Conscientização Água
A vida dos filhos é
Perigosa para os pais
Com o fogo, a água, o ar
E outros acidentes;
E alguns, por amor a um filho,
Antecipando a desgraça,
Esvaziam o mundo, para fazer
O mundo tão seguro quanto um quarto.
Quando eu já nem sentia
O cheiro de cigarro e suor não me injúria
A água do chuveiro doía
O som do quarto ligado eu nem mais ouvia
O cabelo engrenhado de 7 dias eu já nem sentia
E quando eu já nem sentia
Nem o espelho eu mais via
O filme que preferido virou alegoria
De quando eu sentia
E agora, a sujeira na casa eu já nem mais via
E nem lembro de quando sentia
Eu sou de boa com tudo!!
Fez questão eu faço
Fez esforço eu faço
Aguento até a última gota de água
Mais também quando sai da minha vida, sai de vez!
Até porque quando eu dou uma palavra eu não volto atrás!
Muito elogio é como botar água demais na flor. Ela apodrece.
Tem dias que até o céu desaba
e tudo acaba em água
tem dias que eu também choro
e nem precisa de um bom motivo
é que as lágrimas têm curiosidade
de saber como é tocar o corpo do chão
todo choro faz bem pra alma
e eu sempre fico calma
quando olho pra cima e
me vejo refletida naquele azul
e por entender que eu também
faço parte da imensidão
fecho os olhos e abro a boca
só pra sentir em mim
o gosto das lágrimas do céu.
O tempo é a principal ferramenta de Deus. Quando alguém morre afogado, não é pela água, mas sim pelo tempo que ela está submersa a água; quando alguém morre queimado, não é pelo fogo, mas sim pelo tempo que ela ficou em contato ao fogo; quando alguém morre baleado, não é pela bala, mas sim pela velocidade que a bala o atingiu.
Ideias são como peixes. Se quiser pescar peixes pequenos, pode ficar na água rasa. Mas se quiser pescar o peixe grande, precisará ir mais fundo. No fundo, os peixes são mais poderosos e mais puros. São enormes e abstratos. E eles são muito bonitos.
O pôr do Sol é um espetáculo que mexe com as emoções no fundo da alma
O espelho na água a refletir um esplendoroso encontro entre a luz e a água revigorando os sentimentos a cada entardecer.
"Serás a tulipa do meu jardim
serei eu a água que da chuva cai
para te fazer desabrochar em flor
regando-te com o meu amor."
Se tratando de "sociedade",
me sinto a deriva num oceano sem água.
A sociedade não faz sentido!
Um oceano sem água também não!
A mesma água que mata a sua sede, também pode lhe matar afogado.
O mesmo fogo que cozinha o seu alimento, pode lhe matar queimado.
A mesma terra que germina a semente, é usada no sepultamento.
Sendo assim, fica nítido entender que as escolhas são nossas, e as consequências delas também!
A arca de Noé
Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.
O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.
E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca
Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.
Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"
E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.
Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.
E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.
Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora as cabeças botam.
Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.
A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.
Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.
Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pêlo
Pela terra prometida.
"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre – "Não!"
Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.
Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.
Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista.
Na serra o arco-íris se esvai...
E... desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória
Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.