Contos Tristes
Lá vem deslizante
Não sei se vem ou se vai
Não sei se lava
Ou se retrai
Lá vai água boa
Que lava meu sorriso
Ou em beleza magma
Se torna lágrima
Vertente sem pegada
Como nada engraçada é perigo
Um sem abrigo
Sorriso ou dor não sei
Lá vem água boa
Meu sorriso assim define
Pois passeia em meu corpo
E torto no horto sou oco
Lá vai água boa
Que lava
Enxágua
E me banha
Me assanha
Me alegra
E em nenhum momento
É tormento
Porque água tudo lava
Água tudo leva
Água banha
Assanha
Acalma
Água lava a alma
Quando a tristeza bate
Quando não nos queremos
Quando de nós nos perdemos
Lá vai água boa
Não sei se vai ou se vem
Não sei se é magma
Não sei se é lágrima
Se em seus olhos vejo aconchego
Meu conselho é que vibre
Pois de ti tenho medo
De um amar sem retorno
Daí, em torno não me apresso
Me stresso em compassos
Visto que era minha calma
Agito minha alma pois é impossível
E se solicito o plausível
Vou seguindo
Sozinha
Em contento com um som agradável
Sua voz
Que me transporta
Me importa
E esgota
É meu amor
Um solitário bobo
Que quando ouve sua voz
Se dilacera em solidão
A casa da Vovó
A casa da vovó era tão grande, lá eu me sentia Latifundiário em vinte metros quadrados, lá eu subia no muro que parecia o de Berlim , lá eu subia nas Goiabeiras, nas pitangueiras e não tinha medo de subir, de cair, de sussuarana e nem tão pouco de perder a hora do almoço porque eu sabia que meu anjo envelhecido ali estava para me lembrar ,carinhosamente , que meu prato preferido estava na mesa.
A casa da vovó era tão grande , lá , no quintal, tinha uma enorme pedra, que hoje, diante de meus olhos nem tão grande era assim!
Lá às formigas eram gigantes, as flores mais coloridas , o suco mais doce e os biscoitos mais crocantes. Lá tudo ficava gostoso, até a couve que mamãe fazia e pedia pra vovó colocar em meu prato. Lá verdura era carne tenra.
A casa da vovó era meu itinerário preferido e ela a guia turística mais fantástica que eu já conheci .Meu passeio preferido, meu colo preferido, meu abraço mais quente e meu sim constante.
A casa da vovó era tão grande e se tornava maior por tanto carinho, tanta generosidade, tanto amor. Não cabia em suas intenções tanto carinho, expresso em apenas um olhar, um aconchego ou um sabonete e um talco quando ela ,de mãos dadas comigo, íamos receber sua pensão.
Assim a casa da vovó era uma mansão , tamanhos cantos que tinha, tamanha a vontade de agradar, tamanho o tamanho daquele envelhecido coração.
A casa da vovó, a casa da vovó era minha esperança de crescer , crescer e encontrá-la , envolver meus bracos pequeninos em seus bracos envelhecidos, ou o contrário ou ,simplesmente falar baixinho:
-Vó pede pra minha mãe deixar eu ficar aqui hoje? Pede vó , pede!
E ela com aquele sorriso conivente me abraçava e dizia:
-Pode deixar, ficaremos juntas mais um dia.
E eu simplesmente ,hoje envelhecida na saudade, falo:
- A casa da vovó era tão grande! Mas o amor da vovó era bem maior.
Pegou atalhos, passou à frente levando tudo olhou para trás e começou a atirar. Conseguiu montar um forte onde instalou-se e de lá continuara atacando.
Até que um dia, um raio partiu ao meio a torre onde estava instalada, uma forte língua dágua saiu do mar e invadiu as suas instalações e ela foi levada para o mais profundos dos mares, onde foi degustada pelas criaturas marinhas.
A sua alma vagueia, atormentada pela própria consciência e a sua descendência cuspirá sobre a sua lápide simbólica.
Ai de ti...
O incrível Homem de Pedra
Era uma vez,não é a melhor maneira de começar uma historia,mas começo assim pois tem veia de historia que vô conta...Em algum lugar desse mundo extenso havia uma montanha como uma forma estranha,certo dia um jovem desbravador e seu experiente avô se deparam com ela,mas que depressa o jovem perguntou:
- Vovô o senhor que conhece todas historias, sabe de tudo um pouco, mas não toda verdade, sabe o porque da forma estranha dessa montanha?
Logo o senhor atentou e e disse:
- Claro que sei,bonita historia,se não me falhar a memória ela toda lhe contarei:
Havia um grande homem de rocha,de aparência horrenda,seu corpo não fazia sentido,inexplicável era sua vida ou sentido dela,vagava,caminhava,uma vez ou outra alguém lhe atacava,mas nada surtia efeito,era inquebrável,indestrutível,imparável!!!
Meio sem querer se tornou protetor da floresta que habitava, as criaturas mais fracas e indefesas,que já não temiam os predadores, pois a tudo aquele homem pedra amedrontava,na havia aquele que lhe enfrentasse,desafiasse,não sentia dor,e aparentemente nada...
Certo dia um homem de carne,de caráter questionável e inteligência peculiar,resolveu a observar tudo a distancia como se comportava a grotesca criatura de pedra.A rocha humana,amava a natureza,se alegrava com o cantar dos pássaros,com o saltitar dos cervos,fazia sons parecidos com risos a observar as brincadeiras dos esquilos,contemplava o céu,e sabia o nome de cada arvore do local,sabia que as flores,perfumavam o ar e anunciavam a chegada de muitos frutos...Ao ver tudo isso logo o homem de carne constatou:
-Ele sente!Ele sente!Alegra se e ama...Inquebrável,indestrutível,imparável,porem não inabalável!Aos outros necessito informar.
Certa noite,Homem de Pedra,observava e cantava para as estrelas,o som era oco parecia o eco da caverna,mas de certa forma havia harmonia,melodia e paz!Quando repentinamente ouviu um grito:
-Me ajude!Me ajude vamos todos queimar!
Era o grande acre da ponta sul,mais que depressa se pois a correr,foi quando o pinheiro da ponta norte também gritou:
-Estou em chamas,ajude me homem de rocha!
Pobre homem de Pedra,quando se situou aos quatro cantos estava cercado,só havia fogo,cedros,jatobás,eucaliptos,andirobas,bananeiras,arvores mangueiras,ypes,pobres salgueiros todos estalando com o fogo,toda beleza natural se esvaindo,todos frutos se perdendo...Ouviu todo mundo em tua volta gritar,gritavam em agonia,tudo aquilo que conhecia,tudo aquilo que lhe dava alegria estava perdendo a vida,ao nascer do dia estava cercado de cinzas.
Então o homem ao nascer do dia,aquele homem de carne de inteligência peculiar,viu que nem em tudo havia conseguido pensar e começou a esbravejar:
-Que droga,maldita vida!Não restou nada aqui,somente cinzas!Os pássaros voaram, os cervos correram, a água esta suja, e não há o que colher,e nem pelo visto não há sementes,e por aqui nada parecer mais poder nascer,só restou aquele horrendo Homem de Pedra,que não quebra,que não queima,que fique só sem tua natureza,es o que merece,pela raiva,e por toda afronta que nos fez,onde esta a natureza e toda vida que tanto queria proteger?
Assim o homem de carne partiu junto com os demais, sem remorso ou ao menos olhar pra traz!
Estava só,aquele homem de rocha que não se quebrava,que nada o destruía,ou lhe parava,se colocou sob os teus pés e olhou a tua volta,mais não havia vida em tua volta,so cinzas e coisas mortas,olhou pro céu e esbravejou,aquele som estridente,assustador,não tinha paz,era so agonia,dor...aos poucos foi ficando triste,e mais triste,foi se encurvando,pois cabeça entre as pernas não quis mais ver,nem ouvir,nunca mais sentir,so queria ser nada,ser ninguém,chorava,e chorava e ninguém escutava,ninguém lhe via,ninguém se importava...era o que pensava.
Porem de todas as belezas naturais, lhe sobrava mais imensa e intocável, O Céu. E o Céu ouviu teus prantos, o Céu se comoveu e chorou, sem parar por um longo tempo,estrondou mil vezes,para que o homem de Pedra olhasse para ele,para que se levantasse,para que se reerguesse,e observasse a tua volta,pois as lágrimas do Céu haviam trago vida nova,muito mais vida que em outrora...Mas toda aquela fortaleza de rocha,se curvou,se perdeu,desistiu de lutar e o mundo seguiu,ele parou,muitas coisas lhe amontoaram e ele se perdeu!
Meu neto essa é historia do Horrendo homem de Pedra que tinha sentimentos e amava a natureza,que era indestrutível,imparável,Inquebrável,sua existência inexplicável!
Mesmo assim deixou que amontoassem pequenas pedras em tua volta,sob si ate o ponto de não conseguir mais sair e nem se distinguir, o que era ele e que eram as pedras a tua volta,e com o tempo foram tantas pedras que se formou essa frondosa montanha...De todas maravilhas que o Homem de Pedra poderia contemplar,infelizmente na viu a mais maravilhosa,O Milagre Das Lágrimas do Céu.
Olhei para o lado e meu neto,havia dormido,ninguém quer ouvir historias de um velho afinal.
VINTE E DOIS
O músico é uma criança à procura do futuro, do passado, do presente.
Do futuro do presente
De um presente do passado
De um passado de muitos futuros
A música é choro, é chão, é momento
A música é o sempre, é o agora, é uma coisa já vista/ouvida que sempre será novidade
Efêmera e eterna fertilização de corações e mentes.
A música é a definição indefinida do que almejamos ser ou não ser.
É a palavra mais inalcançável ao alcance dos mais incautos ouvidos
A música é uma estrela. Ou seria constelação?
Uma leve brisa ou um tortuoso tufão?
A música é a explicação ao inexplicável.
É o inexplicável translúcido em vasta amplidão
É a liberdade prisioneira
É o teto, a eira e a beira
É o que fomos, o que somos e o que seremos.
A música é utopia real
Fantasia da realidade
Realidade da fantasia
A música é uma criança à espera de zilhões de pais, mães, irmãs e irmãos.
É Arezzo, Cecilia e João, Sãos...
É a certeza da cura
É a cura desenganada
É a ilusão do horizonte
É a bebida que brota de toda e qualquer fonte
É a coisa sem fronteiras, que infelizmente alguns tentam podar.
A música é o mais reluzente significado para nossas vidas, quer queira, quer não .
É angústia, é ânsia, é susto, é suspense, é o amor!
E em seu dia elencado por mortais,
Tento em versos vãos externar o infinito solúvel e sem solução
A música é esperança, é uma criança, é a fêmea e o macho, do flautim ao contrabaixo
Do ventre à luz
Da alma aos sãos
Da cegueira à visão
Do oco aos atos.
Do ogro aos ratos
Dos gnomos aos patos
Da fome ao prato
Existem sons
A música é criança versada e versando
Canções
Luciano Calazans. 22/11/2017
À Deusa que rege a minha vida e a de Zilhões.
Quero tudo devagar
Porque se meu tempo está pra acabar
Que eu o aproveite
Como deleite
De pouco passar
E que eu deixe a rapidez para os novos
Que não percebem
O que bebem
O que sentem
O que mentem
Que andam a navegar
Em terra solta
Quero tudo devagar
Porque se o fim chegar
Que seu intervalo seja passear
Pelas estrelas
Pela lua
Pela sabedoria
Quero tudo devagar
Porque a pressa de passar Se transformou
E se saúde faltou
Nada releva
Tudo se enerva
E uma brecada
Se dá em cada arrancar
Mostrando que a felicidade é devagar
E se dá somente
Na fortaleza do amar..
30.12.17
SE EU PUDESSE
Se eu pudesse
Se me fosse permitido
Subiria lá no alto
Em busca de minha ilusão
Se eu pudesse
Se eu pudesse mudar
Andaria em ruas novas
De mãos dadas com seu olhar
Ah mas se eu pudesse
Se eu pudesse sentir meu sangue ferver
Se coragem tivesse
Ousaria viver
E sem medo do mundo
Tiraria do meu coração fundo
Todo amor que urge
Pela vontade que surge
Ah se eu pudesse...
Se coragem eu tivesse...
Aconteceu,o buraco ficou fundo,eu te avisei,buraco fundo é difícil de sair.
Arrebentava minhas unhas cavando paredes até subir de novo, quando eu achava que ia conseguir, escorregava.
Não é de rir,
aí que lástima, não adianta, quando falava demais você criticava , pediu que eu falasse menos:
-observe mais!
-fique mais calado!
Eu então fiquei tão calado,mais tão calado que só observei.
Claro ! -"O bom cabrito não berra"! - Já dizia meu pai
E foi de tanto observar que deixei o buraco ficar muito fundo.e eu,eu dentro dele.
Foi então que cheguei a infame conclusao que sem equilíbrio não tem jeito não , fui fundo no buraco e percebi que o burro também só observa.
Lupaganini
Quero viver sozinha
Quero que vais embora
Não quero forjar meu viver
Semente de flor que devora
Quero seguir em frente
Quero a solidao namorar
Quero me casar com o acaso
Quero amante virar
Quero o perdão lhe doar
Pois impossível se tornou
Deu-me razão para partir
E outros corpos querer
Quero a vontade explorar
E meu desejo impolgar
Quero em vento livre voar
E nunca mais me casar
Quero a felicidade
Quero a irresponsabilidade
Quero um vestido de festa
Quero dançar sem idade
Quero voltar o que era
Quero viver minha vida
Quero igual homem pensar
Voltar a namorar
E nunca mais me machucar.
Lupaganini
425
Para hoje só tenho amor!
Que mais eu poderia se meus canteiros foram invadidos por Beijos, amores perfeitos e meu corpo só quer abracos e, a boca ? ah ! A boca só quer sentir seu hálito. Uma conversa calma,que invadirá minha alma e como bem antes,transformará todo dia ,toda manhã em saudade, transitando para a esperança e um recordar diário.
Os olhos e o coração
Um belo dia, uma doce garotinha perguntara ao seu avô:
- Vovô, por qual motivo sentimos vontade de chorar?
O senhor, atento à pequena, prontamente respondeu:
- Contar-lhe-ei uma história.
Certa vez, o coração, tão tímido e apaixonado pelos cristalinos e profundos olhos de sua amada, diante de seu amor impossível, prometeu-a que mesmo não podendo tê-la, estaria sempre presente e que ela o sentiria, mesmo sem poder tocá-la.
Ocorre que fruto dessa paixão, o coração enchia-se como a vastidão do mar.
Gota por gota, a cada suspiro de amor, aumentava lentamente.
Quando não suportando de paixão, transbordava, escorrendo pelos olhos e percorrendo o rosto de sua amante.
Pediu-a que toda vez que sua face encher-es de lágrimas, lembrar-se-ia que esse era o presente mais vívido e constante de seu amor e que logo após, sentiria o alívio de seu amor, aliviaria seus sentimentos.
Diante da história contada pelo avô, a garotinha respondeu:
- Então as lágrimas não são tristes vovô?
- Nem todas. Elas são a expressão da maior qualidade humana, a de sentir.
E devido à paixão do coração pela sua amada, alivia-nos constantemente diante de qualquer sentimento através das lágrimas.
- Incrível vovô! O Coração sim soubera presentear sua amada. Aliviava seus sentimentos através do seu amor, refrescava sua alma tal como o mar nos refresca no calor.
- Certo meu bem! O amor é assim mesmo, imenso e vasto. Quando não cabe no coração, transborda pelos olhos e logo após nos alivia!
- Obrigado vovô!
- Lembra-se pequena, quando sentir-se triste e seus sentimentos transbordarem por através de seus olhos, não esqueça do presente que o coração deu a sua amada! Ele encheu-se de amor para aquecer a frieza da tristeza, refrescar o calor da emoção a ternura da felicidade e aliviar o amargor da emoção!
As lágrimas são um remédio renovador, capaz de encher nosso ser com a oportunidade de recomeçar mais leves!
O menino Índio E Sua Amiga Comprida
Era uma vez em uma tribo, lá pelos lados do Amazonas... Existia um índio que tudo que queria, era que todas as tribos do mundo fizessem um tratado de paz para cuidarem de sua mãe Natureza e serem amigos.
Ele era sempre o primeiro a querer participar das caçadas pela floresta, não temia quase nada, gostava de ser índio e tinha muito orgulho da sua tribo, sempre pedia a Tupã, para lhe dar forças para defender todos as tribos que lutassem pela paz e sua preservação.
Um dia os brancos começaram a habitar sua tribo e ai sim, começou seus pesadelos, que era que a comprida ( como chamava a cobra grande) engolisse os seus. Ele cresceu acreditando, que em frente da sua tribo, onde uma praia aparecia, quando chegava a seca, na realidade era a carcaça de uma cobra grande.
Ele temia muito, porém pensava( vou lutar contra meus medos e ser amigo da comprida) que, que se a cobra grande, acordasse, devido aos mau tratos a natureza, engoliria os seus.
Um dia o índio, partiu para conhecer outras tribos, mas seu coração sempre estava conectado as suas origens, até que um dia recebeu em sonhos um chamado do feiticeiro, que pedia para ele voltar, por que a alguns dias, seu povo estava sofrendo com o ataque da comprida, que estava cerando sua aldeia, não conseguiam nem dormir, de tanto medo de serem engolidos, as crianças viviam chorando e o povo da tribo, já estava até pensando em sair daquele local e procurarem outra aldeia.
Ele respondeu telepaticamente ao seu pajé:
- Estou voltando agora mesmo, e vou falar com ela,confiem em mim...
Ele partiu em busca da comprida, passou vários dias e noite procurando e nada de encontrá-la. Quando já estava quase desanimando, escutou uns ruídos diferentes, e foi atrás para saber o que era, quando chegou mais perto,viu a cobra rolando na praia e chorando de dor, suas lágrimas se misturavam com as águas do rio.
Ele perguntou excitante:
- O que houve com você comprida cobra?
- Estou sofrendo a dias, menino índio, as pessoas de sua tribo, estão poluindo o rio e entrou em meus dentes, grande lixo, que apodreceu e me causa muita dor e não consigo voltar para o rio, tentei procurar ajuda, mas todos tem medo de mim.
-Claro que irei te ajudar, mas vai doer um pouco, mas você tem de ser forte, porque irei puxar de uma vez só.
-Tudo bem,quero me livrar de uma vez dessa terrível dor.
E ela deu um grande ruído, que foi ouvido até na aldeia. Lá os seus manos ficaram muito preocupados e se perguntando se o bravo índio estava bem.
-Estou livre desse lixo, que bom! Você foi muito valente indiozinho, o que posso fazer para agradecer sua ajuda?
-Gostaria de ser seu amigo e que você conhecesse minha aldeia e também se tornasse amiga dos demais índios que vivem lá.
-Sério?
-Claro que sim, todos lá tem muito medo de você e quero que eles percam esse medo bobo, pois sei que você não nos faria mal algum.
-Agradeço sua confiança e irei sim!
Quando os demais índios viram de longe, o guerreiro da sua tribo, chegando com a enorme cobra, ficaram apavorados e correriam de um lado para o outro com medo de serem atacados.
-Não tenham medo, ela é nossa amiga e veio em paz, ela só estava rondando a nossa tribo, por que poluíram sua casa e entrou grande lixo nos seus dentes e precisava de alguém para tira-lo. Eu já o ajudei e trouxe-a aqui para ela falar um pouco de onde ele vive, assim podemos conhecer melhor sua casa e ajudar a cuidar dela também. Tudo na natureza, faz parte da nossa família, só precisamos entender e zelar por todos,, para nem uma tribo sofrer e nós fazerem senir medo, quando precisarem sair de seu habitat natural, e buscar o nosso, por que destruimos os seus.
Depois desse dia a a tribo começou a se preocupar para não sujar mais a tribo dos outros e entenderam que somos todos filhos da mãe da Natureza e só precisamos nos respeitar e proteger-nos, para não fazermos sofrer outras tribos,com os nosso lixos.
A noite era de rock roll, o ritmo de feriado, e a cantada uma invenção de ultima hora, mais sempre sincera.
De tempos em tempos vários amigos e companheiros se vão, e o motivo é quase sempre o mesmo, o famoso e popular “relacionamento amoroso”, aquele que transforma simples pessoas em poetas, que embriagam o céu de harmonia e tomam a voz dos Deuses para falar de amor e blá, blá, blá.
Tenho que admitir, que sinto quando perco amigos dessa forma, inclusive tem um camisa 10, centroavante dos bons, que tá quase pendurando as chuteiras, ai já viu, eu como jogo no meio-campo subir pro ataque vai ser foda, mas já ando ensaiando umas jogadas.
Lá estava, eu, embalado pela música e outras coisas, me iludindo com a beleza criada pelas maquiagens da noite, e achando que não iria sozinho pra casa falando besteiras pro taxista, para isso, precisava ser criativo na conversa, e contar algo que de alguma forma, tocasse profundamente as mulheres daquele lugar:
Eu parava ao lado “delas” como quem não queria nada, olhava para banda, e no ritmo da música dizia seriamente, sem desviar o olhar:
- Quando escuto uma boa música o tempo para! Já conseguiu fazer o tempo parar alguma vez?
Silêncio! Logo em seguida me lançavam um olhar desintendido.
Meu consolo foi achar que elas eram as mais bonitas da noite, ou não conseguiram fazer o tempo parar ouvindo uma música, ou não entenderam a pergunta.
O silêncio permaneceu no táxi.
“Tudo perdido,
Menos a ternura
Oh romantismo”.
FALSO AMOR
Autora: Profª Lourdes Duarte
Ó vós, que amor abriga no coração!
Amor que te consome e te entristece
Sabes que falso é esse amor
Amor que é amor não entristece.
O amor é como a brisa que sopra
E nos campos espalha aroma a perfumar
Ou como água fervente que queima
Sem cicatrizes que sangra deixar.
As marcas do amor são como luzes
Que irradiam os corações enamorados
Brilhos intensos nos olhares se cruzam
Felizes dos corações apaixonados.
Amor que faz sofrer é falso amor
Ou paixão avassaladora que maltrata
Chega forte como um furação,
E logo se desfaz como um conto de fadas.
Eu tenho um sonho.
Se esse sonho se realizar,
deixarei de ser quem sou e passo a ser meu sonho.
Se eu passar a ser meu sonho, serei perfeito.
Mas, se eu for perfeito, não serei humano,
pois humano não poderei ser, já que humano não é perfeito da forma como eu quero ser.
Eu quero ser um mistério
para os olhos de outrem.
Viver, sendo este sonho que outrora desejei.
Pode parecer egoísmo, mas acredite, não o é.
O mistério torna bonito
as palavras que eu disser.
Não acredito em sonhos que não forem acontecer.
Sonhando em me tornar um sonho, eu vivo sem parar, vivendo em prol do sonho, estou aqui para quem desejar.
O segredo está escondido, assim como deve ser,
Segredos não se revelam à quem os quer saber.
Eu conto meus segredos Através de contos e poesia.
Quem sabe você não descobre o que eu tanto dizia.
Você é a oitava maravilha, mas disso ninguém vai saber.
Você é meu segredo, E para sempre vou esconder...
O teatro Van Tepes
Porto Alegre 1851
-Havia muito sangue nas cortinas?
Perguntou a governanta para sua sobrinha Carmem Lucia
-Desta vez até que não havia muito sangue- Respondeu-lhe
-Eram muitos? Quero dizer, estavam todos no palco?
Todos os 9 ? O menino também estava?
-Estavam todos, titia, todos eles
-Quantos foram mortos desta vez? Quantas pessoas?
-Não sei, creio que três ou quatro
-Oh! Meu Deus!
Meu Deus! Isto tem que parar
todos os dias essa carnificina
e nós vivendo debaixo do mesmo teto que eles
e o pior é que não podemos fazer nada
-Somos apenas os empregados, tia, estamos aqui para servi-los
-Não sei porque seu tio foi aceitar este emprego
não suporto mais trabalhar para estes monstros
antes ao menos, matavam somente animais
porque tinham de vir para capital
e comprar este maldito teatro?
Deveríamos ter ficado na fazenda
vou lhe dizer Carmem, já estão desconfiando
não vamos conseguir manter este segredo por muito tempo
depois do desaparecimento daquele padre
a coisa piorou, não deveriam ter feito aquilo
-É melhor ficarmos quietas, tia, vamos fingir que não sabemos de nada
e depois, não temos nada a reclamar, vivemos muito bem aqui
temos casa, comida e ainda ganhamos um bom dinheiro
-Mas já estão a fazer perguntas Carmem
os vizinhos estranham o fato de só aparecerem á noite
não há uma viva alma, que ao bater na porta, não estenda
a vista para especular, o carteiro, o padeiro..estou lhe dizendo
Carmem, estão a desconfiar
-A senhora não comentou nada com ninguém? Não é mesmo tia Dolores?
-Não, valei-me Deus! Mas vou confessar-te
ás vezes tenho vontade de ir até policia e contar tudo
é abominável o que fazem! Nossa senhora! Não gosto nem de pensar
estes demônios vieram de Roma para devastar esta cidade
-Eles não vieram de Roma, tia, vieram da Romênia
- Pra mim é tudo igual, não fica lá na Europa ?
Acho que nunca deveriam ter saído de lá!! Agora isso!
Comprar um teatro bem debaixo da catedral
admiro muito quem vendeu para eles
o que não fazem por dinheiro!!
-Eles ofereceram uma boa cifra pra prefeitura
-Mas e o bispo? Ele foi contra a construção do teatro
imagina! Um teatro debaixo da terra, bendita hora que aqueles padres
foram encontrar essa câmara subterrânea
-O salão foi construído muito antes da catedral, tia
o senhor Van Tepes dize, que seu antepassado
a construiu no século XV, na idade média.
-Mas porque aqui em Porto Alegre? Porque eles tinham de vir pra cá?
Estes dias já vi a policia rondando o casarão, tem muita gente desaparecida Carmem Lucia, eles vão acabar descobrindo, só queria saber aonde escondem os corpos
-E porque esconderiam os corpos, tia?
-Ora, Porque? Eles são assassinos, matam as pessoas cruelmente
esse teatro é só uma fachada, tu sabes muito bem disso, porque perguntas Carmem Lucia?
- Eles não matam as pessoas, tia Dolores
-Como que não, eu mesmo vi com meus próprios olhos, eles apunhalaram aquela mulher com uma adaga, depois sugaram todo seu sangue, por Deus, eu vi!!
-Na verdade ela não morreu
-Não! Aquilo não era encenação Carmem, foi a única vez que
fui aquele teatro, e vi coisas horríveis acontecerem lá, eles mataram aquele mulher assim como mataram centenas de pessoas
-Talvez eles só tenham morrido para esta vida
-O que estas dizendo Carmem? Como podes pensar assim?
-Acho que está na hora de saberes a verdade, tia Dolores
-Que verdade? O que esconderam de mim?
-Os Van Tepes não estão matando as pessoas, estão criando uma nova raça.. Todos que estão desaparecidos foram transformados....a senhora sabe no que
-Por Deus! O que estas dizendo Carmem Lucia? Seu tio sabe disso? Porque não me contaram?
-O senhor Van Tepes pediu para guardarmos segredo, a senhora é
leviana, tia, tem a língua muito solta, mas agora não tem mais como esconder
-Mas aonde estão? Aonde estão estes monstros?
-Como a senhora bem sabe, o teatro Van Tepes é uma fachada
o interior do teatro esconde uma passagem para uma cidade subterrânea
construída á milênios atrás, é lá que uma nova raça
aguarda sua hora, a hora de governar este mundo
-Por Deus! Estão criando demônios! Então é isto que estão fazendo?
Malditos! Vou embora desta casa agora, vou contar tudo a policia
temos de nos apressar, ainda é dia, eles ainda estão dormindo
vamos, vamos, arrume suas coisas, onde está a Dorotéia?
Vais chamar tua prima, vai, depressa!
-Ela não está em casa, tia Dolores
-Como assim? Ela não estava contigo ontem? Não foram juntas ao teatro?
-Ela não voltou........
-O que? Ah! Meu Deus! Meu Deus! O que fizeram a minha filha?
-Ela está dormindo agora
Porque Carmem? Porque fizeram isso?
-Era a única maneira de mantê-la aqui, tia, este segredo é muito precioso
a senhora é a governanta desta casa, eles precisam de nós, quem cuidará deles quando estiverem dormindo? Ser como eles, não é tão ruim quanto pensas, eles falaram que depois da Dorotéia, eu serei a próxima, mas para isso é preciso que a senhora continue nesta casa
-Não deveriam ter feito isto com minha filha
-Foi a única maneira de convencê-la, tia, não se preocupe, Dorotéia está bem
-Eu nunca mais vou ver minha filha, Carmem?
-Poderá vê-la todas as noites no teatro, ela começa hoje
o senhor Van Tepes deixou estas entradas para senhora, é do novo espetáculo, Hamlet, de Willam Shakespeare, aquele autor inglês que a senhora tanto gosta, ele reservou um camarote só para nós, já falei com o titio, ele está preparando uma carruagem, iremos com eles, agora mais do que nunca, fazemos parte desta família, não fique triste, tia, enxugue essas lágrimas, Dorotéia não vai gostar de ver-te assim, hoje é sua grande estréia no Van Tepes, a casa vai estar lotada................
Gilsa era uma criança de sítio. Vivia em uma cidadezinha perto da cidade central, a mais rica do Norte, porém era esquecida pelo governo e habitantes do estado. Ela tinha pai e mãe, ambos fazendeiros, cuidavam de vários gados fofinhos e porcos assustadores. Cães imundavam o local com segurança e alegria. Havia gatos também.
Na escola, Gilsa era nove e meio. A menina estudava e conversava demais, sempre era sobre seus sonhos e desejos, que, desde criança, sabia que era pobre demais para conseguir realizá-los.
- Minha filha, você sabe que quando crescer... terá que trabalhar com o pai e comigo, não sabe? - Dizia sua mãe. Gilsa concordava. Sempre concordava com a verdade.
Algumas semanas mais tarde, ela recebeu o aviso que teria um passeio para o planetário da cidade central. Ela nunca tinha saído de seu próprio bairro minúsculo. Seus pais ficaram desesperados. "E se ela passar fome? A viagem é um pouco longa até lá!", "que roupa ela vai? Não pode ir como uma menina do mato, vão pensar que somos atrasados!". No fim deu tudo certo. Eles tinham preparado um pão francês com margarina e leite para algum imprevisto. Sua roupa era simples, uma camiseta branca com estampa de um sorriso, um shorts de pano preto e um tênis preto-quase-cinza.
Os colegas e Gilsa foram com o ônibus que puderam arrumar. Estava caindo aos pedaços, era mais velho que a própria professora Loiza, uma senhora que vivia com seis gatos, vivia dizendo que não queria mais um porque era muito comum. Queria ser diferente. Mas todos os alunos sabiam que era porque ela tinha medo de ter sete gatos e morrer sozinha. Quem alimentaria os gatinhos? Ela acreditava na lenda local Senhoras com Sete Gatinhos e Zero Namoradinhos.
O passeio foi legal, segundo a pesquisa. Eles foram entrevistados por serem da primeira escola de outra cidade que foi para aquele planetário. "Foi muito louco, senhora... tipo... parecia que eu estava a sete palmos das 3 Marias!", disse Gilsa em sua vez. Naquele dia, Gilsa do Rosário percebeu que tudo que sabia estava errado. Os seus sonhos eram toscos demais perto das estrelas.
Depois daquele grande dia, suas amiguinhas Carol e Aline viviam falando do luar, das estrelas lindas que haviam no céu acima de suas cabeças.
- Um dia eu irei lá pra cima! - Gilsa falava enquanto apontava para cima. - Daí poderão me ver dá tchau para vocês duas do céu.
Elas sonhavam neste dia, brigavam para saber quem seria a primeira a vê-lo. Suas Barbies feitas de feno, pano e botões achados na estrada eram ricas, humildes e astronautas em todas as brincadeiras perto do riacho, tudo por causa do maldito passeio.
Nadadoras Astronautas, Astronautas Corredoras, Mecânicas Astronautas, Caçadoras Astronautas, até mesmo: Humanas de Outro Planeta, Humanas Visitantes do Espaço, Humanas Loucas pelo "Astronautismo", Humanas que não São da Terra mas sim de Marte.
As três cresceram. Afastaram-se uma das outras. Viraram estranhas em meio de outros estranhos. Nem se lembravam dos sonhos, dos desejos, das conversas.
A família de Gilsa cumprimiu o que tanto falara: ela trabalhou com os pais na fazenda. O seu sonho de ser astronauta nunca foi realizado. E nunca seria. Ela nem chegou a pesquisar sobre. Perdeu o belo interesse.
- E seu sonho de ser astronauta quando criança, filha? - Perguntava seu pai já idoso.
- Ah, pai. Sonho de criança. - Sempre respondia. Para o presente e futuro de sua vida a única coisa que existia era a fazenda. A bela fazenda com os gados, porcos e cachorros... ah, e havia gatos também.
A arte com palavras
Nosso idioma é complexo e profundo, não pense que não, pois é sim. O português é uma das línguas mais exatas que se fala hoje no mundo. A exatidão explicativa que o português alcança é semelhante à matemática, quando usada em termos clássicos ou mesmo no coloquial. Já em si tratando da arte literária, o português é pura arte. Músicas, sonetos, poesias, contos, poemas etc. O português é magnífico e magistral para a criação artística. Observe a obra de Francisco Buarque de Holanda, como é possível descrever sentimentos tão profundos com tamanha clareza. A obra de Drumnond, Fernando Pessoa e tantos outros escritores que a través da palavra escrita em português tornaram-se imortalizados. Saudemos ao nosso idioma, saudemos aos poetas e escritores que fazem arte com palavras.
Charles Silva – Textos
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A Cantora
Aquele momento ficou registrado nas fotografias
As luzes dos flashes refletiam-se nos olhares felizes fotografados
Jeitos, trejeitos, gestos. Cada movimento era registrado inúmeras vezes
A emoção estava no ar, olhos rasos d’água tentavam exibir sorrisos
Vozes não se escutavam, apenas aplausos acalorados e assobios
Ouvindo o público pedir mais e mais, quando o show já havia acabado
Ela voltou ao palco, mas não conseguiu mais cantar de tão emocionada que estava
O público compreendeu e a vendo chorar ali no palco, aplaudiu de pé
Era o clímax, o máximo para uma cantora iniciante
Foi a última apresentação dela no festival universitário da canção, realizado em Ouro Preto - MG. Ela havia sido classificada neste festival, e durante o festival foram apenas quatro apresentações, incluindo a final. Ela ficou classificada em terceiro lugar no dia da final. Ganhou um troféu e uma quantia em dinheiro. Os dez melhores classificados participariam da gravação de um disco de vinil daquela edição do festival.
Claudia ia completar dezenove anos, era filha de Dona Edna, que era uma das arrumadeiras da pousada onde eu estava hospedado em Belo Horizonte. Dona Edna era muito amiga minha, ela me acordava de manhã batendo na porta do meu quarto ás seis da manhã, para que eu não perdesse a hora para ir trabalhar. Conversava sempre comigo durante o café da manhã na pousada. Ficamos amigos, e como ela fumava, eu sempre trazia um maço de cigarros extra para ela de presente. Eu dava aulas de informática durante a semana em Belo Horizonte, e nos fins de semana voltava pro Rio de Janeiro onde eu morava. Conheci a moça quando estava saído para trabalhar numa terça feira de manhã. Ela estava sentada num banco no jardim da pousada onde sua mãe trabalhava, tentando aprender os primeiros acordes ao violão.
Ao passar por ela notei que seu violão estava bastante desafinado. Parei e me ofereci para afinar o violão dela, depois de explicar-lhe que o mesmo estava desafinado. Ela aceitou de imediato. Nos três meses seguintes, toda manhã a encontrava no jardim durante a semana. Ela tinha a sede do aprender. Ensinei-lhe os acordes básicos, entonação de voz, um pouco de harmonia e ritmos básicos.
Ela também escrevia canções, mesmo sendo ainda inexperiente na música, tinha uma poesia linda em suas letras. Por isso incentivei-a a inscrever-se no festival de música em Ouro Preto. Festival para iniciantes que acontecia todo ano. Mesmo temerosa ela foi e inscreveu-se no festival.
Escolhemos uma de suas canções, trabalhamos os acordes, melodia e voz. Ela fazia o violão base e voz, eu fazia parte harmônica e solo. Na primeira apresentação do festival, antes de entrar no palco ela estava muito nervosa. Mas ai, tive que agir com astúcia. Levei-a até um bar na entrada do lugar onde acontecia o festival. Tomamos uma dose de conhaque com limão cada um, num um único gole. Ela subiu no palco leve, linda e maravilhosa. Tocou e cantou perfeitamente.
Aquele momento ficou registrado nas fotografias. As luzes dos flashes refletiam-se nos olhares felizes fotografados. Jeitos, trejeitos, gestos. Cada movimento era registrado inúmeras vezes. A emoção estava no ar, olhos rasos d’água tentavam exibir sorrisos. Vozes não se escutavam, apenas aplausos acalorados e assobios Ouvindo o público pedindo mais e mais, quando o show já havia acabado Ela voltou ao palco, mas não conseguiu mais cantar de tão emocionada que estava. O público compreendeu e a vendo chorar ali no palco, aplaudiu de pé Era o clímax, o máximo para uma cantora iniciante
Belo Horizonte, 25-07-1986
Charles Silva
charleshenrysilva@hotmail.com
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