Coleção pessoal de ZaidaMachado
Enamorei-me de tua alma,
do ser que habita esse homo-corpus.
Alma bandida, a minha!
Pode o amor transhabitar as esferas dos transgêneros contrários
e existir em algum lugar?
Não sei!
Mas, algo me diz que isso é transcendental.
Sabem, uma coisa que aprendi é que as nuvens são mais brancas vistas de cima e a vida acontece independente do que você esteja fazendo, se você estiver distraído pode se assustar com os resultados.
A busca pelo autoconhecimento e iluminação implica que nos afastemos de luzes e holofotes, buzinas e alto-falantes. A escuridão revela a nossa verdadeira luz e o silêncio faz ecoar nossa voz interior.
És vento.
E mal tiveste tempo de brilhar.
Tua cor bronze derreteu-se no calor dos dias
E não adiantou fazeres suspiro de nuvens.
Eles se derreteram e marcaram tuas pegadas pelo caminho.
Vês?
São tuas estas marcas!
Por todos os lados, mas onde estiverdes de fato?
No fundo do mar, onde habitam as canções de ninar?
Não... Não! Teu casco nem o sal tem.
Está insosso!
Houvera estado no mar, haveria maresia, nem isso tens!
Nas montanhas, onde habitam as palavras?
Não... Não! Teu rastro nem eco faz .
Está mudo!
Houvera estado nas montanhas, haveria lama sob teus pés, nem isso tens!
Na lua, onde habiam os sonhos?
Não... Não! Tua silhueta mal se vê.
Está opaca!
Houvera estado na lua, haveria purpurina em tua face, não a tens!
No vácuo, onde o tudo é nada?
Sim... Talvez, ali, estiveste!
És só miragem! Um monte de tudo, feito de nadas. Tens vestígios das areias do Saara.
Repleta e desfeita pelo vento.
És só miragem!
Eu gostaria de escrever o Grito, mas eu não o alcancei. Depois ele rompeu a barreira do som e partiu. Partiu cheio de mágoas e ressentimentos. Saiu feito louco gritando por aí e nunca mais ninguém o viu.
No gozo libertamos a alma.
O corpo perde os sentidos.
Por segundos, morremos.
Será a morte um gozo eterno?
A arte e a beleza não existem sem o gênio alheio capaz de lhesoutorgar suas efetivas existências.
Nada é belo antes de ser sentido.
É preciso passar pelo crivo da emoção d’algum, para se vestir da beleza.
Ninguém sabe como isso se sucedeu. Sabe-se que ela mudou e tudo mais daquele dia em diante ficou coerente. E, também, aderente, confluente, convergente...
A água suave que já correu sobre as rochas, sempre levará consigo, os resíduos da rocha.
Malogrado destino!
O princípio acabou no ser.
Deus escreve certo por linhas tortas,
E no final, tudo fica perfeito.
Sempre ficou!
Desde o Apocalipse,
passando pela extinção dos dinossauros,
Pelas sete pragas do Egito,
Da Guerra das Cruzadas, da peste bubônica,
Do holocausto até a Aids e a FelV.
E, finalmente, descoberta a partícula de Deus.
Somos, no mínimo, moldáveis.
Definitivamente a rigidez não pertence a este mundo.
Que Deus nos perdoe
Tantos fatos malfeitos.
De: FAto Malfeito
Palavras em Pedaços
A escada sempre mostrou o caminho,
mas quem queria seguir?
Só o tempo seguia.
Sempre correndo demais.
E correram rios, automóveis e touros.
Estourou a epidemia.
O mundo parou!
A bolsa caiu!
Os esquilos pularam feito loucos.
O ar enfim, respirou!
O barulho era de silêncio.
As baleias dançavam com graça e liberdade.
As horas passaram a cair feito chuva.
Era tanta hora que ninguém mais sabia o que fazer nas horas livres.
Onde não chovia, as horas ficaram curtas demais.
Ninguém mais respirava
Faltavam horas...
Naqueles dias todos choraram.
Tanta gente morreu... não havia mais hora para viver.
Escassez das Horas
Palavras em Pedaços
Não existe explicação para tudo
A resposta está mesmo na essência do divino
Não preciso saber para concluir pelo certo ou errado,
Fomos tocados pelo divino, além disso,
O momento seguinte o dirá
De: Divino
em Palavras em Pedaços
Matar a sede não significa esquecer a fonte
Que ela seja, sempre, a aventura maior
Sejamos precavidos. Ela pode estar longe
Atrás do arco-íris ou depois do outono
O outono está por vir. Com lápis-de-cor pintei um arco-íris
No seu fim não encontrarás ouro, mas um pote cheio de grafite
De: Fonte de Rabiscos