Coleção pessoal de voznoouvido
Eu me sacrifiquei durante tanto tempo por um amor s(o)li(tário), chorei por minutos intermináveis, que mais pareciam horas. Criei milhões de expectativa e chorei novamente; mas finalmente comecei a abrir os olhos pro horizonte imenso a minha frente. Aprendi com os erros que não podem ser corrigidos e os que podiam corrigir eu concertei e fiz de mim uma pessoa melhor; não para os outros e sim para mim mesmo. Me analisei pedaço por pedaço, dia a dia, momento a momento e digo que recordar realmente é viver, reviver os momentos ruins é melhor ainda porque aquela sensação de superação é indescritível, assim como os momentos bons que nos trazem saudade trazer ao presente alguns pedaços de quem fomos. Ainda não aprendi a mesclar meu passado com o presente mas consigo viver bem com a pessoa que me tornei. As horas infinitas de lágrimas tristes ganharam um sabor doce de felicidade, de humor, de carinho, de fé; criei conceitos de o que realmente é importante pra mim e merece creditar expectativa. Fiz da dor um combustível para o meu triunfo, só consegui me encontrar da pior forma, mas consegui e tenho orgulho da nova realidade que construí em cima da ruínas do meu passado fraco. Gratidão eterna a quem me trouxe de volta a vontade de sorrir e investir nos meu sonhos.
Tô de mudança organizando tudo que quero levar embora. Vou deixar pra trás toda tralha desnecessária que só faz peso e sujeira. Uma hora eu sabia que ia esquecer o era uma vez só não sabia que muitas das vezes um novo tipo de postura é interpretado como mudança radical. É meio desapontador ouvir que mudei mas ao mesmo tempo soa como se algo nessa mudança tenha me fortalecido.
Eu nunca soube dizer não, eu me entreguei de alma e coração. Fiz de água fogo pra incendiar tudo o que de alguma forma quis abalar minha fé, minha verdade. Gritei mais de uma vez pra mim e pro mundo o quanto é importante pra mim estar sempre lado a lado com a arte. Mas a cada momento cicatriza em mim a certeza de que estou indo pelo caminho certo, seguindo as palavras que o meu coração dita em cada batida mais forte, ou em cada sensação que me envolve quando deixo de ser eu. Amor além da eternidade, vidas e vidas seguidas.
Mais ou menos vinte minutos com os olhos fechados. E nem por um segundo as palavras se calaram na minha cabeça, e me ocorreram pensamentos dos mais diversos, de frases que me marcaram a perguntas que já fiz a mim mesmo.O silêncio apareceu depois da primeira lágrima que desceu e gelou minha orelha, ao mesmo tempo em que me despertou, me fez calar os pensamentos. Eu tô indo com calma, aproveitando como posso, direcionando meus objetivos e mantendo o foco, as decepções em relação as pessoas tô curando com amor próprio, as minhas dúvidas tô cessando aos poucos, meu futuro ta aí já, meu coração aos poucos eu tô juntando, e minha vida a cada dia melhor e mais cheia de vida rsrs Agora deixa eu lavar o rosto.
Mais uma vez eu abri os olhos e tudo estava do mesmo jeito. O meu cargo de errôneo e imaturo ainda estavam lá, inclusive esperando a minha chegada pra descarregar um caminhão de problemas que são cuspidos na minha cara. Como se a minha luta incessante pelo meu bem-estar tivesse acabado e agora eu estivesse deitado embaixo de coqueiros, cada vez mais questiono minhas escolhas, meus hábitos, meus ideais. O tempo só tem apertado e pressionado minha cabeça e eu não espero que alguém se sensibilize muito menos lembre de mim. Até porque se eu me perco e esqueço quem eu sou, quem é que vai tentar me lembrar disso???
Enquanto chove lá fora, dentro de mim instaurou-se uma tempestade. Não sei se em um copo de água ou numa bacia hidrográfica. Mas chove em mim água que inunda a todo momento meus sentimentos, limpa um pouco da minha loucura, refresca meus sonhos, leva em bora meus medos. E me dá sossego, ao menos um pouco pra fechar os olhos e silenciar o corpo pra ouvir a água correr, encher os olhos e o nariz contornar.
Eu chovia amor enquanto você inteiro secava ao arder de um sol insensível chamado medo. Infelizmente dessa vez não tentarei ser tempestade...
Outono te deixo ficar, tome junto comigo um café. Em contrapartida te peço um pouco de sol no meio da tarde, pra aquecer minhas folhas douradas. Pois há ainda orvalho em meu rosto que não pude secar.
Me deixe aqui a morrer de amor. Por favor, não incomode, permita que eu me acomode a essa pulsação mais forte, a esta suadeira sem razão. Me encaro no espelho e me vejo com uma cara de boba apaixonada, solta a esse novo amor. Sinto que que este amor transcenderá minha própria vida, e se perpetuará na próximas gerações. Sei disso porque a cada toque o amor responde agitado, a cada acalento fica mais claro seu jeito raro de se manifestar. Fico rodeando porque não sei explicar. Esse amor é crucial pro meu viver, me ensinou a me amar. Faltam 12 semanas pra tudo concretizar, mas quem sabe até a última delas o amor não resolve se apressar e de surpresa sair do meu corpo pra que eu possa o ouvir chorar. Esse amor ainda não tem nome mas daqui três meses terá. Mas dentro desses seis meses me ensinou que a gestação é a escola mais completa pra aprender a amar
Prosa na rede, falando de amor e da gente, ou melhor de nossa gente que causa briga, churrasco e sorriso sem dente. Me deixem aqui pra sempre na cia. dessas loucas guerreiras compartilhando vivências, indecências e agradecendo aos céus por cada penitência.
Desde que aprendi que o tempo é marcado em horas, dias, meses e.... Me esqueci de esquecer o tempo. O estranho senhor chato que não quer nada com nada. O tempo não passa de um patrão padronizador de vontades. Organizador de loucuras, que nos prende em pequenos espaços de tempo destinados a cada coisa. E o pior é que este ladrão nos roubou a noite e a destinou para dormir ao invés de contemplar a beleza do rubro céu vez em quando estrelado, coberto de nuvens ou limpo exibindo a Lua nas suas diversas fases. A cada momento se torna mais legítimo meu amor pela luz da noite, seja a alva da lua ou a dourada dos postes, sempre acompanhadas pela brisa leve característica da noite. Eu não quero uma boa noite de sono eu quero uma ótima noite bem aproveitada sob o luar incandescente e o senhor tempo que não venha me incomodar contando os minutos que tenho pra descansar!
Foi estranho não me encontrar lá.
Como se até o respirar estivesse diferente.
Reparei nos olhos, na reação ao que trazia em mente.
E menti.
Dizendo que sabia quem estava vendo,
E sabia o que estava fazendo.
Era uma dor insuportável a de estar sob o mesmo convívio.
Só que agora é pior por ter que disfarçar.
Sim. Minha não vontade de aqui ficar.
Na mesma solidão inerte.
E sempre procurando algo que diverte.
Pois uma hora vai que eu concerte o anel de vidro que tu NÃO me deste.
Além do mais sei que o amor que tu me tinhas acabou.
Não porque era pouco mas por não sabermos amar.
Por isso essa mudança.
Deixei ela tomar meu lugar.
Mudar o pensamento e o jeito de andar.
Ela sabe o que faz.
Quando olhei no espelho ela parecia mais capaz.
Deixei.
Mas passou, que nem aquele papo de amor que acabou.
Assim ela fez, sumiu.
Mas vez ou outra aparece no pensamento,
Controlando o lamento e falando mal do amor.
Foi estranho porque ela falava no ouvido e eu tentava não escutar
Por gentileza meia dúzia de bom senso, duas doses de sinceridade e um kilo de sensibilidade pra quem tiver vontade de gastar solidão ao meu lado. Naquele banquinho largado. Não tem muitas exigências, só irei pedir paciência pra não fazer confusão. Afinal nessa onda de gastar solidão é o meu coração que fica a mercê de machucar de novo em vão.
Gostar de alguém tem peso um pouco indiferente se for comparado com o quanto é frequente o meu hábito de misturar tudo na minha mente. Minimamente garanto não sofrer com desilusões só não sou capaz de garantir deixar de amar, mesmo que isso machuque e gradualmente esteja a me matar. Fecho os olhos e me vejo lá no lugar onde quero estar, do seu lado, no nosso lar. E quando acordo quero te perguntar se você gostaria de estar comigo lá. O desafio é pra quem perguntar. O coração congelado nem insiste nessa ação. Grita, bate mais forte e machuca as veias entupidas desse sentimento, tudo em vão. Sinto o coração se transformar em concreto porque quando me abraça eu fico quieto. Querendo sair do seus braços e correr só pra não ter que passar mais uma vez pelo amor e não deixa-lo permanecer. Pra não acontecer de amanhã eu acordar com a sensação de vazio sem nem saber porque.
De braços abertos a espera do vento, esperando ele chegar pra abraçar meu corpo e levar embora o calor em que me encontro. Aos pouquinhos, bem devagarinho vou aprendendo a manusear essa brisa leve que me toca sorrateiramente. A decisão de fazer diferente aconteceu simplesmente porque o sistema nervoso acelerou de um forma diferente. Aqueceu o corpo e a mente assim de repente. Ouvi dizer que é raiva mas imagina só minha gente se eu perderia meu tempo me bagunçando totalmente por conta de um estressezinho bobo. Fiz o que deveria, liguei o ventilador uma vez que o vento não entrava na sala, dançava do lado de fora e ora ou outra na janela batia. Me refresquei enquanto pensava em lavar os pratos da pia uma vez que o calor não cessava e nem o vento abaixava o calor que eu sentia. Num momento eu me senti num deserto, acabou água e não tinha ninguém por perto. Foi aí que aproveitei, coloquei uma música e relaxei. Num grau tão intenso que hoje de manhã quando acordei me perguntei. Ué, onde esta o meu estresse? Onde foi que deixei?
Sem massagem, dó, nem piedade a água leva embora tudo. Sua mesa, seu amor até a sua vontade. Vontade de permanecer em pé, empurrando a água pra fora, lutando contra a vilã que mata afogada de madrugada as esperanças de quem não tem mais nada. O céu azul engana e traz um conforto parecendo que não existe mais aquele muro torto pertinho de desabar, e levar embora o que já não se tem, mas deixa a preocupação de se amanhã esse pesadelo vai acabar.
Bora ali desentupi o esgoto perto da casa da vózinha. Sem ganhar nada, nem uma moedinha. Corre anda logo ela tá sozinha, se não vai alagar toda a cozinha. Trás rodo, vassoura, pá e luvinha, que o esgoto entupiu com uma lata de sardinha. Pega, segura, anda que a chuva tá forte e se tivermos sorte ninguém vai perder o chinelo nem a ficar esperando o suporte da prefeitura que na nossa luz deu corte. Mas depois eu te levo pra conhecer a vózinha, ela é pequinininha... Velhinha tadinha. Corre gente que a chuva vai encher a casa da vózinha.
Era segunda - feira e ela fazia bico enquanto mexia a cadeira, ao atravessar a rua. Mexia tanto que parecia cobra a rastejar, era um rebolado que não deixava a desejar. No seu olhar algo que dizia "Como eu amo o fim do dia." Me deixou mesmo intrigado aquele rebolado e a cabeça que mexia para todos os lados. Ah sim agora tá explicado não era qualquer rebolado era de uma negra mulher que confiada andava sem olhar pro lado. Ao terminar sua travessia percebi que a mulher sorria como quem dizia "Como eu amo o fim do dia."
Pessoas ausentes, estranhas, vazias. Distraídas com o umbigo de fora alheio enquanto atravessam a rua ou até mesmo quando esperam a porta do ônibus abrir só pra acelerar a chegada em casa... "..Com licença vai descer no próximo? " Eu diria o mesmo.