Comunidade
Do banco da praça vejo um bairro inteiro
Eu quero é poder estar em uma praça
construída aqui mesmo no bairro
e me sentar em um banco qualquer
ao lado de uma estátua de bronze qualquer
- homenagem póstuma a um desconhecido qualquer -
que ao menos 'sabe' porque está lá.
E observar os pássaros em festa
sobrevoarem afoitos os jardins cercados com arame colorido
para mendigar meia dúzia de grãos de milho que alguém jogou ali
enquanto flores exuberantes caem das árvores a todo tempo
como se compusesse um lamento em lágrimas e pétalas.
Eu quero é poder viver o tempo que me resta
e apreciar a vida calma nas manhãs agitadas
do vai e vem das pessoas apressadas
pelos inúmeros caminhos possíveis na periferia.
E poder viver mais uns cem anos
só para ver concretizar amanhã todos os planos
que hoje apenas não passam de sonhos
e ver surgir ao longe o fim, solução para toda essa tristeza
que hoje toma conta de nossos corações
e nos cega diante de tanta aspereza, desumanidade e ausência.
Um dos maiores desafios das pessoas que moram nas grandes cidades brasileiras é resgatar o senso de comunidade.
Tudo que eu queria dizer é que me assusta a enorme irresponsabilidade das pessoas que detêm o poder em nossa comunidade. Eu os detesto. Não os suporto! São como cabras que invadem um jardim recém plantado. Tudo o que sabem fazer é destruir. Um homem livre não consegue ir em frente sem se chocar com elas a cada passo. Quisera acabar com este tipo de gente como se faz com animais daninhos."
(Dr.Stockmann, um médico)
(Um inimigo do povo)
Filosofia de vida: Diga não dizendo sim. As pessoas estão acostumadas a ouvir sempre o SIM. Feliz será aquele que aprender a dizer NÃO, dizendo SIM.
Toda forma de ciência e cultura inovadoras está sumindo aos poucos e não há substitutos para o grandes pesquisadores. Enfim, na arte, na música e em todas as áreas.
O Ser social vê o amanhã como conquista, não sua! Mas do seu grupo onde a sociabilidade é a chave do sucesso da sua comunidade.
Isso, em... Beirando abismos.
E eu que sou feito de misérias, vago...Andarilho, corpo fora do tempo e espaço. Passo, transito à margem do juízo, por dentro do caos e edifícios, fuço lixo, lambo o chão em que piso. Foi no reflexo do vidro que soube, sou reles, sujo! Subproduto do azar de ter nascido isso... O pino bate, apita o medo, corre pelo olho toma o corpo, cresce em mim o louco, me ganha o bicho, sou eu que desvivo... Enquanto não morro.
Lembre-se: a estrutura da Igreja é espiritual. Mais do que uma organização, ela é um organismo vivo, espiritual.
Há meu Jesus, que dera eu pudesse ver-te e te dizer o quanto te amo. Quem dera eu pudesse olhar nos teus olhos e deixar que teu amor brando me envolva, mas, quem sou eu? tão pequena criatura na sombra de tua grandiosidade. Quem dera pudesse eu tocar apenas a barra do teu manto e curar as feridas de minha alma. Quem dera sentir a docilidade de teu amor, sentir-te verdadeiramente em meu coração, poder ser inteiramente teu. Há, quem dera!!
Por mais que alguém seja tão conhecido ou famoso, que tenha muitos amigos no Facebook ou seguidores no Twitter, Instagram, Slideshare e tantos outros, ninguém jamais terá tantos seguidores quanto Jesus Cristo no seu ministério, na sua maior comunidade: A sua Igreja Eleita.
O lar é sempre o ambiente gravitacional resultante do habitar e viver harmonioso de diferentes que em comum acordo são um par.
Será por que os alunos não estão levando a sério as provas do governo, a ponto de boicotarem-na, ou não são parceiros? A banalização de meu papel, por toda comunidade, não me ajuda impor-me. Agora só me resta tomar (anal)gésico como paliativo.
Não adianta colocar a estátua da maravilhosa escritora Raquel de Queiróz em uma praça para ser apreciada por alguém que só percebe o bronze sendo derretido e vendido como sucata. É preciso primeiro ensinar o significado simbólico que tal monumento tem para a comunidade.
Copacabana, quem te viu quem te vê
Gosto é das pessoas simples,
por mais complexas que elas sejam.
Encanta-me nelas a inediticidade em seu agir,
o brilho sincero no olhar e a deferência para com o outro.
Gosto de gente de outra época,
gente que viveu de verdade, calejada pela vida,
marcada pelo trabalho duro nas roças do campo.
Gente que desbravou os bairros urbanos ainda in-natura.
Eu me identifico é com o meu povo, esse povo guerreiro
que fez do limão azedo uma limonada saborosa
desbravando as matas, abriu estradas, ergueu pontes
e alicerçou casas. Hoje tem água, luz, asfalto...
E quem se lembra dessa gente? Desses homens e mulheres resolutos.
Que do barro e da argila da paupérrima vila, ergueram um império,
comunidade que cresceu na unidade coletiva da colaboração.
E hoje, impermeável e hesitante, se perde na individualidade e na autointrospecção.
Meu Deus!
Nossa Senhora...
Acabaram com tudo.
Nem a fé de antes restou.
Quando pastores deixam os ensinos dos Apóstolos para seguirem os seus próprios caminhos, os néscios se graduam.
Pensar só em si é o início do desequilíbrio. Um mundo, ou um ambiente, equilibrado compõe-se de pessoas que pensam coletivamente.
Vereador devia ser encarado como um estagiário da política. Se tiver feito um bom trabalho junto à comunidade em que vive, esta lhe dará votos em uma eleição para torná-lo deputado. O trabalho do vereador que deve ser voluntário, não deve ser remunerado. E dentro dessa configuração, um município poderá ter quantos vereadores quantos desejarem ser.
FAVELÁRIO NACIONAL
Quem sou eu para te cantar, favela,
Que cantas em mim e para ninguém
a noite inteira de sexta-feira
e a noite inteira de sábado
E nos desconheces, como igualmente não te conhecemos?
Sei apenas do teu mau cheiro:
Baixou em mim na viração,
direto, rápido, telegrama nasal
anunciando morte... melhor, tua vida.
...
Aqui só vive gente, bicho nenhum
tem essa coragem.
...
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
Medo só de te sentir, encravada
Favela, erisipela, mal-do-monte
Na coxa flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e traçar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
E queremos ser
bonzinhos benévolos
comedidamente
sociologicamente
mui bem comportados.
Mas, favela, ciao,
que este nosso papo
está ficando tão desagradável.
vês que perdi o tom e a empáfia do começo?
...
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)