez. Perca seus medos,esqueça as palavras rudes,eleve sua autoestima e permita-se amar de novo.Permita-se perder medo das coisas que se parecem novas,amores que não entendemos como são declarados a nós,pelo modo o qual nos vemos,vá,siga,se desnude no espelho e ame cada parte de seu corpo como é,se quiser chorar chore,mais liberte-se do medo de amar e de se deixar amar,permita-se porém somente quando ouvir a voz que diz;Você é linda demais,perfeita,inteligente,uma balzaquiana com todas as suas redundâncias.Se permita,abrir as janelas de sua casa,comprar flores naturais e perfumar sua vida,seu quarto, sua alma.Não se torture nunca mais,não tenha medo nunca mais,liberte se dos traumas que prendem tua visão a teu corpo,mortal.Permita -se, nem seja uma única vez amar direito.
E que o caso da perigosa estrada que intermedia teu corpo e interditava meus lábios, nostalgicamente não recrudesça.
Meu instinto sado - ironico me diz..
que vc vai provar meu corpo..
saciar tua sede..
vai se torturar, vai se deliciar..
e quando a saudade bater..
vc vai querer me provar denovo..
Que tua lingua tatue meu corpo em braille...
com palavras sem sentido...sem pudor, sem formas...
dessas que so o intimo ou so a alma entendem..
dessas que so o verdadeiro prazer descrevem..
De Seda Pura
O nu...
é nosso corpo!
Se não houvesse
a malícia.
Seríamos apenas
um corpo completo...
Revestido de sonhos.
De todos os tons.
Perfeito!!
De seda pura.
Cujo nome
se chama pele!
"Eu gosto da chuva, aquela água que escorre naturalmente pelo nosso corpo, nossa pele, nossos cabelos, nossa alma. Eu gosto de como a cidade se purifica, o ar se renova, o silêncio do radioativo retorna, somente seu som líquido e estrondoso perpetua. Ai, como gosto da chuva, e hai de quem dizer o contrário, com argumentos falaciosos como afirmar que o problema são os trovões, é perigoso. Haha, sinceramente, se eu morresse atingido por um raio eu morreria feliz, grato, pois as chances de isso acontecer são menores do que ganhar na mega sena(tanto pois existe a possibilidade de ser só mais uma farsa governamental). Sinta-se com sorte! A chuva é linda! Só os loucos aguentam ficar na chuva, é um filtro de consciência, a arca de noé foi isso, só sobrevive quem aguenta a tempestade cair. Dance, dance mesmo, os índios entenderam direitinho, a gente mais ou menos; previsão pré-visão esqueceu de colocar a teoria na prática, agora a gente ta na missão, fazer chover na nossa visão, purificar os pensamentos, purificar os sentimentos, purificar o coração. Não, não tenha medo de chover, não tenha medo de ver, as ruas virando rios concretizados, os pensamentos fluindo, os sentimentos aflorando, e a cidade sorrindo. Por isso filho da culpa, não joga lixo na rua :) a cidade ta se afogando, pelo ego, pela vaidade, pela conjuntura; pragmaticalmente animal, desenvoltura superficial, você não é mal, então não seja irracional! Uma cidade seca de líquidos não faz sentido, e ta acontecendo, CHOVA!"
Acho que senti amor quando me envolvi em seu corpo, meu corpo soou até que acordei e vi que não passava de um sonho.
Aroma de jasmins....
Perfumei
meu corpo com o aroma de jasmins
colhidos neste jardim ao entardecer...
faço um pacto de amor à luz da lua...
aprisiono o medo do silêncio
e das angustias
e deixo soltar as minhas emoções e as paixões
Embriago-me e entrego-me
A esse fulgor imenso e
deixo cintilar meu espírito...
Depois do amor...
... adormeço nas sombras da noite
esperando o amanhecer de mais um dia....
Sinto ainda em mim a brandura desta brisa
exalando jasmins...
jamais esquecerei os sentires do verbo amar...
Eu aconteço pra fora, meu corpo é pequeno demais pra festa que acontece aqui dentro, sou mais extensa do que se vê, tem é que me sentir, tem que me ter, e quando me tem não existe metade, sou inteira, completa e não aceito ser de outra maneira, não aceito o menos, o pouco, o nada, tudo tem que ser demais, sem limites, sem meio termos.