Comportamento
Tijolos e Caniços
Estava acompanhando uma discussão em rede social sobre um determinado candidato à presidência. De um lado, o fã defendia o cara sob os argumentos de melhora na economia, reforma nas escolas e garantia de direitos humanos. Do outro, um grupo de cinco pessoas rebatia com xingamentos, emojis irritados e aquele tradicional: “Meu pensamento é melhor do que o seu”. Logo, o cara de cima respondeu embaixo reafirmando o pensamento, que, para mim, parecia muito melhor embasado.
Isso não tem a ver com direita ou esquerda. Vai muito além. Observando os comentários, eu percebi duas formas distintas de pensar: a forma estrutural e a superficial. Para mim, o pensamento superficial é como um tijolo sustentado por um caniço em riste. O tijolo representa as certezas, o pensamento imutável, aquilo que eu sei e todos os outros também devem saber. Basta apenas um sopro de vento para o caniço quebrar e o tijolo ir ao chão.
Já o pensamento estrutural é aquele construído tijolo a tijolo. Cada tijolinho é um conhecimento de mundo, uma descoberta sobre si mesmo, a formulação de um novo pensamento. Mas cada pensamento está co-relacionado com o tijolo anterior. Assim pode-se fazer afirmações, pois reconhece-se o porque do pensamento. Se eu tenho uma estrutura e sei porque penso desta forma, fica mais fácil de fazer o outro entender. Dá para explicar, tijolo a tijolo, os motivos para a construção da minha ideologia ou modo de pensar.
Quando o pensamento estrutural encontra o superficial há conflito, pois quem tem muitas certezas não pensa. Não reflete. Não reavalia as próprias escolhas nem ouve o outro lado. Quando dois pensamentos estruturais se encontram há diálogo. Há uma troca de materiais que auxiliam em ambas as construções. Mas quando o superficial encontra o superficial não há troca. Ou melhor, são palavras trocadas no vazio. Tão fracas e sem sentido quanto uma brisa que não levanta sequer a poeira de cima do tijolo.
Uma casa simples construída sobre base sólida é mais forte que uma mansão sustentada por caniços.
Meu tipo de gente
Eu costumava aplaudir gente famosa. Ia a teatros para ver palhaços, via entrevistas para dar risadas, contava piadas para ser notado. Mas, de repente, eu mudei o meu tipo de gente. Não vejo mais graça em palhaços do twitter, reviro os olhos pras piadas levianas e prefiro as conversas sérias, aprofundadas, principalmente sobre assuntos que eu não domino.
Meu tipo de gente é quem me ensina. Quem faz com calma. Quem estende as mãos, sem pudor, e sorri se não há nada a dizer. Meu tipo de gente não tem motivos para palhaçadas. Pois já são trapezistas, mágicos e bailarinas, no dia a dia do espetáculo da vida. E eles não têm medo dizer o que pensam. Mas respeitam que existem os que sabem mais, e que ninguém no mundo pensa igual.
Gosto de gente bem resolvida. Que escolhe por si e não depende de conselhos. Gente que repensa a própria vida, os próprios erros, acertos, vitórias e derrotas. Meu tipo de gente conhece mais a si que aos outros. Por isso impõe limite entre a privacidade e a rodinha de bar. Compartilha, se quiser. Apenas se o assunto somar.
Meu tipo de gente é de verdade. Sente, chora, dança, cai, se levanta e sonha. Tudo numa mesma medida. Pode até chorar de menos, sentir de mais, mas não se deixa carregar pela incerteza de um sonho. Mantém um pé na realidade e trabalha para conquistar o que deseja. Quando não dá certo, a minha gente sorri, pois já sabe que o mundo não está aí para embalar ninguém.
Minha gente escuta boas histórias, assiste bons programas, lê o que lhes convém. São Marinas, Vivianes, Beatrizes e Isabellas, que, no fundo, nada tem a ver comigo. São só elas. Mas quem é muito diferente e me respeita como eu sou, essa é a minha gente.
Aplausos. Vocês merecem.
Já amei quem me traiu e usou. E aprendi que um beijo e abraço, às vezes tem outro objetivo. Antes de amar: conhecer.
Quando nos envolvemos em um relacionamento, devemos saber que para termos longa continuidade é preciso doação, parceria, reciprocidade, sentimento, envolvimento, construção de credibilidade, transparência e abstinência a tudo aquilo que pode lhe levar de volta a ser um.
Se quisermos combater a corrupção, não podemos transformá-la em um monstro. Precisamos entender, sobretudo, que ela reflete quem somos.
Crie uma atitude mental que mais se pareça com você e se comporte de acordo com o que acredita, pois, se houver discordância mente-corpo haverá um grande conflito a se resolver. Refletimos aquilo que pensamos o tempo todo ,portanto, não nade contra a maré.
Aprendamos que é perda de tempo discutirmos ou explicarmos algo para alguém que somente compreende o que mais lhe é oportuno.
Não é porque a sociedade formatiza algo como lícito que se torna legal de fato, pois nem tudo convém mesmo quando permitido o seja.
Pessoas orgulhosas e teimosas permanecem cegas diante de si mesmas perdendo a vida real e o real da vida por uma vida fantasiosa.
Assim como as tatuagens e piercings não transformam as pessoas em marginais, ternos e gravatas não transformam as pessoas em éticas, honestas e decentes.
É melhor sermos odiados pelas mentiras contadas ao nosso respeito do que sermos amados pelas mentiras que tenhamos nós mesmos contado.
Nos contos de fada da vida real muitos príncipes viram sapos e voltam a morar na lama, pois não reconheceram as oportunidades que a vida lhes apresentou e nem os valores do outro.
Muitos humanos se orgulham de serem racionais mas vivem praticamente em estado vegetativo, inferior ao irracionais, sem consciência nem de si mesmos.
A fragilidade moral é questionável na qual a sociedade entrou nos últimos anos, está nos levando a uma paranóia agressiva - a dúvida, que deveria ser um momento para reflexão, se tornou o detonador de opiniões desprovidas de bom senso