Colher
Coração não é passarela pra só desfilarmos com um amor de bela aparência, coração é terra, onde quem planta a alma, colhe a essência.
A Vida
A vida estou tecendo.
O caminho percorrendo.
Meu futuro não estou vendo,
Mas começo a planejar.
Cada ato que eu faço,
No futuro irei colher.
O destino bom ou mal,
Sou eu mesmo quem vou fazer.
Pois, as consequências da vida,
São frutos que irei semear.
Serão coisas bons e maus.
Conforme eu plantar.
A água que caia dos céus limpava as ruas imundas de falsidade, inveja e maldade. Éramos terra seca e sem vida, onde o plantio não dava retorno e ter sementes era sinal de loucura e utopia. A chuva tirava a poeira dos olhos dos ingênuos e lavava a alma dos injustiçados nas esquinas. O dilúvio vinha para purificar e renovar quem tinha sede de luta além de dar esperança aos que plantaram apenas pela fé. As sementes germinaram esperança, amor e bondade. Desde então a terra nunca mais secou, mas ainda assim mantemos a atenção pois sabemos que o mal está na esquina preparando sua armadilha para voltar a ter atenção.
Dê o valor as pessoas que lhe cercam antes que seja tarde demais para fazê-lo. Lembre-se que o presente é como uma semente: a gente planta agora e colhe no futuro. As folhas que caem são um sinal que o tempo está passando e os frutos que nascem, sinal de vida nova
Por que?
O que mesmo você quer?
Hoje sentistes a mesma vontade de ontem?
Ou amanheceu em você outros desejos?
Fizestes algo pra acontecer o que queres? ,Estás sentindo o amanhã?
Consegues imaginar seus desejos sendo realidade?
O que fizestes para seu presente ser teu futuro?
Mentistes?
Fostes sincero?
Já ti perguntastes, se ainda queres o que sonhastes ontem?
E agora?
O que estás sentindo de tudo que poderia ser toda uma vida?
Estás mesmo semeando, pra colher no seu futuro; amor?
Essa planta, nascerá e dará os frutos que queres colher?
Queres colher realidade o fantasia?
A terra que estás sembrando, é o fruto que queres colher?
A borboleta bate asas e quer livre voar...
E ser, amor e pra sempre semear...
A sementeira, a cultivar, cuidar e colher e para o amor...
Somente viver e amar!
A vida é como um espelho. Ela nos retorna a imagem daquilo que plantamos. Se der amor ao mundo colherás paz em seu universo.
Não é a vida ou o destino que nos é bom ou não de graça. A gente só colhe aquilo que a gente planta.
HAIKAI
Lancei a sorte
Na direção do vento
Colherei esperança?
Na direção do vento
Lancei a sorte
Colherei esperança?
Se em sua caminhada você insiste por caminhos difíceis que não fazem parte de sua vida social, então os seus passos estão sendo realizados para trás, porque está deixando de colher as pedras necessárias para sua própria evolução interior
O Roceiro
Pelas paredes gretadas
Mugidouras vacas deitadas
Paciente e ruminante
Observava, ele via
O amanhecer no horizonte
Lá vem a barra do dia.
Acorda mulher, acorda Lia
O algor cobria de neve o chão
Que frio!... Virgem Maria
Levanta mulher, coragem e opinião
No poleiro, não tem mais galinha
Façamos junto a oração
Salva-nos, ajuda-nos oh!... mãe rainha
Opinião! Opinião! Exclama
Com mãos calejadas o rosto lava
Descalço, pisa n' água, na lama
Se não fosse ele, homem chorava
Sorrindo, alegre, a vida leva
Mulher!... este frio é geada
Mas enquanto o café côa
Amolo minha enxada
Pois, não gosto, não fico a toa
Também trato das bicharadas
Dos porquinhos e da marrôa
Marido o café tá coado
Vem beber senão esfria
O roceiro vem afoitado
Não vim antes, não sabia
Bebe e pega seu machado
Nossa lenha não vai ao dia.
É triste; não sei ler, sou tapado
Amanhã preciso de arrogo
Marido!... me dá licença
Vou por feijão no fogo
Desculpe, arrogo não é doença
Fala logo com seu sogro
Meu pai tem clemência.
A tarefa d' manhã terminada
O roceiro vai sossegado
Cachimbo na boca e na mão a enxada
Também no ombro o machado
Derrubar a matarada
Onde tudo é plantado
Descalço, nos trieiros, na saroba
Alegre, cantando, não tango
Pula, um bicho, é cobra
Foi engano é um calango
Que bela mata e gigante peroba
Roço, queimo e planto morango
O céu, a serra enfumaçada
Dos roceiros a história narra
Árvores deitadas, folhas esturricadas
Por todo lado zumbido de cigarra
É tempo agora de queimadas
Quase tristeza o roceiro agarra
Vamos urgente aproveitar
Chegou a flor do mandacaru
O sol não vai mais esquentar
Que fumaça! Foge o inhambu
Nossa roça vou por fogo, queimar
Essa chuva não vai pegá-la cru
Mulher!... Vamos agora plantar
Arroz, milho, mandioca e feijão
Se o pai do céu nos ajudar
Vamos fazer um farturão
A nossa fé não pode, não vai faltar
Não esquecendo da oração
Na roça tudo é dureza
Lá dá praga pra chuchu
O prejuízo é quase certeza
Corre perigo da cobra urutu
Formiga, cupim é da natureza
Destruidores, passo preto e tatu
Quando planto, sou feliz
O tatu, mandioca e milho ranca
O roceiro não maldiz
E por Deus, não adianta
Formiga nas folhas, cupim na raiz
E vem o sol virgem mãe santa
Chega então a colheita
Houve grande resultado
Labuta, sofre, não deita
Corajoso, alegre vai o coitado
Uma boa cama ele enjeita
Foice no ombro, fazer novo roçado
A história do roceiro
Ela é indeterminada
Bolso limpo sem dinheiro
E a ele não falta nada
Veste algodão e sempre caseiro
Crê em Deus, crendice e fada.
Sei que não estarei aqui para ver a colheita, daqueles que por pura rebeldia, hoje sem temor se levantam contra mim...
Com o tempo, com as pancadas, com as dores e hematomas, a vida vai dando contorno ao ser humano. Com muros ou grades, cercas ou um gramado verde e bem cuidado, cada um protege o que colheu, mesmo às vezes sem compreender o porquê de ter colhido lágrimas quando plantou amor.
Que as lágrimas de hoje sirvam para irrigar as sementes que plantou, permitindo que elas brotem, floresçam e frutifiquem. E amanhã, assim, poderá colher os seus bons frutos.
Futuro.
A luta é diariamente
por um destino seguro
é plantando a semente
que o fruto fica maduro
quem cultiva no presente
tem colheita no futuro.