Conscientização Água
FILTROS DE BARRO
Em meu tempo de criança
Bebi água em filtro de barro
Gostava de ouvir seu lento gotejar
Demorava pingar a gotinha
Acho que queria nos dar seu melhor
Por isso demorava a filtrar
Coitado do filtro de barro
Foi descartado
Trocado
Já não cabe nas casas modernas
Pensando bem...
Hoje tudo parece descartável
Nada pode dar trabalho
Prefiro relacionamentos
Que sejam como filtros de barro.
Os filhos bebem da água que os pais estão capacitados à dar.
Água suja, limpa ou contaminada. Da rua, do poço, da poça ou mineral. Pura, adoçada ou com misturada. Sua, de terceiros ou roubada. Da chuva, da torneira. Com gás, sem gás ou saborizada. Quente, natural ou gelada. Líquida ou sólida (gelo).
Assim é o conhecimento e educação dado pelos pais aos filhos, sempre proporcional ao que estão capacitados a dar, pois ninguém dá o que não possui.
Não acredito quando dizem que num rio uma água só passa por ele uma única vez. Por isso questiono: a água que me mata a sede, quantas vezes realmente já matou a minha sede?
Não só sede de água, mas de tudo que existe, que existe para que eu exista.
E que existindo consuma o que me for dado como empréstimo para um existir que me faz cada vez mais vivo, mais eu.
Sem saber realmente de onde vim, para onde vou e porque me fazem estas coisas existir cada vez mais, vou sedento de vontade de consumir tudo o que a mim se apresenta, a fim de continuar essa minha saborosa existência.
GRACINHA
Eu sou aquela caixa d'água a tilintar dentro da noite veloz. Lá fora, o sereno caía vadio enquanto os rumores dos carros mexiam com as luzes dos postes. Tchiqui, tchiqui, tchiqui... Quase sempre, o ventilador ao pé da cama. A cama. A cama. Aquela cama... Na área, o churrasco embalava os nossos estômagos famintos. A fumaça passeava por todo espaço. Chegava na cama. A cama. Aquela cama... Ao meu lado direito, meu mano: pequeno, raquítico, olhos negros, cabelos lisos. No centro, a mana: covinhas amontoadas, coqueirinhos na cabeça, chorinho fácil a descolar na boca. Ao lado esquerdo: vovó. Vovó. GRACINHA. Corpo roliço, cabelo despreparado, pele macia e branca. Sua mão a "irribuçar" os netinhos com colcha vermelha. Sua mão a cantarolar no meu peito. Um dois três carneirinhos. O ronco, o sereno a cair, os rumos dos carros e eu-caixa d'água, eu-saudade, eu-vontade-de-voltar.
Que com o banho
A água que pelo seu corpo passa
Leve toda a sujeira para longe
Levando também a angústia e o medo
A raiva e a decepção
A falta de esperança e tudo de mal que esteja em seu coração
Um banho revigorante, reenergizante
Capaz que alterar toda e qualquer energia ruim
Te conduzindo a uma frequência elevada
E que nela você permaneça
E possa seguir feliz e em harmonia
Nesse mundo repleto de caos e melancolia
Mergulhe uma esponja seca em um recipiente com água, após fazeres isto, pegue em qualquer extremidade da esponja e verás água a cair sem precisar expremer a mesma. O mesmo acontece quando tu és Nascido de Novo e mergulhas na palavra misturada com fé, na medida que vais te enchendo da palavra, te encherás de Poder de Deus.E as coisas fluirão a seu favor..
Quem sabe o universo não seja uma gota de água suspensa em uma flor cultivada pelo um ótimo jardineiro.
Noite muito escura
Banheiro em perto e branco
Banheira cheia de água
Olhos abertos
Um pingo de água saindo do olho e caindo na banheira
Deitado na banheira
Tesoura afiadas
Seu corpo mostra o seu sentimento
Todos eles sabem
Mas não dão a atenção
Pensamentos ruim
Lágrimas caindo
Olhos fechados
Mão vermelha,olhos vermelhos, águas vermelhas
Você já se imaginou sendo “água”? Você já parou para pensar que tem muito chão precisando dessa “água” por aí? Que tem muita gente com o coração com sede de amor? E que há pessoas que vale a pena matar a sede? Então, não se derrame na pedra regando-a, porque pedra é pedra e terra é terra.
Troféu
Soo a pulsão estancada
sentimentos de robô
de flamas mortas, sem ardor
d'água salobra parada
do tudo que se fez nada
do azedo que já foi mel
do doce que fez-se em fel
deixaste de ser poesia
e o prêmio à tu'alma fria
é o desdém qual troféu.
Sozinha em meu quanto,
sentada em minha cama,
com os olhos cheios de água
e meus pulsos
sangrando...
Relembrando o nosso passado,
percebo que tudo acabou,
quando você saiu
batendo a porta
sem ao menos
olhar para trás.
Agora não sou mais a mesma,
pois não estou mais com você.
No meu quarto fico chorando
e me pergunto
porque você foi embora,
sem me dizer
Adeus.
Hoje trancada em meu quarto
sofro calada,
para não dar explicação
sobre meu passado.
Seu olhar é pleno
Mesmo em dia nublado
As gotas d'agua lubrificam
Tornando límpido o que estava "barro"
Decoras o mundo
Com esse rosto céreo
Seus cristais...
Intensamente fúlgidos
Me olham
Se veem
De dia invadem o nosso lugar
À noite tingem a lua
Ditam frases ao novilúnio
Dobram as nuvens
E por mim flutuam.
Chances são como aquelas pedras que jogamos na água tentando fazê-las saltar sem parar o mais longe possível e que se não houver o mínimo de esforço a pedra afunda. Você vai precisar de sorte para que o vento não se torne um obstáculo maior do que a própria gravidade, além disso, se você não transferir força suficiente ou se colocar força demais a pedra não fará nada mais além do que já se espera que uma pedra faça ao tocar na superfície de uma água. Então não jogue qualquer pedra em um momento aleatório. Se as chances são essas pedras a força é sua capacidade de agir sutil porém firme em relação ao momento certo, seja o escolher a melhor pedra, o melhor momento ou simplesmente escolher ser apenas um espectador de quem se atreve nesse jogo.