Coleção pessoal de Proto-Escrita
Eu nunca fui grande coisa, vivo trancado no meu quarto, escrevendo, ouvindo música e me convencendo de que é melhor estar sozinho. Onde está o amor? Me traga vida novamente. Dessa vez eu não vou chorar. Preciso aguentar essa rasteira, que a vida me passou.
Minhas noites andam conturbadas. Daquelas que te amarra uma cara feia no rosto, te traz lembranças e saudades antigas.
Eu sinto náuseas, febre e dores musculares. Eu acordo assustado no meio da noite chorando a toa. Só por hoje eu queria ter uma folga de ser quem eu sou, um dia apenas sem carregar meus problemas, frustrações e medos, eu só queria um único dia.
Passo sempre as madrugadas acordado pensando que tudo poderia ser diferente, procuro enxergar dentro de mim, rever os meus conceitos e mudar de direção.
Choro todas as noites, só por saber que existimos em um mundo onde o passado se tornará amargo no futuro.
Acordo pela manhã e me sinto abandonado. Pés no chão, um soco no estômago. Morrerei sozinho do mesmo modo que vivo.
Deixei de dormir essa noite e não foi por insônia. Foi uma escolha. Uma escolha estúpida. Prometi que hoje, vou chorar tudo que tá entalado a muito tempo. Mesmo que seja em silêncio para meus pais não ouvirem.
Pensei em enviar uma mensagem para você nessa madrugada, mas lembrei que nossas conversas não são como antes. Agora elas são monótonas e vazias. Não faz nenhum sentindo continuar insistindo em nós.
Tem sido dias turbulentos dentro do meu coração e da minha alma. Às vezes só há dor. Eu sou aquele que nunca é o bastante.