Coleção pessoal de williemusic
A ESPERA
Não diga: "espere"
A espera tortura
Maltrata, machuca
Não "ligue", não fale
(Que coisa maluca!)
Decida e diga
Que não quer saber
Não gosta, não pode
Que não quer me ver
Então vou poder
Morrendo aos poucos
Falando aos loucos
Calar os poetas
Trocar minhas metas
Chorar gargalhadas
Sorrir desesperos
Rezar batucadas
Dançar ladainhas
Ter fada madrinha
Pra me consolar
Ou me transformar
São coisas tão simples
Que muitas das vezes
Por mais que se tente
Não dá pra explicar
Deixar pra amanhã
Depois perceber
Que o amanhã foi ontem
O sonho existiu
Estou muito triste
Você não me viu
Meu ontem mentiu...
1989
Mostrar tanto quanto urgente
O desespero latente
Desnecessário da dor
Que fere tanto e tão fundo
Com todas as forças do mundo
Me fez ficar tão sentido
Que me fecho mais ferido
Tão louca fera emoção!
Vencido pela paixão...
Tanto mais não quero isto
Que o ódio meio misto
De amor e sofrimento
Viaja no pensamento
E só trás ressentimento
Tão mais vivo e mais atento
Vê mais claro o movimento
Do amor passando em volta
Desta vida meio torta
Meio viva, meio morta
Tanto quanto que nem quero
Ouvir soar nenhum som
Que faça lembrar o nome
Que mesmo sendo canção
Me maltrata, me consome...
PRELUDIO
Querer não querer
Se torna impossível
Fantasia tola
Sonho pequeno
Beijar sua boca
Sugar seu desejo
Comer seu perfume
Calar seu receio
Beber do seu corpo
Fugir no seu medo
Mulher adorada
Pequena ilusão
Senhora dos sonhos
Eterna canção
Cantiga de vento
Seu nome é luar
Sua voz é murmúrio
Num doce prelúdio
De todos os sons
Que eu quero cantar
1985