Contos Infanto Juvenis
Era uma vez...
Eu sempre gostei muito de contos de fadas - exceto durante algum período da minha vida (...) em que não suportava a história das histórias que sempre tinham finais felizes. Isso por fazer uma 'analogia lógica' com a vida real e eu não me via num conto de fadas e não fazia ideia de que realmente poderia existir esse tal final FELIZ. Logo, odiei a ideia de saber que "a vida não seria um conto de fadas".
Pois bem, a fase passou, e como antes, adoro um conto de fadas e, quer saber? Não me impressiono com os trovões e o raio que o parta, que acontecem durante minha fabulosa jornada.
Tudo o que sei, é que muito do que sei, aprendi justamente nos contos de fadas.
Aprendi que:
- O amor é a mais poderosa de todas as magias;
- Todos nós temos o bem e o mal e quem vence (neste caso) é quem alimentamos melhor (aí é que entra a história do, tão falado LIVRE ARBÍTRIO);
- Em uma batalha, o bem sempre vence (SIM, creio nisso com todo meu coração);
- Todos têm direito a uma segunda chance;
- Quando nos arrependemos verdadeiramente de algo errado, somos dignos de perdão;
- Tudo tem um preço;
- Nem sempre o que estamos vendo é real. Existem muitas coisas que só conseguimos enxergar com o coração;
- O lobo mau pode não ser tão mau assim;
- Talismãs não são de verdade, tampouco de mentirinha. O poder mágico que atribuímos a um objeto é encantado sim, mas por nossas próprias crenças, por nós mesmos, e com a força que está dentro de nós. A isso podemos chamar de fé;
- A sorte talvez não seja o que você pensa;
- Todos são inocentes, até que se prove o contrário;
- Às vezes, o caminho mais curto não é o mais fácil;
- Se queremos nos transformar, precisamos antes aceitar o que realmente somos;
- Toda transformação depende da força da nossa crença e da energia que nela depositamos;
- O verdadeiro príncipe é o homem que trata uma mulher como uma verdadeira princesa;
- Não importa se o inimigo tentou te derrubar. Se ele cair, ajude-o a se levantar (a menos que seja como ele);
- A palavra tem poder. Você pode abençoar ou amaldiçoar. A escolha é sua;
- Resistir às tentações nos deixam mais fortes e ceder a elas nos enfraquecem ou nos matam;
- Existem muitos guerreiros, eles estão por todos os lados constantemente travando batalhas, das quais a maioria das pessoas sequer nota;
- O medo pode te destruir, bem como a ausência dele;
- A vida não é mesmo fácil. Mas se fosse fácil, talvez não tivesse graça;
Eu poderia até me lamentar por não ter tido um final feliz. Ora! Mas quem disse que eu cheguei ao final?
Deixa ela sonhar com contos de fada, sonhar não mata. Afinal, por mais sonhadora que ela seja, todo dia de manha ela desce da cama e coloca os pés no chão. Ela sabe que a vida é dura, que ninguém ajuda, que o final de contos de fada só depende dela. Ela sabe que ninguém vai passar a mão na cabeça dela, que ninguém vai olhar ela dormir, mas não mata ver filme assim. Ela sonha, por que é mais lindo sonhar do que acreditar que o mundo não é colorido. Ela sonha, por que os príncipes são mais gentis, e os cavalos mais bonitos. Ela sonha com o príncipe, mas procura o lobo mau. Por que sonhar é legal, mas sonhar também enjoa, e enquanto ela sonha, ela vive ao mesmo tempo pra construir seu conto de fada.
Aline Da Fonseca.
Uma outra história...
No meu imaginário infantil povoado de contos de fadas criei a imagem de uma linda princesa de vestido de seda azul com uma coroa de pedras preciosas na cabeça. Ela trazia numa mão uma varinha de condão e na outra um bico de pena com a qual assinou uma lei. A partir de então, seres humanos que viviam explorados e açoitados ficaram livres. O ano era l888, o mês era maio (mês de Maria). Na escola, esta data era comemorada com festas e a princesa consagrada , redentora era a heroína. Não me lembro de ouvir nessas comemorações o som contagiante do samba ou o ritmo cadenciado do berimbau marcando os passos de Capoeira.
Naquela época eu acreditava que realmente a assinatura de uma lei houvesse transformado homens e mulheres africanos (as) ou descentes de africanos (as) em seres livres da dominação e exploração. Fui crescendo...
Minha adolescência inquieta fez com que eu começasse a questionar os contos de fadas. Muitas perguntas, poucas respostas...Por quê a madrasta é sempre má? Por quê o príncipe herói é sempre loiro? Por quê o corcunda, o caolho e o “coxo” são os que traziam prenúncios do mal? Por quê a princesa tem a pele branca como a neve e os cabelos como anéis de ouro? Por quê o Saci Pererê é negro e ainda tem uma perna só? Por quê?????????
Procurei respostas .Algumas encontrei em livros que nunca foram lidos nas escolas. Outras fui sentindo, percebendo...O olhar e o peso do preconceito e da discriminação que perpassaram a minha vida foram me ensinando também a obter algumas respostas...
Sofrendo cheguei à maturidade, consciente da ideologia de dominação que manipula a cultura brasileira. Ideologia que construiu valores hipócritas numa gama da sociedade. Ideologia que (des) construiu pessoas que negam sua origem e exaltam “os cabelos de ouro e os olhos claros como o céu”. Ideologia (re)produzida nas práticas (des)educativas. Ideologia que criou a vergonha de ser diferente.
Vivo hoje um outro tempo. Saboreio gostosamente a palavra liberdade. Em cada minuto “Cronos” de minha vida descubro a sensação prazerosa do minuto “Kairós” infinito.
Descubro outras histórias, de príncipes e princesas de pele negra como o ébano, belos homens e mulheres livres no solo africano, aprisionados em terras brasileiras, trabalhando de sol a sol nas lavouras de cana de açúcar e de café. Homens e mulheres produtores da riqueza do nosso país.
Sob a orientação de um Governo Federal, construído com o sonho de dignidade para todos os seres humanos, negando todo tipo de discriminação, o resgate da identidade do povo brasileiro vem rompendo com muitos modelos cristalizados e camuflados de racismo.
Aquela princesa, ao assinar a Lei Áurea e não assegurar qualquer tipo de oportunidade para o negro e a negra se integrarem à sociedade, legalizou a exclusão e a discriminação racial.
Muitas vezes pensei em esquecer o 13 de Maio, mas é impossível porque ele é carregado da dor de meus ancestrais. Comungo então esta data com milhares de outras brasileiras e brasileiros que neste dia aproveitam para denunciar os crimes cometidos contra os negros e negras que viveram e vivem neste solo brasileiro.
Apaixonada pela minha origem negra, referencio o meu avô Adão Passos negro de luta, que trazia um “mucuta” debaixo do braço, carregada de todo o misticismo do afoxé africano. Talvez fosse ele um descendente das princesas e príncipes, dos reis e rainhas arrancados da Mátria Mãe África para servir a um emergente sistema capitalista e que transformou seres humanos em “coisas”produtivas.
Ao meu avô e a todos os negros e negras resistentes, que construíram e constroem a riqueza social, econômica e cultural do Brasil dedico este poema de minha autoria:
REIS E RAINHAS DA AFRICA
Sol escaldante a
Escorrer sobre a terra
Feita de barro e de bronze
Fragmento de um povo
Sob o tórrido ouro
Do continente-Mãe
Lutas
Sangue
Prisões
Reis e rainhas entregues
A brancos mercenários
Cenários de choro e dor
Partida
Navio negreiro deixa o porto
Navega, navega...
Monstros marinhos
Povoam a mente nativa
Marcados por rituais
De magia...
Outra terra
Outro porto
Sons, tons, cores
Passarinhos cantam
Ondas a bater nas pedras
Cantam novas melodias
Gemidos
Coroas arrancadas
Dialetos misturados
Laços de sangue desfeitos
Dor
Dor
Dor
Músicas pipocam
Nas noites das senzalas
São gritos de guerra
Capoeira
Resistência
Lembranças
DA CORTE AFRICANA.
[Nos prometeram uma vida de encantamentos. Mas todos os contos de fada têm grandes viradas,infortúnios, corporativismos e também finais de deixar a gente babando…
Nada é convencional, se pensarmos em nossas mães. Mas podemos desmistificar o amor para nossas filhas. Eu ja não tenho mais tempo, porque elas são mulheres, mas você tem. Faça, porque amar é sofrer. Não é preciso conviver com a ilusão do amor.]
Minha historia de amor (parecia livro de contos de fada e era mesmo) não tem começo, não tem meio, mas tem fim.
Começa com um fulminante sentimento de vida passada. Algo inusitado e eterno. Amor à primeira vista, misericórdia transcedental, resgate, fim das buscas…
Se fosse ver, ele não reunia sequer uma virtude das tantas que eu acreditava na época, que deveriam fazer parte do contexto harmonioso de um homem, mas havia algo nele…e com o decorrer do tempo eu descobri o que era. Estava ali, na minha frente, uma pessoa potencialmente reveladora. Estava ali uma boa experiência de vida para ambos. O amor estava tocando minha alma divinamente.
Com ele vieram sentimentos (TODOS) que eu nunca havia experimentado: amor aliando-se ao medo, ao desejo, à incrivel aventura de me deixar amar por alguém diferente de mim na essencia, nos objetivos e na crença sobre a vida. Eu precisaria de milhares de linhas e letras para contar a minha história de amor. Mas seu final foi triste e perdeu toda a a magia por ter sido colocado em lugar comum por ele. Ele, que sombreou e coloriu minhas noites e dias, hoje fecha seus olhos e culpa o fim do amor, a quem está dentro do coração dele.
Afinal, sempre foi um homem de facilidades instantaneas. Eu fui uma delas.
(2001)
De Princesinhas a Monstrinhas.
Nos contos de fada , geralmente o sapo vira príncipe. Na vida real quem pode faz drenagem linfática, redução aqui , redução ali, implante...mas me pergunto: Quem já nascem belas? Que nem nossas filhas! Mesmo assim queriam ser a Branca de Neve , Cinderela, Bela adormecida, queriam vestidos longos, sapatos de cristais, coroa ,o cabelo impecável, como em Rapunzel e a delicadeza realmente dessas princesas, no entanto, o que vemos hoje? crianças querendo ser monstrinhas, agindo por influências das Monster High, bonecas da moda americana criada em Julho de 2010, as quais são inspiradas em filmes de monstros, suspense e ficção científica que as distinguem da maioria das bonecas da moda, desse modo, querem cabelos despenteados , pele verde, cortada e dentes afiados , vestidos curtos e pés tortos... E agora? Segundo o poeta português Luís de Camões: “mudam-se os tempos , mudam-se as vontades.” Concordo. Pais, essa transformação nos mostra a necessidade de acompanharmos os estilos, as tendências, a influência que a mídia impõe nos nossos filhos ditando o modismo, o avanço tecnológico, a rapidez que nossas crianças aprendem, o vocabulário estrangeiro que elas dominam e pronunciam muito bem, sem ao menos pronunciarem fluentemente a língua nativa: o português. A exemplo, poderia citar muitos e você leitor, deve estar imaginando seu baixinho falando... Conto o que vi há pouco tempo, minha sobrinha Sofia de 05 anos, manuseando o celular da mãe dela e dizendo bem entusiasmada: M-a-m-ã-e, você baixou o vídeo que eu queria! O que quero demonstrar com esse fato é a necessidade de conhecermos o mundo digital e não excluí-lo. Precisa-se de administração, limite e descobrirmos como usá-lo a nosso favor a fim da magia, que existe nos contos de fada, permaneça em nosso lar, nem que seja virtual, pois essas mudanças físicas, comportamentais, tecnológicas não permitam que sempre tenhamos um FELIZ FINAL.
Cisma de Poeta
Certo dia, quando escrevia poemas, contos e poesias, cismei de fazer contas cá com meus botões. Pensando sobre crônicas e, ao me dar conta, narrava uma novela romanesca revestida de canções. A lauda ficou farta, e o texto ficou crônico. Ao desenrolar desse novelo, sem conseguir ser transparente vou seguindo sempre em frente a cosê-los com linha nobre e agulha de cristal numa panela de argila pobre qual a natureza enriqueceu. Já nem sei de que padeço se de minha alva cabeça, de dor de cotovelo, quiçá, água no joelho, ou de coração que esmaeceu... Continuarei com minhas estórias singelas como fiz antigamente servindo-me de espelho, sem plumas, diademas, ou métricas. Serei bem virtual. Falarei de gente fresca, empafiosa, morna, quente e mortal, e até da repelente. Crendo sempre no virtuosismo sideral, posto que a minha ideia fosse o filtro desse etéreo canal. Não há maior segredo quando noto em minha mente, e com a boca sorridente vendo dela escorrer o assunto previdente a jorrar pelos meus dedos. Às vezes fico pasmo dando a mão à palmatória, pois, poesia, conto, Crônica e outras fantasias cantam na mesma sintonia verdadeiras histórias de carnaval. Poetizar não está na simetria lógica da maioria, e sim no sentimento da minoria como dizem os cordéis pelas bocas santas de grandes menestréis. Crônica, romance, conto, novela e outras taramelas, fazem a distinção, porém, o que manda mesmo é o sentimento que vem do coração, portanto, deixemos de chorumela.
Assim falou o poeta.
Isto merece o meu aval.
Jbcampos
Quero para mim...
A dose de um românce de contos de fada
Uma pitada de amor para recordar todos
os dias de nossas vida
Quero ligar só para ouvir a voz
Quero sentir frenesi a vez primeira que fitar em você
Quero a certeza que estou sendo amada
Hoje vivo tudo isso...
E sinto que de fato a vida é muito mais fascinante
Quando estamos apaixonados.
Eu sempre acreditei em contos de fadas ..
até hoje eu me pergunto: por que isso acontece apenas em filmes , teatros , e não em vida real ?
sou aquela menina boba e apaixonada que acredita que um dia poderia ser abduzidas por ET's e levada á um planeta totalmente diferente desse ,
em um lugar onde não existiria sofrimento , em que as guerras não atormentariam mais os sonhos de crianças , no qual não existiriam guerras ;
e que nada , nada mesmo causaria conflitos ;
em que o amor , não machucaria ninguém :/
as vezes eu pergunto pra mim mesma , como eu posso te amar tanto ?
como é possível amar o que nunca sentimos ? sentir o que nunca tocamos ? como é possível sentir a magia de um beijo que nunca deu ?
eu só queria entender, como eu posso amar uma pessoa que eu nunca vi ?
eu só busco essas explicações pois por tantas vezes , imaginei, sonhei..
Mais nem sempre sonhos se tornam realidade *--*
eu tenho medo de não ser aquela menina que você sonha , aquela Linda menina com sonhos de crianças que te encanta :/
meu maior medo é te decepcionar !
não sou perfeita, você não é perfeito, ninguém é perfeito !
nos seus sonhos eu posso ser uma pessoa , mais na realidade sou outra ;
nos meus sonhos , nem sempre são flores , mais comparando com nossa realidade é ali onde buscamos felicidades :D
E se me perguntarem se eu deixarei de sonhar
eu irei responder ..
JAMAIS !
mesmo que muitos de meus sonhos sejam impossíveis e meus amores irreais
eu sempre estarei sonhando cada vez mais ..
Amando cada dia mais,
e encontrando em uma Ilusão a minha Felicidade.
e assim eu vo seguir até o fim dos meus dias...
Campo de Trigo Com Corvos, Contos, o Livro do Silas Corrêa Leite
A ciência é grosseira, a vida é sutil
É para corrigir essa distância
Que a literatura nos importa
(Roland Barthes)
“CAMPO DE TRIGO COM CORVOS”, Contos, o que realmente é? Primeiro: é um livro de contos, ficções, histórias, causos, narrativas e as chamadas acontecências, todas no belíssimo palco histórico e boêmio de Itararé. Segundo: a maioria dos contos premiados em concursos literários de renome, ou mesmo no próprio Mapa Cultural Paulista, representando Itararé. Terceiro: a prosa poética do autor, sua linguagem típica do “Itarareês” com o peculiar e todo próprio surrealismo e mesmo o realismo fantástico, para não dizer de, aqui e ali, um chamado transrealismo. E, o melhor de tudo: papo de bar. Na calada da memória, as bebemorações (ou rememorações) e um piá...o guri Silas contando, como se trazendo a sua infância consigo na linguagem, nos parágrafos. Para não dizer dos finais hilários ou, ponhamos: encantados. Bela capa, com autorização do Museu Van Gogh da Holanda. Orelhas bem trabalhadas. O autor tem o que se dizer dele. Prefácio arrebatador. De um poeta, ficcionista e ensaísta premiado de Portugal, o Prof. Dr. Antero Barbosa, acadêmico e professor universitário. Descasca literalmente o estilo do Silas, técnicas, vôos, criações, enlevos, símbolos de perplexidade. E valoradamente dá nomes elogiosos aos criames diferenciados do autor. Última capa, as citações de lugares midiáticos em que o Silas saiu, foi reportagem, ou entrevistado, da Folha à Jovem Pan, por exemplo. Depois e finalmente, o conto Anistia. Premiado. O macro espaço-Brasil trazido à Itararé e um menino contando. Da ditadura ao fim dela com a Era Collor e suas carroças coloridas. O muro como símbolo, metáfora. Lembra J.J.Veiga mas vai em veio próprio. Guardação. Um baita causo de Itararé. Bem construído, costurado, com um final pra lá de feliz e risador, ridente, sei lá. Boêmio...um continho joiado...lindo. Mimo. Caso de notívago. Câncer... então é um papo rueiro, de bar risca-faca, de roda de contadores de palha. O Anão é tão bonito que pinta virar filme, pelo que soube. Gente de arte (teatro, rádio, música) em Itararé de olho. Mágico. Justiça, então, tem um final altamente criativo, quase um achado fora de série. Escrever é um ato de sobrevivência, disse Eduardo Subirates (filósofo espanhol). O Apanhador de Cerejas, quando revela o que está realmente havendo (narrador direto), você sofre e chora e volta a reler para compreender a dor do narrador. A pior coisa é não sentir absolutamente nada, diz o rock do U2. Campo de Trigo Com Corvos é o melhor conto do livro. E o final se revela na última palavra. Você vai lendo, seguindo na contação do menino, quando se vê? Corvos, trigais, campos e, loucura-lucidez. Azul e amarelo, como a capa. O Inventor é cênico, fílmico, e um final que arrebata, literalmente. Endoenças é conversa de filha pra pai. Tudo em Itararé, chão e estrelas. E lágrimas. Congonha (ko goy – do tupi: o quê mantém o ser?), o conto mais premiado do autor. Como é que pode um final desses? Depois vem o Causo do Gibão e você tem ali uma graceza impressionante, andando com o autor pela narrativa e sua tessitura. O Enterro, então, é o melhor “causo” do livro. Por si só daria já um romance e tanto. Um pandareco, como volta e meia diz o autor, entre maleixo, cainho, guaiú, morfético, caipora lazarento (beirando um regionalismo sulino até), etc. Quando você pensa que já está bom, a mimese do O Osso. De novo você fica pensando: como pode escrever isso? Onde acha isso tudo? Técnica, estilo, domínio, condução, talento. Coió é triste, duro, o conto mais pungente do livro maravilhoso. O causo O Velho Martinho é bem contado em Itararé, o autor recupera pessoas, falas, expressões, dando registro à voz do povo, vox dei. E bota gente real: Tepa, Jorge Chuéri, lugares, bares (principalmente). Quando a Tragédia Bate à Sua Porta, foi elogiado e considerado belo e fílmico quando em debate online, pelo João Silvério Trevisaan. E O Silas Já foi premiado no Concurso Ignácio Loyola Brandão, Paulo Leminsky, Ligia Fagundes Telles, Salão de Causos de Pescadores da USP, etc. e tal. Então o conto de amor que faz você chorar. Ele Ainda Está Esperando. Um final que relembra kafka mas sem deixar de enlevar a leitura em prosa poética e ficar pensando no estupendo processo de criação com suas lógicas e ilogicidades maviosas, plangentes. Quando você pensa que acabou, um continho quase que meio infanto-juvenil, e o menino de novo que, na maioria das obras narra, conta, detalha, especifica, volta inteiro e completo com o conto sobre a bicicleta de um tio. Marquesinha, Periquitada. Você não leu? Não sabe o que está perdendo. Cada um arrasta um corpo atrás de si, debaixo do sossego das estrelas, disse Fernando Pessoa. Isso tudo e muito mais é CAMPO DE TRIGO COM CORVOS. Jóia rara.
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L.C.A – Professora, Área de Designer Gráfico -E-mail: artistasdeitarare@bol.com.br
Blogue: www.artistasdeitarare.zip.net
Autor: Silas Correa Leite - E-mail: poesilas@terra.com.br
Site: www.itarare.com.br/silas.htm
Lá estão elas rompendo a estrada.
Deixam distantes seus dias risonhos.
Já desistiram dos contos de fadas.
Hoje cultivam os seus próprios sonhos.
Lá estão elas cerrando fileiras.
Trazem enxadas e foices nos ombros.
Fadas Madrinhas se tornam guerreiras.
Marcham por sobre seus próprios escombros.
Se já não têm o destino nas mãos,
Se, sob os pés, lhes retiram o chão,
Ainda assim vão em busca da vida.
Se lhes acuam, empurram pra morte,
Criam desvios, mas mantêm o norte.
Seguem marchando feito Margarida.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Frio lá fora, café quentinho aqui dentro, páginas em branco esperando para serem escritas, contos e poemas emaranhados em minha cabeça.
Sinto-me tão bem, é assim que vou dar sentido a minha vida, é dessa forma que aproveitarei meu tempo.
Quantos livros lidos, quantos textos salvos no note?
É hora de deixar meus pensamentos comungarem com os pensamentos dos antigos.
Escritores, sábios, poetas sejam pacientes ensinem-me a escrever, ajudem-me a descortinar minhas melhores idéias.
Quero a clareza e a simplicidade em minhas frases, quero escrever de um jeito novo e original, quero pensar o que ninguém pensou, se é que isso é possível, enfim quero evadir-me, extraviar-me entre as linhas, transmutar-me em palavras para assim ganhar sentido.
Para trás deixo as intrigas do mundo, o medo, o fracasso, as preocupações, e avante sigo, avante escrevo.
Talvez a literatura tenha como principal objetivo esse: olvidar as amarguras, vencer as decepções. Talvez todos os escritores soubessem disso e conservassem esse segredo a sete chaves para que o mito não fosse quebrado e banalizado.
Desde a antiguidade grega, desde os escribas egípcios, desde os místicos e profetas judeus, que as palavras vêm sendo exaltadas e depuradas, e todos descobriram o poder que emana de cada sentença. No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus, isso resume muita coisa, e hoje, para além de Saramago, de Freud, de Nietzsche, de Shakespeare o verbo ainda é o verbo e ainda encanta, elucida e exerce a potencia de ser verbo.
Estou sendo obscuro? Nesse ponto prefiro ser obscuro mesmo.
Céus, montanhas, horizontes, oceanos, pássaros, sonhos, almas, gramática, descortinai o mistério, rompei o véu do enigma, o sentido da parábola. Kafka abra as portas de seu mundo hermético. Joyce mostre-me as nuances mais secretas de seu mundo onírico, de modo que eu venha a entender o que cada símbolo traduz...
Sabe os contos de fadas, que ouviamos quando criança? Onde os principes e as princesas viviam "Felizes para Sempre"?
Infelizmente, hoje em dia, não existem mais o "Felizes para Sempre", pois o "sempre", um dia acaba.
Desculpe se acabei com as suas pequenas ilusoes, de encontrar o seu par perfeito, o principe ou princesa de sua vida, mais algum dia alguém teria que te contar toda a verdade.
Porém nao fique triste, pois voce podera nao encontrar o principe ou a princesa; mais poderá escrever o seu proprio conto de fadas, onde poderá contar, sobre seu principe ou princesa, e descrever como foi e ate onde foi o seu "Felizes para Sempre."
Não espere que eu seja sua princesa, como nos contos de fadas, que esperam por um grande amor, por um homem perfeito em seu cavalo branco, que vem não sei de onde e nem quanto tempo vai demorar, mas que vai chegar... Porque eu não espero.
Eu faço o meu próprio conto de fadas, e acredite, não sou eu que espero por ninguém, alguns tem uma vaga sorte de poderem esperar por mim, mas nem todos dão valor a essa oportunidade.
Por isso o meu primeiro maior e único amor é o que tenho por mim mesma, e quanto a príncipes, existam ou não, duvido que sejam dignos de tanto amor assim.
Gosto de mulher que tenha atitude
Sem contos de fadas, mulher que não se ilude
Que sabe o que quer, bem resolvida
Sem mau humor nem tempo ruim, feliz com a vida
Que não ligue pro outros, ou que vão dizer
Mulher que não espera, que faz acontecer
Uma mulher cheirosa, feminina e vaidosa
Que não tenha frescura mas que goste de rosas
Mulher carinhosa, um pouquinho manhosa
Mas exageros, pra não tornar-se melosa
Que me leve a loucura, pra que eu perca a cabeça
Que seja amiga, esteja sempre comigo e que tome cerveja
Alguém pra confiar, uma mulher que eu possa amar
Mesmo sabendo que certa manha ela vai despertar,
Com um bico enorme não querendo falar
E nem tão pouco da cama levantar
Vai me xingar, gritar, espernear
E nada que eu faça vai lhe agradar
Dirá até que quer me "matar"
Mas não vai deixar que eu me vá
E como uma menina vai me abraçar e vai chorar
E dirá que tudo isso vai passar
Pedirá paciência pra que eu tente entender
Dirá que me ama, e que sem eu não quer viver
Não sonho com a mulher perfeita
Mas uma mulher que não tenha receita
Aquela que chegue e faça a diferença
Que me faça acreditar que amar ainda compensa.
Se contos de fada existem?...
Depende,
depende do seu sobrenome ,
de quantos zeros tem a sua conta bancaria e
e claro desta ordenacao genetica que se ve no espelho...
Quanto a fadas madrinhas,
provavelmente se cansaram de trabalhar de graca
e estao produzindo a alta classe
que ja nasceu pronta para o ''Happy end''.
Goiânia
São os pés de Pequi
São os contos de esquina
São Os ipês as florir
Nossa bela menina!
E a cultura do Cine
E a riqueza do Ouro
E o parque dos jovens
De uma tarde tão brava
São os versos do Vento
O bosque em assembléia
O buriti verde em flor
É o amor em expansão
Céu Azul de cor rosa
Conversa afiada, um papo, uma prosa
De uma tarde calada
De um morro o alem da madrugada
São os versos de Hortêncio
São os cantos de orlando
Tanta coisa bonita
Coração do Brasil
Nossa bela menina
Que guarda tanta historia
Vai do choro a Viola
De uma vida em raiz.
Goiânia.
Alice
Maravilhoso mundo do amor
Fantasias na vida de alguém
Nos lindos contos que vivemos
Você é a mais bela personagem do bem
Mundo cheio de alegrias
Pois o belo em você é poesia
Alice tu és a mais linda
Nos livros de contos isso já se dizia
Pois o teu mundo do amor
É mais lindo...
Do que o mundo da fantasia.
O que só as fadas sabem?
[...]
- Sabem algo essencial: que só podem viver nos contos.
- E isso só as fadas sabem?
- Sim, porque nós, os outros, consumimos a vida esperando seres maravilhosos que nunca aparecerão.
- E o que você me diz do jardim secreto? - acrescentei. - Ainda estou procurando por ele.
Marta riu suavemente antes de dizer:
- Com os jardins secretos acontecem a mesma coisa que com as fadas: você nunca os encontra quando precisa deles.
Depois de dizer isso, fez-se um silêncio que não era incômodo. Então ela perguntou:
- Quando você vai voltar?
- Ainda não sei. Qual é a cor do céu?
- Se esperar um pouco poderei lhe dizer.
Ouvi seus passos descalços se afastando. Uma persiana rangeu ao subir antes que Marta voltasse para dizer.
- Azul.
- Que tipo de azul?
- Aquele que você só pode ver nos dias em que está muito contente.
- Quando sabe que vai se viver para sempre jamais?
- Algo assim.
- Gostaria muito de vê-lo.
- E a mim que o visse - suspirou - Queria que você estivesse aqui.
("Queria que você estivesse aqui")
Você acredita em contos de fadas ?
Acredita que seus sonhos vão se realizar é só você querer ?
Acredita no felizes para sempre ? Acredita que lendo essa mensagem pode ter alguém do outro lado pensando em você ?
Acredita que o amor existe ?
Se você não acredita, comece a acreditar em tudo isso, porque o tudo é possível nesse mundo que vivemos !