Coleção pessoal de willianmenin
Meu pai sempre me contava essa história, de uma Rainha linda e sua cobra.
Era uma vez uma cobra enorme que por onde passava, o homem se assustava, recebida com paus e pedras em toda cidade que passava.
Um homem parou a sua frente empunhando uma espada, ele a desafiava.
O homem lutou bravamente, mas o resultado já era esperado, ele morreu envenenado.
Todos os vilarejos que a cobra passava a história se repetia, um homem valente morria e o povo se escondia.
Em um belo dia, um famoso cavaleiro desafiou a cobra para um combate, o povo eufórico se reuniu para assistir a épica batalha. Um cavaleiro ambisioso que de muitas guerras só conhecia o sabor da vitória, iria cortar a cabeça da cobra para ficar na história.
E do outro lado havia a cobra, que para ela não passava de mais um homem que a incomodava, basta dar um bote e todo aquele alvoroço terminava.
Para a surpresa do povo, antes do primeiro golpe o cavaleiro veio ao chão, o povo ficou espantado, pois não era ela que devia ser o campeão.
Todos saíram correndo como era o costume, exceto uma garota, uma pequena camponesa qualquer que para a cobra olhava toda admirada. E a cobra por sua vez ficou sem entender nada.
Preparando mais um bote esperando que a garota fugisse assim como os outros, logo ela descobriu que como os outros ela nada se parecia, em troca de sua piedade, houve um gesto de amizade, a garota estica os braços e lhe entrega uma simples maçã vermelha.
O tempo passou e a fama se espalhou, a bela domou a fera.
A garota mostrou a cobra um sentimento que antes não conhecia, pois onde havia raiva e dor, ela mostrou que também pode se cultivar amor.
Uma pequena camponesa de nome incerto criava ovelhas com seu pai na encosta de uma montanha, toda manhã ela viajava até a cidade para vender lã, enquanto seu pai tinha uma tenda de maçãs logo mais na praça. E como toda manhã ela ia até seu pai pegar uma bela maça para seu café.
Em um dia qualquer, a jovem foi para a cidade vender suas lãs como de costume, e ao se dirigir para a tenda se deparou com ela vazia, seu pai não estava lá e para falar a verdade nenhum morador também estava deixando todas suas mercadorias a céu aberto.
Até que nesse momento passa duas crianças correndo para a entrada da cidade e ela sente que precisa ir naquela direção, atravessando um tumulto de pessoas que lá se encontravam, ela se depara com seu pai empunhando uma espada frente a frente com a serpente.
Essa foi a última vez que ela viu seu pai.
Alguns anos mais tarde, uma notícia diferente corria pelas ruas da cidade, um cavaleiro destemido que iria enfrentar a maior das feras. Com uma carruagem cheia de maçãs se dirigiu para está cidade tão falada, para vender maçãs e ver a luta tão aclamada.
Chegando lá, a luta já se desenvolvia, o tumulto aparecia e o cavaleiro sorria,
Por um breve momento ela lembra de seu pai e vê a historia se repetir, o povo fugindo, o cavaleiro morrendo, a espada bradando ao chão, ficando apenas uma menina com uma maça em uma das mãos.
Essa era a história que meu pai contava sobre nossa rainha, não à muitos registros de como ela chegou no poder, dizem que foi um presente de sua serpente.
Mas o que realmente importa é mostrar que nossa rainha é diferente, não por ter uma cobra gigante e sim por ter o dom, o dom de perdoar.
Houve outrora em que eu tentei escrever uma poesia romântica, tolice eu nao era mais romântico, na semantica da vida eu queria ser poeta, entre traços e rabiscos eu fazia minha meta,
Uma meta bem pequena se comparada aos grandes heróis da história que você consome,
No navio de napoleão eu sou um tripulante sem nome.
Em versos curtos demonstro minha poesia, com o propósito nobre de aquecer vossos corações ou em uma Lorota fria tento causar boas reflexões.
Viajando para o passado ou quem sabe o futuro, vasculhando dentro e fora das memórias,
Para que no fim você receba uma boa história.
O seu coração vazio eu tentei prencher,
Em um dia ensolarado eu deixei chover,
Sua pele fria eu tentei aquecer,
Coisa que o sol a muitas manhãs deixou de fazer.
O homem de uma perna só navegava rio a baixo e quanto mais baixo ia, mais se perdia, se perdia do que ele foi um dia.
Desceu as águas em busca de si mesmo, esqueceu de voltar depois de encontrar.
A raiva que o persegue não passa da sombra do homem que foi um dia.
Quanto mais você a tenta reprimir, mais ela tende a te esmagar,
O pequeno facho de luz que traz consigo, da a esperança que um dia encontrará seu caminho,
Continue navegando.
Em um mundo não muito longe daqui a morte caminhou sobre a terra, com sua pele pálida e seus cabelos negros que se confundiam com a noite, tudo que existia devia se encontrar com ele.
então, afastaram se dele.
Destinado a ficar sozinho, o pobre homem decidiu mudar seu destino.
Um belo dia estava a caminhar por uma linda floresta e adentra em uma cabana solitária, porém muito amigável, apreciando a modéstia casa com sua maravilhosa mobília de madeira, se depara com um menino abraçado ao pai no chão.
E em um momento de descuido, a morte se revela ao menino o qual ao invés de fugir como todos, enfrentou-a, em posse de um machado afiado, o mesmo que seu pai usava em seus dias bons.
-O que faz aqui? -perguntou o menino assustado.
-Estava apenas de passagem - replicou a morte calmamente.
O menino não pensa duas vezes e avança sobre a entidade encapuzada a sua frente erguendo seu machado ao alto.
A morte surpresa, resolveu fazer a coisa mais inimaginável possível, ao invés de desaparecer como sempre fazia, se manteve-a frente do menino, recebendo um golpe certeiro de seu machado, o dividindo-o em dois, bem ao meio.
Aos olhos do menino aquela entidade o qual ele acertará, desapareceu diante de seus olhos, e já a morte que agora estava dividida, resolveu se manifestar da melhor forma que achou apropriado, utilizando dois opostos, a ovelha e o lobo.
Tendo sido dividido igualmente, a morte que antes só, agora passa a ser duas.
A ovelha entendedora das emoções, contudo não as sente, e o lobo que as sente, porém não as compreende.
A ovelha dá um abraço confortável a aqueles que aceitam a morte de bom grado, e o lobo com seus dentes afiados, dá uma morte lenta e dolorosa a aqueles que não os aceitam ou tentam engana-los.
Muitos anos se passaram desde aquele dia, e agora nossa dupla estava de passagem mais uma vez por aquele mesmo bosque, agora com menos árvores em volta da modesta casa, sobre um dos troncos embrenhado estava o machado que outrora havia o divido em dois. O menino havia se tornado um excelente lenhador.
Estranhando o porquê de o destino tê-los trazido até ali, encontram o menino que agora já é homem amarrando uma corda sobre uma árvore, a única que ele não cortou ao redor de sua casa.
O homem estava procurando uma fuga de seu sofrimento e quando atou o último nó, no meio de um suspiro e outro escutou uma voz em sua mente.
"Entendemos a sua solidão, mas... - disse a ovelha.
Fique longe. – Completou o lobo rosnando."
E então o homem olha para trás assustado e por segundos ele consegue ver os dois a sua frente o encarando, e de um piscar de olhos sumiram de sua vista.
Restando apenas barulhos de mato sendo pisoteado ao longo do bosque, decidiu correr atras do som, chegando até uma clareira, onde mais uma vez ele consegue ver as entidades que o visitaram, estavam a encarar uma rosa comum de jardim, ao se aproximar mais pode ouvir eles conversando.
"- a beleza definha, por isso que é bela. - falou calmamente a ovelha antes de desaparecerem por completo."
O homem então percebe que abraçar a vida é aceitar a morte, decidido a viver bem a sua vida pois o final será sempre o mesmo.
Retorna a sua casa, pega umas roupas, tirar umas tábuas do assoalho e pega as economias que ali havia guardado, na saída não esquece de empunhar seu machado, e assim o homem solitário vai ao mundo em busca de um lugar melhor.
Por fim o homem consegue um emprego na cidade como carpinteiro, conhece uma bela mulher com a qual tem belos filhos, vivendo uma vida próspera e feliz, poderia ficar horas citando o dia a dia deste homem que encontrou sua razão de viver, mas não é sobre a vida que se trata esse texto, então pularemos para uma tarde fria de outono, mais precisamente ao final da tarde, seu machado que sempre o levou a diante agora não tem mais vez, perdeu sua ponta de ferro e deu lugar a uma haste de apoio para seu braço, mas naquela tarde isso também não importava, O lenhador estava descansando na varanda em uma simples cadeira de balanço, seus filhos brincavam logo a frente, brincando com mascaras entalhadas por seu pai em madeira, um Lobo e uma Ovelha, um correndo atrás do outro, como uma caçada eterna. enquanto isso, o jovem lenhador tentava acender seu cachimbo com a mão um pouco tremula, devido a idade apenas, não por medo. Entre uma puxada de seu cachimbo e as risadas de seus filhos se divertindo, acaba por escutar um uivo muito característico, ele sabia, era um lobo. E com a noite chegando ele fala calmamente para suas crianças entrarem e acenderem a lareira, pois está noite será muito fria terminou por dizer.
As crianças entraram e ao fundo ele pode escutar o bater das lenhas ao piso de madeira, o qual possivelmente uma delas derrubou a pilha acidentalmente, entregou um sorriso rápido ao nada, e como se o mundo estivesse ficando mais lento, ele acaba por encontrar seus velhos amigos a frente. Estavam parados logo atrás das mascaras que anteriormente seus filhos estavam a brincar, intrigados as entidades olham curiosos para o lenhador.
O lenhador por sua vez se levanta com dificuldades de sua cadeira e caminha lentamente até as estranhas mas familiar figuras, sem o uso de sua bengala, chegando a poucos metros deles, se abaixa e pega as duas mascaras que estavam ao chão e entrega a mascara de lobo para a ovelha e mascará da ovelha para o lobo.
E com seu ultimo singelo sorriso ele diz.
- Kindred, significa parentes.
Dando um abraço nas duas entidades e os convidando para um passeio no bosque, um passeio que ele sabia que não teria volta.
-Está aí caro lobo? – perguntou a ovelha.
-Estou ovelinha.. – respondeu o lobo.
-Está triste?
-Sim, estou...
-E como é a sensação?
-De uma longa caçada sem mortes.
Lamento não estar com você todos os dias pequenino,
você era apenas um menino quando foi me dado a missão,
A missão mais linda de todas.
Protegê-lo do mal, cultivar ideias, apontar o caminho e principalmente ensina-lo a fazer seu próprio destino.
Um destino que é só seu,
Está lá e você sabe,
Embora lhe custe enxergar algumas vezes, você sente que está lá,
aguardando você chegar e quando chegar sabemos que não ira soltar, pois tu fizeste o teu caminho,
Eu fui apenas a tocha que o guiou na noite escura, o grito que dissipou a neblina em seu caminho, o escudo que te protegeu enquanto estava sozinho.
Não estarei aqui para sempre, muito em breve temo que irei partir, mas não fique triste pequenino, pois não importa onde eu ir, eu sempre terei tempo para vê-lo sorrir.
Como a certeza do clarear do dia após a vinda da noite,
Do arco-íris após a tempestade,
Você não sabe nem a metade,
Mas posso lhe deixar a seguinte mensagem,
Cuide bem de sua luz, e não deixe de nenhum outro apagar, pois pelo vale das sombras vocês irão passar,
um caminho que só os corajosos escolhem trilhar.
Sabendo que nenhum mal os alcançará,
Uma vez que juntos vocês tendem a brilhar.
E quando esse dia chegar, saiba que você estará pronto para assumir o meu lugar.
A máquina do tempo de Josué Menin
Josué não era um cientista renomado, tão pouco conhecido no mundo acadêmico,
Josué tinha um sonho,
um sonho que dedicou sua vida inteira,
não construiu patrimônio, não gerou filhos, passou sua vida dedicada a máquina para ser reconhecido no mundo todo.
E não sei dizer bem certo ainda que dia foi, mas Josué conseguiu,
construir a maquina do tempo que a tanto tempo sonhará,
não perdeu tempo, entrou nela e a ligou e para o futuro disparou, um futuro que ele nem sequer soube calcular.
Ele estava a mil anos a frente de seu tempo, sem saber o que fazer e com medo do que o futuro desconhecido poderia lhe mostrar ele se sentou sobre o painel e acidentalmente viu aquela civilização avançada sumir e mais mil anos no futuro progredir.
E para sua surpresa não havia nada, estava de frente ao um mar de areia gigante.
Infelizmente para Josué, a máquina do tempo não possui marcha ré, triste estava pois jamais seria reconhecido pelo seu feito.
Logo sem alternativas Josué colocou sua máquina para funcionar, pois como seu pai dizia "é para frente que se anda".
Do mar de areia para lava ardente, Josué viu a vida começando novamente, diante dos seus olhos estava a maravilha da criação o primeiro ser vivo, os dinossauros, os primeiros homens, viu o terminar da era das trevas e o nascer da era medieval, estava avançando tão rápido que quase não conseguiu parar em sua época.
Josué acabado que passou sua vida dedicada a criação de sua maquina se encontra com sigo mesmo,
la estava Josué com todos os fios de cabelo sobre sua cabeça, se dedicando para entrar na faculdade.
Para não cometer os mesmo erros, resolveu-lhe deixar um presente na mesa de seu dormitório. Após isso nunca mais vimos o primeiro Josué.
Nosso jovem Josué mais astuto, se surprendeu pois encontrou em sua mesa o passo a passo da construção de sua própria máquina do tempo, o qual estava apenas cogitando a hipótese de construí-la ainda.
Contente por ver seu sucesso, resolve sair com seus amigos da faculdade e lá conhece uma bela dama.
Esse Josué era diferente, construiu patrimônio, gerou filhos e se dedicou integralmente à sua família e com o passar dos anos como seu projeto de garagem das ferias de verão, construiu a máquina e então no fim daquele verão ele a ligou, e para sua surpresa, mil anos viajou.
Desesperado pelo ocorrido, passou anos tentando aperfeiçoar a máquina do tempo, determinado a voltar a sua amada família.
Sem êxito, ele lembrou da frase de seu pai " é para frente que se anda".
E com isso tomou coragem e colocou sua máquina para funcionar, ficou surpreso quando viu o mundo se reconstruindo mas não quis perder tempo deslumbrando sua criação, queria apenas ver sua familia e nada mais.
Ao chegar em sua época, encontrou-se com sigo mesmo, e percebeu que por mais que seja o mesmo mundo e as mesmas pessoas, ele não pertencia mais a aquele lugar e sim aquele jovem Josué.
Resolveu deixar um presente para que ele não sinta a dor da perda como ele sentiu.
E desde então este Josué nunca mais foi visto.
O nosso novo Josué chega em seu quarto e se depara com uma coisa estranha do tamanho de uma geladeira em seu quarto e um bilhete em sua cama, dizendo "aqui está o projeto de sua vida, fique longe".
Jovem e audacioso Josué, não perdeu tempo e adentrou para ver as maravilhas de sua invenção que nem sequer precisou construí-la.
E mais uma vez lá estava Josué mil anos no futuro, só que agora Josué tem um problema, ele não construiu está maquina e não faz ideia de como voltar ao passado, então naquela civilização avançada Josué procura os grandes gênios da época e com eles passa trinta anos estudando a máquina e no fim os gênios daquela época desprezaram sua ideia e o mandam ir embora com ela.
E assim Josué o fez, avançando infinitamente ao futuro, não parou para ver os milagres da criação, focado em recuperar sua juventude perdida, parou perto de sua época, um pouco adiantado que os demais.
Nesta época Josué ainda estava no orfanato onde ele iria acabar sendo adotado pelo seu pai cientista.
Meses se passaram e foi ali que ele percebeu que o seu pai nunca viria, então com um olhar determinado ele adentrou naquele orfanato e saiu segurando a mão do pequeno Josué e lhe dando um abraço caloroso em seguida disse " É pra frente que se anda meu filho, mas nunca se esqueça de olhar para trás".
Espero que você esteja lendo isso em mais um daqueles dias ensolarados de salvador,
me prometa que antes de ler o restante desta carta você irá até o pier perto da praia, e sentará em um daqueles bancos descascados, o mesmo que nos conhecemos foi o mesmo que nos despedimos no dia do embarque.
E eu tive que partir né, foi a grande aventura de nossas vidas, eu gostaria muito de dizer que era de termos uma familia, pois seria a aventura mais incrivel que nos teriamos juntos. Eu prometi que voltaria aos teus braços em breve e que logo toda essa agitação terminaria e nós ficariamos juntos novamente.
Cada dia que passa vejo o céu mais cinza, como se estivesse de luto por tudo que está acontecendo, familias diminuindo, amigos morrendo e casais se perdendo. Você sempre está em minhas orações e rezo a deus todos os dias para ver seus lindos olhos sinceros mais uma vez.
Eu prometi vencer essa batalha por você e que quando nos encontrássemos de novo eu estaria bem, mas eu nunca fui de cumprir muitas promessas né?
Sempre achamos que nunca irá acontecer conosco, mas o acaso aconteceu, e cá estou eu, lhe escrevendo uma carta idiota, a mesma carta que eu prometi para você que nunca escreveria.
Se soubéssemos que nunca mais iriamos nos ver, eu jamais teria soltado sua mão naquele pier e ver você se afastar lentamente de mim até a linha do horizonte.
Bom, eu não cumpri minha missão, mas espero que você cumpra a sua soldado,
e volte para casa para ler está carta.
Se estiver sentindo o calor do sol em suas bochechas rosadas, saiba que estou ali, lhe abraçando pela ultima vez.
(Carta encontrada em um hospital de oncologia em 1943)
#história fictícia
A garota do ônibus
Oi, tudo bem?
Esse lugar tá vago?
Desculpe te acordar,
Mas é que não há outro lugar para sentar.
Talvez não foi por acaso o ônibus estar lotado naquela manhã e mesmo que sem querer eu acabei por te conhecer.
Você ficava eufórica olhando pela janela,
contando cada carro que passava voando rápido, sem pressa.
Cada um com sua velocidade e sua própria sintonia nesta longa corrida que chamamos de vida.
Correndo contra o relógio do seu próprio tempo,
você se perdia em seus pensamentos,
e eu me perdia em você.
Cada minuto que passava uma história nova começava e outra história terminava,
Você me disse para olhar pela janela e ver as pessoas lá fora,
Imagine que cada um deles tem um livro em suas mentes,
escrito e publicado por si mesmos.
Cada um com a sua própria aventura,
Uma pitada de amor,
Um bocado de luta,
E talvez um pouco de glória,
Tudo para alcançarem a sua tão sonhada vitória.
Eu sei que cheguei sem avisar e meio sem jeito,
mas quem diria que um Oi, tudo bem?
Tornaria esse trajeto tão perfeito.
Enquanto conversávamos sobre o mundo, o mundo girou,
E o meu ponto chegou,
Desci do ônibus procurando sua janela,
Só então percebi que não peguei o número e nem o nome dela.
O ônibus deu a partida, e de repente começou a chover,
Corri até meus olhos encontrarem você,
O ônibus foi embora e você olhava para mim,
Foi aí que percebi que a nossa história era só mais uma que avia chegado ao fim.
Cheguei em casa,
Todo molhado,
Resolvi tomar um banho e a campainha tocou.
Oi, tudo bem?
Desculpa incomodar,
Eu sou nova aqui no bairro,
Teria uma xícara de açúcar para me emprestar?
Fechei a porta e comecei a pensar,
Quantas histórias começam com um simples,
Oi, tudo bem?
Como você está?
Lembra mãe?
Daquele tempo gostoso que não volta,
entre eu e a senhora,
Você era minha heroína, eu só não sabia disso ainda.
Me mandava no mercado na hora do desenho e eu ficava chateado botando sua cabeça a prêmio,
Me mandava estudar praticar ortográfia e eu mal sabia que usaria isto um dia.
Lembra pai?
Daquele tempo gostoso que não volta,
Entre eu e o senhor,
Eu sei que a gente brigava, mas no fundo eu só te admirava.
Quando eu fazia algo errado você tinha que punir,
Da sua cinta da justiça eu tinha que fugir,
Você trabalhava muito pra nossa família sustentar e eu moleque idiota só pensava em aprontar.
Eu lembro,
Daquele tempo gostoso que não volta,
Só estou cantando está canção porque minha mãe me ensinou escrever com o coração,
Só queria poder ir no mercado e ter minha mãe do meu lado,
Ou meu pai me ensinando uma dura lição onde eu não choraria de dor,
mas sim de emoção.
Parece que só durou um segundo, mas eu sei que tive os melhores pais do mundo.
Em um dia chuvoso, tomei refúgio no único bar aberto da cidade,
Lá encontrei um velhinho sentado que sozinho estava bebendo,
Me convidou para sentar em sua mesa, dividindo comigo um copo de sua cerveja,
Dizendo que havia uma história para me contar.
Tudo começou em meados dos séculos passados, época dos românticos apaixonados,
Das invenções e criações.
Havia um garoto que trabalhava em uma fábrica,
todo dia ele tinha que girar um parafuso, em uma esteira sem fim, vem um vem dois vem três parafusos a cada segundo,
Parece louco ou talvez um pouco confuso,
mas tudo que esse menino sabia era apertar um simples parafuso.
No meio de toda essa confusão, havia uma garota, a filha do patrão,
Ela vinha com uma jarra cheia de água, para ajudar todos a quem necessitava,
Ele nem sequer tinha sede, mas pedia um copo cheio de água,
Só para ver ela sorrindo enquanto a água no copo derramava,
Ela tinha um sorisso lindo que o deixava todo perdido ou quem sabe apaixonado,
Mas quem ligaria para um mero funcionário?
A garota seguiu a linha de produção e o menino voltou ao seu trabalho,
apertando os parafusos com um simples sorriso,
o patrão passou e disse:
"Que bom que está gostando, amanhã você tem mais serviço!".
Todos os dias pareciam iguais,
As máquinas ligavam,
A sirene soava,
A esteira andava,
Os parafusos apertava,
A filha do patrão passava,
Ela sorria e ele se perdia.
Até que um dia estranho tudo mudou,
A máquina não ligou,
A sirene nao soou,
A esteira não andou,
Estava sozinho sem entender nada,
ele entrou na fábrica errada?
O garoto deslocou-se até os interruptores e ligou a energia,
As máquinas fizeram um barulho e a esteira começou girar e os parafusos aparecer,
Aproveitando-se daquele estranho momento para então buscar conhecimento,
Resolveu seguir a linha de produção.
Passou pelo primeiro setor a qual ele já conhecia e adentrou no segundo setor,
A esteira estava mais rápida e carregada,
Sem nenhum tipo de ajuda ou manual,
o menino tentou montar aquele estranho objeto ao lado dos parafusos,
Apertou ali, girou lá, puxou aqui,
depois de muitas tentativas fracassadas, o objeto encaixou e o garoto sorriu, pois ele finalmente conseguiu!
Soltou o objeto estranho na esteira e prosseguiu para o próximo setor determinado a chegar no final.
No terceiro setor a esteira estava muito devagar, quase parando, lá estava seu objeto lentamente chegando.
Não havia nada para montar ali,
Apenas a esteira indo cuidadosamente devagar à um tonel enorme escrito "Lixo".
Resolveu seguir para o quarto setor,
E para sua surpresa?
Era exatamente igual ao primeiro.
Tão igual que tinha vários armários no canto meio empoeirados,
Em um deles havia seu nome.
O garoto deu a volta na fabrica,
Só então percebeu que de garoto ele não tinha nada.
Olhou no espelho e não se reconheceu,
Barba branca, cabelo grisalho e uma bengala em sua mão direita,
Se perguntava quando foi que ela apareceu ali.
O garoto demorou a vida toda para chegar ao fim da fábrica, para só então perceber que gastou todo seu tempo fazendo absolutamente nada.
Então eu perguntei ao velho,
" E a filha do patrão onde está?"
O velho com um sorriso respondeu,
" Essa não é uma história de amor,
E sim de um cara que acordou para a vida quando já não lhe havia mais tempo nela".
O copo por fim estava vazio,
Junto com a chuva que havia cessado,
Me levantei e agradeci a cerveja ao velho grisalho,
"Obrigado, mas vou voltar ao meu trabalho".
O mesmo despediu-se com um sorriso triste em seu rosto surrado,
Pois via a si mesmo cometendo os mesmos erros do passado.
Parte de mim quer isso
Mas parte de mim não quer,
As vezes penso que tudo poderia ser diferente,
se eu tivesse feito algo diferente,
Um minuto, uma palavra ou talvez um sentimento,
Qualquer coisa teria salvo aquele momento,
Mas as vezes as coisas acontecem,
Da maneira que devem acontecer,
E não há nada que se possa fazer.
Somos moldados pelas nossas experiências,
as vezes você tem que perder para aprender ganhar, você tem que rir para outro dia chorar,
As vezes precisamos ter o entendimento, que sofrer também faz parte do amadurecimento.
O destino é um caminho traiçoeiro,
Que não importa o quanto você é guerreiro,
Ele vai te deixar no chão e de joelhos,
Já dizia um astuto ferreiro,
"É no fogo mais forte que se forja o aço bom".