Concreto
FOLHAS SECAS
As folhas secas
despencam sobre a sua calçada
de concreto asfaltada.
Folhas que serão pisadas
afastadas com sua vassouras
ou varridas junto aos ventos.
Folhas que te deram. ar sombras e frutos
te deram saudades e flores
até brilharam seus olhos de amores.
Hoje ensacadas, sem alentos...
São colocadas em uma lata de lixo
levada pelas enxurradas
ou pela degradação do tempo.
Antonio Montes
Tempos Modernos,
Belezas De Concreto...
E O Que Há De Concreto
Neste Mundo Moderno?
E Se O Amor Que Está Bem
Perto For Incerto?
Tempos Modernos,
Belezas De Concreto...
Quando a maioria das pessoas que te rodeá espera que faça algo de concreto para o seu agrado, aí surpreenda-os na positiva fazendo algo da sua autoria pois, é a única forma de tornar-te AUTENTICO!
Negro tão pouco era eu, perto da imundície daquele lugar. Concreto descascado pelo tempo e judiado pelos descuidos de pessoas que um dia hospedaram-se aqui, caiam aos poucos sobre meu corpo desajeitado. Buracos na parede mostrava-me suavemente o cômodo ao lado. Janela aos pedaços, pouco protegia-me dos raios fortes daquela manhã. Sentia o odor de um corpo qualquer que foi enforcado, em algum cômodo ali perto. A dor nos meus braços e nas costas não me permitia levantar, chicoteando propositalmente meus músculos. Pareceu-me tão surreal. Enquanto eu desistia de levantar em pleno movimento, deixei minha cabeça bater na parede sem forças pra impedi-la e desmaiei mais uma vez.
"Você é enfim, o resumo dos seus próprios passos, de suas escolhas; resultado concreto do que foi e é capaz de arquitetar em pensamento."
Em Junho... A natureza sendo natureza. Afinal abaixo do seu teto e o seu piso de concreto tem um solo com terra suficiente para plantar o seu próprio alimento. Mas quanta necessidade de industrializar não é mesmo?! Respiramos vida e devolvemos podridão. Não dá para vitimizar se. A vitima é a própria natureza, as chuvas devastadores são seu pranto de dor.
Existem muitas frases floridas para se levantar a autoestima, mas que não tem efeito concreto pro mundo real; É melhor uma verdade feia do que uma mentira bonita.
Preferia passar uma semana dentro de uma caixa de concreto de 1 metro quadrado, úmida e sem luz, do ir que num show do Calypso.
A Amizade é sempre o reflexo mais concreto daquilo que cada pessoa tem a oferecer como partilha de dons aos outros.
Enquanto tentamos algo concreto, vamos nos iludindo com futebol, carnaval, novelas,pagode e churrasco. Um porre constante de sonhos.
Nossas palavras não são feitas de ferro ou concreto, mas são fortes o suficiente para ferir alguém, por isso devemos tomar cuidado com o que falamos, pois se não temos certeza do que temos a diz a melhor escolha é permanecer-se silêncio.
As paredes de concreto comigo falam,
Pensamentos, lucidez...
E em sua altivez dizem o que talvez seja a verdade.....
Que a vida é o complexo oposto da realidade.
Talvez o que você sempre acreditou ser algo concreto nunca foi verdade, apenas foi abstrato e de aparência.
Ciência que se renova
Odeiam mas não vivem sem
Limítrofe entre o abstrato mas concreto
Fantasioso e o real
Elocubra mesmo que não descubra
“O concreto muro das ilusões”
Um muro alto,
É tudo o que vejo,
Eu corro, eu grito, eu salto,
Mas só ouço um relampejo.
Que me desperta da tentativa,
Dessa minha vida relativa,
De sufocado desejo,
E sufocante partida.
Desse tempo nauseante,
Querendo resgatar o antes,
Não podendo ir adiante,
Nem vendo qualquer saída.
Muro de três tempos,
Muro de sentimentos.
O esforço que esgota,
É o mesmo que me suporta.
O silêncio gritante,
Que me abate e me motiva,
É um sábio pedante,
Um adulto infante,
E uma dor gradativa.
Para onde quer que eu ande,
O muro se expande,
Junto com essa dor tão grande,
Que não deixa alternativa.
Muro sem fim,
O vazio em mim.
Ninguém ocupa este espaço,
Tão ávido e casto.
Me vejo solitária,
Nessa desgraça tão hilária,
De sofrimento não presumido,
E de amor pressentido.
Amor forte o suficiente,
Para me afastar de muita gente,
Mas que se torna inseguro,
Quando se trata de pular esse muro.
Muro de concreto,
Onde ninguém chega perto.
É todo meu o esforço,
E para quem me despreza eu torço.
Promessas jamais feitas,
Mas tão certas e aceitas,
Deixam minha alma emudecida,
Por que foram esquecidas.
O céu não clareia,
Meus olhos estão cheios de areia.
Por eles descem as lágrimas,
Com meu rancor e minhas lástimas.
Do mais profundo martírio,
Sou despertada por um cheiro de lírio,
Que vem do outro lado,
Daquele muro amaldiçoado.
Minha mente atordoada,
Ouve uma voz entrecortada,
Chamando pelo nome,
Que parece ser de um homem,
Em uma busca emocionada.
Querendo ir ao seu encontro,
Desesperada eu respondo,
Com incessantes batidas,
Que não sei se estão sendo ouvidas.
Meu semblante denuncia o medo,
De ser mais uma vez abandonada,
Não posso desistir nem tão cedo,
De finalmente ser resgatada.
Sem futuro no presente,
Mas com uma vida pela frente,
Tento seguir o caminho,
Onde não tenha que pular sozinha.
Só me resta este corpo,
Que de vida tem um sopro,
Mas preciso derrubar o concreto,
Para que eu possa vê-lo de perto.
Um olhar que não me é estranho,
A beleza ímpar daqueles olhos castanhos.
Uma lembrança intempestiva,
Me faz reconhecer aquela mão estendida.
O impacto do passado,
Tão presente e superado,
Me trouxe o amanhã.
Ao som de “Nem um dia”,
Na voz de Djavan.
Música de infinitos acordes,
Que faz com que desse pesadelo eu acorde,
É meu único apoio,
Para que eu possa novamente olhar no teu olho.
Muro da mesma rota,
Muro que te traz de volta.
Estou caminhando em círculos,
Hora no inferno, hora no paraíso.
De uma profunda reflexão,
Sou sorrateiramente despertada,
Não vejo mais sua mão,
Nem ouço sua voz emocionada.
Muro do arrependimento,
Da incapacidade,
Do nó por dentro.
Muro do orgulho ferido,
Da necessidade,
Do puro perigo.
Não importa quem duvida,
Para pular esse muro darei minha vida.
Um impulso,
Uma sequência,
Esse muro,
A resistência.
Pés e mãos corroídos,
Pelo tempo em que foram esquecidos.
O choque entre o que eu quero,
O que pode ser e o que espero,
A consequência em nada muda,
O querer sair dessa dor profunda.
Liberdade e o teu beijo,
Tudo isso em um só desejo,
Meu coração palpitando,
Enquanto vejo o concreto desabando.
Um forte pensamento,
E um chão cheio de cimento,
Dos escombros sou salva,
E reconheço aquela pele alva.
Tamanho sorriso,
Olhos castanhos dos quais preciso,
Teu beijo sela a vitória,
Nessa felicidade tão provisória,
De caráter indeciso.
Muro destruído,
Objetivo conseguido,
Meu corpo se entrega,
Estou fraca, estou cega,
Meu tempo já foi perdido.
Sinto meus pés do chão se desprendendo,
Sinto minha alma livre, estou morrendo.
Tenho que ir embora,
E não posso ouvir quem por mim chora.
Estou morta para a vida,
E viva para a metamorfose,
Não sou mais um barco a deriva,
Cansei dessa overdose.
Dessa droga que me alucina,
Que me inocenta e que me incrimina,
Que criou aquele muro de dependência,
De desconsolo e de “sub-vivência”.
Onde fui reduzida a lixo,
Absorvida pela minha condição,
E por crer num discurso prolixo,
Assinei minha própria condenação.
Reflexo do inconsciente,
Que insufla o ego e degrada a mente,
O livre arbítrio obrigado,
O som com os ouvidos tapados.
Muro que era de aparência,
Muro que crescia com a sua ausência,
Excesso da droga infinita,
Que rege o mundo e o limita.
Droga que criou esse muro,
Droga que o derrubou,
Só não conhece essa droga,
Quem nunca se apaixonou.
O dia em que o concreto do arquiteto desabou
O que sabes de mim
Se tens meus versos
Mas se a mim, de fato
Nunca tivestes?
O papel, mentiroso de berço
É um inteiro de um amor um terço
Em um terço de hora.
Agora,
O que tenho
Arquiteto?
Apenas um desenho
De resto?
Desenho...
Ou rabisco?
Nos olhos, um cisco
É o que tens,
Arquiteto,
Pois não enxergas além da tua planta
O deserto.
De certo
Do chão estás perto,
Arquiteto,
E minha cabeça no teto,
aqui,
perto.
Enquanto és arquiteto,
Sou “aquiperto”... e tão longe.
Podes construir o que quiseres de frio concreto,
Ergas os prédios com os quais sempre flerta,
Pois enfim, caro Arquiteto,
Terás poema sangrando aberto,
Mas jamais o amor concreto de uma poeta.
O amor é o concreto de quem é feliz, o abstracto de quem, infelizmente, não o é... e o brinquedo dos restantes!
O que há pela frente? Não vejo nada de certo,de concreto,a não ser aescolha que se faz. A angústia é fazê-la,ao sobreviver a multiplicidade de escolhas, o grande passo está dado...