Comunicação
Ficar sem WhatsApp é praticamente redescobrir a avenida que passamos todos os dias, é dar bom dia olhando pro rosto da sua mãe, dos seus irmãos e dos que caminham a passos largos na mesma ou em outras direções, é menos grupo, menos contato porem muito mais aproximação, é sair da casinha tecnológica e finalmente olhar pra fora. Hoje olhei pras pessoas caminhando com seus olhares firmes mirando o horizonte. Não mais olhavam para baixo como zumbis cabisbaixos focados nos seus mundinhos de ilusões, hoje acordei sem pegar o telefone pra descobrir novas mensagens, hoje acenei pra quem andava na rua, olhei o céu, reparei até no chão, hoje havia cheiro de livro entorpecendo quem passasse pelas praças da cidade. Havia jogos de dama, tabuleiros por toda parte, um grupo ao longe davam um rolê de bike, outras já gargalhavam da tal "desgraça" - Fim dos tempos, esbravejavam. 48 horas de vida tal qual foi na distante infância.
Hoje quem sentir minha falta irá me ligar só pra ouvir minha voz, outros chegarão após dois dias reclamando da falta de comunicação, impedidos como se de mãos atadas pela puta sacanagem das operadoras de telecomunicação.
Hoje eu acordei reparando muito coisa. Serão 48 horas de reflexão.
Tamires Carvalho
A ironia é oxigênio, né? É o olhar de quem entende que tudo é um grande engodo, que a vida é um circo e que não existe dentro e fora da lona. Tudo é lona e estamos todos dentro dela. A ironia é uma reação inevitável em um mundo que navega sobre a espuma sem nunca mergulhar. Um mundo que se abstém do abismo. Toda arte verdadeira está impregnada de uma farta dose de ironia. E principalmente de um mergulho profundo no tal abismo. O resto é perfumaria.
E se passássemos menos tempo gritando no vazio e sendo inundados com gritos de volta - e mais tempo conversando em salas com aqueles a quem nossas palavras se destinam?
Vivemos em uma sociedade em que a mídia, que nós mesmos alimentamos, demostra o quanto não somos sociais. Retrocessos.
É preciso conversar para se chegar a algum lugar... Não pode haver especulação na verdadeira comunicação.
Tudo o que você diz para uma pessoa é filtrado pelos seus quadros de referência, preconceitos e ideias pré-concebidas.
A parte mais bonita da oratória, é você se tornar em excelente orador, mas sendo você mesmo, apenas em uma nova versão, mais corajosa e mais lapidada.
Felicidade é só uma escolha
Aquilo que dizemos e o modo como dizemos, cada palavra e cada gesto ou comunica, ou desintegra. E é bem necessário pararmos para analisar como estamos ecoando no cosmos. Se nossas palavras e gestos são de generosidade, misericórdia, alegria e ânimo, isso ressoará e se expandirá como aquelas ondas circulares que vemos quando jogamos uma pedra na água. Estaremos nos comunicando, e podemos aqui definir a comunicação como amor. O amor é pura comunicação!
Mas se nossas palavras e gestos forem negativos, pesados, cheios de rancor, a onda também acontece e infelizmente também se expande. Porém, isso não pode ser chamado de comunicação, pois é o seu avesso. Gera divisão, destruição, choro e sofrimento que se repete e se prolonga em cada nova onda. É a "palavração" e gesticulação do mau. Também reverbera pelos ares e causa um dano pavoroso. Mas jamais pode ser chamado de comunicação; é o que há de mais distante dela; é a sua negação.
Ser feliz é o anseio mais profundo de todo homem e de toda mulher em qualquer idade de sua existência. Só que essa felicidade não é uma realidade a ser procurada, encontrada; é uma realidade que se constrói. Cada pessoa irá contribuir a favor dessa construção ou contra. É sempre uma escolha e escolha feita todos os dias, frente a cada um que encontramos em casa, no trabalho, nas ruas, e em todo e qualquer lugar em que estejamos.
Todos queremos um lar aconchegante, um ambiente de trabalho harmonioso, amizades duradouras, amores para a vida inteira, e histórias reais com o viveram felizes para sempre; mas é mesmo necessário cada um fazer a sua parte no enredo. A felicidade é uma construção que tem por argamassa as palavras e por tijolos e vigas, os gestos. E nesses tijolos e vigas, todas as expressões corporais e faciais; e todos os olhares. E nessa argamassa, toda entonação, pausas e intensidades que acompanham as palavras.
Podemos escolher nossos gestos. Podemos escolher nossas palavras. Podemos nos aplicar ao que fazemos com amor e dedicação. Podemos olhar para as pessoas com empatia. Podemos ser melhores do que temos sido. Podemos fazer as coisas de uma forma melhor do que temos feito. É só fazer uma revisão sincera de nós mesmos para constatar que isso é verdade sim. E se assim é, também é verdade que se podemos, isso é uma escolha.
Está em nosso poder ecoar o bem e a felicidade. É claro que esse é o desejo! Todavia, para que os desejos se tornem realidade são necessárias atitudes, boa vontade. Vontade: aquela disposição de espírito para o agir; aquela energia que nos firma nas decisões, aquele empenho em se conquistar aquilo em que acreditamos... Está em nosso poder. A escolha é nossa! O material de trabalho para essa construção, para esse empreendimento, já o temos. O convite agora é: Mãos à obra!
Às vezes, há palavras demais ocupando espaço e não há espaço suficiente para pensar. Eu guardo um pouco de vazio por dentro para quando eu precisar.
Desenvolver o hábito de dar verdadeira importância ao diálogo constitui um mecanismo fundamental para consolidar laços de amizade e consideração. No que diz respeito a relacionamentos mais próximos, o modo de formular questões, a sinceridade, o momento propício, o tom de voz e o tipo de abordagem são fatores determinantes para a eficácia da comunicação e para a conservação de uma relação feliz.
As pessoas não pensam em termos de informação. Elas pensam em termos de narrativas. Mas enquanto as pessoas se concentram na história em si, as informações vão surgindo.
A vida seria muito mais interessante se pudessemos fazer todas as perguntas que quisessemos e esperar respostas honestas.