Coleção pessoal de WallaceNeres
Minha estrela, minha luz
Ela é a minha guia,
e ela é a minha guia,
e ela é a minha guia,
minha estrela guia...
Sim, ela é minha luz!
...Sempre amei seu sorriso, seus olhos sempre foi uma fonte de deleite onde lambuzei minh'alma. Teus saudosos braços sempre foi um imenso cais onde atraquei o sentimento mais lindo e mais sublime, amor.
Triste amiga
Perdi, poesia.
E então?
Nunca fui poeta.
Fui então escravo da minha imaginação...
Fui então prisioneiro das minhas utopias.
Escondi-me por trás de palavras.
Iludi-me vestindo de sonhos.
Mas Poeta, não.
Você poesia?
Que tanto foi minha,
Eu que tanto te busquei.
Eu que mesmo não sendo poeta
Sempre a procurei.
Tenho sido tão seu,
Agora, não sei.
Por que poesia?
Tenho o coração atracado no porto de um cais desconhecido.
Já sem motivo e sentimento.
Poesia não existe,
Nem poeta.
Já deixa de existir a razão.
Agora que não sou e não és.
Despeço-me de ti,
Minha triste amiga.
Doce lembrança
Tire-me daqui o pão, o vinho, a água...
Tire-me já.
Tire-me então o que não há.
Tire-me, se possível, o que virá.
Tirem-me conclusões,
Interrogações
E serafins.
Tapam-me o ar,
Os olhos,
Ouvidos,
E a boca.
Tranquem-me no escuro,
Sozinho...
Saia e leve tudo o que me resta,
Mas permita que eu mantenha em mim
A doce lembrança de um sorriso único?
Permita-me passar horas a fio amando-o?
Amando-a?
Linda mulata, tens o mais belo de todos os sorrisos.
Trás consigo um poder irradiante de serenidade e paz...
Tens por trás segredos indecifráveis,
Mistérios, silêncios, tristezas... Amor.
Oh bela minha bela, não te entristeças.
Seria uma tragédia se isso acontecesse.
Eis que abro mão de tudo que me resta,
Para que assim continues sorrindo.
Meu manifesto
Moça... escutai meu manifesto...
Riquezas eu não lhe dou,
Não possuo terras...
Não tenho iates...
Mansões... não tenho
Mas lhe tenho amor...
E esse sim eu lhe dou!
Moça, não ouça a maldade alheia.
Ouça-me!
Sou todo amor.
Sou todo beijo.
Sou todo seu!
Sou todo assim.
Queira-me como te quero aqui.
Moça... todo me desmorono ao vê-la,
Todo me despedaço ao senti-la.
Se te fujo é porque te amo...
E se te amo é por que te quero como um louco.
Moça, já não mais me pertenço,
Já não mais me sou,
Mas sou todo seu.
Sou todo amor...
Sou todo beijo...
Sou todo seu...
Sou todo assim.
Que o amor se eternize no infinito de nós dois.
Busca de amor
Ah... A busca mais vã é aquela de quem procura entender o amor,
Tolo, não ama, o amor foge de qualquer entendimento.
Não busque entende-lo, busque amar...
Busque acima de tudo amar.
Procure sentir o amor,
Não senti? Espera,
Não tenha pressa adiantada para o amor urgente.
E quando menos se preocupar, cá está o amor,
Pronto pra doar-se.
Então...
Não tema, AME.
Minha mesmice
O tempo passou,
Tudo mudou,
Mas eu não mudei!
Continuo na minha mesmice...
Olhem pra mim:
O mesmo WALLACE de sempre,
O mesmo cabelo,
O mesmo corpo,
O mesmo olhar,
Os mesmos motivos,
Mesmas lágrimas,
O mesmo sorriso,
A mesma voz,
Os mesmos sentimentos,
A mesma agenda telefônica,
A mesma vida...
Enfim,
O mesmo velho WALLACE!
E eu me julgando extremamente
diferente de mim mesmo,
Tão cheio de mim...
-PAREMOS JÁ!
Afinal, sou eu o responsável!
Poetizando
Há tanta poesia,
No ar, perdida,
Ainda não recolhida,
Então, jamais encontrada!
Há tanta poesia nos homens,
Que nos é fácil encontrar.
Moças também as possuem,
Que me canso de declamar.
Manhãs de poesia,
Versos em poetizados.
Amor de poesia,
Canções poéticas,
Poesias patéticas,
Não vamos complicá-la,
Pois ele tem de ser simples,
Para que ela seja então poesia,
Afinal,
Há muito de poesia na própria poesia.
Desapego
Caros amigos,
Não se apeguem demais ao que se pode tocar,
Nem ao que se pode ver.
Esses são passageiros,
Alguns estragam (Pode até concertá-lo)
Mas não será o mesmo!
Apegue-se então com que se pode sentir,
Com o Amor, que mesmo que seja pouco,
Asseguro que esse é para sempre!
Apegue-se com uma amizade,
Que seja a menos intensa, que seja,
Mas o fogo que a alimenta, jamais apagará!
Assim concluímos,
Que o que é aparente, nem sempre é belo,
Mas o que está oculto,
Plantado no íntimo de nós,
É tão carregado de beleza e pureza,
Quanto imaginamos!
Desentendimento
Outrora, um nobre senhor
Se aproximou de mim e interrogou-me:
- Então meu jovem, o que quer da vida?
- Não sei! Perguntaste para ela o que quer de mim?
A paixão de um palhaço
Onde estará a paixão desse palhaço?
Quem, com tamanho atrevimento,
Despertara esse encanto?
Quem, que com sua graça e doçura,
O deixaste assim?
Ele que se julgava apaixonado pelo riso,
Acabou-se se apaixonando pelo beijo
Suave e doce que ganhara...
-Por que me beijas?
Perguntava em silêncio.
E o silêncio por sua vez o devorava!
Sua hostilidade era tamanha...
Seus medos eram muitos...
-És de verdade?
-É moça, Menina ou mulher?
E mais uma vez o silêncio predominava.
Boca, não saiu palavra,
Mas ela na pressa saiu.
Debruçando-se em lágrimas,
Aquele palhaço põe-se a caminhar,
Em ruas sem nome...
Em lugares distantes...
Sem rumo...
Onde?
Ele a amava... Se via apaixonado,
Não sabia o que fazer,
Já se encontrava perdido pelos encantos...
Ela nada lhe disse,
Então viu que o seu destino era sofrer...
Pobre homem, feito de carne e de sangue,
Como qualquer outro,
E como qualquer outro,
Também sofre por amor.
No picadeiro dos seus sonhos,
A pessoa que domina é aquela de outrora,
Dona daquele beijo...
Daquele suave e doce beijo,
Ao qual se enamorou,
E agora se dissipou...
Partiu-se...
O tempo pra sempre guardou!
Aquele tempo.
Triste tempo.
Tempo inexorável.
E o Palhaço que se julgava perdido de amor,
Decidiu escrever mesmo estando amargurado,
Não teve vergonha de dizer e assumir,
Que hoje é mais um palhaço apaixonado!
Serei assim
Ah... Se eu pudesse ser quem eu queria,
Seria um pássaro,
Daqueles que voam sem rumo.
Pra repousar na sua janela,
Só pra ouvir seus sussurros...
Se não fosse pássaro,
Seria nuvem.
Ficaria no céu te olhando,
Observando e admirando sua beleza,
Sem que ao menos me perceba...
Queria ser na verdade eu mesmo,
Às vezes me sou coisa...
Dói muito!
Lastimo por não ser eu...
E sofro com isso!
Mas idaí?,
Posso ser quem eu quiser,
Mesmo se eu não for...
E nesse continuarei assim,
Mascarando a minha dor!
Deus dos sentimentos
Amor...
Deus de todos os sentimentos,
Senhor dos espíritos,
Comandante das almas frágeis,
Forte guerreiro!
Amor...
Amante oculto,
Plantado no infinito de todos,
No entanto, descoberto ainda por poucos!
Amor...
Sentimento de absoluto.
Hora incerto,
Hora injusto...
Amor...
Amante dele mesmo...
Sobrevive com a força do tempo.
Amor, amante da vida,
E de nós mesmos!
Vivendo o Palhaço
Assim eu nasci, e, assim viverei. Embora pequeno já me percebesse assim, espalhafatoso, caricato e desenvolto. A minha necessidade de ser visto e admirado vem do berço que antes reinava quando criança, e, em meio às outras crianças, queria me destacar e ser reconhecido, pra isso então, eu chorava mais exageradamente, gritava pra fora... Nas fotografias eu brilhava: Lama na cara, braços abertos e careta mais feia era o que destacava.
Queria toda atenção do mundo, todas. E se não as tinha, a cara eu trancava e assim me “emburrava”. De mim todos caçoavam, críticas não construtiva e pouco motivadoras recebia, e sem ter como rebelar, assim permanecia.
Com esse meu jeito caricato eu cresci, amadureci, e vi que algo mais forte queria então pra fora explodir, a principio não sabia o que era de fato, tampouco saberia lidar com tal embromação: Livros, enciclopédia, arte, circo... O palhaço então é o que era e fui descobrindo e fui encaixando e o palhaço em mim foi se revelando: Caretas, corpo, máscaras, roupas, formas, disciplina, tudo isso para ser um palhaço.
Pra ser um palhaço antes tens que ver o palhaço, descobrir o palhaço e viver o palhaço, pra então ser. Todos nós somos palhaços, mas sinto pena de quem não assumi.
Ser palhaço é ser digno de toda felicidade!
Esse ser
Vide aqui um outro ser:
Um ser que protesta,
Um ser que ama,
Um ser que detesta,
Um ser que proclama.
Eis aqui um único ser:
Um ser absoluto,
Um ser distinto,
Um ser mutuo.
Eis-me aqui esse ser,
Esse ser monótono,
Esse ser vil,
Esse ser de abstratos,
Esse ser de princípios...
Eis um ser que aqui vive,
Um ser que sobrevive,
E um ser que não se divide!
Partida
Sei que a paz que procuro
Está n’quilo que não possuo,
Então... Partirei.
A paz que procuro
Está no oculto lado da vida.
Está nas ilusões dos sonhos
Está nos olhos cegos do amor.
Sei que a paz que procuro,
Todos procuram tão infinitamente,
Que se cansa de procurar.
Se a paz eu não encontro,
Crio a minha então.
Se assim não resolver,
Morro enfim, sem ela no coração!
Amor futuro
A saudade é uma necessidade
Do amor futuro.
Que vem com a suavidez do tempo,
E com a pressa do vento!
Tão depressa como o segundo,
Tão suavemente como a bruma,
O amor futuro vem carregado,
Pelas mãos intactas de espuma!
O amor futuro não tem antecedente,
Tão pouco teria uma história...
O amor futuro vem de repente,
Para escrever sua trajetória.
Dele nada espero
Dele tudo aguardo.
Viver sem amor já não quero,
Mesmo sabendo do seu caminho ardo!
Eu palhaço
Palhaço é aquele que brinca,
Que sorri, que chora e ama.
É aquele que faz versos,
O que inventa e cria.
Que fantasia e que sonha.
Palhaço é aquele que vai além,
Que é triste e sofre
Mais não deixa que isso ultrapasse
a máscara que carrega sutilmente
sobre um rosto enrustido, embora, seja jovem!
Palhaço é que canta e encanta:
Que faz do homem o artista,
Que faz da moça a trapezista,
Que faz sonho de coisa esquisita.
Palhaço dá cor à vida,
E a quem não tem.
Desses versos ele está de partida,
Mas da criançada jamais vive sem!