Coleção pessoal de wavante
Ainda que o dia amanheça
Entre nuvens e na incerteza,
Permaneça em sua beleza
É difícil criar forças
A partir de um solo árido e escasso.
(Torças que a chuva apresse seu passo)
Mas não depende tanto do ambiente
Para que a gente ganhe ciência.
A semente deve mostrar sempre a sua potência.
Não importa se está em boa companhia
Ou ao lado de urubus e hienas.
Noite após dia, cresça as suas penas.
A maldade e a ignorância só dá passagem
Quando ignoramos nossa intuição
Mensagem que alerta medo, dor e poluição.
Dê tempo para se recuperar
Mesmo que pareça ir contra seus apoiadores
Superar seus obstáculos para lidar com bajuladores
A verdade é amarga,
Mas se puder engolir, é medicina.
Larga o medo de desagradar e assuma sua sina.
O inverno só dura o tempo necessário.
Desde a origem de nossa existência estamos conectados a um ser que nos nutre, protege, zela e trás animosidade, que é a nossa mãe.
Ali, dentro, no útero, somos Uno com ela, com a vida que nos trás vida e ali não há dúvidas que Somos.
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Porém, com o nascimento e o desprendimento de nossa conexão umbilical materna, nos separamos, nos dividimos em dois seres distinto, e sentimos aquela ausência, um vazio, uma urgência em buscar algo além de nós. Essa passagem se faz necessária para a entrada nesse plano terrestre e é o que dá início a nossa constante busca por coisas, pessoas e filosofias que preencham a conexão que foi perdida com o nascimento.
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A maioria de nós tenta substituir essa ausência dentro de relacionamentos românticos, já que as projeções que idealizamos de um parceire ideal acabam suprindo temporariamente as necessidades emocionais e físicas. E essa pessoa, humana, comum, acaba se tornando um ser incrível, capaz de nos salvar de nosso vazio existencial.
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E, embebidos pelo amor, não mais vemos o outro como alguém passível a erros, um ser individualizado, que pensa, age e sente com base em sua própria vontade e liberdade. Não, ele deve corresponder às minhas exigências, a minha Alma Gêmea tem que me trazer felicidade. E com isso, geram-se as DR's, desencantos, mágoas e separações. E vamos mais uma vez na busca do ser amado, várias e várias vezes.
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Mas, essa conexão que tanto buscamos no outro só podemos encontrar quando direcionamos essa busca a Deus. Somente quando depositamos a nossa existência, a nossa devoção e gratidão a esse Ser Supremo, é que voltamos a nos sentir conectados com Ele e toda a vida.
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Muitas pessoas esquecem ou mesmo negam a existência de Deus. E essas passam a vida procurando essa conexão por meio de coisas materiais, como dinheiro, posses, postos ambiciosos, sexo, drogas, família, dentre outros vícios. E, inconscientemente, fazem dessa busca incessante a sua obsessão diária de desejo, apego e necessidade de "arrumar" algo/alguém. A busca se torna um ritual voltado saciar a vontade de conexão com esse deus-matéria, até o momento que não consegue o que se quer e cai em sofrimento.
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Existem outros que reconhecem que é necessário buscar essa espiritualidade que tanto se fala nas religiões, centros e comunidades holísticas. Mas, acabam esquecendo que não nos aproximamos mais de Deus só porque fazemos determinada coisa tida como espiritual, ou porque estamos em determinado ambiente e doutrina.
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E com isso, a busca pela conexão por Deus acaba sendo depositada nessas práticas espirituais, como se uma prática de Yoga o aproximasse mais d'Ele, ou o ato de rezar horas a fios por perdão, ou receber seus guias numa gira, ou consagrar Daime e rapé dentro de um ritual xamânico. E, sutilmente, a prática espiritual que deveria ser uma ferramenta que auxilia na caminhada do homem rumo ao seu divino, acaba se tornando a sua vaidade, o seu vício, o seu consumo e a sua obsessão. E quando chegar o dia em que o centro, a religião ou a prática não mais trazer os prazeres ao ego, é o momento de abandonar tudo, entrar em crise e desacreditar de tudo o que foi desenvolvido até ali.
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Há muitas armadilhas dentro desse mundo, pois a partir do momento em que nos desconectamos de nossas mães, procuramos essa conexão com tudo aquilo que traga um sentimento próximo ao original, mas que quase nunca é depositado no lugar certo, da forma correta.
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Primeiramente devemos entender que Deus é a existência que permeia a tudo e a todos. É a vida que pulsa em nossas veias, que cresce nas florestas e que hidrata a todos os seres que habitam a terra. É a grande consciência que arquiteta a realidade e permite que a modificamos. Para uns, esse ser divino e supremo é o Pai, a origem, o início do Big Bang. Para mim, prefiro pensar que se trata da energia de Amor. Mas não esse amor romântico, condicional e egoísta no qual reproduzimos e vemos nos filmes. É o amor que une as coisas, interconecta histórias, seres e faz com que todos tenham seu lugar dentro da Teia da Vida. Esse é o Amor, esse é Deus.
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E, por mais que estamos viciados a buscar essa conexão com esse Amor olhando para o exterior, devemos primeiro olhar pra dentro e perceber Ele em nossa consciência, o amor dele por nós a partir de nosso coração pulsando, a partir de nossa vida.
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Isso não impede ou se opõe à ideia de irmos em busca de relacionamentos, de dinheiro e posses que sustentam a nossa vida em sociedade, de cedermos vez ou outra a prazeres materiais, de construirmos uma família ou nos dedicarmos à práticas de religação com a espiritualidade. A diferença é que, conscientes que toda a vida só existe por que Deus é a vida, esse amor que vos descrevi, não depositaremos mais a nossa devoção em nada que não seja o próprio Deus, à própria vida e o próprio Amor.
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Assim, mesmo quando algo não está sendo atendido como queríamos (ego), mesmo tendo um dia ruim, mesmo sofrendo com algum término, falecimento ou doença, passamos a agradecer. Pois, ainda que em nossa pequenina percepção da realidade terrena e humana, reconhecemos que ainda estamos aqui, vivos, num dia com infinitas possibilidades. E que isso tudo só é possível por causa dele.
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E, nas palavras do Caboclo Treme Terra, encerro esse texto:
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"O pouco com Deus é muito,
mas o muito sem Deus não é nada."
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Por isso, apesar de tudo, agradeça e volte a se reconectar ao seu útero interior. Volte a sentir e perceber o Amor de Deus.
O PONTO SENSÍVEL
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Tudo se inicia no começo.
Lá, em nossa origem, somos o que somos e nem sequer pensamos que poderíamos ser outra coisa
Já nascemos vulneráveis, sem mesmo entender o significado dessa palavra
Que significa: onde podemos ser feridos.
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Nem imaginamos que esse ponto sensível em nós acaba se tornando um ponto de fragilidade, nosso calcanhar de Aquiles
Logo que começamos a destoar da normatividade, das regras sociais, das crenças culturais, somos atingidos bem nesse local.
No começo, bem no começo, nem entendemos porque estamos sendo repreendidos e maltratados.
Somos somente o que nós somos, mas de algum modo isso não é o suficiente.
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Após umas pancadas da vida percebemos que somos diferentes dos demais naquele ponto vulnerável, que no expõe e nos deixa envergonhados.
E é apartir daí que começamos a vestir nossa couraça emocional, a esconder a sensibilidade do mundo que ousa nos ferir.
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E essa armadura acaba servindo muito bem para que nos sintamos inseridos na sociedade, que somos parte de uma comunidade.
Somos agora todos iguais.
Um número, que arredonda os milhões e bilhões de pessoas no mundo.
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Até que conhecemos alguém que possui algo a mais. Percebemos que ela deixa transparecer em seu jeito de ser aquele ponto vulnerável.
E nos apaixonamos, deixamos cair as couraças e mostramos nosso lado sensível ao ser amado. A vida, que antes parecia mecânica agora tem vitalidade, tem luz, tem cor e sentido.
Agora podemos ser novamente, sem esconder.
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Mas é óbvio que a vida, irônica e trágica, acaba trazendo um drama de um término, uma traição ou uma despedida, que faz com que o nosso ponto sensível novamente seja estilhaçado.
E mais uma vez voltamos a nos fechar pro mundo, com medo de nos machucar.
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Agora, nosso Ego-Persona está mais esperto e consegue fingir vulnerabilidade quando alguém se aproxima. Se disfarça de um sorriso amarelo, de um humor ácido, um ar de deboche, fantasias românticas, formas que evitam sentir a realidade e encarar a verdadeira exposição.
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Mas, mesmo com tanta inteligência em saber burlar as dores originais, acabamos no final nos sentindo sem ânimo, sem propósito, sem o Eu.
E há um grande abismo entre quem estamos agora para o que somos, pois no fundo do penhasco do vazio encontra-se a ferida, as dores causadas ao nosso ponto sensível.
E há um medo surreal de encarar e reviver esse mar revolto.
Mas não há outra saída. Ou nos arriscamos atravessar, ou permanecemos a cada dia perdendo a nossa alegria de viver.
E de uma forma extremamente inusitada percebemos que sempre houve uma ponte que conecta o nosso ponto de estadia para nosso ponto de origem, chamada Vulnerabilidade.
Pela mesma via que a vulnerabilidade nos leva a nos machucar e a nos fazer fechar ao mundo, é também ela que nos faz sentir novamente e nos abrir pra nós mesmos.
É somente através da abertura, da confiança de que a cada nova ferida em nosso ponto sensível, nos tornamos mais fortes, mais articulados e mais preparados pro próximo baque que a vida der.
As pessoas que ainda não perceberam que viver se trata de ser vulnerável acaba se fechando e exigindo que os demais escondam o diferente, o sensível e o fraco.
Mas na realidade o foco nunca será o outro, nunca será o desamor ou a padronização.
O ato de controlar fora é imposto para que ninguém mais os machuque dentro.
É somente uma forma de proteção.
Então, pra quem esse texto chegou hoje, está na hora de se abrir novamente e mostrar suas verdadeiras cores ao mundo , sem ter medo de retaliação, sem ter medo da exposição ou de sentir ferido novamente.
Viver é isso, amar as nossas dores como forma de bálsamo e cura.
Pois somente a gente pode entender nosso lado sensível e o quão amado ele deve ser.
Ser vulnerável para livre ser.
Nem tudo é sobre nós.
Aliás, as coisas que pensamos ser de grande importância não é menos do que um grão de areia no deserto alheio.
A gente que é acumulador de problemas, de traumas, de ambições, decepções e síndromes de grandeza.
Não somos mais que uma foto, uma memória de um momento feliz ou descabido.
Nunca saímos por detrás das lentes do julgamento, e por isso, não somos realmente vistos.
E ainda sim, continuamos buscando por aprovação, compreensão e compartilhamento.
Mas também não enxergamos o outro, porque criamos no decorrer do tempo nossas próprias lentes também, que nos protegem e nos contam belas mentiras através de filtros coloridos e sorrisos.
Mas e a verdade, onde mora?
Mora no que sinto, no que pressinto? Mora no dia-a-dia, no simples e comum a todo ser humano? Ou a verdade é aquilo que pega as minhas certezas e destrói com um simples toque?
Não importa, amanhã já estarei com outros devaneios, anseios e urgências que me farão acreditar mais uma vez que o mundo a mim pertence, e o que acredito é o que de mais real possuo.
A vida é um pouco disso eu acho, de se encontrar e se perder a todo momento, pois é nesses períodos "entre" alguma e outra que nos conectamos com o que é real. Que é, simplesmente. Mesmo que dure pouquíssimo tempo, é o tipo de lugar que sempre gostaria de me reencontrar.
Quantos de nós já confundimos desejo com conexão?
Já parou para refletir as vezes que conversou com alguém, trocou umas figurinhas e achou que somente isso os faziam estar conectados?
Com a vinda da Internet, utilizamos cada vez mais a palavra CONEXÃO para se referir somente a estar trocando informação de forma virtual, mas está longe disso ser a conexão que de fato compreendemos e buscamos.
Para haver uma conexão é preciso que haja dois indivíduos interessados, sensíveis e abertos a dar e receber do outro. Ou seja, um COM-PARTILHAR.
É um processo de retroalimentação quase que diário, onde mesmo que de forma silenciosa e indireta, um acaba nutrindo o outro.
Até aí tudo bem, compreendemos que são essas conexões que formam as amizades, os relacionamentos e laços profundos, e percebemos que o compartir não é somente uma vontade, mas uma necessidade de todo ser social.
Mas o bicho pega quando somente um dos lados é o interessado em trocar e dar, esperando ansiosamente em receber do outro. Mas nos meios virtuais é comum confundir atenção e educação com conexão.
Ou pior, trocar o amor próprio por migalhas alheias.
Mas entendam: quando o outro não está a fim de receber o que temos a oferecer, precisamos aceitar, focar no amor e seguir. A empatia, que é o estado de estar sensível ao outro, tem que vir de ambos os lados. E está tudo bem se um sente e outro não. Só não podemos esquecer que conexão demanda mais tempo que um like e uma carinha amorosa 🥰
Conexão demanda cor-ação, manutenção e retorno com intenção em querer continuar envolvido com o outro.
Conexão nunca dependerá de UM forçando, mas de DOIS seres permissíveis e abertos a existirem e se ajudarem a evoluir, na forma suave ou intensa que tem que ser.
Então, bora oferecer o nosso melhor mamão pro amiguinho sem esperar que ele dê a mão em troca. O estar aberto já está aí na sua intenção, só é preciso esperar que o outro deseje e se abra para te receber também.
Amar é isso, ser porta aberta, ser convite, ser tapete de boas vindas, mesmo que não venha ninguém naquele dia.
E conexão tem tudo haver com a paixão, aquela fantasia que jogamos em cima do amor sereno, mas isso é papo pra outra história.
A CORRIDA DO TEMPO
O tempo tem corrido de uma maneira que eu não imaginaria que um dia correria.
E olha que eu corro hein , corro contra o tempo,
mas ele continua sendo mais veloz que minha penosa passada.
Vejo que até meus sonhos precisam estar acompanhando o passo do tempo.
O que ontem era revolucionário e desafiador, hoje está atrasado, defasado, precisando se reinventar para se enquadrar na vitrine pseudo-virtual.
E o que há de mau em ainda querer sonhos tão antigos?
E o que de bom traz estar sincronizado com os quereres do nosso tempo?
O passo do tempo exige de mim prontidão, atenção e ação.
Mas ninguém explica pro tempo que o ritmo do coração é o que dá paz ao ser que diariamente corre.
E é um ritmo tão intimidador e avassalador que rompe a linha do tempo.
Tanto faz se foi pra ontem, hoje ou amanhã.
O essencial é que estou aqui presente e não faltei nenhum dia.
E o tempo corre, ultrapassa os limites que nossos pés podem desenhar .
Mas o coração, já ultrapassado, nos envolvendo em sua grande dança de roda, nos mostra que não há necessecidade de ganhar, mas sim aprender (dentro do próprio tempo) o valor de esperar.
Quantas vezes insistimos em permanecer no erro, já que o erro é o único referencial cômodo que temos.
O quanto ser vulnerável é dolorido, descabido.
Ao invés da exposição e da expressão, preferimos dizer "agora não" e nunca tocar no profundo do que precisa ser dito, revisitado e amado.
É no isolamento que nos consertamos individualmente, mas é somente em conjunto que construímos algo totalmente novo, que não é nem meu, nem seu.
Formamos o nosso, laço dado, remendado, que nenhum ego sai sobreposto.
Até quando iremos nos separar para sentirmo-nos completos?
Às vezes prefiro a solidão, o silêncio de minha companhia.
Já que, num mundo tão cheio de gente, com tanta informação rolando solta, não conversamos mais, não dialogamos entre nós.
O que acontece é um vômito de ideias unilaterais, de fotos, de momentos isolados cheios de nosso ego, que recém aprendeu a fazer a roda e quer mostrar a todos o quanto é um ser humano digno de atenção e likes.
Mas por quê? Me digam vocês o porquê? Preferem estranhos comentando sua vida, dando-lhes migalhas com corações vermelhos e vazios, ao invés de compartilhar seus momentos com quem já lhe é tão íntimo, sejam eles bons ou ruins? Têm medo da crítica, do confronto, da verdade dos corações honestos e amigos? Têm medo da própria vulnerabilidade?
Se não o fiz antes, permito que sejam o que vocês são. Bons, maus, sorridentes, egocêntricos, ingênuos. Só não se escondam atrás do morno, do monótono, do tanto faz. Isso mata qualquer relacionamento, distancia qualquer coração. E ao invés de tentar ressucitá-lo mais uma vez, tenho preferido deixá-lo morrer.
E é por isso que tenho preferido a minha companhia ao invés das relações superficiais. Pois, estando comigo reconheço quem sou, o meu lado bom e o meu nem tanto, e dou aprovação e espaço para que exista e se expresse.
E finalmente, compreendo que quem permanece, quem ainda se abre pra trocar e agregar a meu ser na verdade foi a minha essência quem os escolheu para aqui permanecer.
Mas meu coração sempre bateu pelo efêmero..
Como conquistar algo que sempre te pertenceu?
Como desapegar de algo que nunca teve posse?
O quanto olhamos o mundo com olhar de desejo e repulsa?
Como diria uma amiga:
Quando você quer muito algo,
Renegue.
Pois faz com que aquilo venha até você,
Sem apego ou controle.
Vem só pelo sentido de ir.
Vem só pelo sentido.
Vem só
Sem (ter) tido.
O que possuímos já possuímos, e nunca perdemos.
O resto, todo o resto, é questão de tempo e espaço.
De tempo, pois é temporário, finito.
De espaço, pois existe um espaço entre o Eu e o Outro.
Então, o que é meu, já o possuo,
e não há necessidade de esforço para obter o que sou,
só perceber, lembrar,
e ser.
E o que não é meu, não necessito conquistar ou desapegar,
pois se trata de um com-viver, um relacionar,
que um dia irá embora ou se transformará.
Abra mão de querer controlar, conquistar o seu exterior.
Conquiste a si mesmo aceitando, lembrando quem você é.
O resto, todo o resto, virá no seu devido tempo e lugar.
Bem vindos às relações do Novo Milênio.
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Nos conhecemos pela Internet, criamos um forte vínculo imaginário.
O (con)tato passou a ser virtual, assim protegemos nossa vulnerabilidade e fingimos um ar de grandeza.
Esquecer ou ignorar alguém no chat é normal,
Pois estamos ocupados correndo atrás de dinheiro ou de pessoas mais interessantes.
Se essas pessoas nos respondem, se há reciprocidade nos padrões altos que exigimos, ganhamos o dia,
Mas tudo tem que ser rápido, breve e instantâneo
Porque não queremos desperdiçar nosso tempo em vão.
Prezamos por nossa liberdade, independência, filosofias poliamorosas,
Mas também somos carentes, ciumentos e queremos exclusividade.
Pregamos a paz, o amor, goodvibes deboistas
Mas não ouse TRANSpassar a moral, os bons costumes,
ou tocar em alguma ferida mal resolvida
Que o bagulho fica loco e te mandamos ao inferno com um Namastê.
Temos uma desculpa para cada ação (mal) cometida,
Mas é difícil querermos ouvir o outro se desculpar.
O lema que pregamos é: Queremos mais empatia, mas você não vai mais nos influenciar.
As relações hoje tem preço e validade.
Se não estiver mais nos sendo útil, descartamos e escolhemos uma mais favorável com nosso celular.
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Após analisar os meus, os seus e os nossos comportamentos, refleti sugestões de como melhorar as nossas relações.
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A proposta é:
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Saber doar sem nos perder.
Ajudar sem ter que apontar defeitos, erros ou culpados.
Receber quando somos atacados no que nos é mais frágil e vulnerável e, humildemente, reconhecer que outros podem sempre nos auxiliar e cuidar.
Sentir e ouvir antes de falar e julgar.
Redescobrir que o tempo e a vida de TODOS é preciosa,
para saber valorizar os momentos que somos (bem) lembrados.
Aprender a se expressar, comunicar os Sims e os Nãos,
mas nunca absolutizar as formas de expressão.
Deixar o outro ser, sem o prender,
mas também reconhecer quando a relação se tornou uma prisão.
Não dar valor nem tempo para uma interação,
mas quando achar que encerrou, ter a coragem de comunicar seus motivos ao outro.
Apreciar os dias lentos e quem nos cerca em nossa rotina,
Pois são eles que preenchem o vazio de nosso dia-a-dia.
Oferecer o perdão a quem nos machucou,
e agradecer ao caminho que essa dor nos levou.
O que é Real?
Real deriva-se da palavra REI, que no latim deriva do vocábulo REX, que por sua vez, deriva do prefixo REG- na língua indo-européia, que significa "ANDAR EM LINHA RETA".
Rectus, no latim, significa também "direito".
Dessa forma, REAL nada mais é que caminhar em direção ao que é direito, correto. Não o que achamos que seja o correto, mas o que simplesmente o é.
Viver na realidade é viver dentro do que é certo.
Enxergar o real é saber distinguir o caminho reto no meio dos sinuosos e talvez mais prazerosos.
Perceber a realidade é perceber, mesmo que intuitivamente, formas mais verdadeiras para se viver.
O quanto realmente exercemos a nossa empatia?
Quando estamos bem, surge alguém que encontra algum defeito no nosso modo de vestir, dançar, fazer comida, se expressar, rir e descansar. Se o modo de autodefesa não estiver ativo, somos derrubados facilmente pelas críticas construtivas de nossos colegas.
E, na verdade, o que eles querem é que nos tornemos "melhores" para que ELES se sintam bem na nossa presença.
Quando estamos mal, poucos conseguem tolerar a aura pesada no qual estamos inseridos. Ficam a todo momento tentando reverter a energia através do famoso "fica bem" e de verdades prontas ou absolutas, sem sequer ouvir ou sentir o que temos a dizer.
E, na verdade, o que eles querem é que fiquemos "melhores" para que ELES se sintam bem na nossa presença.
Então não importa de fato o outro, se estamos ajudando o outro a ser e a estar melhor, mas sim o quanto esse outro ser me incomoda. A ajuda então se torna um ato egocêntrico, desvirtuado de qualquer valor empático.
O termômetro dessa ajuda é o quanto é tolerável estar na presença de alguém que nos desagrada.
O que vale mais é ser o detentor da verdade do que de fato pô-la em prática.
Pessoas como essas são os pais controladores, amigos por conveniência, religiosos/ativistas cheios de verdades absolutistas, o parceiro abusivo.
Fujam desse tipo de relação. A única diferença entre elas e uma parede é que a parede nos apoia.
LEMBRETE: A melhor ajuda é aquela que é solicitada.
De onde vem a calma, o desejo, o pensamento?
Vêm de lugar nenhum, apenas aparecem, sendo convidados ou não.
Somos lançados na vida sendo forçados a acreditar que tudo depende de nossa vontade, do nosso (bem) querer para que a vida flua, para que o propósito se encaminhe.
Grande engano.
A vida já acontece, como o vai e vem das marés.
Tudo está conectado, tudo já existe, nenhum átomo novo poderá ser criado. O que é criado e modificado é somente a sua forma (física).
A vida é um eterno testemunhar das belezas do Universo. Achar que somos algo além disso, é cair nos jogos (de ilusão) do ego.
Embora a divindade nos habite, não somos Deuses (ainda).
Ainda há muito o que testemunhar e desapegar para nos tornarmos um com o todo.
E a ponte, a escada, a cola, o pulsar da vida que conecta o mundo dos homens ao mundo do(s) Deus(es) é somente o amor, sendo o primeiro e mais desafiador degrau o auto-amor.
Na frase "Amai ao próximo como a ti mesmo" já está subentendido que o amor próprio já deve estar estabelecido em seu ser antes de querer abraçar o mundo.
Nunca desista de caminhar em direção a esse amor divino que permite humanos se tornarem constelações. Desapegue-se de pretenções do ego, do controle. Seja apenas uma testemunha do seu trilhar que logo reconhecerá os padrões energéticos que regem a existência, e quem sabe, a moradia da calma, do desejo e do pensamento.
Já perceberam como o mundo ao nosso redor tenta nos doutrinar a todo momento?
Não nos deixam criar algo novo, tentar e assumir uma nova alternativa.
Sempre terá alguém que saberá a melhor forma (e o jeito "certo") de amarrar um tênis, de fazer um bolo, de tocar um instrumento, de sentir amor, de se relacionar com a política e socidade, de se conectar a Deus.
Com isso, bloqueiam nossa energia criativa, nossa expressão autêntica, nosso poder intuitivo de seguir o nosso verdadeiro caminho.
Querem que nos tornemos uma reprodução do que já existe, querem dominar nossas ideias e ideais com seus próprios, que por sinal, já foram dominados por outras pessoas num ciclo interminável de amarras e limites.
Reconheça e ultrapasse as fronteiras de si mesmo. Busque ousar, criar, brincar na tentativa e erro que se encontra no desbravamento.
Também lembre-se de se alinhar à sua intuição, que lhe permite sentir o calor do fogo antes mesmo de ter que tocá-lo para saber que sua essência é queimar.
Desdoutrine-se,
seja uno,
ache uma forma mais interessante de dizer Bom Dia.
Seja você.
Vejo água,
rio, lago
ondas do mar
Tudo me trás,
me leva,
me tem.
Sentimentos bons,
familiares,
de casa ou lar
Sinto Oxum,
braço d'água,
colo ribeirinho
Pedindo calma
Amor,
Está tudo bem
Sua força está
no seu jeito de amar
e se deixar levar
Ossanha lhe acompanha
quando sente o chamado
de cuidar da Terra
Ame a ti mesmo
como ama o Sol,
a chuva e o vento
Que um dia retornarás
ao seu lar de direito
em meio a árvores, águas e o ar
Segue o baile
Sem perder o anim-al
que te dá poder e guiança
O planeta Terra pede sua cura
pede tua cura,
pede você inteiro, guerreiro
Nunca se esqueça
Que na plenitude
o impossível jaz manifestado
E que toda a existência
Mesmo que lenta
te trás sempre o necessário.
No universo do caos
Vivo, respiro
Brinco de ser criança
E finjo ser algo sobre-humano.
De dia tudo em paz,
De noite, vem a pressão.
É mais fácil se distrair em companhia, na luz
Do que ficar sozinho na escuridão.
Na dor, escondo feridas e lamentos
Em meio a moralismos e julgamentos,
Defendendo o ego traiçoeiro
Que protege a criança interior sem zelo.
Na busca de abraços, perdão, amor
A responsabilidade fica toda para o exterior.
Esqueço que para que venham visitas
O lar precisa estar limpo, organizado e de portas bem abertas e vistas.
No universo do caos
Me deparo com minhas sombras
Que é só uma capa grossa
Envolta da criança esquecida
Mudando o padrão da mente
E permitindo acessar a cura
Percebo que a expressão, a arte e a brincadeira
À tona trás a voz da criança até o consciente.
E esse é só o início da jornada.
No universo do caos
Não tenho mais o que temer
Já que há apenas monstros imaginários
Criados pela criança para se defender.
Se dou ouvidos a ela,
Amar, respeitar e agregar à mim esse ser
Trago a luz onde antes era dolorido e demonizado
E permito que o meu mestre interno possa brincar e crescer.
No universo do caos,
Recebo a dádiva de poder me curar
Sou coração, sou espelho, sou humano.
Sou ser divino buscando novamente voar.
BAUMAN E A ERA DE AQUÁRIO
Sinto que a sociedade e amores líquidos descritos por Bauman há mais de 15 anos se tornam cada vez mais presentes em nossa sociedade.
Queremos nos conectar, estabelecer vínculos cada vez mais rápidos e variados. Porém, se algo dá errado, a rapidez para se desvincular é ainda maior.
Isso porque a maioria só quer experimentar o prazer em vida, e desconsidera que são os conflitos e atritos que ajudam a ambos os lados a olharem para um mesmo ponto que precisa de atenção e evolução. Sem esse despendimento de tempo para solucionar o que incomoda ou já pular para uma situação/relação mais prazerosa, é fadável que entremos num ciclo repetitivo de descontentamento.
Saindo um pouco do viés filosófico e entrando no lado místico e astrológico da coisa, sinto que muito desses conflitos se dão devido à entrada da Era de Aquário, no qual se é formado o eixo Aquário-Leão. Ambos tem a sua luz e a sua sombra para contribuir para o agora.
Assim como todas as outras eras, os eixos astrológicos trazem influências positivas ou negativas, como foi o caso do eixo Peixes-Virgem. Ao invés de elevarmos a economia sustentável e o avanço da ciência (Virgem) com os sentimentos de fé, compaixão, espiritualidade e superação da matéria (Peixes), preferimos confiar/nos apoiar no lado cético, materialista, manipulativo e de excessiva racionalidade virginiana, contribuindo para que as depressões, melancolias, vitimismos, alienações e problemas psico-emocionais piscianos se instaurassem. Ou mesmo usar do controle (Virgem) para pregar uma religiosidade extremista (Peixes).
Assim também vejo com o eixo Aquário-Leão.
Aquário trás consigo a inovação, o desenvolvimento de tecnologias, do intelecto, da espiritualidade, da intuição... Tudo em prol do todo, para que comecemos a nos sentir como uma só nação, Unos com o Universo além do tempo/espaço. É o que vemos com a disseminação da internet, dos avanços das tecnologias e das conexões realizadas em diferentes partes do globo terrestre.
Já Leão, como todos os outros signos opostos do eixo, vai trazer a alma dessa Era, que é a alma do puro artista, trazendo consigo ideologias, otimismo, generosidade e confiança para expor nossas qualidades a quem necessitar.
Aparentemente, uma era onde utilizaremos de nossos dons e recursos individuais (Leão) para contribuir para um melhor direcionamento físico, emocional, mental e espiritual da humanidade em prol da união (Aquário).
Porém, há um outro lado leonino que trás consigo a vaidade, o egocentrismo, a arrogância, o desapego das relações em prol de uma vida de mais libertinagem. Isso favorece a expressão do lado solitário, individualista, da revolta sem criativa ação de aquário, que prefere esconder seus sentimentos e ser frio a ser ferido pela crueldade leonina. Novas tecnologias (Aquário), as mesmas que vemos mostradas em Black Mirror e que já experimentamos nos dias de hoje, favorecem para que nos afastemos do contato e de relações mais humanas, e que muitas delas só favorecem e exaltam a vaidade e o individualismo (Leão). É a busca inconsciente de querer se conectar a tudo mas na consciência não querer estar conectado a nada (Bauman).
As energias dessa Era já estão muito presentes em nosso dia-a-dia, e cabe a cada um de nós perceber qual a energia do eixo Aquário-Leão lhe veste no momento e se gostaria de realizar as mudanças necessárias, mesmo que trabalhosas. As tecnologias e qualidades do indivíduo devem perdurar e revolucionar sempre, mas sem esquecer que o dom que possuímos é um bem mais precioso ao outro do que como troféu em uma prateleira.
Meu corpo é a casa de meu ser.
Só entra nele quem for, de muito grado, meu convidado,
que saiba apreciar o jardim na porta da frente,
e que limpe a sola no tapete da entrada.
Quando dentro, note que não é na sala de visitas ou quarto
que se encontra a alma e o coração da casa.
É na cozinha, dentro do fogão,
no calor da chama acesa.
Na morada do meu ser,
todo visitante antes precisa de um convite,
ainda que tenha pernoitado 5 noites seguidas.
Nota: o querer vem sempre de dentro, não de fora.
Na morada.
No morar.
Namorar.
Escolha bem seus convidados,
pois seu corpo é seu único lar.
Pessoas e desejos são como onda,
eles vêm e vão.
Aos poucos, abrasam a praia,
formam sulcos na areia,
e é ali, naquele vão, onde eles veem
uma ostra ou água-viva escondida.
E é aí que começam a perceber
que da situação passageira, oscilante
ainda existe algo concreto, possível de ser remexido.
E então, o que fazer?
Tapar, esquecer que a fissura existe
ou escavar, em meio ao conhecido desconhecido
e talvez até perseguir as ondas outra vez?
Amargo Edredom
Soturno, Sorrateiro
Cuidado, passo em falso
Ácido limão escorrendo nas mãos
Estado latente
Entre o desespero e o nada
A raiva e o nada
O absurdo e o nada
Hiberno e desejo, sem saber
o rumo a qual se toma
Falta paixão,
Falta sonho.
Mágoa.
Falta acreditar.