Coleção pessoal de VictorNascimento

Encontrados 18 pensamentos na coleção de VictorNascimento

O cintilar do sol
nas pupilas laceravam-no;
alento do desejo prol:
degredado do sítio
o faz embuçar
- o pranto na pele
em corja - resfria-no
no lambuzar
feito uma quilha
cortante no mar.

o momento
de tão lento
foi escarrar
ao vento
foi momento
pra tudo
que é vento

Minha amásia és minha sombra,
mas, cuja tropeço de súbito ao infinito;
eis tropeço ungido pelo acaso;
na podridão afável de um véu...
Beijo-a, sem sentir seus lábios.
Vil tropeço ante minha memória,
na escuridão de sua cauda,
ofuscando o brilho dos olhos,
nada se vê, senão, — uma ultima fagulha!
mergulho dentro duma alma;
vazia.... zia, zia, zia...

És quieto e perverso, que arquiteto; todo o universo!

A vida é plena; quando o motivo é grande e a preguiça pequena.

Jaz neste saco,
que uma gélida brisa
tremendo no ar trazia,
dentre água e mato,
minha pálida poesia.

O amor, não vem de cima nem d'baixo,
ou do lado ou do outro.
Nem do meio, nem da superfície,
quanto menos lá do fundo...
O amor requer tempo,
e é nesse tempo;
que o amor nos abala o mundo.

Murmúrio à noites plangentes;
desconhecidas,
leves, delicadas;
palpitações pungem,
dilaceram; dolências...

Fastidiosa sonolência,
abala-me cardume.
Velados ruídos
feito redemoinhos,
cujo anseio;
Ah! quem dera agora,
apalpar um seio.

Grilos com dor-de-garganta,
anunciam a noite desembrulhar-se.
O luar desaba sob todas as plantas,
a virtude morde meu olhar.

Os sapos à disputar;
gritam re-roendo o som.
Os passos tornam-se passado;
na geometria coagulada
da sola velha
de meu sapato ordinário.

Às vezes, é mais útil guardar-se certo conhecimento para si, tornando-se isento do paradoxo universal; doque abdicar de seu tesouro para aloprados plangentes.

Ser poeta é aceitar e alimentar-se da crítica. Quem às rejeita, é preso ao moralismo.

Outubro mês querido,
mês do pé grande
que chuta minha idade
ao numero seguinte.
Mês da boemia abraçadora,
mês de lembranças e saudades.
Maria mais Aline,
mais Teresa e Gabriela;
mas qual era o nome dela?
Não era ontem nem hoje,
nem amanhã ou tampouco o agora;
teu nome perdeu-se noutrora!

Foi-se naquele dia cinza e frio,
foi-se rastejando-se nas trevas,
deixando teu aroma de pétalas;
esvaiu-se dos meus dedos,
tu outubro! meu querido mês carnudo.

Lembro-me de ti à tanto tempo,
como se quão logo fosse
o dia miserável d'ontem.

Teresina-PI 01/11/2013

O ciúme é uma brisa morna que murmura na fronte, e a faz transpirar na face; sua expressão decadentíssima.

Amar e embriagar-se: é viver a altura do ser.

Beber: é curar a vida da morte triste.

Doce azul do céu,

Ah...

Se as pessoas fossem azuis.

A vida é errática, até o ponto, em que acerta; fundindo-se com o ponto.

é cada pomba avoando
nesse céu pequeno de chumbo,
que nem deus banguela
nem delegado de vidro,
come mortadela com pão duro.