Complexidade da Vida
Lutei toda a minha vida contra a tendência ao devaneio, sempre sem jamais deixar que ele me levasse até as últimas águas. Mas o esforço de nadar contra a doce corrente tira parte de minha força vital. E, se lutando contra o devaneio, ganho no domínio da ação, perco interiormente uma coisa muito suave de se ser e que nada substitui. Mas um dia ainda hei de ir, sem me importar para onde o ir me levará.
É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo?
Ao vivenciar a felicidade de uma vida a dois, não será surpresa se tu perguntares como foi possível viver sem a pessoa amada todo este tempo!
É a fé, e não a imaginação, que nos dá a vida sobrenatural; a fé é que nos justifica; a fé é que nos conduz à contemplação.
Quarenta Anos
A vida é para mim, está se vendo,
Uma felicidade sem repouso;
Eu nem sei mais se gozo, pois que o gozo
Só pode ser medido em se sofrendo.
Bem sei que tudo é engano, mas sabendo
Disso, persisto em me enganar... Eu ouso
Dizer que a vida foi o bem precioso
Que eu adorei. Foi meu pecado... Horrendo
Seria, agora que a velhice avança,
Que me sinto completo e além da sorte,
Me agarrar a esta vida fementida.
Vou fazer do meu fim minha esperança,
Oh sono, vem!... Que eu quero amar a morte
Com o mesmo engano com que amei a vida.
As circunstâncias do nascimento de alguém são irrelevantes; é o que você faz com o dom da vida que determina quem você é...
FRASE MARCANTE “Os momentos mais esplêndidos da vida não são os chamados dias de êxito, mas sim aqueles dias em que, saindo de desânimo e do desespero, sentimo-nos erguer-se dentro de nós um desafio: a vida e a promessa de futuras realizações”.
AH! É difícil achar esse trilho de Deus em meio à vida que levamos, na embrutecida monotonia de uma era de cegueira espiritual, com sua arquitetura, seus negócios, sua política e seus homens! Como não haveria de ser eu um Lobo da Estepe e um mísero eremita em meio de um mundo de cujos objetivos não compartilho, cuja alegria não me diz respeito! Não consigo permanecer por muito tempo num teatro ou num cinema. Mal posso ler um jornal, raramente leio um livro moderno. Não sei que prazeres e alegrias levam as pessoas a trens e hotéis superlotados, aos cafés abarrotados, com sua música sufocante e vulgar, aos bares e espetáculos de variedades, às Feiras Mundiais, aos Corsos. Não entendo nem compartilho essas alegrias, embora estejam ao meu alcance, pelas quais milhares de outros tantos anseiam. Por outro lado, o que se passa comigo nos meus raros momentos de júbilo, aquilo que para mim é felicidade e vida e êxtase e exaltação, procura-o o mundo em geral nas obras de ficção; na vida parece-lhe absurdo. E, de fato, se o mundo tem razão, se essa música dos cafés, essas diversões em massa e esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco têm razão, então estou errado, estou louco. Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível.
(P. 26 do livro O Lobo da Estepe)
Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça.
A vida me ensinou a não discutir com o Universo.
Há muito mais inteligência e sabedoria à nossa volta
do que julga nossa vã filosofia.
Oh, que bênção seria não se casar jamais, nem jamais envelhecer, mas passar toda a vida, inocente e indiferentemente, junto as árvores e aos rios que só nos podem manter a calma e como que para sempre crianças em meio aos percalços do mundo! O casamento ou qualquer alegria perturbariam a clareza da visão que ainda possuo. Foi a ideia de perdê-la que gritei no meu íntimo: "Não, nunca hei de deixá-los por um amante ou um marido", pondo-me de imediato a caçar coelhos no mato, com os cachorros e Jeremy.
A vida é um naufrágio, mas não devemos esquecer de cantar nos botes salva-vidas.
Acredito que pessoas que usam da confiança e boa vontade das outras nunca vão se dar bem na vida. Ou não vão ser felizes. Ou nunca vão conseguir amar de verdade. Ou não mereciam a gente. Ou que a gente deve agradecer por ter se livrado de um encosto. Ou sei lá o que. Nunca fui boa conselheira. Talvez essas sejam as formas da vida punir quem brinca com o coração dos outros. Não sei mesmo. Em todo caso, deseje o mal de volta pra pessoa. Não por vingança. Só pra ver se ela é forte como você.
A beleza da vida reside na variedade. Mesmo o mais tenro amor pede para ser renovado com intermédio da ausência.
Ser jovem quer dizer ser original, quer dizer conservar-se próximo das fontes da vida, quer dizer erguer-se e sacudir as amarras de uma civilização obsoleta, ousar o que outros não têm coragem de arriscar, e saber voltar a imergir no elementar.
Para viver a vida plenamente temos que aprender a amar as pessoas e usar as coisas, e não usar as pessoas e amar as coisas.