Coleção pessoal de willalves

Encontrados 4 pensamentos na coleção de willalves

O Que Queremos?


"Perdemos o senso e a razão
Passamos por cima de tudo e de todos
Esquecemos que a vida é contradição

Veja a antiguidade desse futuro
Que brilha nos olhos dessa nação
Humildes e gigantes no coração
Que dizem "obrigado" e "por gentileza"
Por favor, não haja fraqueza!

Na palma, no punho do trabalhador
Na cara, na alma de um sonhador
Vamos perder toda essa vergonha
De dizer o que queremos com certeza

Eu só quero deitar e poder dormir
Sem pensar no que vi e quase chorei
Eu só quero pensar que a vida é assim
Uma sacanagem e consequência
Daqueles que só vivem para si
Não sabem o que é não ter o que comer
Desfrutam da bondade alheia por simples e pura avareza

Eu só quero piscar e descobrir
Que cada vez que abro o olho para ver
Uma criança deixou a avenida e suas balas, para vender esperança

Um minuto a mais nas horas do dia
Umas horas a mais, quem sabe um dia
Um pouco de verdade e sabedoria
Para ser o que queremos com certeza

Integridade não é mais um luxo
O trinco aberto revela um novo mundo
De ver que o certo as vezes se alcança apenas por querer
Mas com um pouco de perseverança
Perseverança e não ganância!
A honestidade possa fazer você crescer
Os muros que quiser pular, os rios que quiser vencer
Os problemas que possa ter, as pessoas que vá ajudar

Eu só quero confiar no que não posso ver
Ajudar quem precisa sem perguntar
Estender a mão, o braço um abraço que possa me segurar
Eu só quero ser quem eu sou, ter uma família e um grande amor
Viver com a plena consciência de que tudo valeu a pena
De que tudo valeu a pena...

Um minuto a mais nas horas do dia
Umas horas a mais, quem sabe um dia
Um pouco de verdade e alegria
Para ser o que queremos com certeza".

Saudade


"Vida atravessada, sangue no aperto de mão
Ferida cicatrizada, nessa mão te levo onde for
Eu poderia mentir e me perder na tua pureza
Me sentir alguém e derreter no teu carinho

Pode vir dizer, pois eu quero ouvir falar
No jogo sujo do amor não há o que perder
Tenho vida atravessada e o pouco que tenho você já tem
Não me diga o que fazer e o tempo certo para te entender

Saudade, batida de tanta saudade
Saudade...
Saudade, da tua falta faço a minha coragem
Saudade...

Beijo a tua faca, perco toda a malandragem
Faço prece à tua imagem, o teu pedir é o meu favor
Blefes e truques pobres, sorte e perda sem pensar
Hoje cartas sobre a mesa e ontem vinho no jantar

Eu sei que prometi e não vou cumprir
Dizer o que acho, sem timidez e com todo o escracho
Não há o que explicar o que só eu senti
E do princípio ao fim só me restou

Saudade, batida de tanta saudade
Saudade...
Saudade, da tua falta faço a minha coragem
Saudade..."

Retornando ao Lar


"Esta é a história de todos os que se foram,
mas que um dia retornaram ao velho e bom lar.

Não seria diferente, nem um tanto esquisitice
Pura breguisse, se tudo voltasse um passo para trás?
Mas isso não é invenção, de mistérios ou contradição
Está tudo presente! Dentro, fora, tudo em volta assim imensamente
Na natureza de cada um, no desejo, na intenção

A gente cresce, amadurece, pede por cuidado!
Carece de maus tratos e segue nessa ré para frente
Do que é incerto para a gente, gente, que enchente
Que vem e que vai e que volta e não cansa de tentar
E então você está carente, velho e conseqüente
Olhando de volta, querendo retornar ao velho e bom lar

Beijo, boca, bumerangue, forte nessa constante
Parece que vem para te querer e assim te abater
Te leva de volta pra terra, semente que virou homem
Que coisa mais disforme! Errada, pedindo perdão
São todas essas coisas que se vão, e voltam de onde são."

Tempos


"E quem já amou alguém nesta vida saberá
Que de tudo o que se fez, tudo nada voltará
E que há um bem maior no que há de menor para se ver
Para se ter, sentir, tocar, crer, ganhar e perder
Que há um tempo imponente frente ao que tememos
Ao que abrigamos e não desejamos desembrulhar
E ele é intocável, é lindo, desejo dos mortais
Não se compra, não se vende
Não se cria, não se desliga
Não se respira, não se emputrece
Não se materializa e não se despede
E quem já chorou alguém nesta vida saberá
Que o que lava a alma também lava a palma
Que por onde andam palavras andam também silêncios
E andam sorrisos, andam céus alaranjados em púrpura
Você já se manifestou a serviço do tempo?
Mestre dos mestres, sábio dos sábios
Mago dos ensinamentos, servo dos virtuosos?
Quem somos nós para pedí-lo, para ganhá-lo
Quando queremos ou não temos o que fazer
Pois quem é ele para nos reger, nos determinar
Criar bordas, cercas, medidas e métricas surreais
Que venha e que não peça permissão para me chocar
Pois sou fruto do fruto e matéria divina
Sou pouco mais do que muito poderia ser
Mas sou aquilo que ama, que sente
Que toca, que areia, que lágrima e que ausência
Isso não se eterniza, se torna momento
Fração de vida, perpetuado em alguma memória vaga
E que retorna, retorna e retorna
Assim, atemporal."