Concreto
Em Brasília, a cidade moderna,
Onde o concreto é sua marca,
A saudade me visita e me inquieta,
Como em "O Livro do Desassossego" de Pessoa.
As linhas de Niemeyer, a imensidão da Esplanada,
O amor também habita essa capital,
Mas em suas ruas, o coração se despedaça,
Tal qual a "Poesia Completa" de Drummond.
Brasília, lugar de sonhos e utopias,
De uma nação que queria se erguer,
Mas que não conseguiu se livrar
Da solidão, como em "Grande Sertão: Veredas" de Rosa.
Nessa cidade sem passado, sem memória,
O amor persiste, ainda que incerto,
Como em "A Paixão Segundo G.H." de Lispector,
Em busca de um sentido, um destino certo.
Brasília, símbolo da contradição,
Onde a saudade e o amor se encontram,
Como em "O Amor nos Tempos do Cólera" de García Márquez,
Em um labirinto de concreto, onde tudo se transforma e se desfaz.
Em Brasília, cidade única,
No cerrado se ergue a capital,
E no meio do concreto,
A saudade e o amor, em um equilíbrio vital.
Os sociólogos estudam a cidade,
E suas complexas relações,
Mas não podem explicar a poesia,
Que a saudade e o amor trazem às nossas emoções.
Em Brasília, o cerrado é resistência,
E a cidade é uma força em constante movimento,
Assim como o amor e a paixão,
Que se renovam a cada momento.
São as palavras de Gilberto Freyre,
Que ecoam nessa cidade moderna,
Onde o passado se mistura com o presente,
E a saudade é a marca de uma história que ainda governa.
Mas é também em Brasília,
Que o amor e a paixão se mostram mais intensos,
Como em Pierre Bourdieu, que estudou as relações de poder,
E percebeu que o amor é uma das armas dos indivíduos em sua luta pelos seus interesses.
Assim, em Brasília, a saudade e o amor,
São o que fazem a cidade ser única,
E enquanto o cerrado resiste,
E a cidade se reinventa,
O amor e a paixão se fortalecem,
E a saudade se transforma em poesia.
nada é concreto
tudo é tijolo
tudo é parte
soma
paredes e pontes
que erguem-se e se desfaz
hoje somos sólidos
amanhã seremos líquidos
e logo gasosos feito pó
somos construções
em constantes demolições
emoções e razões
cimentadas em dissoluções
hoje estamos
logo, fomos
Em meu riso
Nada Silencioso ou discreto
Você se encontra no motivo
E esse pensamento é concreto
Com seu jeito suave
E descomplicado de ser
Me traz tanta propriedade
Que eu quero viver
O céu é mais azul
E o Sol é mais brilhante
As nuvens nunca choram
E em seu olhos o meu semblante
É tão fácil te amar
É tão simples estar contigo
E cada segundo nosso
É um caloroso abrigo
Como o amo por ser quem é
Como o amo por ser sonhador
Como sou grata por te ter
A acima de tudo por meu amor.
Meu sorriso sempre será seu
Minha alegria sempre será nossa
Mas em meu caso você será meu
E os realizações sempre serão nossas
O sertão da cidade de São Paulo está no frio/calor do concreto triste, suas vidas miseráveis que com as sobras vivem. A miséria, em qualquer canto, é o diagnóstico de uma sociedade que possui patologia moral.
↠ Outrem ego ↞
Almejas um machado
sair do concreto, entrar no abstrato,
criar o cabo como cajado
gerar a lâmina, o corte afiado,
retalhar a lembrança daquele passado…
o qual insiste estar ao teu lado,
suprimes a memória do autorretrato.
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira/Agente bate cabeça no concreto ou na madeira/Eaprende na marra de qualquer, de qualquer maneira/Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
“Em meio ao concreto e ao luxo, corações se encontram: ela, com sua grife; ele, com sua arte. O amor não escolhe berço, apenas floresce.”
"O amor é um sentimento absoluto e concreto quando encontramos em nós mesmos e não há espaços para os vazios. No outro é abstratos e não preenche nossas necessidades e não compreende a nossa sensibilidade e muito menos nossa intensidade."
Não saber o que fazer é fácil, concreto, razão, ação, simplesmente não faça. Mas, não saber o que pensar, a que conclusão chegar é emoção, sentimento, saudade, abstrato, latente. Fica no silêncio.
Flávia Abib
PILASTRA N' AMOUR
Oh! Estrutura massiva de concreto.
Suas vigas tem o poder de consertar o mundo.
Sua grandiosidade força é ao ponto de ser idolatrada mundialmente.
Quem diria à pilastra e à engenheira?
Imaginara quantos seres pensaram em ti hoje?
Imaginara quantos estudantes e expertises admiraram-te?
Imaginara quantas construções foram construídas por ti?
Em um mundo de infinidade de funções de uma simples pilastra.
Nem tão frágil para não desmoronar e nem tão grossa para não rachar.
Tu ergueras hospitais que abrigam doentes, prédios que são responsáveis pelo PIB e por ser o lar de famílias.
Tu viria casais se entrelaçando aos beijos em suas colunas mais baixas.
De fato nada a reclamar.
Contudo, pergunte aquele jovem, medonho, ao rancoroso casal de adolescentes que dirá que a pilastra foi a culpa do amor deles acabar.
Quem diria, tanta hipocrisia, para um mero pedaço de matéria-prima, inútil, adequado, fútil que um dia irá acabar.
Concreto reforçado com fios sintéticos.
Abriram o muro das lamentações,
e começaram a falar de vossos corações.
Abriram o muro das lamentações,
por isso, iniciaram-se as discussões.
Alguns têm o que falar,
outros, sei que vão se calar,
já que não querem se expressar.
Uma hora o muro fechará,
e no futuro, talvez, a harmonia se fará,
ou talvez não,
será tudo isso em vão?
A esperança sofrida,
sabe da história desse muro e de nossas vidas,
uma hora, essa esperança será trocada por orgulho
[ou não...]
esse será um de nossos caminhos
[ou não]
Com essas angústias vamos crescendo,
e cada vez mais sabendo,
que a paz,
é a gente que faz.
A sua maior força não está no concreto, está no abstrato. Não está em quem você é, ou possui, está no que você acredita, está na sua fé!
O bom da história é que ela sempre tem um lado concreto: você pode fazer a história da sua cidade e está criando algo inovador. É difícil fazer coisa nova em outros campos.
Eternamente.
Está tudo na balança
O passo do universo
Dança entre o concreto e o aço
Arquiteta espaço entre as estrelas
Exatidão termina
Onde germina a escolha
e recomeça na colheita
É preciso olhar a casa
Alguns instantes, dentro
Antes de abrir as janelas
Toda vela içada
Há de soprar pra todos
O seu vento ou não devido
Sem ruido ou pressa
Aos pássaros, eternamente
O céu nosso de cada dia
Sem nenhuma garantia que é de sol
Não importa quantos cravos há
Sempre haverá mais rosas
Ela nascerá mais linda
Às roupas no varal
Um pouco mais de Sol te resta
E se ajeita, ainda
Pra toda dúvida, uma incerteza
Migalhas no caminho
Nunca vão fazer ninguém voltar
Muda a estação, folhas vivas
Pra morte, o facão
O tempo, o vento e o chão
Uma fase vivida, o momento
Pra qualquer quase vida,
a diária desistência
Igualmente contrária
Resistente, existe
Se houvesse algum pranto escondido
Assim permanecesse
Cada coisa em seu lugar
Quando a palavra
Que apesar
De repetidas vezes repetida
De repente
Ela não for ouvida
Grita mais alto a dor devida
Ao tenor, o contralto
O verso ao avesso
Uma grande verdade apenas
Partida em milhões
de mentiras pequenas
Em cada cor, a parcela de luz que lhe cabe
À escuridão, a vela
À vela, o vento.
A lição que te cabe, aprendida
Não dá pra entender quantas outras
Nunca tomaremos tento
Isso, é só Deus que sabe.
Edson Ricardo Paiva.
Em Brasília, cidade das retas infinitas,
Onde o concreto se ergue em altas vistas,
Há uma atmosfera densa de melancolia,
Onde a saudade vagueia, o medo se cria.
Nas ruas largas e desertas, ecoam os passos,
Dos corações solitários, em tristes compassos,
A desesperança permeia cada esquina,
De um lugar onde as incertezas se aninham.
Os monumentos frios, impessoais e imensos,
Refletem a alma vazia, quebrada em pedaços,
Os sonhos outrora vivos, agora adormecidos,
Na poeira das promessas não cumpridas.
E no coração da cidade, um silêncio profundo,
Onde o eco da tristeza ressoa, fecundo,
O olhar cansado dos que buscam um abrigo,
Na imensidão de concreto, perdidos, sem-abrigo.
A saudade, essa dor pungente, se insinua,
Pelas avenidas, pelos parques, na alma nua,
E os corações, em vão, buscam aconchego,
Mas encontram apenas a desesperança, no seu apego.
As lágrimas rolam pelos rostos envelhecidos,
Pelos sonhos que murcharam, sem terem sido vividos,
O medo paira no ar, qual sombra aterrorizante,
Crescendo nos corações, como uma erva sufocante.
Mas mesmo em meio às trevas da desesperança,
Resiste uma chama tênue, uma esperança,
Que clama por dias melhores, por uma nova aurora,
Por um renascer que dissipe toda essa angústia que aflora.
Pois Brasília, apesar de sua frieza e solidão,
É berço de sonhos, de lutas e superação,
E no peito de cada brasiliense, ainda pulsa,
A força para enfrentar o desespero que se avulta.
Que a saudade, o medo e as incertezas,
Se transformem em sementes de novas certezas,
E que no horizonte, enfim, se vislumbre a esperança,
Para que Brasília possa renascer em uma dança.
Que a desesperança dê lugar à resiliência,
E a cidade revele sua verdadeira essência,
Pois só assim, nas ruas amplas e céus abertos,
Brasília encontrará o alento para vencer seus desertos.
A cidade é da garoa, a selva é de concreto. Nas ruas, bares e esquinas, deixei pedacinhos de mim. Volto sempre carregando saudade na bagagem, e suspiro um ‘até breve, São Paulo’. Existe amor em esse-pê. Para dar, doar e vender.