Comunidade
Eu quero um amor tipo cachoeira
Grandioso, avassalador
Eu quero a agonia de esperar meu bem
E o sorrir largo quando chegar
Ventania a despentear
Noites ao luar
Eu quero, intensos beijos
Puros desejos
E mesmo que isso seja sonhar
Não, não quero acordar
"" A persistência e a determinação te farão romper barreiras, vencer obstáculos e finalmente conquistar a vitória. Uma vida sem luta é uma vida mais ou menos. Quer vencer, lute o máximo que puder...""
"" Navegar é preciso
mas haja mar
pra tanto desejar
Navegar ao sol
as cores do dia
nada se perde , bronzeia
tudo é mar
de amar...""
"" Tudo que te é de graça, tem maior valor...
O beijo, o abraço, o ar , o amor
O olhar apaixonado da pessoa amada
Quanto vale?
O ar que você respira
Qual é o valor?
a vida que você possui
mensure?
Por isso, não coloque valores apenas em bens materiais
Eles são úteis
Mas existem coisas que você realmente precisa
E só você pode ter e dar o valor...""
"" Onde anda meu anjo
Parece que me abandonou
Quisera eu saber
Se foi por tristeza
Ou se foi por amor
Que de anjos pouco sei
Mas seja lá quem for
Volte logo
Por favor...""
"" A dois, o amor é pele bonita
Bronzeada e protegida pelo sol da manhã
Mas solitário é ferida
Que sangra e doí a alma
Depois de uma tempestade, virará cicatriz
Nunca mais sairá do peito
Por isso pessoas de muitos amores
Têm dureza no coração...""
"" Risque e rabisque
Mas não traduza
Envolva a trama
Como quem seduz na cama
Amarre as peças
Sem perder o jogo
No final nada mal
Se puder colar
Se puder pintar
Se atreva
Se não puder
Escreva...""
"Repartir o Pão"
A fraternidade entre os brasileiros, desde os que convivem na mesma comunidade local, até os distantes, dos quais conhecemos só as carências.; Esta fraternidade deriva do amor a Deus, Pai comum, e do exemplo heróico de Cristo, morto por todos. Trata-se de uma fraternidade afetiva e efetiva, que terá inúmeras formas de expressão, mas que deverá levar a atitudes concretas e sinceras. Fraternidade é repartir.
[...] Sou apenas mais um filho da pátria Brasil com nome de santo
feito outros tantos Silvas nos becos, nos morros, nas periferias
apenas mais um brancopretovermelhoamareloíndio e favelado
renegado pelo sistema, vestindo preto por fora e por dentro.
SOBRE A RELIGIOSIDADE DO BAIRRO COPACABANA EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS...
E eu que não tenho religião
[...] Parei para observar a procissão que tomou conta de minha rua ontem e por todos os lados que olhava, via pessoas com velas acesas às mãos cantando uma canção em tom de ladainha, capaz de inquietar qualquer um. Repetiam sempre com muito entusiasmo um refrão melodioso, acompanhado sempre pelo som de um violão extremamente afinado seguiam rua acima, passo a passo, verso a verso incessantemente.
Feito quando era criança, fui transportado à varanda de minha casa e convidado a ser expectador daquele evento. Maravilhado em ver tanta gente agindo em cooperação, tive a sensação de estar novamente em comunidade. Com o movimento de tanta gente junta todas as casas do entorno, postes de luz, asfalto e concreto sumiram. Tudo parecia como antes, intocado!
O mato alto nos lotes vagos, o caminho escuro de terra vermelha e argila cintilante, o barro na sola dos sapatos dos adultos, o vento, as minas d'água por todo o percurso, os sapos coaxando, os vaga-lumes brilhando no céu à frente de todos, o cri-cri... dos muitos grilos existentes, o cheiro de Dama da Noite, o incômodo do pinga-pinga da parafina das velas derretendo e queimando os dedos, o medo à véspera da sexta-feira da paixão.E até mesmo o velho campinho onde aconteciam as barraquinhas e feiras do bairro estava lá. Tudo parecia exatamente como antes.
Quis seguir o cortejo e cantar com eles suas cantigas celebrando a alegria de estar em comunidade novamente, por alguns instantes esqueci, inclusive, que eu não era católico e que havia optado há muito tempo atrás por não ter mais religião, optado por ser sem religião. E devido a essa minha decisão anterior, não conseguia compreender aquela minha aflição emotiva; não fazia muito sentido para mim estar tão tocado com tal acontecimento. Talvez fosse isso... Não era um simples evento casual, era um acontecimento, como antes!
Os meus olhos marejaram de ver, de ouvir, de sentir tanta energia positiva em trânsito. E mesmo quando passou pela rua o último integrante do cortejo e sumiu na curva dos olhos após virar a esquina da rua de cima, seguindo em direção à rua de baixo, no rumo da capela da única praça do bairro, ainda era possível ouvir os passos da multidão e o clamor da ladainha efusiva ecoando pelo ambiente e atingindo aguda os canais auriculares das pessoas, nas muitas residências hoje existentes. Quando tudo acabou... a vontade era de chorar. Mas sentia-me bem demais para tal.
O sistema do SISTEMA
Grito... Grita, grita alto, mais alto, mais alto ainda!
Não que o teu grito não seja alto o suficiente
para ser escutado por todos.
É muito mais alto do que tu podes imaginar.
O sistema é que se cala, finge-se de morto.
O problema não está no teu grito e sim na deficiência do sistema,
que finge não haver qualquer problema em seu engenho magnífico.
Que finge não ouvir o quão alto e desesperado são os teus gritos
e o de todos que gritam, mesmo que gritem por dentro, em silêncio
silenciados, inauditos, sob interdição.
O sistema é a máquina mais perversa e controversa já criada.
Mais até que a bomba atômica - que só é utilizada em ocasiões especiais.
O sistema é uma máquina criada para operar na dimensão do perverso
sua função não é trucidar os sujeitos, nem moê-los feito insetos
nem mesmo criar monstros sociais totalmente adaptados à sua incoerência.
Isso é deficiência humana mesmo!
Provocada por mal caratismo, ingerência e incompetência ao manuseá-la.
Em seu modo cotidiano mata, estripa, dissimula...
Inaugura placas de cobre com letras douradas, estátuas e totens
em homenagem a seus feitos incríveis.
Por fim, ostenta em praça pública toda essa maldade.
Fragmento da poesia:
"Todas as faces de uma poesia anacrônica"
Dizem que a poesia não tem classe social, gênero, cor, raça, etnia, religião...
Tudo mentira!
A poesia é pretensiosa, escolhe e se faz escolher, manipula.
A poesia se disfarça e se versa em faces diversas,
só para manter o disfarce, da grande farsa que somos todos iguais.
Inclusive quando escrevemos versos.
Eu minto, tu mentes, ele mente...
Drummond, não.