Cor de Rosa
saudade de você
Tanto tempo faz,
que li no teu olhar
A vida cor-de-rosa que eu sonhava
E guardo a impressão
de que já vi passar
Um ano sem te ver,
um ano sem te amar
Ao me apaixonar,
por ti não reparei
Que tu tivestes só entusiasmo
E para terminar, amor assinarei
Do sempre, sempre teu...
Quando pequena achava que o mundo era cor-de-rosa.
Depois, um pouco maior, ainda insistia em acreditar que o mundo era cor-de-rosa, mas HOJE, por mais que queira acreditar que o mundo ainda seja cor-de-rosa, as únicas cores que consigo enxergar são o preto e o branco, o branco e o preto...
Encontrei um bilhete. Papel pequeno, em detalhes cor de rosa. Escrito em poucas linhas a mão com caneta azul. Nas palavras carinhosas, em seu fim a palavra era assim: "de sua eterna amiga". Eternidade é verbo que se conjuga no plural!
Aqui não é sempre cor de rosa, nem sempre faz sol e nem tudo são flores.
Também há dias de tempestades, trovoadas e cinzentos.
Saudades, caos aqui dentro.
Resultado: Uma boa parte de mim.
Vida é cor...
cor-de-rosa,
vida em verso, vida em prosa...
sem vida, sem cor...
certo... e você acredita,
vida bendita...
vida é cor...
vida é amor...
vida é poesia...
mas há vida vazia...
vazia... você acredita?
Vida maldita.
A vida me tirou a força da bolha cor-de-rosa, então faço bolinhas de sabão para ver o mundo mais colorido.
Você é realmente um boto-cor-de-rosa. Cantou e me puxou para um passeio no fundo do rio. Não me engravidou como diz a lenda. Mas, me deixou com enjoos e algo dentro de mim, que tenho a sensação que é seu.
Quando pequena sonhava ser princesa e viver em um mundo cor-de-rosa, hoje em dia sou uma mulher que sonha sobreviver em um mundo caótico.
Não, eu não tenho uma vida cor-de-rosa, extremamente organizada e perfeitinha. Tenho meus dias de cinza e com tudo fora lugar, mas a força de dentro é maior; muito maior do que qualquer coisa ruim que aqui queira criar raiz.
Mundo cor-de-rosa
Sensualidade nos gestos
Delicadeza na arte de viver
Amar em tua vida é correto
Pois é amor mesmo antes de nascer.
Visualidade se tem do perfeito
Perfeição em forma de carinho
Se é dela o amor eu aceito
Pois teu coração não tem jeito
De tão bom parece meu ninho
Se veste, se arruma e perfuma
Se faz até de homem por igualdade
Mas pra falar a verdade
A mulher é sempre superior
Quando se trata de amor
Não se importando com a idade
Pois com ela amor chora
É feliz e até se lamenta
A ela todo homem implora
O tão desejado amor
Que a ele sustenta.
Adoro quando o céu fica cor-de-rosa. Ele veste com criatividade o limite da natureza humana em nuvens brancas, tão diferente do meu nitidamente acessível.
Vou dormir com os botos cor de rosa que encontrei em minha viagem "bate, volta" de Marte e sonhar com os gnomos de minha vida.
Rio cor de rosa
Meu ritmo espera.
De uma vez chega tua alma em repetições, se vendo passados, repassando passos. Se vendo castigo.
Entre tuas sombras a cor da tua vida se altera e me acelera em teu interior.
Corro sobre teu rastro de manchas. Riacho de rosas.
Um choro desaguando um turbulento rio.
Teu ritmo é luta entre os teus equilíbrios.
Faz de você, ao meio, pura batalha.
Teu ritmo é mudança.
Te reconheces aos poucos sempre que acordas. Mudas.
Descanso é acordar o avesso. Despertar o outro lado de onde te encaras pesadelos.
Sendo descanso mais um desejo de, a si mesmo, não ver.
Vive outro sonho a tua realidade.
Reconhecido por tuas entidades, te ergues lado a lado montando paredes.
Tua prisão. Tuas faces. Tuas vezes.
São loucuras e se mostram você condenado por elas.
Medo, recalque, repressão.
Nem a morte é uma ameaça. O que sou é minha própria ameaça quando decido se amo mais a mim ou o meu apego.
Me enganam todas as falas do ego. Assim vejo nascer o dia.
Caminho revelado entre espinhos.
Vigilância incansável do espelho. Doer um riso que não convence primeiro a mim.
Levar as culpas para o sonho. Ofender a paz nas mãos de alguma ilusão.
E me descubro adormecido perto de um louco com o mesmo nome que o meu.
Eu era sonho. Desconstrução urgente do meu mundo.
Por mim mesmo, só respirava. Todo o resto era você.
Perdido no teu olho existo mudo esperando ouvir resposta.
Tendo a única fonte. Teu rio.
Sonhei um dia que eu era
uma rosa cor-de-rosa,
perfumada e bela.
Do alto da minha juventude
olhava o jardim e me sentia
uma rainha que tudo sabia.
Até o dia em que descobri
que meu colibri havia
ido beijar outras flores
em outros jardins.
Via minhas pétalas caírem
uma a uma e me entristecia.
Quando um duende verde
e saltitante apareceu e disse:
Ó Rosa! Não olhe só para si.
Veja suas flores e seis espinhos.
Cada um deles é um filho,
uma canção nas cordas
do seu violão,
um sonho a ser realizado.
E pela primeira vez senti
que não existe fim,
apenas um reciclar de vidas,
e não era a primeira.
Olhei de novo e vi
que eu não era só aquela rosa.
Eu era a roseira inteira.
Toda vida fui Menina com M maiúsculo. Dessas que ama cor-de-rosa e acredita que homens comuns podem se comportar como verdadeiros príncipes.
Carrossel
Já to com a boca cor de rosa
O batom já me veste do teu desejo
Sei que me quer pueril, toda em graça
Pra me deixar em mordaça num só beijo:
Carrossel.
Quando tirei os óculos com as lentes cor-de-rosa não gostei do que vi. O roteiro em preto em branco repleto de detalhes com princípio, meio e fim. Não fugi. Peguei uma palheta contendo as cores do arco-íris, pacientemente dei os tons alegres próprios de quem a vida ensina a renascer.