Coleção pessoal de Vivifaria
Rubem Alves, em sua infinda sabedoria, afirmou que 'ler é fazer amor com as palavras'.
Em concordância a ele, concluo que escrever é dar à luz depois de ter amado demais.
Não vim ao mundo para ser normal. Por mais que queiram. Não posso. Não quero.
Vim ao mundo com a missão de ser o palco onde me aplaudem, de ter o entusiasmo com que me criam.
Nasci, para morrer a cada dia: em cada olhar que me contempla nesta vida enlouquecida que escolheram para eu viver. Escolheram, não escolhi. Me amaram para eu não amar. Me prenderam, não resisti.
Eu sei que o céu é imenso e imensamente louco para eu acreditar que possa ser meu... mas ele é.
Sou dona do universo que me criaram mais do que escrava da imagem que me deram.
Adoro caminhar sobre os pensamentos que jogam em meu rosto, rir das imagens que me dão, correr sobre as idéias que constroem para eu pisar. Mas eu salto sobre elas, sobre todas elas, só para provar para mim mesma que eu as possuo... ou não. Só para fazê-los entender que eu não nasci para entender, porque se perde muito tempo com isso.
Eu existo para ser em cada um dos que passam por mim, como se eles precisassem de que eu fosse ou estivesse. Só para que tenham do que se lembrar: tão louca, tão cheia de estranhas coisas, tão plena de uma vida que só nos sonhos se tem. Mas eu tive, porque decidi que sonhar era melhor... ou menos igual.
Não me julguem ou culpem. Eu não vim ao mundo para ser normal, nem comum. Não é assim que se torna imortal.
E eu existo para ser pra sempre...