Confiança no Namoro
Por medo eu fiquei.
Com medo eu hesitei.
Pelo medo eu não terminei.
Um relacionamento infeliz eu cultivei.
Não mais amei.
Mas não larguei.
O medo é uma rua sem saída na qual me achei.
Pipoquinha, colchão no chão da sala, chocolate de panela, filminho e ficar o domingo todo na preguicinha agarrado em quem a gente ama. Custa pouco, muito? Depende. Depende de quanto você curte a pessoa. Na real quando a gente não gosta mais, nada encanta.
Não mendigue atenção de ninguém. Se te quisesse do lado, teria te tratado com prioridade. Você não tem que se esforçar pra brilhar e chamar atenção, quem te quer, te acha na multidão, os olhos brilham vendo você de moletom, pra se ver não precisa de tempo bom.
Se valorize, suma.
Olhe pra pessoa com quem você está e se pergunte: eu amo essa pessoa? Eu quero dividir minha vida com você? Partilhar meus sonhos, minha intimidade? Meu coração vibra ao teu lado? Tá fazendo sentindo? A gente tá sentindo alguma coisa? Não continue sem se questionar isso.
Celebre os fins também. O fim é importante, porque inaugura algo novo a seguir. Terminar um relacionamento angustia, remexe muita coisa, modifica os cenários, os planos, há um luto, há necessidade de se reinventar. Mas o fim não é algo ruim, dê mais espaço para o fim na sua vida.
Me recuso a viver algo, que não seja um grande amor. Quero pele, olhares, toque, elo, sinergia de pensamentos e sentimentos; presença. Me recuso a estar com alguém na superfície, se quando sinto é profundo. Se não for para mergulhar fundo, não me convide, para ficar no raso, eu brinco sozinho.
Não precisa começar a trair, magoar, se ausentar e dar mancada. Não precisa ficar por ficar. O fim nem sempre é por falta de amor, às vezes nosso ciclo com aquela pessoa se encerrou.
Logo, ficar pode ser egoísmo, e partir pode ser a melhor demonstração de respeito.
A traição destrói a autoestima, é como se fossemos incapazes de dar amor e prazer.
Nos sentimos inferiores.
Muitas vezes essa pessoa nunca mais consegue confiar e se relacionar.
Se essa pessoa é você, não se culpe, trair não foi uma escolha sua.
O amor dá sinais.
Às vezes é uma ligação, uma mensagem de bom dia, uma figurinha, uma marcação num post, um bombom, um casaco emprestado, uma carona no dia de chuva, um "oi, eu notei que você não está bem".
O amor dá sinais, saiba percebê-los.
Têm braços, mas não têm abraços.
Têm ouvidos, mas não tem escuta.
Cada um para seu lado da cama.
Diálogo sobre contas e tarefas.
Sem assunto, sem calor.
Se há amor? Não sabemos.
Solidão a dois é um vazio cheio de dúvidas...
O foda é que eu bati no peito e disse que você era diferente. No fim das contas era golpe de novo.
O golpe tá aí e infelizmente cai quem não merece, quem só queria se permitir ser feliz no amor de novo.
Se liga na responsa afetiva!
Se te disserem o contrário, não acredite.
O amor verdadeiro existe sim.
E se trata do amor que é construído todo dia em palavras e gestos.
Até daria certo se na época não fossemos tão imaturos. Mas e se fosse hoje? Pois é, é exatamente esse "se fosse" que mata...
Quando você já sofreu muito em um relacionamento, às vezes é difícil acreditar que alguém possa te fazer tão bem, respeitar e amar.
É uma baita confusão, afinal como alguém pode me amar como sou, se já fui tão magoado sendo a mesma pessoa.
Não se questione, se permita.
Sim é bem melhor e saudável estar "só", do que vivendo um inferno diariamente. Só, você já está, agora podia muito bem-estar só, curtindo a vida e sendo feliz.
Relacionamento é partilha e realização conjunta.
Parem de naturalizar relacionamento abusivo.
Aí tú tá naquela mó paz e o diabinho vem na tua cabeça: bem que você podia se envolver com alguém para se distrair um pouco, né? Tá tão só...
Quer se distrair vai assistir série, pelo menos quando cansar você pode pausar e já sabe até que temporada vai...
Quando ex te procura para te enaltecer e elogiar, você se sente lisonjeada/o ou pê da vida? Por que quando tá junto é só crítica e podação, e quando te vê livre passa a te achar incrível?
Alguém sabe responder?
"Pequenos abusos diários", discretas privações de liberdade e "ofensas espontâneas" seguidas de pedido de desculpas. Violências invisíveis que muita gente vive no relacionamento e normaliza em nome do "amor".
Amor não tem nada a ver com sofrimento.
Amar e viver um relacionamento era para ser algo prazeroso, uma troca rica de experiências, uma parceria cheia de sensibilidade, empatia e respeito. Onde foi que nos perdemos?!
