Conscientização Água
Que os céus nos acompanhe. Que a água nos sacie. Que o ar nos permita respirar. Que os átomos nos renovem. Que sempre nasça um novo sol. Que a esperança nunca acabe. Que a perseverança viva, e acima de tudo, que nosso amor jamais seja finito.
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Foi mesmo um risco n'água.
Apartei mais quatro para desmama.
E acertei a devolução do Pacato.
Foi a conta de voltar e refestelar-me na rede
que começou a cair uma garoa fininha.
Daquelas que molham nossa alma de felicidade,
daquelas que tingem a pastaria de verde.
Agora é esperar pelo cafezinho passado no coador
para acompanhar a broa de milho.
Amanhã ainda será assim.
Coisas rurais, recorrências.
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Naveguei em um oceano onde não existe água, só letras , que formam palavras, que formam frases, que formam poemas, e neste navegar sem água, sem briza no rosto ou sol, me sinto feliz e realizada.
Ser conduzida, pelas mãos da vovó alegre e tão carinhosa, à água tão morninha do meu primeiro banho de banheira no meu aconchegante lar.
MINHAS SINAS
Queria ser a luz que brecha
O ventilador que te assopra
No frio, ser tua água morna
Pra depois virar tua coberta
E ir aquecendo tuas pernas
Naquelas noites de preguiça
Depois abrir nossas cortinas
E ser o florido do teu vestido
Guardando nos teus sorrisos
A lembrança de minhas sinas
Água da chuva...
Que nossa vida,
seja como a flor
ao se deixar molhar
pela água da chuva
que leva embora a poeira,
esquecida ali pelo vento.
by/erotildes vittoria
Sem massagem, dó, nem piedade a água leva embora tudo. Sua mesa, seu amor até a sua vontade. Vontade de permanecer em pé, empurrando a água pra fora, lutando contra a vilã que mata afogada de madrugada as esperanças de quem não tem mais nada. O céu azul engana e traz um conforto parecendo que não existe mais aquele muro torto pertinho de desabar, e levar embora o que já não se tem, mas deixa a preocupação de se amanhã esse pesadelo vai acabar.
Enquanto chove lá fora, dentro de mim instaurou-se uma tempestade. Não sei se em um copo de água ou numa bacia hidrográfica. Mas chove em mim água que inunda a todo momento meus sentimentos, limpa um pouco da minha loucura, refresca meus sonhos, leva em bora meus medos. E me dá sossego, ao menos um pouco pra fechar os olhos e silenciar o corpo pra ouvir a água correr, encher os olhos e o nariz contornar.
Eu nunca soube dizer não, eu me entreguei de alma e coração. Fiz de água fogo pra incendiar tudo o que de alguma forma quis abalar minha fé, minha verdade. Gritei mais de uma vez pra mim e pro mundo o quanto é importante pra mim estar sempre lado a lado com a arte. Mas a cada momento cicatriza em mim a certeza de que estou indo pelo caminho certo, seguindo as palavras que o meu coração dita em cada batida mais forte, ou em cada sensação que me envolve quando deixo de ser eu. Amor além da eternidade, vidas e vidas seguidas.
Marcas de um amor
Eu estou aqui a contemplar as flores
A água que escorre da cachoeira
Sem que tu saibas das minhas dores
Da saudade do amor a nossa maneira.
Percorro por lugares lindos em busca de esquecer
O que o amor trouxe e tão depressa levou
Porém, cada detalhe tem um pedaço do teu ser
A brisa, as flores e o perfume que teu corpo deixou.
Sentir que o teu olhar e o teu sorriso estão em mim
Perseguindo-me, sem dar tréguas, sem dar opção.
Porque tudo tem o cheiro da tua boca de carmim
E tua alma está plantada dentro do meu coração.
Queria que esse amor fosse como o vento
Que tudo leva, por onde passa, tirando-me essa dor
Tempestade que causa profundo sentimento
Marcas deixadas pelos encantos de um amor.
Essa avalanche de sentimentos, que o fogo reascende.
A cada dia, a cada minuto, a dor da saudade.
De momentos inesquecíveis, tudo prescinde.
Amor que não se apaga, falta a felicidade.
Meu coração navega em tua direção
Sem sentido, busca o que não mais existe.
Dentro da tua alma, flor morta, sem emoção,
Partiste o meu coração deixando-me nesta ilha triste!
Somos a essência da Terra.
Temos a cumplicidade do Ar.
A Água está em nosso Sangue.
O Fogo, no Coração do Guerreiro.
O Grande Espírito, tudo sabe e a tudo conhece.
A Grande Mãe sempre nutre seus filhos com seu Amor.
O Universo sempre estará a favor do Bem.
Pela doce história
Eu marcho errante
E minha alma levita
Me dá água na boca
E no olhar meloso
Os versos formigam.
Barquinhos de Papel
Na água da chuva ondulante
Meus barquinhos de papel,
Sob o som da acordina.
Transportavam triunfantes
Num castelo de ouropel,
Os meus sonhos de menina.
Velozes e coloridos
Singravam o rio encantado,
Enquanto a chuva caía...
Dentro deles um pedido
Relíquias do meu passado,
Que só a alma entendia.
Onde estarão os barquinhos
Com os pedidos que fiz,
Nesta longínqua andança?
Talvez naveguem sozinhos
Por um caminho infeliz,
Nas correntes da esperança.
fúria sedenta
palavra que se quer
terra
água
fogo
e ar
mulher – amante
mãe que gera no seu ventre
um grito novo
por gritar
in "Meditações sobre a palavra" (um tributo a Ramos Rosa, o poeta do presente absoluto), editora Temas Originais, do poeta
a palavra é!
está
no altar-mor que lhe é devido
ela é!
Terra Água
Centro
Sol Luz
é o princípio o intervalo e o fim
do universo
é calor
respira-se da palavra
habita-se todo o seu espaço
interior
in "Meditações sobre a palavra" (um tributo a Ramos Rosa, o poeta do presente absoluto), editora Temas Originais, do poeta Alvaro Giesta