Constante
No encontro de uma Constante - Conflitos abstratos
Todo o momento
Quero parar e dormir
Mas o que adianta
Se meus sonhos
São construídos de olhos abertos.
Por mais que não exista amor
Se eu pudesse lhe transmitir um pouco
Daquilo que sinto por ti
Talvez eu pudesse lhe cativar
Mas vivo pedindo desculpas
Por apenas imaginar
Todos aqueles beijos
Sem cor, sem som e sem sabor
E não importa se são doces ou salgados
Desculpe-me por não acreditar
Que aquele brilho no seu olhar
Era de alguma forma para mim.
E os meus passos vão ficando no rastro do mar
E você nunca perceberá que passei por sua vida
Ficarei me perguntando o quanto lembra
E se fiquei me perguntando demais para agir.
(trecho)
No encontro de uma Constante - Imaturidade
Um dia iremos nos arrepender
Imaturidade será suficiente para justificar todos os atos
Porém não o suficiente para apagar cada falha.
São questões sem imaginações
Fatos sem ligação
Destruindo tudo que demorou a construir
E eu gostaria de lhe mostrar mais que posso falar.
Nada será suficiente para apagar esse sentimento
Que se houvesse mais maturidade
Tudo poderia ter sido diferente.
No encontro de uma Constante - Infinito branco
Agora eu não sei
Se te achei tarde demais
Ou no momento certo.
Infinito Branco em seus olhos
Infinito Branco em nosso momento
Infinito Branco nesses fatos que nos separam
Infinito Branco em meu coração que não entende o que se passa.
Há tantos mundos
Há tantos infinitos
E todos parecem tão distantes e ofuscantes.
Hoje, queria apenas seu beijo
Um profundo abraço de loucura
Para debruçar em meu tênue mundo branco.
Infinito Branco, esperando você
Uma história que realmente pode acontecer.
(trecho)
No encontro de uma Constante - Inverso
Se houver um caminho para essa resposta
Quero uma direção oposta
Porque não há nada que possa justificar
Todos esses meus pensamentos
Manifestados em medos e rancor.
Vendo a ti em meus espelhos
Em mutáveis realidades
Sem poder reagir ou agir
Apenas sentar ao lado
Para te tocar e julgar seus pensamentos.
Agora posso ignorar
E viver sem imaginar
Como tudo teria sido.
(trecho)
No encontro de uma Constante - Ponte
Se em todo o momento, em qualquer instante
Pudesse estar em todos os lugares
Procurando por aquilo que chamam de amor
Encontraria sempre você.
Sem distinção, tudo teria sua face estampada
Em minhas perspectivas.
Surpreendo-me com que acho
Com o que passo a procurar
Há uma chateação em esperar o que não deveria ser esperado
Por um pouco de mim não estar um pouco em ti.
E essa fraqueza dentro de mim, que luta em existir
Querendo destruir a imagem que fiz de ti
Mas deve ser a realidade
Que aumenta com as tristezas desse conto de fadas
Sem sapos, sem princesas ou magias que valham a pena lutar.
Talvez um depois, mas não um agora
Sem noção do tempo
Sem noção do que vive e do que morre em mim
E sua vaidade me consome
Tornando fracas
Todas as imagens que formam este filme.
(trecho)
No encontro de uma Constante - Apenas outro momento
Eu queria você aqui comigo
Saindo de mãos dadas com meus sonhos
Enfeitando minhas fantasias
Desejando-me como em nenhum outro momento.
Por mais que me imagine ao seu lado
Não há nenhum outro momento que
Mostre-me o contrário.
Aquele beijo, aquele abraço, aquela declaração
Momentos enterrados naquela carta que nunca lhe entreguei.
Sou alimentado por todos os nossos momentos
Por mais que eles não existam
Sou a inocência em forma de culpa
Sou apenas mais um momento.
(trecho)
No encontro de uma Constante - A menina que não se achava bonita
Não importa o quanto diga
Que não há beleza no seu olhar
Não tente comparar
Posso afirmar, eles são
Nem menos, nem mais
Apenas suficientes para fazer qualquer um viajar.
Sua alma sem igual capaz de tornar
Esse mundo cada dia melhor
Possa ser eterno
Ela sempre me disse
Que não era bonita
Como não?
Sua beleza torna tudo tão belo
Seus olhos são como o paraíso
Suas palavras uma amostra da felicidade
Se ela não for bonita
Não sei mais o que é belo.
(trecho)
No encontro de uma Constante - Querer de volta
Lembro bem daquela dor
Aquela de perder o que tanto se ama
E não importam quantas perdas eu tive
Nunca vou me acostumar
Sempre vou querer de volta
Tudo que se perdeu.
Não sei o que há comigo
Onde eu perdi tanto
Nem do que estou precisando.
E minha escolha não foi lhe abandonar
Mesmo longe, tenho a obrigação
De tornar seu mundo seguro
Por isso não posso querer seu beijo de volta.
Não vou mentir, aquelas pessoas fazem falta
E você mais ainda.
Quero de volta
Aquela ideia de está sendo amado
De não ver nenhum abismo
Entre a realidade e o amor.
(trecho)
No encontro de uma Constante - Um encontro
Há muitas pessoas das quais poderia convidar
E desfrutar dessa doce dança
Mas porque apenas penso em ti?
Sabe, sempre soube que não iria querer
Sempre fui incapaz de realmente tentar
De realmente começar
E ter a coragem de marcar.
E o tempo que não houve
Vai passando, retrocedendo do futuro até esse presente
Onde há um encontro constante
Entre minhas vontades e frustrações.
Pode ser covarde
Mas quero sua lembrança
Onde a dúvida seja lembrada com amor
Que tudo seja real
Mesmo não tendo sido o meu ideal.
(trecho)
No encontro de uma Constante - Mundo perturbado
Há algumas palavras que não querem sair
Momentos apenas idealizados
Faces apenas pintadas na imaginação
Abraços e compaixão apenas negada.
Vamos brincar de acreditar no destino
Sentir o vento e as correntes marítimas
E seguir seu fluxo sem relutar?
Os beijos vistos, trazem os nossos que não estão existindo.
E esse descompasse na dança maluca
Causa uma pequena dor sem importância
Que um dia vai crescer até se tornar
Um motivo mortal de uma partida sem ida.
Mundo perturbado que absorve uma energia
Que não lhe pertence.
Mundo perturbado que não conta suas regras
Apenas ensina por rasteiras e enganos.
Mundo perturbado que passou a existir
Quando amar passou ser meu objetivo de acordar.
Mundo perturbado que acerta mesmo errando
Ou é apenas uma forma de tornar tudo justo?
Mundo perturbado que daria de tudo um pouco
Para descobrir um pouquinho e sair do meu normal.
Vou fugir um pouco e acreditar na dor
Acreditar nas poucas regras que conheço
Partir sem volta e espalhar minhas palavras
Até que o vento leve aos seus ouvidos
Nos levando naquele local que sussurrei que gostaria de lhe levar
Um dos poucos lugares onde posso me esconder sem me preocupar.
Estou seguindo a maré, mas estou contra sua corrente
Alguém me disse que seria diferente
Mas é uma diferença tão igual.
Mundo perturbado
Vamos brincar de acreditar no destino
E viver aqueles momentos idealizados?
No encontro de uma Constante - É estranho sentir
Passei tantas vezes e você tão bem escondida
E em nenhum momento
Seus olhos encontraram os meus
E tudo foi crescendo
E temo que seja mais uma brincadeira do destino.
Não há motivos, quero fugir do destino
Ir atrás de algo, algo que poderia ser bom
Sem julgar ou analisar, apenas perceber e arriscar
É estranho sentir isso, mas alguém como você
Deveria preencher aquele espaço vazio.
É estranho sentir isso, não é uma elevação de ti
Apenas uma tentativa de ser
O que gostaria que fossem para mim
De não apenas desistir.
Com a dúvida que estará aqui
Por isso não posso recomeçar
Esse deve ser o fim
Este será o fim
A menos que na sua história
Seja estranho sentir a minha ausência.
(Trecho)
No encontro de uma Constante - Porque não pergunta
Imagine algumas possibilidades
Viaje por algumas decisões
Mate alguns sonhos para viver outros
Entrelace a dúvida e o medo
Será que é possível perguntar a alguém?
Não vou esperar o tempo passar
Não vou fazer perguntas
Esperar o esquecimento aparecer
Sempre em cada noite
Irei lembrar quem sou
De onde viemos
E porquê ficamos
Isso não tem quem responda.
Por que não pergunta?
O que precisa de resposta
São essas suas limitadas possibilidades.
São respostas sem os devidos fatos.
(Trecho)
No encontro de uma Constante - Vou esperar
Tantas coisas para se fazer
Para voltar e terminar
Pontas soltas sem destino
No fundo não há como fugir.
Mesmo que o corpo faça
Os pensamentos estão falando
Levando a alma a um conflito de dor.
Não vou esperar o sol nascer
A lua aparecer
A solidão assombrar
A dúvida responder
Antes de tudo e todos
Vou abrir meus olhos
Ouvir a atmosfera
Fazer o que é certo.
E agora o certo é isso
Abraçar-lhe e acompanhar
Não importa onde o passo leve
Um pouco do amor
Um pouco da dor
E assim não se sentirá só.
Pontas soltas
Que se amararam
No momento que decidimos
Amar um ao outro.
É só esperar
Não desistir
O destino é misterioso
E vence aquele que insistir.
(Trecho)
No encontro de uma Constante - Esperar demais
Nunca sabemos ao certo o tempo
Mesmo que algo diga que existe muito dele
Que posso esperar o dia de amanhã
Para continuar esperando.
Antes que o amor nasça e amadureça
E estejamos prontos
Será tarde demais
Ambos teremos partido
Dentre várias possibilidades
Nunca escolhemos a primeira.
Aquele dia seus olhos imóveis
Esperou demais para transparecer
Quando eu podia ver
Que mesmo não falando
Vivemos uma história real de imaginação
Mas esperamos demais para viver algo surreal.
Esperamos demais e quando a saudade chega
Ela não espera demais
Como um furacão
Sem prelúdio, sem meias palavras
Apenas destrói e machuca
Torturando esse momento
Com vários outros que não existiram.
Aquele amor, breve ou para sempre
Esperou demais para existir.
(Trecho)
No encontro de uma Constante - E se eu não existisse
Quantas pessoas estão a sua volta
Simplesmente vivendo além de respirar?
Te fazendo viver além dos movimentos?
E se a coisa mais importante para ti não existisse?
Aqueles momentos fosse apenas sonhos abstratos?
Qual é o limite de um limite?
E se eu não existisse
Quantos ainda existiriam?
Se eu não existisse para você
E você não existisse para mim
Será que estaríamos bem aqui?
Ou todo mundo precisa de uma história
Mesmo que os personagens mudem
E você estaria aqui, mesmo não sendo você?
Talvez não, talvez sim
Mas há um brilho nessa história
Que faz acreditar mesmo quem gosta de mentir.
Todo minuto, em vários segundos
Há tantas coisas passando e acontecendo
Que eu preciso pensar
E se eu não existisse para você
Assim como você existe para mim?
(Trecho)
No encontro de uma Constante - O que machuca
Nunca sabemos, nunca estamos preparados
Uma, duas, três, mais de cinco vezes
Quase sempre não aprendemos
Ou simplesmente esquecemos.
Quase sempre o que machuca
Começa por nós mesmos
É causado por nós mesmo
E a culpa cai nos ombros
Do mundo omisso, onde
Esperamos que alguém cure
Uma dor que não lhe pertence.
Você me machucou
Mas essa dor já passou
Pois, me olhei no espelho
E perdoei meus passos em falso.
O que machuca, muitas vezes é o que traz amor
O que machuca muitas vezes é a falta de amor.
Não há loop, é falta do saber em aceitar algo por ter algo.
O que me machuca é o que me cura.
O que me machuca é saber que você sabe
Mas não para de machucar.
(Trecho)
No encontro de uma Constante - Sou Assim
Não sou muito de olhar para o passado
Ele aparece naquela nevoa tênue
Entre esperanças, desesperos, felicidades e medos
Tornando um pouco disso uma utopia.
Posso lidar com meus fantasmas
Conversar com eles e deixá-los me consumir
Aprender um pouco antes que ordene que partam.
E essa incompreensão faz com que eu viva em tangentes
Estranhas, assustadoras, incoerentes...
Mas confortável em vista do que é normal.
Sou assim, um mal incapaz de derrubar uma mosca
Uma bondade que não poupa uma formiga
Um anjo sem caminho certo
Procurando constantes, procurando um equilíbrio
Sonhando e realizando, sempre indo além
Com medos, mas sem receios.
Nunca ouve alguém para ensinar
Então ninguém pode julgar
Esses erros que parecem me derrubar.
E no fundo me distraio por ai
Ajudando, me dispondo, aventurando
Uma forma de unir o tangente e o real
Tentando não julgar, mas julgando
Um mundo tão cheio do que é dispensável.
Acorde-me com abraços, com suaves palavras
Sem promessas, sem exaltação
Com um pouco de amor e depois me lembre do resto.
Sou assim e talvez ninguém descubra a razão
Ninguém pergunta sem fazer perguntas.
Talvez seja isso que ninguém entenda
Que realmente quero viver e não apenas sobreviver
Imortalizar um pouco de mim e não apenas passar.
E nunca vou me importar de errar
Se o que tentei foi realmente verdadeiro.
A vida é um caminhar constante;
nascemos, engatinhamos, andamos,
crescemos, amadureçemos e não escapamos
por mais que fujamos do temido envelhecer.