Contos Engraçados
SE EU PUDESSE
Se eu pudesse
Se me fosse permitido
Subiria lá no alto
Em busca de minha ilusão
Se eu pudesse
Se eu pudesse mudar
Andaria em ruas novas
De mãos dadas com seu olhar
Ah mas se eu pudesse
Se eu pudesse sentir meu sangue ferver
Se coragem tivesse
Ousaria viver
E sem medo do mundo
Tiraria do meu coração fundo
Todo amor que urge
Pela vontade que surge
Ah se eu pudesse...
Se coragem eu tivesse...
Aconteceu,o buraco ficou fundo,eu te avisei,buraco fundo é difícil de sair.
Arrebentava minhas unhas cavando paredes até subir de novo, quando eu achava que ia conseguir, escorregava.
Não é de rir,
aí que lástima, não adianta, quando falava demais você criticava , pediu que eu falasse menos:
-observe mais!
-fique mais calado!
Eu então fiquei tão calado,mais tão calado que só observei.
Claro ! -"O bom cabrito não berra"! - Já dizia meu pai
E foi de tanto observar que deixei o buraco ficar muito fundo.e eu,eu dentro dele.
Foi então que cheguei a infame conclusao que sem equilíbrio não tem jeito não , fui fundo no buraco e percebi que o burro também só observa.
Lupaganini
Quero viver sozinha
Quero que vais embora
Não quero forjar meu viver
Semente de flor que devora
Quero seguir em frente
Quero a solidao namorar
Quero me casar com o acaso
Quero amante virar
Quero o perdão lhe doar
Pois impossível se tornou
Deu-me razão para partir
E outros corpos querer
Quero a vontade explorar
E meu desejo impolgar
Quero em vento livre voar
E nunca mais me casar
Quero a felicidade
Quero a irresponsabilidade
Quero um vestido de festa
Quero dançar sem idade
Quero voltar o que era
Quero viver minha vida
Quero igual homem pensar
Voltar a namorar
E nunca mais me machucar.
Lupaganini
425
Para hoje só tenho amor!
Que mais eu poderia se meus canteiros foram invadidos por Beijos, amores perfeitos e meu corpo só quer abracos e, a boca ? ah ! A boca só quer sentir seu hálito. Uma conversa calma,que invadirá minha alma e como bem antes,transformará todo dia ,toda manhã em saudade, transitando para a esperança e um recordar diário.
Os olhos e o coração
Um belo dia, uma doce garotinha perguntara ao seu avô:
- Vovô, por qual motivo sentimos vontade de chorar?
O senhor, atento à pequena, prontamente respondeu:
- Contar-lhe-ei uma história.
Certa vez, o coração, tão tímido e apaixonado pelos cristalinos e profundos olhos de sua amada, diante de seu amor impossível, prometeu-a que mesmo não podendo tê-la, estaria sempre presente e que ela o sentiria, mesmo sem poder tocá-la.
Ocorre que fruto dessa paixão, o coração enchia-se como a vastidão do mar.
Gota por gota, a cada suspiro de amor, aumentava lentamente.
Quando não suportando de paixão, transbordava, escorrendo pelos olhos e percorrendo o rosto de sua amante.
Pediu-a que toda vez que sua face encher-es de lágrimas, lembrar-se-ia que esse era o presente mais vívido e constante de seu amor e que logo após, sentiria o alívio de seu amor, aliviaria seus sentimentos.
Diante da história contada pelo avô, a garotinha respondeu:
- Então as lágrimas não são tristes vovô?
- Nem todas. Elas são a expressão da maior qualidade humana, a de sentir.
E devido à paixão do coração pela sua amada, alivia-nos constantemente diante de qualquer sentimento através das lágrimas.
- Incrível vovô! O Coração sim soubera presentear sua amada. Aliviava seus sentimentos através do seu amor, refrescava sua alma tal como o mar nos refresca no calor.
- Certo meu bem! O amor é assim mesmo, imenso e vasto. Quando não cabe no coração, transborda pelos olhos e logo após nos alivia!
- Obrigado vovô!
- Lembra-se pequena, quando sentir-se triste e seus sentimentos transbordarem por através de seus olhos, não esqueça do presente que o coração deu a sua amada! Ele encheu-se de amor para aquecer a frieza da tristeza, refrescar o calor da emoção a ternura da felicidade e aliviar o amargor da emoção!
As lágrimas são um remédio renovador, capaz de encher nosso ser com a oportunidade de recomeçar mais leves!
O menino Índio E Sua Amiga Comprida
Era uma vez em uma tribo, lá pelos lados do Amazonas... Existia um índio que tudo que queria, era que todas as tribos do mundo fizessem um tratado de paz para cuidarem de sua mãe Natureza e serem amigos.
Ele era sempre o primeiro a querer participar das caçadas pela floresta, não temia quase nada, gostava de ser índio e tinha muito orgulho da sua tribo, sempre pedia a Tupã, para lhe dar forças para defender todos as tribos que lutassem pela paz e sua preservação.
Um dia os brancos começaram a habitar sua tribo e ai sim, começou seus pesadelos, que era que a comprida ( como chamava a cobra grande) engolisse os seus. Ele cresceu acreditando, que em frente da sua tribo, onde uma praia aparecia, quando chegava a seca, na realidade era a carcaça de uma cobra grande.
Ele temia muito, porém pensava( vou lutar contra meus medos e ser amigo da comprida) que, que se a cobra grande, acordasse, devido aos mau tratos a natureza, engoliria os seus.
Um dia o índio, partiu para conhecer outras tribos, mas seu coração sempre estava conectado as suas origens, até que um dia recebeu em sonhos um chamado do feiticeiro, que pedia para ele voltar, por que a alguns dias, seu povo estava sofrendo com o ataque da comprida, que estava cerando sua aldeia, não conseguiam nem dormir, de tanto medo de serem engolidos, as crianças viviam chorando e o povo da tribo, já estava até pensando em sair daquele local e procurarem outra aldeia.
Ele respondeu telepaticamente ao seu pajé:
- Estou voltando agora mesmo, e vou falar com ela,confiem em mim...
Ele partiu em busca da comprida, passou vários dias e noite procurando e nada de encontrá-la. Quando já estava quase desanimando, escutou uns ruídos diferentes, e foi atrás para saber o que era, quando chegou mais perto,viu a cobra rolando na praia e chorando de dor, suas lágrimas se misturavam com as águas do rio.
Ele perguntou excitante:
- O que houve com você comprida cobra?
- Estou sofrendo a dias, menino índio, as pessoas de sua tribo, estão poluindo o rio e entrou em meus dentes, grande lixo, que apodreceu e me causa muita dor e não consigo voltar para o rio, tentei procurar ajuda, mas todos tem medo de mim.
-Claro que irei te ajudar, mas vai doer um pouco, mas você tem de ser forte, porque irei puxar de uma vez só.
-Tudo bem,quero me livrar de uma vez dessa terrível dor.
E ela deu um grande ruído, que foi ouvido até na aldeia. Lá os seus manos ficaram muito preocupados e se perguntando se o bravo índio estava bem.
-Estou livre desse lixo, que bom! Você foi muito valente indiozinho, o que posso fazer para agradecer sua ajuda?
-Gostaria de ser seu amigo e que você conhecesse minha aldeia e também se tornasse amiga dos demais índios que vivem lá.
-Sério?
-Claro que sim, todos lá tem muito medo de você e quero que eles percam esse medo bobo, pois sei que você não nos faria mal algum.
-Agradeço sua confiança e irei sim!
Quando os demais índios viram de longe, o guerreiro da sua tribo, chegando com a enorme cobra, ficaram apavorados e correriam de um lado para o outro com medo de serem atacados.
-Não tenham medo, ela é nossa amiga e veio em paz, ela só estava rondando a nossa tribo, por que poluíram sua casa e entrou grande lixo nos seus dentes e precisava de alguém para tira-lo. Eu já o ajudei e trouxe-a aqui para ela falar um pouco de onde ele vive, assim podemos conhecer melhor sua casa e ajudar a cuidar dela também. Tudo na natureza, faz parte da nossa família, só precisamos entender e zelar por todos,, para nem uma tribo sofrer e nós fazerem senir medo, quando precisarem sair de seu habitat natural, e buscar o nosso, por que destruimos os seus.
Depois desse dia a a tribo começou a se preocupar para não sujar mais a tribo dos outros e entenderam que somos todos filhos da mãe da Natureza e só precisamos nos respeitar e proteger-nos, para não fazermos sofrer outras tribos,com os nosso lixos.
A noite era de rock roll, o ritmo de feriado, e a cantada uma invenção de ultima hora, mais sempre sincera.
De tempos em tempos vários amigos e companheiros se vão, e o motivo é quase sempre o mesmo, o famoso e popular “relacionamento amoroso”, aquele que transforma simples pessoas em poetas, que embriagam o céu de harmonia e tomam a voz dos Deuses para falar de amor e blá, blá, blá.
Tenho que admitir, que sinto quando perco amigos dessa forma, inclusive tem um camisa 10, centroavante dos bons, que tá quase pendurando as chuteiras, ai já viu, eu como jogo no meio-campo subir pro ataque vai ser foda, mas já ando ensaiando umas jogadas.
Lá estava, eu, embalado pela música e outras coisas, me iludindo com a beleza criada pelas maquiagens da noite, e achando que não iria sozinho pra casa falando besteiras pro taxista, para isso, precisava ser criativo na conversa, e contar algo que de alguma forma, tocasse profundamente as mulheres daquele lugar:
Eu parava ao lado “delas” como quem não queria nada, olhava para banda, e no ritmo da música dizia seriamente, sem desviar o olhar:
- Quando escuto uma boa música o tempo para! Já conseguiu fazer o tempo parar alguma vez?
Silêncio! Logo em seguida me lançavam um olhar desintendido.
Meu consolo foi achar que elas eram as mais bonitas da noite, ou não conseguiram fazer o tempo parar ouvindo uma música, ou não entenderam a pergunta.
O silêncio permaneceu no táxi.
“Tudo perdido,
Menos a ternura
Oh romantismo”.
FALSO AMOR
Autora: Profª Lourdes Duarte
Ó vós, que amor abriga no coração!
Amor que te consome e te entristece
Sabes que falso é esse amor
Amor que é amor não entristece.
O amor é como a brisa que sopra
E nos campos espalha aroma a perfumar
Ou como água fervente que queima
Sem cicatrizes que sangra deixar.
As marcas do amor são como luzes
Que irradiam os corações enamorados
Brilhos intensos nos olhares se cruzam
Felizes dos corações apaixonados.
Amor que faz sofrer é falso amor
Ou paixão avassaladora que maltrata
Chega forte como um furação,
E logo se desfaz como um conto de fadas.
Eu tenho um sonho.
Se esse sonho se realizar,
deixarei de ser quem sou e passo a ser meu sonho.
Se eu passar a ser meu sonho, serei perfeito.
Mas, se eu for perfeito, não serei humano,
pois humano não poderei ser, já que humano não é perfeito da forma como eu quero ser.
Eu quero ser um mistério
para os olhos de outrem.
Viver, sendo este sonho que outrora desejei.
Pode parecer egoísmo, mas acredite, não o é.
O mistério torna bonito
as palavras que eu disser.
Não acredito em sonhos que não forem acontecer.
Sonhando em me tornar um sonho, eu vivo sem parar, vivendo em prol do sonho, estou aqui para quem desejar.
O segredo está escondido, assim como deve ser,
Segredos não se revelam à quem os quer saber.
Eu conto meus segredos Através de contos e poesia.
Quem sabe você não descobre o que eu tanto dizia.
Você é a oitava maravilha, mas disso ninguém vai saber.
Você é meu segredo, E para sempre vou esconder...
O teatro Van Tepes
Porto Alegre 1851
-Havia muito sangue nas cortinas?
Perguntou a governanta para sua sobrinha Carmem Lucia
-Desta vez até que não havia muito sangue- Respondeu-lhe
-Eram muitos? Quero dizer, estavam todos no palco?
Todos os 9 ? O menino também estava?
-Estavam todos, titia, todos eles
-Quantos foram mortos desta vez? Quantas pessoas?
-Não sei, creio que três ou quatro
-Oh! Meu Deus!
Meu Deus! Isto tem que parar
todos os dias essa carnificina
e nós vivendo debaixo do mesmo teto que eles
e o pior é que não podemos fazer nada
-Somos apenas os empregados, tia, estamos aqui para servi-los
-Não sei porque seu tio foi aceitar este emprego
não suporto mais trabalhar para estes monstros
antes ao menos, matavam somente animais
porque tinham de vir para capital
e comprar este maldito teatro?
Deveríamos ter ficado na fazenda
vou lhe dizer Carmem, já estão desconfiando
não vamos conseguir manter este segredo por muito tempo
depois do desaparecimento daquele padre
a coisa piorou, não deveriam ter feito aquilo
-É melhor ficarmos quietas, tia, vamos fingir que não sabemos de nada
e depois, não temos nada a reclamar, vivemos muito bem aqui
temos casa, comida e ainda ganhamos um bom dinheiro
-Mas já estão a fazer perguntas Carmem
os vizinhos estranham o fato de só aparecerem á noite
não há uma viva alma, que ao bater na porta, não estenda
a vista para especular, o carteiro, o padeiro..estou lhe dizendo
Carmem, estão a desconfiar
-A senhora não comentou nada com ninguém? Não é mesmo tia Dolores?
-Não, valei-me Deus! Mas vou confessar-te
ás vezes tenho vontade de ir até policia e contar tudo
é abominável o que fazem! Nossa senhora! Não gosto nem de pensar
estes demônios vieram de Roma para devastar esta cidade
-Eles não vieram de Roma, tia, vieram da Romênia
- Pra mim é tudo igual, não fica lá na Europa ?
Acho que nunca deveriam ter saído de lá!! Agora isso!
Comprar um teatro bem debaixo da catedral
admiro muito quem vendeu para eles
o que não fazem por dinheiro!!
-Eles ofereceram uma boa cifra pra prefeitura
-Mas e o bispo? Ele foi contra a construção do teatro
imagina! Um teatro debaixo da terra, bendita hora que aqueles padres
foram encontrar essa câmara subterrânea
-O salão foi construído muito antes da catedral, tia
o senhor Van Tepes dize, que seu antepassado
a construiu no século XV, na idade média.
-Mas porque aqui em Porto Alegre? Porque eles tinham de vir pra cá?
Estes dias já vi a policia rondando o casarão, tem muita gente desaparecida Carmem Lucia, eles vão acabar descobrindo, só queria saber aonde escondem os corpos
-E porque esconderiam os corpos, tia?
-Ora, Porque? Eles são assassinos, matam as pessoas cruelmente
esse teatro é só uma fachada, tu sabes muito bem disso, porque perguntas Carmem Lucia?
- Eles não matam as pessoas, tia Dolores
-Como que não, eu mesmo vi com meus próprios olhos, eles apunhalaram aquela mulher com uma adaga, depois sugaram todo seu sangue, por Deus, eu vi!!
-Na verdade ela não morreu
-Não! Aquilo não era encenação Carmem, foi a única vez que
fui aquele teatro, e vi coisas horríveis acontecerem lá, eles mataram aquele mulher assim como mataram centenas de pessoas
-Talvez eles só tenham morrido para esta vida
-O que estas dizendo Carmem? Como podes pensar assim?
-Acho que está na hora de saberes a verdade, tia Dolores
-Que verdade? O que esconderam de mim?
-Os Van Tepes não estão matando as pessoas, estão criando uma nova raça.. Todos que estão desaparecidos foram transformados....a senhora sabe no que
-Por Deus! O que estas dizendo Carmem Lucia? Seu tio sabe disso? Porque não me contaram?
-O senhor Van Tepes pediu para guardarmos segredo, a senhora é
leviana, tia, tem a língua muito solta, mas agora não tem mais como esconder
-Mas aonde estão? Aonde estão estes monstros?
-Como a senhora bem sabe, o teatro Van Tepes é uma fachada
o interior do teatro esconde uma passagem para uma cidade subterrânea
construída á milênios atrás, é lá que uma nova raça
aguarda sua hora, a hora de governar este mundo
-Por Deus! Estão criando demônios! Então é isto que estão fazendo?
Malditos! Vou embora desta casa agora, vou contar tudo a policia
temos de nos apressar, ainda é dia, eles ainda estão dormindo
vamos, vamos, arrume suas coisas, onde está a Dorotéia?
Vais chamar tua prima, vai, depressa!
-Ela não está em casa, tia Dolores
-Como assim? Ela não estava contigo ontem? Não foram juntas ao teatro?
-Ela não voltou........
-O que? Ah! Meu Deus! Meu Deus! O que fizeram a minha filha?
-Ela está dormindo agora
Porque Carmem? Porque fizeram isso?
-Era a única maneira de mantê-la aqui, tia, este segredo é muito precioso
a senhora é a governanta desta casa, eles precisam de nós, quem cuidará deles quando estiverem dormindo? Ser como eles, não é tão ruim quanto pensas, eles falaram que depois da Dorotéia, eu serei a próxima, mas para isso é preciso que a senhora continue nesta casa
-Não deveriam ter feito isto com minha filha
-Foi a única maneira de convencê-la, tia, não se preocupe, Dorotéia está bem
-Eu nunca mais vou ver minha filha, Carmem?
-Poderá vê-la todas as noites no teatro, ela começa hoje
o senhor Van Tepes deixou estas entradas para senhora, é do novo espetáculo, Hamlet, de Willam Shakespeare, aquele autor inglês que a senhora tanto gosta, ele reservou um camarote só para nós, já falei com o titio, ele está preparando uma carruagem, iremos com eles, agora mais do que nunca, fazemos parte desta família, não fique triste, tia, enxugue essas lágrimas, Dorotéia não vai gostar de ver-te assim, hoje é sua grande estréia no Van Tepes, a casa vai estar lotada................
Gilsa era uma criança de sítio. Vivia em uma cidadezinha perto da cidade central, a mais rica do Norte, porém era esquecida pelo governo e habitantes do estado. Ela tinha pai e mãe, ambos fazendeiros, cuidavam de vários gados fofinhos e porcos assustadores. Cães imundavam o local com segurança e alegria. Havia gatos também.
Na escola, Gilsa era nove e meio. A menina estudava e conversava demais, sempre era sobre seus sonhos e desejos, que, desde criança, sabia que era pobre demais para conseguir realizá-los.
- Minha filha, você sabe que quando crescer... terá que trabalhar com o pai e comigo, não sabe? - Dizia sua mãe. Gilsa concordava. Sempre concordava com a verdade.
Algumas semanas mais tarde, ela recebeu o aviso que teria um passeio para o planetário da cidade central. Ela nunca tinha saído de seu próprio bairro minúsculo. Seus pais ficaram desesperados. "E se ela passar fome? A viagem é um pouco longa até lá!", "que roupa ela vai? Não pode ir como uma menina do mato, vão pensar que somos atrasados!". No fim deu tudo certo. Eles tinham preparado um pão francês com margarina e leite para algum imprevisto. Sua roupa era simples, uma camiseta branca com estampa de um sorriso, um shorts de pano preto e um tênis preto-quase-cinza.
Os colegas e Gilsa foram com o ônibus que puderam arrumar. Estava caindo aos pedaços, era mais velho que a própria professora Loiza, uma senhora que vivia com seis gatos, vivia dizendo que não queria mais um porque era muito comum. Queria ser diferente. Mas todos os alunos sabiam que era porque ela tinha medo de ter sete gatos e morrer sozinha. Quem alimentaria os gatinhos? Ela acreditava na lenda local Senhoras com Sete Gatinhos e Zero Namoradinhos.
O passeio foi legal, segundo a pesquisa. Eles foram entrevistados por serem da primeira escola de outra cidade que foi para aquele planetário. "Foi muito louco, senhora... tipo... parecia que eu estava a sete palmos das 3 Marias!", disse Gilsa em sua vez. Naquele dia, Gilsa do Rosário percebeu que tudo que sabia estava errado. Os seus sonhos eram toscos demais perto das estrelas.
Depois daquele grande dia, suas amiguinhas Carol e Aline viviam falando do luar, das estrelas lindas que haviam no céu acima de suas cabeças.
- Um dia eu irei lá pra cima! - Gilsa falava enquanto apontava para cima. - Daí poderão me ver dá tchau para vocês duas do céu.
Elas sonhavam neste dia, brigavam para saber quem seria a primeira a vê-lo. Suas Barbies feitas de feno, pano e botões achados na estrada eram ricas, humildes e astronautas em todas as brincadeiras perto do riacho, tudo por causa do maldito passeio.
Nadadoras Astronautas, Astronautas Corredoras, Mecânicas Astronautas, Caçadoras Astronautas, até mesmo: Humanas de Outro Planeta, Humanas Visitantes do Espaço, Humanas Loucas pelo "Astronautismo", Humanas que não São da Terra mas sim de Marte.
As três cresceram. Afastaram-se uma das outras. Viraram estranhas em meio de outros estranhos. Nem se lembravam dos sonhos, dos desejos, das conversas.
A família de Gilsa cumprimiu o que tanto falara: ela trabalhou com os pais na fazenda. O seu sonho de ser astronauta nunca foi realizado. E nunca seria. Ela nem chegou a pesquisar sobre. Perdeu o belo interesse.
- E seu sonho de ser astronauta quando criança, filha? - Perguntava seu pai já idoso.
- Ah, pai. Sonho de criança. - Sempre respondia. Para o presente e futuro de sua vida a única coisa que existia era a fazenda. A bela fazenda com os gados, porcos e cachorros... ah, e havia gatos também.
A arte com palavras
Nosso idioma é complexo e profundo, não pense que não, pois é sim. O português é uma das línguas mais exatas que se fala hoje no mundo. A exatidão explicativa que o português alcança é semelhante à matemática, quando usada em termos clássicos ou mesmo no coloquial. Já em si tratando da arte literária, o português é pura arte. Músicas, sonetos, poesias, contos, poemas etc. O português é magnífico e magistral para a criação artística. Observe a obra de Francisco Buarque de Holanda, como é possível descrever sentimentos tão profundos com tamanha clareza. A obra de Drumnond, Fernando Pessoa e tantos outros escritores que a través da palavra escrita em português tornaram-se imortalizados. Saudemos ao nosso idioma, saudemos aos poetas e escritores que fazem arte com palavras.
Charles Silva – Textos
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A Cantora
Aquele momento ficou registrado nas fotografias
As luzes dos flashes refletiam-se nos olhares felizes fotografados
Jeitos, trejeitos, gestos. Cada movimento era registrado inúmeras vezes
A emoção estava no ar, olhos rasos d’água tentavam exibir sorrisos
Vozes não se escutavam, apenas aplausos acalorados e assobios
Ouvindo o público pedir mais e mais, quando o show já havia acabado
Ela voltou ao palco, mas não conseguiu mais cantar de tão emocionada que estava
O público compreendeu e a vendo chorar ali no palco, aplaudiu de pé
Era o clímax, o máximo para uma cantora iniciante
Foi a última apresentação dela no festival universitário da canção, realizado em Ouro Preto - MG. Ela havia sido classificada neste festival, e durante o festival foram apenas quatro apresentações, incluindo a final. Ela ficou classificada em terceiro lugar no dia da final. Ganhou um troféu e uma quantia em dinheiro. Os dez melhores classificados participariam da gravação de um disco de vinil daquela edição do festival.
Claudia ia completar dezenove anos, era filha de Dona Edna, que era uma das arrumadeiras da pousada onde eu estava hospedado em Belo Horizonte. Dona Edna era muito amiga minha, ela me acordava de manhã batendo na porta do meu quarto ás seis da manhã, para que eu não perdesse a hora para ir trabalhar. Conversava sempre comigo durante o café da manhã na pousada. Ficamos amigos, e como ela fumava, eu sempre trazia um maço de cigarros extra para ela de presente. Eu dava aulas de informática durante a semana em Belo Horizonte, e nos fins de semana voltava pro Rio de Janeiro onde eu morava. Conheci a moça quando estava saído para trabalhar numa terça feira de manhã. Ela estava sentada num banco no jardim da pousada onde sua mãe trabalhava, tentando aprender os primeiros acordes ao violão.
Ao passar por ela notei que seu violão estava bastante desafinado. Parei e me ofereci para afinar o violão dela, depois de explicar-lhe que o mesmo estava desafinado. Ela aceitou de imediato. Nos três meses seguintes, toda manhã a encontrava no jardim durante a semana. Ela tinha a sede do aprender. Ensinei-lhe os acordes básicos, entonação de voz, um pouco de harmonia e ritmos básicos.
Ela também escrevia canções, mesmo sendo ainda inexperiente na música, tinha uma poesia linda em suas letras. Por isso incentivei-a a inscrever-se no festival de música em Ouro Preto. Festival para iniciantes que acontecia todo ano. Mesmo temerosa ela foi e inscreveu-se no festival.
Escolhemos uma de suas canções, trabalhamos os acordes, melodia e voz. Ela fazia o violão base e voz, eu fazia parte harmônica e solo. Na primeira apresentação do festival, antes de entrar no palco ela estava muito nervosa. Mas ai, tive que agir com astúcia. Levei-a até um bar na entrada do lugar onde acontecia o festival. Tomamos uma dose de conhaque com limão cada um, num um único gole. Ela subiu no palco leve, linda e maravilhosa. Tocou e cantou perfeitamente.
Aquele momento ficou registrado nas fotografias. As luzes dos flashes refletiam-se nos olhares felizes fotografados. Jeitos, trejeitos, gestos. Cada movimento era registrado inúmeras vezes. A emoção estava no ar, olhos rasos d’água tentavam exibir sorrisos. Vozes não se escutavam, apenas aplausos acalorados e assobios Ouvindo o público pedindo mais e mais, quando o show já havia acabado Ela voltou ao palco, mas não conseguiu mais cantar de tão emocionada que estava. O público compreendeu e a vendo chorar ali no palco, aplaudiu de pé Era o clímax, o máximo para uma cantora iniciante
Belo Horizonte, 25-07-1986
Charles Silva
charleshenrysilva@hotmail.com
Charles Silva - Textos
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A Substituta
Aos 14 anos a vida escolar era emocionante em termos de descobertas relacionadas às matérias que estudávamos durante o ano letivo. O que eu mais gostava era de matemática, história e geografia. Meus amigos de classe e eu tínhamos uma coisa em comum, detestávamos química e biologia. Na minha turma tinha poucas meninas, e a meu ver naquele tempo, a maioria delas chatas e sem graça nenhuma. Ainda não conhecia a libido, palavra que pra mim naquele momento era completamente desconhecida. Mas, ao voltar das férias de julho, fomos informados que a nossa professora de biologia estava de licença e seria substituída por outra professora.
A supervisora da escola veio nos apresentar a nova professora. Quando ela entrou na sala, faltou oxigênio, pra mim e mais uns quatro ou cinco. Era uma moça de uns 25 anos, muito bonita além da conta. Corpo perfeito apesar de usar roupas normais, inclusive no dia da apresentação ela estava de calça jeans e uma blusa de manga. Mesmo assim, aquela mulher causou enorme impacto em alguns alunos. Claro que muitos alunos nem estavam vendo o que eu e mais alguns alunos estávamos. Não sei ao certo o porquê daquilo, claro que eu já tinha visto mulheres bonitas e até com roupas mais ousadas, porém, aquela moça fez subir a temperatura corporal de uma forma que ficou difícil respirar. Foi a primeira vez que eu me vi extremamente excitado na sala de aula. Fiquei com vergonha, confesso.
Certas mulheres têm um poder de sedução enorme, especialmente sobre jovens adolescentes. Não é simplesmente ser uma mulher bonita, isso já é comum. Mas é algo além disso, e nós ali, naquele momento não tínhamos a menor idéia do que seria aquilo. O que sei é que o resto do ano letivo ficou comprometido, eu e meus amigos tínhamos dificuldade de concentração no assunto que estava sendo exposto pela professora, isso porque nem estávamos ouvindo o que ela dizia. Estávamos prestando atenção total e exclusivamente nela. Que fascínio tinha aquela moça sobre nós. Ninguém nem piscava os olhos quando ela entrava na sala de aula. Alguns alunos até, nos dias em que ela dava aula noutras turmas, também iam assistir aula nessas turmas, e isso despertou a atenção da supervisora. Ela percebeu o que estava acontecendo e nos chamou para uma conversa na hora do recreio em uma sala vazia. Estávamos eu e mais doze alunos de várias turmas. Todos confirmaram que estavam como que apaixonados pela nova professora, e a supervisora ficou de estudar o caso e encontrar uma solução, pois não podia permitir que os alunos fossem assistir aulas daquela professora em outras turmas.
A professora substituta não usava roupas ousadas, mini saia, nada disso. Não sei exatamente o porquê, mas ela encantava-nos, despertou em nós um fascínio enorme. Ela tinha algo que a maioria das mulheres não tem, até porque, vários garotos da escola foram acometidos daquelas sensações até então desconhecidas. Talvez nossos hormônios tenham chegado ao despertar da sexualidade juvenil. Conversava com outros colegas de classe, a maioria com 13 e 14 anos de idade. Todos eles tinham o mesmo “problema,” ficávamos extremamente excitados durante a presença daquela moça na sala de aula. Creio que isso deva acontecer com os jovens de hoje em algum lugar. Mas, mesmo que aconteça, há uma diferença muito particular, aquela moça despertou em muitos garotos da escola ao mesmo tempo essa revolução biológica. Mesmo em dias frios, quando ela usava roupas pesadas, totalmente coberta, nós a víamos como a moça nesta imagem. Ana Carla era o nome dela, era a professora de biologia substituta.
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Ai vem o inverno
Haverá mais sorte, quem sabe na região do norte, quem sabe na próxima estação. Vem ai o inverno frio e devastador para uns, benevolente para outros. Onde estarei? Não sei se no sul, ou se no norte. Estou à deriva, que ventos e circunstâncias me levarão pro norte ou pro sul. Devo comprar cobertas e esperar o frio do sul, ou roupas curtas pro calor do norte. Meu coração eu deixei no Centro-Oeste, esquecido numa margem de estrada qualquer, não sei dele, alguém deve tê-lo achado. Não quero mais saber dele, só me causou problemas, só o que penso agora é me preparar para o inverno, não sei se no sul, ou se no norte, mas sei que ai vem o inverno.
Charles Silva – Textos
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Amor e Mágoas
Quem poderá julgar se era amor? Quem dirá se houve mais mágoas do que amor? O que teve mais peso? O peso de tantas mágoas, ou o peso do amor que havia? Quem poderá julgar? Só se sabe o que prevaleceu, e o que o tempo revelou, que o peso das mágoas venceu. Em um tempo futuro não caberá mais julgar o peso das mágoas, nem o peso do amor, serão apenas cicatrizes de um passado de amor e mágoas.
Charles Silva – Textos
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O primeiro amor de Valdira
Valdira era uma moça muito recatada que não gostava de ver novelas, ir à praia e até mesmo passear nas ruas da sua cidade. Ela achava isso uma exposição desnecessária. Uma pessoa bastante introspectiva. Certo dia um funcionário dos correios bateu em sua porta. Ela o atendeu dizendo: “pois não?” O homem olha-a bem dentro dos seus olhos profundamente, Valdira pela primeira vez na vida sentiu um calafrio na espinha acompanhada de uma ligeira vertigem.
“Carta para a Senhora Valdira” – Disse o homem. A voz dele atravessou seus ouvidos como uma melodia absurdamente linda, com uma amplitude que lhe fez gelar as mãos. Já um pouco trêmula, Valdira estendeu sua mão para receber a tal carta. O rapaz então aproveitou e propositalmente tocou em suas mãos. Foi o suficiente para que Valdira sentisse suas partes íntimas em chamas. Situação que ela nunca havia experimentado, nem vivido, nem sequer imaginado.
“A Senhora pode assinar aqui para declarar que recebeu esta carta registrada” – Disse o rapaz entregando-lhe uma caneta esferográfica para obter sua assinatura. Valdira estava tão trêmula que mal conseguia assinar o documento. O rapaz notou a sua aflição e disse-lhe que poderia sentar um pouco e esperar que ela ficasse mais calma. Ainda aproveitou para pedir-lhe um copo d’água.
Valdira tentou dizer ao rapaz para entrar e sentar, enquanto ela iria buscar água para ele. As palavras saíram com muita dificuldade. Mesmo assim, o rapaz entendeu, entrou e sentou no sofá de sua sala para esperar a água.
Quando ela conseguiu voltar, estendeu-lhe um copo com água, o rapaz novamente tocou em suas mãos. Valdira teve um escurecimento parcial de sua visão, enquanto uma secreção escorria-lhe pernas abaixo. Ela não se conteve de pé e teve que sentar-se para não cair. O rapaz agradeceu-lhe pela água, e perguntou-lhe se poderia voltar outro dia para vê-la, sem que ele estivesse de serviço. Ela por sua vez, e já sem voz, balançou sua cabeça afirmativamente. Ela mesma não acreditava que aquilo estava acontecendo. E assim foi o início de um grande amor, que resultou em cinco lindos filhos do casal Valdira e Edvaldo Maciel.
Charles Silva – Textos
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Alice
Doze anos depois voltei ao cemitério onde foi sepultada minha genitora. Estava na Cidade a passeio, então resolvi ir fazer uma visita. Ao entrar, não achei o local exato do sepulcro, fiquei andando em círculos a procura. Assim que entrei, vi uma garotinha, talvez 9 ou 10 anos de pé, cabeça baixa olhando para um túmulo, como se estivesse rezando. Quando passei bem perto dela senti um arrepio em toda minha coluna. Não dei importância e segui a procura do lugar onde estava o túmulo da minha genitora.
Sem me lembrar onde exatamente era o local, afinal, doze anos já haviam se passado, desisti da busca e fiquei a andar a esmo. Novamente me aproximei do lugar onde estava a garota que vi quando entrei, parei perto dela e fiquei a observar o nome da pessoa que estava ali sepultada. Não era um nome conhecido para mim, mesmo assim resolvi fazer uma oração junto a garota que ali estava.
Fiquei perto dela uns dois metros, talvez um pouco menos. Ela virou-se para mim, e perguntou se eu a estava vendo e ouvindo. Respondi que sim e então lhe contei a minha desolação em não achar o túmulo da minha genitora, por isso parei para prestar uma solidariedade, já que não achei o que procurava. A garota com um semblante muito sério disse-me que eu estava exatamente no lugar que eu procurava. Eu respondi que achava que não, pois o nome da pessoa sepultada ali não era o nome que eu procurava.
Você é muito diferente das pessoas comuns. – Disse ela e continuou. – Agora que percebi que você pode me ver e ouvir vou lhe contar o que aconteceu. As pessoas que foram enterradas aqui foram retiradas e colocadas noutro local nove anos atrás, essa pessoa que está aqui agora não é quem você procura, ela já não está mais aqui. – Eu a interrompi e perguntei se a pessoa enterrada ali era parente dela. – Ela respondeu que era mãe dela. – Eu disse-lhe que sentia muito. – E ela disse que o nome dela deveria ser Alice e o nome da mãe dela era Francisca. – Vou embora – Disse ela. – Não diga pra ninguém que me viu aqui, obrigada por ter falado comigo, adeus. – Saiu andando e sumiu entre os outros túmulos. Aproximei-me mais um pouco daquele túmulo e li o nome da pessoa em uma inscrição gravada numa pedra de mármore. Estava escrito: “Francisca Leite Farias. – Descanse em paz, mãe e filha”.
Charles Silva – Textos
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É BOM LEMBRAR
É bom lembrar, todos os seus bens vão ficar pra alguém
É bom lembrar, seu dinheiro pode até prolongar um pouco sua vida, mas não definitivamente
É bom lembrar, a pessoa que você é, pode não ser nem lembrada daqui a dez anos
É bom lembrar, toda a sua pose e arrogância pessoal não valem nada
É bom lembrar, toda a sua cultura e conhecimento dificilmente ficará para outros
É bom lembrar, só é bom envelhecer ao lado de quem você possa conversar
É bom lembrar, todos nós vamos morrer
Charles Silva
Sonho de Consumo.
O dia poderia até estar péssimo,
mas quando aquele rosto surgia,
o dia sorria.
Um suspirar esperançoso me vinha sem aviso.
Era algo inexplicável,
maravilhoso demais para tentar evitar.
O valor de meus pensamentos desejosos,
picantes, pecantes,
eram muito mais prazerosos e raros,
tornavam o meu lamentar frustrante em não tê-la,
uma bobagem.
Eu gostava do sonho,
vivia o sonho,
nem ligava pra realidade.