Cordel
Sobre nós, os cristãos, repousa o cordel do Senhor que, por empenho espiritual da nossa casa, zelam por nossas vidas.
Cordel: a seca...
um Apocalipse no sertão
O agricultor sofre demais
Com a seca no sertão
Essa dura realidade
É de partir o coração
A seca ta acabando tudo
E todo ano é assim
Sai esturricando o verde
Parecendo não ter fim
É grande a minha tristeza
Quando eu olho pro sertão
Vendo a chuva tão distante
E o sol rachando o chão
Aí eu me ajoelho e rezo
Pra Jesus nos ajudar
E lhe peço humildemente
Que mande chuva para cá
Pois o meu gado está morrendo
E eu não sei o que fazer
Minhas cabras e bacourinhos
Eu vendi pra não morrer
Na varanda lá de casa
Ainda me lembro com tristeza
Do roçado e os pés de frutas
Destruídos pela seca
Antigamente a gente tinha
Os nossos porcos no chiqueiro
Na lavoura era fartura
Tinhamos até um galinheiro
Das nossas vacas vinham o leite
Pra fazer queijo e coalhada
Manteiga da terra e escaldado
Além do doce e a nata
No nosso plantio tinha batata
Melancia e melão
Macaxeira e milho verde
Jerimum e o feijão
Lá na horta tinha tomate
Batatinha e cenoura
coentro e berinjela
Pimentão, alho e cebola
Nas noites de lua cheia
A gente sempre ia caçar
Voltávamos com uma fartura
De peba, mocó e préa
A gente criava Guiné
Patos, jumentos e uns touros
Ovelhas, cabritos de raça
Uns 4 cachorros e 1 poldo
E nas noites de São João
Comíamos milho e beju
Tapioca molhada no coco
Canjica, pamonha e angú
Essas lembranças do passado
Eu recordo com emoção
Da felicidade que um dia
Eu vivi no meu sertão
Esse sertão já foi motivo
De muita felicidade
Hoje tudo se acabou-se
Só restou mesmo a saudade
Ainda recordo com alegria
os bons tempos de abundância
A chuva caindo no chão
Nos enchendo de esperança
Só que aqui no meu sertão
Onde tudo era fartura
Não se ver mas mata verde
É só tristeza e amargura
Morreram todos os pés de frutas
Os de manga, os de caju
De acerola e às bananeiras
As laranjeiras e os de embu
A seca é tão devastadora
Que os peixes morreram tudo
Tucunaré e a tilapia
Não escapou nem o cascudo
Essa seca é muito árdua
Que eu nunca vi ser tão cruel
Às abelhas foram embora
E acabou com nosso mel
Às plantações se acabaram
Com a seca repentina
No sertão não sobrou nada
Nem mesmo o galo de campina
Os pardais foram embora
Em busca de sobrevivência
Arribaçãm pegou o beco
E o urubu pediu clemência
Não existe mas açudes
Nem barreiros e nem cacimbas
A falta de chuva é grande
Que o verde virou caatinga
O plantio de algodão
Ficaram secos e não tem mais
Nenhum pezinho de palmatória
Para dar aos animais
Essa seca tão cruel
Está tirando a alegria
E os sonhos do sertanejo
Que trabalha noite e dia
Toda manhã quando eu acordo
Eu não sei como dizer
a minha esposa e a meus filhos
Que não tem mas o que comer
Viver dessa maneira
Me corta o coração
Essa seca desgraçada
Tá acabando com o sertão
Eu imploro ao meu jesus
Um homem santo e salvador
Que ajude o sertão
Que a seca esturricou
Pois o sertão está sem água
Sem trabalho e sem comer
O sertanejo ta abandonado
E a tendência é morrer
Mas o sertanejo é teimoso
E tem muita fé no coração
Ele morre de fome e sede
Mas não abandona o sertão
Mas logo logo, a chuva chega
E eu sei que ela vai
Acabar com o sofrimento
Do sertanejo e dos animais
E quando a chuva aqui chegar
Eu vou ter que conseguir
Começar tudo de novo
E o meu sertão reconstruir.
CORDEL AO 5° ANO 2017
Galera, preste atenção,
Que agora vou falar
De uma turma especial
Que veio pra arrebentar...
O maior cordel que fiz
No coração vou levar.
O André é o menorzinho
É esperto pra danar,
De sorriso cativante
Gosta é de presentear!
A voz é muito marcante
Muito fácil de apaixonar.
O Arthur é caladinho,
Fala só o que precisar.
Não gosta muito de bola
Queimada sabe jogar.
Garoto muito inteligente
Que aqui vem pra estudar.
Outro garoto é o Carlos...
Tem letrinha miudinha,
Professor manda aumentar,
Vive lá no seu cantinho.
Resposta boa sabe dar,
Apesar de caladinho.
O Enzo é bem conhecido,
Boas risadas gosta de dar.
Quando o pai chega a escola,
Ele trata logo de entrar.
É rápido na Matemática,
Gosta de vídeo no celular.
Vem aí o Gabriel Marques,
Cuidadoso no que faz!
Gosta muito de ajudar,
Aprende tudo, é capaz!
É garoto bastante sincero,
Fala se algo não satisfaz.
Temos o outro Gabriel,
Carvalho é seu sobrenome.
Habilidoso na arte cênica,
Responsabilidade de homem.
Dá-lhe uma tarefa, ele faz
Divide, não é unha de fome.
Quem vem agora é o Ítalo,
Da fila quer ser o primeiro.
Não gosta muito de grupo,
Mas é um bom companheiro.
Sempre pronto a ajudar
Carrega o mundo inteiro.
Mais um caladinho vem aí,
Não gosta de jogar bola.
Jefersson é o nome dele
Com a mãe chega à escola.
Só responde se perguntado,
Mesmo assim não se isola.
O Keven também fala pouco,
Agora já se solta mais.
Descobrimos um bom goleiro
No gol ele pega demais.
Levou troféu no campeonato,
Mostrou do que é capaz!
Pensa num desenhista bom!
Lucas Bernardes: acertou!
Menino bom de escrita,
No desenho também é show.
É tímido, fala baixinho,
Na capa do livro arrebentou.
Tá chegando outro Lucas,
Segundo nome é Leonardo.
Se alguém vai acertar
Parece até combinado:
A turma diz logo que é ele.
Eita, menino, estudado!
De longe já vem sorrindo
Com as covinhas no rosto,
O craque Luiz Otávio,
Gente boa que dá gosto.
Menino muito inteligente
Pra brincadeira bem disposto.
Temos colega peruano,
O inteligentíssimo Mateus.
Também é muito caladinho,
Compenetrado no que é seu.
Caprichoso e de boas notas
Usa bem os dons de Deus.
Outro bom de bola é o Vítor
Já ganhou muito troféu.
É garoto artilheiro,
O estudo não deixa ao léu.
Garoto muito capaz
Pra ele tiro meu chapéu.
Oxi... Agora são as meninas:
Ana Flávia pra começar.
Já gosta de maquiagem
Por fora não quer ficar,
De cabelos negros e lisos,
Um sorriso pra se lembrar.
Ana Lívia é bem tímida,
Dança muito e é esperta.
Certa vez em um teste
Deixou a turma de boca aberta:
Foi a única que leu tudo,
Não fez nada e estava certa.
Anna Clara Cardoso vem aí
Com seu sorriso muito lindo!
De fala leve e bem pensada,
Cada dia vai evoluindo.
Tem muita força de vontade,
Muito bem vai se saindo.
Lá vem Anna Clara Rodrigues!
Eita menina equilibrada!
Bailarina, mesmo se nervosa,
Não tem resposta mal dada.
Sempre educada com todos,
Qualidade que é admirada.
Abram alas pra Bianka
Outra que veio pra arrebentar.
Com seus textos bem feitos
Feitos pra realmente encantar.
Ela também fala pouco
Nas provas nada a desejar.
Doçura de pessoa é a Bruna,
Calma até para repreender.
Abraça a gente com os olhos
Sempre gentil, bom de ver.
Tem um coração de ouro,
Tem sorte quem a conhecer.
Agora é a vez da Camilly
Com seu jeito de modelo.
Só quer saber de tirar dez,
Não quer castigo, nem atropelo.
De voz e gênio fortes
A menina tem muito zelo.
Da mais alta pra menorzinha,
A Déborah é mesmo caladinha.
Vez ou outra seu sorriso lindo
Vem dar uma aparecidinha.
Não se mete em polêmicas:
É da paz a espertinha!
Fiquem calmos, lá vem a Éllen!
Menina de gênio forte,
Muda de humor bem rápido,
Ir à aula é como esporte
Podem sempre contar com ela,
A amizade é o passaporte.
Ela escreve belas histórias!
Falo agora da Izabel.
De Matemática não gosta,
Se ouve falar, olha pro céu.
Tímida e super gente boa,
Cumpre bem o seu papel.
Mais uma das geniosas
É Maria Eduarda Figueiredo.
Não é nada caladinha,
Fala tudo sem ter medo,
Mas é muito carinhosa
Isso desde muito cedo.
Temos Maria Eduarda Silva,
A atriz de voz marcante.
Menina muito emotiva,
Gosta de ser mesmo atuante.
Equilibrada nas decisões
Como deve ser o estudante.
Maria Laura pede passagem
Forte por dentro e por fora.
Só ainda não enxergou
Que é querida, sim, senhora!
Adora distribuir doces,
Com sorriso nessa hora.
Em 1, 2, 3... chega a Mariana!
Sempre muito educada
Trata todos com delicadeza.
Essa menina bem prendada
Toca, dança e canta
Com sorriso bem estampado.
Você pensa que acabou?
Vem agora a Mirella,
Protetora dos animais
Muito esperta acho ela.
Sempre muito educada
Não há quem não goste dela.
Ainda falta a Thainá,
Outra bailarina da sala.
É um pouco esquentadinha
Talentosa que nem se fala.
Dança e canta muito bem
Com multidão não se abala.
Agora cheguei ao fim!
De todos da turma falei.
Foi mesmo um grande prazer
Todo esse tempo que passei!
Dessa grande turminha,
Saudades sempre levarei!
CORDEL DOS NAMORADOS
Deixo fora os problemas
Melhor falar de namorado
Daquele belo sentimento
Que deixa todo apaixonado
Quem não sabe o que amar
O coração vive amargurado.
E aquele beijo roubado
Desejo de quem ama
Tem gente que não sabe
E da vida só reclama
Experimente beijar na chuva
Em qualquer lugar ou na cama.
E nem diga que isso passou
Namorar e beijar não tem idade
Quanto mais velho melhor
É um beijo sem maldade
E aquele arrepio gostoso
Que se chama cumplicidade.
Autoria-Irá Rodrigues
*Enigmas de Lucius:*
Ela, cordel amarelo na capoeira. Usava óculos de grau e parecia estar numa capa de revista, um pouco imponente, esbelta e cheia de pose.
Suas sombrancelhas *aparadas* por um ou uma profissional , adornavam ainda mais, seu rostinho, belo, carinhoso e estudantil.
Esse é o *ENIGMA*
👸
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Cordel: brega marcante
3, 2, 1... Está no ar, pra te fazer recordar
Espero que não sejam tentativas em vão
Pra ter mais chances de fazer você se identificar
É o Dj neném que vai tocar
E Dj maluquinho, claro, no seu batidão
Pra você que gosta de brega marcante
E ao som das balas faz as coisas todo o dia
Que tem as pedras na sua playlist pra ouvir a todo instante
Lhe trago nesse cordel um bocado de nostalgia
Tem gente que quer ser o mais importante
Autoritário, arrogante, e boçal
Nunca usou o cocar do tupinambá, ouviu tocar o berrante
Nunca fez a pedra do rubi, S do super pop, ou a boquinha do animal
Todos somos um pouco atrevidos
Ouvindo brega perdemos a noção, perdemos o norte
O cara mora noutro canto, mas de enxirido
Canta bem alto que é do tapanã, disque o indivíduo
Doido pra ser da galera do pote
Não quer nem saber da letra ou do cantor
porque a batida envolvente nos engana
Elege qualquer um sem saber se é merecedor
Um grande exemplo é o Val pescador
que comanda o coração das super xanas
Vingadores ultimato pode ter feito o povo chorar
Mas só naquele momento
Quero ver tu te segurar
Quando no CD do Vetron tocar
"Sou super herói, tenho sentimentos.
Chora também de chifre e saudade
Ao ouvir na 99 tocando
Mentes tão bem, que parecia verdade
Tudo que me falava, que ainda estou te amando
O paraense raiz, de verdade
uma hora canta noutra grita
E seja homem ou mulher de qualquer idade
Já cantou esse ícone da musicalidade
QUEM VAI QUERER A MINHA amizade?
Kkk, você sabe a letra de verdade
Sei que ama ouvir um som
Não vem dar uma de boçalidade
Que tu não chega nem aos pés, nem na metade
Do luxuoso Jacksom
Aqui no Pará é diferente o ensinar
As crianças são fáceis de aprender
O piqueno não sabe ainda nem falar
Mas ligou o som ela já quer dançar
O primeiro passo que aprende a dar
É o passinho do gererê
Quem nunca meteu a tese de esperto?!
Foi chuva forte deixa eu explicar
Que esperou por muito tempo lá no bar
Que a chuva não passava, que não tinha telefone por perto
Que por isso, não deu nem pra ligar
Pode chegar em Belém o maior letrado
Saber mil trava-línguas eu nem me meto
Mas fica boquiaberto e abismado
Quando ouvir eu cantando de có e salteado
o trava língua do Chico Preto
Se você que lê esse cordel não é do Pará
E que o brega tem essa potência você não acredita
Vou lhe fazer um desafio pra você acreditar
Vai lá no comércio e comece a gritar
Que quer entrar no carro do marmita
Mas se você é daqui mas não gosta de endoidar
Dizer: ain, as letras dos bregas eu nao sei!
Me desculpe vou ter que te contrariar
Esse cordel você que vai terminar SÃO AMORES!? 🎶
Cordel: Incrível e fundamental Mulher
Pense aí em qualquer artista
No astro que você quiser
Todos da sua lista
O maior ídolo, de capa de revista
vieram sem exceção, de uma mulher
Cada um de nós tem uma história diferente
Mas tem algo que é igual
Alguma mulher construiu a gente
Formou nosso caráter e abriu a nossa mente
Para entender o que é o bem e o que é o mal
Pense aí naquele problema chatinho
Ou qualquer difícil situação
E chame uma mulher, que com carinho
Ela tem sempre um Jeitinho
Ela sempre tem uma solução
Mulher que chora de raiva, tristeza, cansaço
E mesmo em lágrimas não para de lutar
Que regenera em um abraço
Que cuida de todos, que as vezes falta tempo e espaço
Pra de si mesma cuidar
Mulher que faz dez coisas ao mesmo tempo
Ainda pensando no que fazer lá na frente
Cuida do doente e no contratempo
Chama pra bater uma foto que ela tem mil poses na mente
Mulher numa hora bela noutra fera
Dependendo do que precisar
Ah, Jamais mexa nas coisas dela
Repara em tudo, pode arrumar, não vai adiantar
Mulher que com um sorriso desmonta
Cheia de doçura, ao mesmo tempo marra e autenticidade
Que diz aquele tradicional: já estou quase pronta
Que pode durar uma vida, uma eternidade
Mulher é como onda no mar
Decidida, ninguém consegue deter
É um porto seguro pra navegar
Mas quando quer faz o tempo virar
E muito navegante se perder
Mulher sempre sabe bem o que quer
Mas reflete com cautela pra tomar decisão
Carrega um sorriso no rosto, batom na bolsa, salto no pé
e sempre mil segredos no seu coração
Mulher é exemplo de parceria
Não sabe ao certo o que é se poupar
Sempre se entrega por inteiro
Se multiplica, e mesmo no aperreio
nunca deixa pra ninguém faltar
Mulher é o ser mais imprevisível que estudei até agora
E o mais apaixonante de observar
É uma fera que está brava numa hora
Dois minutos depois a sorrir e a saltitar
Mulher não tem dia, não tem hora e nem igual
Todo dia a ela seu valor
Dar flores bombons é genial
Mas nenhum presente, por mais belo e natural
Faz mais sentido do que uma caixa ou ramo de amor
Mulher que nem Freud se atreveria e nem conseguiria descrever
Eu com a minha muita ousadia
Porém, pouca sabedoria
Somente posso me curvar e agradecer
Porque nós homens podemos até dar uma opinião
E fazer as coisas como quiser
Mas elas só chegam próximas a perfeição
Quando abrimos o coração
Para o toque detalhista que sempre traz solução
Da incrível e fundamental, mulher.
Cordel do Coronavírus
Autor: Tião Simpatia
(Desafio para combater o Corona e outros males...)
I
Como um rastilho de pólvora
A COVID 19
Espalha-se pelo mundo
E o pânico promove!
Mas tem gente que “faz hora”,
Ironiza, ignora
Esse perigo iminente.
Prevenção é o remédio
Ainda que cause tédio
Ficar em casa é prudente.
II
Mas quando ficar em casa
Não for uma opção?
O jeito é entregar a Deus
E pedir Sua proteção.
Nem preciso repetir
Quais os métodos a seguir
Pois sei que você já sabe...
Que Deus abençoe seu dia
E que essa pandemia
Passe logo! Logo acabe!
III
Lave as mãos com álcool em gel,
Ou com água e sabão!
Também faça uma limpeza
Na alma e no coração.
E por favor, não esqueça
De limpar bem a cabeça
Filtrando os bons pensamentos
Expurgue do coração
O ódio, a ambição,
Da alma, os ressentimentos.
IV
Isole-se para o mundo,
Para o mundo exterior!
Permita-se viajar
No seu mundo interior.
Faça uma reflexão
Sobre a vida, sobre o quão
Importante é amar...
Mantenha a serenidade,
Reflita sobre amizade,
Sobre o que deve importar.
V
Aproveite a quarentena,
Enquanto se higieniza
E veja o tanto de coisa
Que você tem e não precisa.
Desapegue! Desapegue!
O que tá sobrando, pegue
E faça uma doação.
Isso vai lhe fazer bem
Saber que ajudou alguém
Na hora da precisão.
VI
Feche as fronteiras físicas,
Abra as imaginárias;
Viaje em um bom livro,
São medidas necessárias
Pra prevenir esse Vírus,
Já que não há antivírus
Com efeito comprovado.
Guarde essas lições de cor
E mundo será melhor
Só por você ter mudado.
VII
O Brasil já decretou
Estado de Emergência,
De Calamidade Pública
E apela pra consciência
Coletiva da nação.
Eu vi na televisão
Os Três Poderes, unidos
Diante desse dilema
Na solução do problema
Que fomos acometidos.
VIII
Temos que deixar de lado
Nossas arestas políticas
Que polarizam o País
Tornando as coisas mais críticas!
Não vamos nos dividir,
Precisamos nos unir,
Usemos a inteligência!
Não ponha lenha no fogo
Aqui o que tá em jogo
É nossa sobrevivência.
IX
Não espalhe Fake News,
Isto é muito importante:
Cheque a fonte da notícia
Antes de passá-la adiante.
Evite aglomerações,
Siga as recomendações
Dos órgãos oficiais.
Foi dado o sinal de alerta
Se fizer a coisa certa
Protegerá seus iguais.
X
Tenha consciência cívica
Obedeça o protocolo;
Não jogue no colo alheio
O que não quer no seu colo!
Não lucre com a desgraça,
Pratique os preços da praça,
O PROCON está de olho!
Quem dos preços abusar
Eu acho melhor botar
As suas “barbas de molho”!
XI
Bote a máscara da saúde,
Tire a máscara da moral;
Todos nós usamos máscaras
No convívio social!
Mude hábitos e conceitos
E os velhos preconceitos,
Que tal higienizá-los?
Essa crise, na verdade
É uma oportunidade
Pra ressignificá-los.
XII
Não brinque com coisa séria,
Humor com isso não faça;
Pessoas estão morrendo
E não tem a menor graça!
E se fosse um dos seus...?
Porém, se acredita em Deus
Reze, faça uma oração
Para o deus da sua crença
Subestimar a doença
É andar na contramão...
XIII
Na contramão do bom senso,
Do espírito republicano;
Do que diz a OMS
No seu detalhado plano
Pra conter a pandemia
Trabalhando noite e dia
Vamos seguir seu modelo.
Torcer pra que a medicina
Descubra logo uma vacina
E acabe esse pesadelo.
XIV
Parece até demagógico
Pedir pra ficar em casa,
Quem precisa trabalhar
Senão o aluguel atrasa.
Um fator sociológico;
Outro epidemiológico;
Que grande contradição!
Classe alta, baixa e média
Vítimas da mesma tragédia
Mas no mesmo barco, não!
XV
O barco da classe rica
É um iate de luxo;
Enquanto o da classe pobre
Não tem comida pro bucho.
Falta gel, água, sabão
Máscara, ventilação,
Até sabonete falta!
Já parou pra pensar nisso?
E aí? Vai ficar omisso?
Você que é da classe alta?
XVI
São perguntas sem respostas...
Esse é nosso País!
A bola está com você
Que patriota se diz.
Deixemos as teorias
E as ideologias...
E aquele um 1º (um por cento)
Da população mais rica,
Será que se prontifica
A ajudar nesse momento?
XVII
Vamos tecer uma rede
De solidariedade
Com o tecido da esperança
E os punhos da amizade.
Armar do Sul para o Norte
Essa rede larga e forte,
Deixá-la bem estendida...
Pra quando a crise passar
A gente se balançar
Cantando a canção da vida!
XVIII
O desafio está feito
E eu quero ver quem aceita!
Independente se é
De esquerda o de direita.
Não é sigla partidária,
É questão humanitária
O cerne dessa questão!
Como e quem posso ajudar?
Basta querer enxergar
E logo verá quem são!
Cordel Bíblico
A Parábola do Filho Pródigo
Na Biblia está escrito
Sobre a bondade de um pai,
Fala de um amor bonito
Pelo filho que se vai !
Após receber a herança
O moço sumiu no mundo,
Desperdiçou com gastança
Se tornou um vagabundo!
Faminto e já padecido
Pra casa ele retornou,
Cabisbaixo e arrependido
E o bom pai lhe abraçou !
Com alegria foi recebido
Se alimentou e agasalhou,
O filho estava perdido
E o seu pai o achou !
Lucas 15:11-32
Cordel Beiradão
Vou a contar a trajetória de um rei
Que marcou os interiores uma geração
Me fez ter orgulho da minha infância
Cantando o seu lindo Beiradão
Um som alegre uma poesia bela
Do cotidiano nossa cultura singela
Tua mensagem ficará na memória
Da minha Amazônia e muito além
Quanta luz esse caboclo tem
Me identifico com sua história
Por que ele me faz sonhar
Ele não é um rei feito Zeus
Talvez seu castelo seja uma sedia
Esse rei é simples como eu
Nascido nas beiradas desse rio
O seu nome é Hadail
O curumim que ouvia Teixeirâo
No Amazonas ganhou respeito
Fez fama e não teve jeito
Virou o rei do Beiradão
CORDEL NA SALA DE AULA
Ajuda o aluno aprender
Se falar da sua vida presente
Retratando o seu lugar
De uma forma diferente
Ele vai ter interesse
De conhecer essa gente.
Imagine que beleza seria
Falar de cada lugar
Da sua rica grandeza
Descrevendo cada lar
Cada um se conhecendo
E com certeza se empolgar.
O bom é com ele construir
Falar da sua história
Se aprende com brincadeira
Nunca mais sai da memória
No final construa o livrinho
Será uma bela vitória.
Mostre ao aluno a importância
Do cordel na literatura
Imagine se ele aprender
Essa forma de cultura
Amanhã com certeza
Terá melhor desenvoltura.
Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
CORDEL INFANTIL (sextilha)
Bela, a abelhinha sem asas Yáscara Samara
Eu vou contar uma história
De um assunto delicado
Na primavera, em setembro
Que dia mais encantado!
Uma abelhinha sem asas
Desse jeito memorado.
Vou falar da poesia
Que a poetisa comemora
No passado tem vestígio
Ao lembrar a gente chora
Um fato de quem escreve
Desde o romper dessa aurora.
De onde o vento me inspira
Me levando a escrever
O que houve no jardim
Ninguém podia prever
Nem uma mente poética
Poderia descrever.
Nascida numa manhã
A abelha esperava com gosto
Bela era o seu lindo nome
O sol já estava posto,
Mas quando sua mãe a viu
Sumiu sorriso do rosto.
Bela estava diferente
Lhe faltava sua alegria
A colmeia não aceitava
Tudo era desarmonia
Decidiram abandonar
E se mudar de moradia.
E deixada numa rosa
Bela ficou a dormir
Uma vespa foi passando
Pegou ela para si
Aconchegou em seu braço
E Bela voltou a sorrir.
A vespa a levou pra casa
Bela agora tinha lar
Não importa a diferença
O importante é amar
Lhe receberam com amor
Todos iam superar.
Bela bem inteligente
Apesar de não voar
Seus pais adaptaram tudo
Para ela se integrar
Fizeram um jardim baixinho
Para lá Bela brincar.
Bela tinha bons amigos
Mesmo não tendo asa
Todos achavam ela igual
Era o que sua mãe esperava
A lagarta era boa amiga
E todo mundo a amava.
Bela feliz foi crescendo
Quinze anos de espera
Seu padrinho a apresenteou
Fez umas asas muito esmera
Em suas costas colocou
Foi um vôo de longa espera.
Bela estava tão feliz
Com sua superação
As asas vieram juntar
As forças no coração
O diferente não é ruim
Quando existe a inclusão.
Mas Bela queria mais
Queria viver emoção
Sobrevoar as montanhas
Vê a constelação
Ser dona da sua vida,
Palpitar seu coração.
Não se achava diferente
E logo se adaptou
Botou prótese para a vida
E a sua vida florou
Viveu como todo mundo
E esqueceu que já chorou.
Bela saiu a estudar
E conheceu muitas flores
Virou especialista
Logo perdeu seus temores
E com a ajuda de todos
Veio a fé e os amores.
E o tempo foi passando
Ela criou uma fundação
Pra crianças diferentes
Foi trabalhar a inclusão
Ninguém iria deixar
uma criança "na mão".
Tinha diversas crianças;
Sem ver, andar, ou voar,
Mas Bela ensinou a todas
Não podia vacilar
A vida é pra ser vivida
o que importa é amar.
Criou também uma fábrica
Fazia asas, pernas e braços
Devolvendo a alegria
A quem buscava abraços
Trabalhando as diferenças
Enfrentando os embaraços.
Ver as crianças felizes
Era o que Bela esperava
Tentando mudar um pouco
Que a realidade negava
Da conquista ao apogeu
Tudo isto lhe agradava.
Quando se recuperou
Viveu, amou, cresceu
Conquistou a superação
Ela nunca esmoreceu
Viveu sempre adaptada
Se superou e floresceu.
Essa abelhinha era doçura
Mostrava felicidade
Não viveu no desamor
Alcançou a mocidade
Com sua mãe adotiva
Conheceu a liberdade.
Conviveu com o abandono,
Mas se tornou bem florida
Entre flores que ela amava
Escolheu a margarida
E sempre amando as flores
Viu sua história colorida.
Muito bela e bonita
Sem as asas de verdade
Isto não era defeito
Pois mostrou foi a igualdade
Era bem rica de amor
Com muita simplicidade.
A inclusão é apaixonante
Assim exclamava Bela,
Vivia sempre incluindo
Convivendo com sequela
Pois o mundo é muito amplo
Pintado com aquarela.
Por isso aqui vos falo:
Respeitamos a inclusão
O diferente só existe
Para quem não estende a mão,
Pois é bom sempre entender
Como é viver com paixão.
Cordel do preguiçoso
Preguiçoso é bicho mala
Arredio e aletrado
Só arruma encrenca
Um tremendo safado
Tem a cara doCapeta
É doidinho por uma treta
Faz-se de abestado.
Entra e sai ele apronta
Com quem vê na frente
Vive na mordomia
A labuta não enfrenta
Trabaiá é uma agonia
Seja noite seja dia
Preguiçoso ninguém aguenta.
Wilamy Canreiro) Zé dos Sonhos
05 de maio de 2021