Contos de Fábulas
Em sã consciência e diante de Deus, que me vê, eu vos declaro que desprezo a liberdade, a vida, a saúde, e tudo aquilo que nos seus livros é chamado de bens da vida.
Durante quinze anos, estudei atentamente a vida terrena...
Os vossos livros deram-me sabedoria. Tudo é mesquinho, perecível, espectral e ilusório, como a miragem.
Podeis ser orgulhosos, sábios e belos, mas a morte vos apagará da face da terra...
Vós enlouquecestes e tomastes o caminho errado. Tomais a mentira pela verdade, e a deformidade pela beleza... vós trocastes o céu pela terra...
E desprezo os vossos livros, desprezo todos os bens e a sabedoria deste mundo.
Para vos demonstrar o meu desprezo por tudo aquilo que constitui a razão de vossa vida, recuso os dois milhões com os quais sonhei em tempos como se fossem o paraíso, mas que agora desdenho.
Certa vez, havia um caipira descascando fumo, sentado, na entrada de uma cidadezinha do interior. E passou um carro com um homem da cidade grande, parou ao lado e perguntou: ôh caipira, como é a próxima cidade, é boa?
O caipira respondeu: "depende, sô!."
O homem do carro retrucou: depende de quê?
O caipira então disse: "depende se de onde você vem era bom..."
O Homem e o Abismo
Um homem tinha sua casa à beira de um abismo. E, por temer o abismo, um dia pensou em se atirar nele. O homem saiu de sua casa e caminhou serenamente até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o que ele julgava ser a solução para os seus problemas. E os seus problemas eram, em sua totalidade, o medo do abismo. Após um longo tempo à beira do abismo, olhando para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa.
A casa, bem construída em terreno firme, tinha uma horta e um cercado para as galinhas, tinha água para a plantação e pasto para o gado; o tipo de lugar onde nada de ruim tinha como acontecer. Mas tinha o abismo. E tinha o medo do abismo. E, desde então, inúmeras vezes, o homem caminhou até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo. Todas as vezes, porém, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa. Todas as vezes, ele decidiu, sabiamente, viver. Todas as vezes, menos uma. Uma única vez, o homem se atirou no abismo.
O voo de liberdade
Estava eu, dentro do meu carro em transito infernal, infernal não pelo transito em si, mas por me sentir enjaulado, preso e impotente de não ter a minha liberdade; tinha um caminhão a frente esses caminhões de cargas vivas e nesse, justamente nesse caminhão, estava cheio de galinhas e de repente uma, não sei bem ao certo mas aquela galinha me fez viver a eternidade por um segundo, pensavade uma maneira libertadoraentendendo que a coragem de ser diferente, pode ser que faça de uma vida que foi vivida valer a pena ela sobe na perde de cima do caminha lutando contra todas as outras que a limitava e se jogou, jogou para o mundo o seu vôo foi o seu ápice, ela viver lutou e ganhou eu vendo aquilo em câmera lenta me fez sentir-me menos insignificante que aquela galinha que em um voo alcançou o seu ápice da sua pequena e curta existência, sabendo que por estar viva é o suficiente para morrer, sua morte que estava próxima por estar em um caminhar de aves para abate ela lutou e venceu, ô belo voo, o voo da liberdade o voo da coragem o voo que me faz diferente de cada uma daquelas galinhas que ali estava, ela não somente voou mas como ela aplainou ao tocar o solo missão comprida. O transito não deixa ninguém viver; um senhor sai correndo de seu carro e captura a galinha e a leva, o fim é inevitável mas o meio pode ser superado.
A vida anda louca.
As pessoas andam tristes e solitárias.
Amargam a forma de viver desses novos tempos, onde o individualismo reina soberanamente.
Hoje não se pode dizer que se tem um amigo, desses que você pode contar para o que der e vier.
As pessoas andam tão só.
Não se pode dizer que você tem um verdadeiro ombro para chorar seu fracasso, sua lágrima de dor.
As pessoas andam loucas. Andam sem rumo, sem pudor, sem sentimento verdadeiro, estão sempre representando alguém que apenas gostariam de ser.
As pessoas andam tão frágeis.
Escravas do politicamente correto, reféns das dezenas de fobias, contra gordos, pretos, homossexuais e tantas outras que surgiram. Será que é importante o jeito que o outro é, a forma que resolveu viver, exceto escolhas ilegais?
As pessoas andam precisando desesperadamente de paz.
Acordar e dormir tranquilo com a consciência limpa de que é um bom ser.
As pessoas andam precisando praticar o desapego.
Desapego do dinheiro, de coisas materiais que não acrescentam nada moralmente em suas vidas.
As pessoas andam precisando de felicidade.
De parar de criar grupo disso ou daquilo, de parar de se preocupar com a vida alheia, aceitar a si e ao outro como é verdadeiramente, diante do espelho, sem máscara, afinal você que ler esse texto agora sabe bem quem você é, sem disfarces, nas noites de insônia, sabe das suas falhas, do seus erros, dos seus acertos, do que fez de bom hoje.
As pessoas andam precisando de serem mais “ser humano”.
De olhar ao redor, de saber perceber a dor alheia, principalmente de quem você chama de amiga, de amigo, de irmão e de sei lá mais o que.
As pessoas andam precisando de “ser” mais fiéis. Mais leais.
As pessoas andam precisando tanto de mais lealdade. Seja e receba, afinal cada um colhe o que planta. O que você precisa?
Reflita e faça a sua colheita.
Outubro de 2021: por causa da pandemia, sigo ainda numa liberdade vigiada, dois anos depois da última mudança, que seria o início das liberdades.
Desse período, foram dezenove meses totalmente confinado até que a segunda dose da vacina anti covid fosse aplicada.
Sinto vontade de botar novamente o "saco nas costas" e sair por aí, achar um canto novo.
Mas ainda preciso de confinamento de multidões furiosas, mesmo quando a ciência declarar vitória sobre a pandemia de Covid.
Talvez eu possa colonizar um lugar onde eu possa levar todas pessoas que apoiaram o próximo e pensaram no bem coletivo durante as fases mais críticas da pandemia.
E se não conseguir um lugar físico para essa nova pátria, vou declarar o meu coração a nação independente dos solidarios, dos empáticos, dos que cortam em quatro partes (ou milhares) o seu pão, a sua amizade, a sua arte, a sua inspiração, a sua sanidade e a sua alegria.
Quero as pessoas que compartilharam o lenço na hora do choro e que marcaram presença (mesmo à distancia) na agonia. Estes viverão como embaixadores.
E serão libertos todos aqueles que foram maculados pelo SIM, quando a resposta deveria ter sido NÂO aos seus predadores...
Não haverá ambiente para abusos, pressões, subordinações ou comandos possessivos.
E não serão permitidas relações abusivas , manipulações individuais ou coletivas, mentiras, calúnias e difamações.
Pessoas que buscam evolução serão bem vindas e aprenderemos de mãos dadas.
Atraversiamo!
#abdução
Primeiro passa o vô da banana cantando a venda...
Pede moleque, pode pedir!
Depois o carro do ovo 🐣
Aí vem os garis, o caminhão soprando freio e enquanto eles correm, e essa é a melhor parte da manhã, tem uma casa lotada de crianças e os garis e as crianças gritam um eeeehhhhh de alegrar até o mais sofrido...
Nisso os passarinhos já estão cantando há um tempão e hoje ainda ta chovendo.
Isso é a Mangueira.
Tem bom dia melhor eu sei, mas o meu ta bom.
Salário, lucro e investimento.
Emprego, trabalho e serviço.
Ganho, medo e perda.
Aparência, status e exibição.
Quando eu e minha equipe fomos mandados embora da empresa, só no meu lugar colocaram quatro pessoas.
Uma senhora, sem estudo, responsável pelo meu desligamento me chamava de vagabundo pelas costas.
A senhora, agora administradora, sem conseguir aumentar o faturamento e sem perspectiva de crescimento, aos olhos dos donos, também com pouca escolaridade, consideravam que com ela a empresa estava em boas mãos, crescendo, aumentando o numero de funcionários e precisando de mais máquinas.
Os donos tinham carros novos antes da minha entrada e passaram a andar com carros velhos. Com a senhora administradora os donos passaram a andar de carros novos, todos financiados.
Não cabe nem reflexão.
Não é meu e nem dela. É dos donos.
Chifrudo é o Diabo
Josineide pensa que me engana com esse papo de caô-caô,
todo domingo saindo perfumada, dizendo que vai ao culto do senhor.
Mas só volta para casa de madrugada, descabelada e deita ao meu lado.
Devagarzinho vai se aconchegando, enquanto eu roncando finjo dormir!
No outro dia já acorda cansada, toda disfarçada e prepara o café.
Eu fico só de butuca com o meu jeitão de mané.
Depois puxa papo e inventa lorota tentando me enrolar;
dizendo que fica até mais tarde no templo ajudando o pastor orar.
Para salvar umas almas perdidas, que já estavam nas mãos do cão.
Enquanto o outro chifrudo aqui em casa, fica assistindo as bostas da televisão.
Se dormir no trilho, meu irmão - não adianta rezar;
Pois se o trem já esta desgovernado,
não há santo que possa ajudar.
Se fosse São Tomé - só acreditaria vendo.
Se fosse Pôncio Pilatos - lavaria minhas mãos.
Mas sou cabra da peste, devoto de Padinho Cícero.
Descendente do cangaceiro, com sangue de Virgulino Lampião.
Por isso vou ter que dar um chego lá no igreja,
ter um lero com esse pastor e resolver a situação.
O cabra resolver acabar de vez com a hora extra do culto,
ou então que se entenda com o meu três oitão.
Se vendeu a alma para o diabo, meu irmão, não adianta rezar.
Depois que o chifrudo descobre, a conta ele vai cobrar.
Chifrudo é o diabo - literalmente.
ÉRIDA
Sem chão nem Fé, me vi flagelado
bem apegado a um Amor tinhoso.
Devaneando, morto, ao Sol do Descaso,
vi o mundo ruir. Abismo vultoso.
O bailar de Érida, Corpo equilibrado,
vinha mostrar seu Passo virtuoso.
Era o Baile corrente, aclamado,
tecido nos Saltos sem pouso.
E veio o Sonho: e foi desperdiçado!
E veio a Morte: o luto renovado,
o espinho encravado em meu pé!
Tudo indicava o Sol! Fiquei embaixo,
na Prisão que estive e em que me acho,
a Sonhar e a bailar, sem chão nem Fé!
A FACE DO MEDO
Noite fria, eu andava
próximo do cemitério,
ouvi sussurros ao longe,
vinham de lá? Mistério!
Cores da escuridão,
um arco-íris sombrio,
o revoar dos morcegos,
ouço passos, calafrio!
Sons invadem meus ouvidos,
há barulho de corrente,
coração acelerado,
o mal bem na minha frente!
Com rosto desfigurado,
e muito sangue nos dedos,
criatura demoníaca,
terrível face do medo!
Segurando motosserra,
a entidade funesta,
estava ao meu encalço,
fugi, entrei na floresta.
Escapei, pulei no lago,
o monstro tocou meu pé,
consegui desvencilhar,
subi morro, ao chalé.
Por trás da casa, a rua,
vi carros e seus faróis,
desci lá, dependurado,
num corda de lençóis.
De carona me salvei,
já não há o que temer,
hoje em dia eu só quero
esse dia esquecer.
Vou te falar o que sempre falo para alguns dos meus amigos:
Só evite se magoar.
Evite o desnecessário.
Evite as expectativas.
Evite as ilusões negativas, mas ame as ilusões que só te fazem bem!
Viva o momento, mas não seja escrava do momento.
Quando se investe em qualquer relação, a coisa mais importante, é está atento e consciente. No mais, tudo brota.
Depois é só esperarmos pra ver se a colheita vai nos trazer bons ou maus frutos. E apesar de esperarmos o melhor, sempre tem a porcentagem de danos. Afinal, vivemos fora dos contos de fadas.
Envoltos num céu de um azul intenso,
juntos emanamos uma forte energia,
alimentada pela euforia de nossos sentimentos,
um dia que parece um sonho
do nosso lúdico momento,
como sempre, estás radiante
e muito graciosa,
talvez, eu tenha perdido a sanidade,
não importa se estou enfeitiçado
e apaixonado por um conto de fadas,
mas se for o caso, não quero ser acordado,
quero apenas estar contigo minha amada.
Um ser encantador, cujo canto é belo
e tem muito pra contar, muitos contos de amor na rica arte de cantar.
Pois quando canta as suas canções,
coloca a sua essência em cada canto,
assim, elas encantam tanto
que emocionam outros corações.
Logo, espero que cantando
continue a encantar
com lindos cantos
que contem os seus sentimentos
como exemplos do que é amar.
Saibas que, olhando para ti, imersa neste lindo mar, onde há vida e veemência, posso seguramente te comparar a uma graciosa sereia por seres encantadora, trazendo audácia e doçura nos olhos, lindos cabelos soltos e molhados, por tamanha beleza em cada um dos teus traços.
Consequentemente, sou fortemente atraído, não consigo parar de admirar-te e a vontade de ir ao teu encontro só aumenta, então, com certeza, estou encantado, quero imergir pouco a pouco nestas águas pra ficarmos juntos usufruindo desta natureza com nossos corpos abraçados.
Só de imaginar, é possível visualizar cada cena nossa, seria um sonho do qual não ia querer acordar enquanto estivéssemos saboreando instantes calorosos de carícias e beijos, dos nossos desejos correspondidos, banhados pelo mar, seria nosso conto de fadas que reviveríamo-nos em pensamentos.
A harmonia da tua imagem é simplesmente romântica, uma arte que tem o amor em demasia, traços bem desenhados e uma vitalidade fascinante, fruto de pensamentos profundos e emoções amáveis numa sincronia exuberante.
Provavelmente, estar ao teu lado pertence a melhor parte do dia, uma fuga sadia da realidade, entrando brevemente num conto de fadas, longe da maldade e empecilhos deste mundo e assim fortalecer a sanidade diante de certos absurdos.
Por conseguinte, de fato, és encantadora com a natureza de uma flor, linda de pétalas e essência, que gera um romantismo claramente transformador, que traz mais vida com uma forte veemência como um rico esplendor.
Eu fico muito maravilhado em certos momentos, quando a simplicidade é tão rica que nem aparenta ser de verdade, estando mais para um conto de fadas tal qual o de um regirstro de lindas raposas sossegadas interagindo numa ocasião mágica como se tivessem saído de um livro.
Ela pode estar muito próxima, até mesmo ao seguir por um simples trajeto de costume e ser surpreendido por um lindo arco-íris desenhado num céu parcialmente nublado ou ser agraciado por partes verdejantes com pássaros livres sobrevoando, paisagens belas e revigorantes.
Exemplos que comprovam que seja perto ou à distância, é possível admirar as maravilhas simplesmente inspiradoras, aquelas que são capazes de transformar brevemente a realidade com suas belezas profusamente vivas que muito se aproximamda surrealidade.
Enquanto observo-te atenciosamente neste cenário tão apaixonante, fico imaginando que houve uma fenda na realidade, levando em conta que talvez tenhas saído de outro mundo ou até mesmo de um conto de fadas por ter uma existência boa demais pra ser verdade com uma percepção rara.
Ao perceber felizmente que o amor é indispensável e que amar é ato de muita coragem, está longe de ser fácil, porém, decerto, faz compensar demasiadamente cada vez que é praticado, logo, o medo de cair não deve fazer desistir de voar, muito mais do que sentir, precisa saber externar.
Uma forma encontrada no meu ativo imaginário, que uso agora para enfatizar tua importância, sendo uma mulher bela, verdadeiramente amável que neste momento está abrilhantando este lindo lugar que nem a protagonista encantadora de um romance que ama de um jeito bastante salutar.
“Falhei,
em seguida falhei novamente.
Pouco tempo depois do repetido fracasso,
falhei.
A cada nova experiência...
falhei.
A vida ensina sim,
mas quem disse que as situações se repetem?
Vivo um conto de falhas.
Sempre falharei.
Este é o paradoxo do existir.
Poder ser exemplo para o outro
nunca para si.”
.... A primeira vez que ele achou que Lua queria comê-lo foi em seu próprio enterro. Não no seu enterro definitivo. É que, no meio do choro da viúva, em pleno velório, ele – o defunto – acordou de mais um dos seus ataques catalépticos. Adiou a morte, portanto. Não é preciso dizer que foi um Deus nos acuda! O morto voltava ao mundo dos vivos! Depois um doutor de gaveta declarou, para a rádio local, que um ataque cataléptico não era coisa assim tão rara. Podia ser novidade lá – pr’aquela “gentinha de interior”... – De qualquer maneira, o “Seu Dino” ficou conhecido no lugarejo. Não é sempre que se tem notícia de um ataque daqueles, cata-o-quê, mesmo? Enfim! Não é todo dia que um vizinho nosso, da mesma cidadezinha no interior, morre e depois volta à vida
[trecho inicial do conto 'Chiclete de Lua', publicado pela revista Desenredos, Ano III, nº10, 2011]
http://desenredos.com.br/10prs_dassuncao_295.html