Corda
Remédio da vida
Vencer a relva da mata
Carregue o triunfo na manga
Ambular na corda bamba
Procure ser um acrobata
Matar a saudade do beijo
E curar a sua sede
Descanse numa rede
Espere passar o desejo
Lapidar a pedra bruta
Persistência, força e luta
Arroste na escuridão
Vasculhe o remédio da vida
Abolir a dor da ferida
Deixado no coração!
Ademir Missias jan/21
Quando chegar no topo da montanha, lembre-se de jogar a corda de apoio apenas para quem lhe auxiliou a carregar os equipamentos, pois só eles acreditaram em você!
Pinhão assando na chapa,
Gaita manhosa tocando
na corda do meu coração,
Chimarrão que não pode
faltar em hipótese nenhuma
nem mesmo na Festa Junina,
Porque assim é que se festeja
também em Santa Catarina.
A minha pele, os cabelos,
a corda do peito, o sangue
e minh'alma se encontram
na profunda Mata Atlântica
(a nossa infinita Pátria romântica);
É nesta Mata Atlântica
deste Hemisfério Celestial Sul
que me inspiro e entrego
o amor e a poesia como destino
num mundo onde para
muitos está dado como perdido.
7 vezes me peguei pensando
Minha garganta de nó atada
Sufoco enquanto tudo turva
Sinto-me em corda bamba
Meus desastres aumentam
Cada dia que vejo meu reflexo
Magoado ao lembrar do beijo
É por você que tenho desejo
A proxima segue apunhalando
Cicatrizes das batalhas por ti
Seu sorriso, lança que atinge
Digo que essa gota contém
Kilos e kilos de angústias
Horas que o peito restringe
Dependendo de como você se prende à sua corda de salvação, ao mesmo tempo em que ela te puxa para fora do poço ela te aperta um pouco a cada etapa da subida. Você pode acabar não vendo a luz na saída de qualquer forma.
Confesso, nunca pensei
Em ver tão depressa o tempo passar
Por isso sempre tentei dar corda ao tempo
Pro tempo não parar
Quando estiver no fundo do poço, não espere pela corda, pois você é quem cria a corda para subir ao alto.
A QUEDA DO EQUILIBRISTA
Na corda esticada que sustem o equilibrista
é preciso muita perícia e habilidade,
na arte de andar sobre ela, assaz se arrisca
o funâmbulo que aprecia a atividade.
Mas quem se eleva na causa por aventura,
ignora que a desgraça de cair implica
em inépcia de manter o equilíbrio na altura,
e se despencar, na certa se complica.
Na vida isso também faz quem não é artista,
sem avaliar o risco que a arte explica,
alça-se na corda bamba para andar no alto.
Por lhe faltar a experiência em tal conquista,
descamba lá de cima e se estrumbica,
então saberá que só o gato é bom de salto.
Do seu livro: "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018