Coleção pessoal de wilerjaeder
Bolinha de gude
Encanto de crianças
Na roda do ganha e perde
A vida se desenvolvia
Tempo de alegria
Eram de vidro,
Desejadas, e disputadas
Algumas coloridas
Em cada jogada uma batalha vivida
Às vezes, motivos de brigas
Brigas entre futuros homens
Que no exercício do jogo
Aprendiam a defenderem sem medo, o que sentiam no coração
E cresciam descobrindo que na vida
Ganhando ou perdendo, todos somos iguais
E no final da brincadeira, amigos sem rancor
Infância intensa, feliz, e cheia de amor
E linda demais...
Eu e o mundo
Há uma briga diária
O que posso fazer por ele
O que ele pode fazer por mim
Ele me educou
Eu o descubro
Com experiências múltiplas
Que solidificam a alma
O mundo não para
Seu dia a dia é infinito
O meu, finito
Aprendo, ensino
Deixo sementes
O mundo as recebe
Se vão florescer
Só Deus sabe
Maestro do mundo
Que rege nossas vidas
Vivi bons e maus momentos
Meu tempo está terminando...
Criei cartilhas de conteúdo ímpar
Se alguém vai segui-las
É uma incógnita, a mesma que recebi
Quando nasci...
Que mundo é esse, em que vivemos?!
Quando saímos de casa, nesta grande metrópole, tentamos andar sem medo, mas o fato é que no dia a dia, onde quer que moremos, o surpreendente pode acontecer; ao caminharmos por uma rua ou avenida temos que ligar nossos sentidos de alerta: o perigo nos espreita a todo instante, em cada esquina. Desde o amanhecer, a qualquer hora do dia ou da noite podemos cruzar com um bandido! Eles, querem nosso celular, nosso carro, nosso dinheiro. E para isso, são inescrupulosos. Não basta tomarem o bem material, muitas vezes querem também às nossas vidas.
Se estamos andando a pé, de bicicleta, ou de carro, não importa! Eles atacam quando menos se espera, eles estão misturados com os cidadãos de bem, e não há como diferenciá-los. A princípio somos todos iguais, não é mesmo! Então, não dá para separá-los pela aparência, e saber quem é do bem e quem é do mal!
Num repente! Numa próxima esquina, um motoqueiro pode aparecer, disfarçado de entregador e nos dá voz de assalto: Perdeu! Ele diz: “passa o celular e a carteira”, aí entregamos tudo a ele, e rezamos para não levar um tiro.
Se estamos de carro, eles também nos espreita, e ao pararmos, seja no farol, ou na porta de nossas casas, a história se repete:
Perdeu! Dê-nos as chaves! E neste caso, podem nos levar no chamado “sequestro relâmpago” e só nos soltam depois de esvaziar nossas contas - com nossos cartões e senha, arrancados sobre torturas – e só aí, bem assustados, conseguimos respirar a liberdade, então, agradecemos a Deus por ficarmos com nossas vidas.
Que cidade é essa, que onde nenhum lugar é seguro: nos quatro cantos dela: de manhã, a tarde ou a noite, o perigo nos espreita em cada esquina.
Somos prisioneiros do medo em nossas casas, porque do lado de fora há sempre um bandido a nos espreitar, e se o encontro for inevitável pode ser fatal.
Que mundo é esse em que vivemos?!
Paixão.
Paixão é...
Paixão é vulcão.
É o avesso do avesso.
Fim e começo.
Avançar sem sair do lugar...
Paixão é doença.
É cura e esperança...
Paixão não pertence.
Paixão é.
É o que não se define.
O que não tem espaço.
É a falta e o próprio tempo.
Pode ser matéria. Pode não ser...
Paixão é poder.
Poder de enxergar.
Fazer acontecer.
Do jeito que se quer.
Verdade ou mentira.
Não importa.
Por favor, paixão!
Bata em minha porta...
Silêncio
Olho para as árvores
Suas folhas caindo
Sem nenhum barulho
Numa brisa invisível...
Mudam as estações
Outras nascem em seus lugares
É o vento que sopra suavemente
Como as nossas vidas
Que movimentadas ou não
Se esvaem em total silêncio
O barco
Por um tempo era para brincar.
Nele levava amigos para passear.
Grandes ondas a navegar.
Era ágil como os golfinhos.
Sem medo, passou o mar a explorar.
Se vinha tempestades,
baixava as velas para não afundar.
Era um barco inteligente e destemido.
Nunca vivia escondido.
Enfrentava tufões e vendavais
sempre em mar aberto.
Singrava veloz, acompanhado pelas gaivotas.
Se fosse em outros tempos
a pirataria iria explorar.
Ancorou em vários portos.
Abasteceu-se de muito amor.
O tempo passou e sua madeira envelheceu
e com ele as aventuras e proezas do além-mar
Navegou até uma pequena baia
onde se dizia uma linda e sábia sereia morar
Lá se apaixonou perdidamente
e suas aventuras deixou de praticar.
Baixou sua ancora para nunca mais navegar...
Chuva interior
Sinto as folhas dobrarem com o carinho da chuva.
Fico encolhido como os pássaros.
O vento fica mais frio.
Sinto a brisa que entra pela janela.
Fecho os meus olhos e ela está dentro do meu ser.
Chorando não sei por quê?
Chove no meu interior!
A água transborda pelos meus olhos
Fico cego de dor!
Saudades de um grande amor
Talvez a vida tenha me deixado com muita dor.
Receio não ter mais dias alegres.
Minha alma está cinzenta como este dia
Iluminado apenas por raios perigosos.
Trovões e relâmpagos sacodem meu coração;
São registros de amores que se foram
E do amor que está por vir.
Ou simplesmente é uma chuva dizendo
Que o meu tempo já passou
E que é hora de partir...
A Capital
Moro no interior.
Onde o sol e a lua são meus relógios.
Não tenho pressa.
Quando quero comer,
cozinho os legumes diversos, colhidos
na horta, que eu mesmo plantei.
A água que presta está na cisterna,
que se enche com água da chuva.
Crio pequenos animais,
que reforçam meu sustento,
com carne e leite.
Já estive na capital.
Quase fiquei louco com o trânsito intenso.
Não esqueço o grito das sirenes das ambulâncias
E no formigueiro do shopping me perdi.
Voltei correndo para minha casa,
onde também cultivei um jardim.
Aqui tem tudo que preciso.
Aqui viverei para sempre.
Até me misturar com a terra,
onde florescem as flores deste meu jardim...
Boa semana...
Acorda! Não reclama. Agradeça!
É a sua chance: o trabalho te espera.
Que importa se vai de magrela.
Moto, carro ou pela malha coletiva?
Vai. Vai, com tudo.
O céu é o mesmo.
O clima agirá como sempre.
Ora frio, ora quente.
Seja valente, vá em frente.
Não pense: faça!
Na indústria da construção.
Pode ser numa plantação.
Serviço ou comércio.
Tanto faz – importante é ser audaz.
Religião não será questionada.
O sexo, também não!
Política, muito menos.
O que importa é a comida na mesa.
Mesmo sabendo que o mundo anda na contramão.
Vai! Mergulhe nesta dádiva: o trabalho.
Nele você vai entender o sentido da felicidade.
Felicidade de poder realizar sonhos.
O prazer de trocar o suor pela realização dos desejos.
Não disse. O final de semana chegou!
Olhe para as estrelas. Aconchegue-se na rede.
Pesque sem pressa. Ame sem hora marcada.
Aproveite o merecido descanso.
Esqueça o relógio!
Recomponha suas forças e a energia!
O trabalho salvador espera você.
Sempre na próxima semana...
Gabriel, o boxeador.
O tempo passa e a vida vai nos ensinando a viver dia após dia, e em cada segundo que passa um novo aprendizado.
Agora é meu filho mais velho que me dá lições nessa minha curta jornada terrestre.
Com ele vivi bons momentos. Matriculamo-nos em uma academia de caratê, aprendemos juntos a dar socos e pontapés – uma defesa quase que indispensável nesta cidade cosmopolita. Depois matriculamo-nos na capoeira, num período fugaz, onde nos ensinaram a arte brasileira de ataque e defesa. Na minha cabeça, como pai, eu imaginava que juntos aprendíamos a arte essencial a vida – a disciplina!
Passado algum tempo apresentei-lhe uma academia de Aikidô – onde um mestre graduado ensinava a arte, original japonesa – lá ele não quis ficar, de uma maneira ou de outra ele não se sentiu atraído. Só eu me matriculei e assisti à poucas aulas, coisa de três meses no máximo – mas aquele mestre deixou marcas sobre como ter uma vida regrada e disciplinada – também pudera, ele dava aulas de autodefesa para a alta cúpula de investigadores de São Paulo.
Ele cresceu, e mesmo sendo bom no futebol, e escolheu o Rugby como esporte, e ainda teve uma rápida passagem pelo tênis e pelo surf.
Mas quis o destino, que agora, como adulto escolhesse o boxe, como seu esporte preferido.
Passou a assistir vídeos de várias lutas intensivamente. Um dia chegou em casa todo contente e me contou que havia se matriculado em uma academia de boxe. Brinquei com ele. Você sabe qual é o batismo do boxe: nariz quebrado. Rimos da chocha piada!
Os dias foram passando e ele foi me contando o que aprenderia na academia. Pai, disse ele: neste esporte existe apenas cinco tipos de golpes, são eles; o jab (é um golpe desferido com mão da frente, sempre mais rápido por isso é o mais fraco; direto (é desferido com mão que está atrás da guarda, mais lento e mais forte; cruzado (similar ao direto, mas desferido de um ângulo diferente); gancho (movimento semicircular visando atingir a cabeça, ou o dorso do adversário) e uppercut (movimento de baixo para cima, visando atingir o queixo do oponente).
Vi que existe uma série de regras: tem que ter um ringue, juiz, tem que ter as luvas, e os golpes devem ser acima da cintura, e eles só podem ser desferido com as mãos – e fechadas. Regras que tranquilizam os praticantes, e para quem torce.
Neste momento, perguntei-lhe, em qual deles você é mais forte, ele respondeu: o golpe direto!
Fiquei tão curioso que passei a assistir alguns vídeos pela internet. O esporte não parecia mais violento daqueles que a gente já conhecia, mas com algo em comum – a todos outros de luta - exigiam muito treino e disciplina. E é isso que estava percebendo no meu filho, disciplina, no esporte e no trabalho, e isto é um motivo de comemoração por um pai que ama seu filho.
Sinceramente não entendo nada de boxe, mas fiquei feliz com seu entusiasmo!
Poucas semanas depois perguntei a ele, como estava indo os treinos. Ele, com um sorriso nos lábios, disse. Tá ótimo, estou muito feliz. Meu treinador é muito bom. Será ele um ex-campeão indaguei? O assunto mudou e fiquei sem essa resposta, não sei por quê.
Em seguida ele disse - tenho me saído tão bem, que derrubei meu sparing com um direto – e fui elogiado!
O tempo foi passando, ele estava cada dia mais feliz com os treinos, e, mandou-me um vídeo onde ele: numa luta treino, utilizou os cinco golpes possíveis do boxe: o jab, direto, cruzado, gancho e uppercut. Assisti, também neste vídeo, o abraço fraternal que o treinador deu nele, como um símbolo de aprovação.
Aí, senti que meu filho já era um homem feito e sabia o que queria vida, e não sei se um dia assistirei uma luta ao vivo dele, mas nunca o senti tão determinado. E tenho certeza de que será um vencedor, no boxe e na vida!
Acho que com ele não preciso mais me preocupar, já posso morrer tranquilo!
Cachorros e suas virtudes.
Tenho amigos que me deixam feliz.
Dálmata é alegre e veio de distante país.
Alemão é grande amigo e não tem nada de pastor.
Conheço alguns de raças indefinidas.
Vivo em todos eles a pureza da alma.
Companheiros, carinhosos e divertidos.
Não tem um dia em que um deles não me toca.
Toca fundo. Lá nas profundezas da alma.
Demonstram respeito. Cumprimentam-me sempre.
Alguns fazem festa com a minha presença.
Ah! Raça canina, cheia de virtudes.
Uma das maiores é a fidelidade.
A outra, pureza de espírito.
Penso que alguns humanos gostariam de ser assim:
puros de espírito.
Porém nem tudo é perfeito
Infelizmente, alguns homens, ao contrário dos caninos.
Jamais conseguirão...
Não os culpo. Afinal, ao contrário dos cães,
eles interpretam mal a finalidade do dinheiro.
Poesias...
Universo entre universos.
Amor contido nos amores.
Sonhos que contêm sonhos.
Vida vivida entre outras vidas.
Ah! Poesia...
Bebo-a quando tenho sede.
Sua alma me alimenta.
És linda.
Começo e o fim da minha vida.
O brilho da felicidade.
O sentimento em toda a sua morfologia.
Entre o azedo e o doce.
Você me fortalece o espírito.
Poesia. Poesias.
Comigo estarão em todos os universos.
Onde haverá salões de bailes.
E neles, dançaremos ao som das galáxias.
Morador misterioso
Dia e noite, está alerta;
Trabalhador incansável,
famoso em todo o planeta,
reverenciado em todas as línguas.
Criado para o amor,
qual criança, em súbita revolta.
Odeia e ama, sonha e realiza.
Destrói e constrói.
Esperançoso, triste, alegre,
mortal e imortal,
registrado por todas as civilizações.
Tem a memória de um computador,
fonte de pesquisa dos doutores.
Inspiração para os poetas, sensível, meigo, violento.
Motivo da paz e do ódio, capaz de coroar uma rainha,
derrubar impérios, provocar duelos.
Flutua como uma borboleta, fulmina o semelhante;
dissimulado, autêntico, responsável, irresponsável, irreverente...
Antes de morrer, ainda vou te entender, esse amigo, que tantas vezes insiste
Em se passar por meu inimigo,
Amo- te coração.
Guerra e miséria.
Vivemos um século de grandes conquistas. A inteligência artificial veio para melhorar nossa vida. Há robôs fazendo o serviço pesado ou de necessidades especificas, outros usados na medicina, para cirurgias de alto risco. Não há limites para a inteligência humana. Não há limites para nossas realizações. Nós, superamos os mais complicados obstáculos em prazos cada vez mais curtos. Antes, mediamos a nossa evolução de séculos em séculos, hoje as mudanças acontecem a cada dez anos, em alguns setores, talvez menos..., mas, uma coisa parece não mudar – a concentração de renda. Poucos com muito e muitos com pouco – a fome e a miséria no planeta são enormes. E o que os governantes estão fazendo para acabar com esse cenário? Pouco, muito pouco! Preferem investir bilhões em suas guerras, ora para adquirir, ou defender territórios, ora por simples ideologia.
Quando é que teremos uma posição dos mais ricos para investir seus bilhões para resolver este problema crônico. Não é possível mais essa gastança em materiais bélicos, enquanto a maior parte dos habitantes não tem nem casa para morar, e muito menos alimento na mesa.
Precisamos parar as guerras no mundo e usar nossa inteligência para cuidar do clima, que, por nossa causa está cada vez mais fora de controle, e, principalmente dar condições mínimas de sobrevivência a todos habitantes do globo terrestre – até o momento, nossa única casa, sejam eles, de que país for.
Parem a guerra, e invistam no ser humano, milhões deles estão vivendo na absoluta miséria. É preciso que nossos governantes, coloquem como premissa em suas gestões a vida, ela é muito mais importante que todos os bens materiais do planeta.
Parte deste bilhões destinados a guerra, podem ser usados em pesquisas e desenvolvimentos de energias limpas – criando empregos - temos muito que fazer ainda: é um momento de transição. Vamos investir nestas energias renováveis – eólica, solar, hídrica. Podemos criar um mundo com energia limpa. A velha forma com base no petróleo está terminando – vamos usá-la ainda, sim, mas apenas como uma ponte para a transição.
E a outra, com urgência, destinada para combater a fome de milhões, principalmente nos continentes mais pobres.
Temos que superar esse desejo de fazer guerras e pensar em como construir uma sociedade mais igualitária, sem fome, e de paz...
Você
O mundo caminha por segundos.
Os fundamentos sociais se acumulam de século em séculos.
As mortes viram estatísticas.
O nascimento vira um registro.
A vida morre a cada segundo.
Quer ser feliz?
Viva como um rio.
Cante como uma cachoeira.
Seja livre como uma andorinha.
Flutue como as borboletas...
Desista!
Quem você ama deve ser livre.
Jamais o acompanhe com uma ampulheta.
Você foi semente, hoje é um fruto, e amanhã será
uma saudade infinita...