Coleção pessoal de VERNYCLOVEK
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AMOR MANCHADO
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Sou o amor amado a força
Desejado com frutos de damas noturnas
Desmamadas prematuramente de seus donos maritais
Deixadas com a mera borra lactante
Sem natureza, com dolo e tingidas da mera rigidez da fidelidade
Dói-me a calma, me adoça a alma
Pasmo, me tomo a fugir de seus grilhões
Lá o covil das damas é perfeito
Inebriadas estão às portas com olhares pensantes
Meu corpo queima ao fugir como uma gazela branca
Trincheiras colocam a minha volta
Com falácias maldosas como estórias
Delas não se mofam, Delas se maldizem
Quando querem suas presas, colocam a tocaia da sensualidade
Retrucam o não com a paga perfeita, seguida da bonança maldita
Digam-me as raízes amargas delas
Quebrarei como se gelo fosse
Para sentir o derreter de suas maças do amor
Meus dentes delas ficarão livres
Poderei amar quem quero amar
Garoto de paga não o sou mais
Apenas a beleza e a sutileza da cadência máscula ainda me seguem
Mais ela é de outra, a prometida com duetos rosados
Ao relento sangrento ficam as damas a chorarem aos ruídos do vento
Cuidado com o manchado amor e suas raízes amargas
"AMOR SALGADO"
Mova-me ao teu amor, distanciando-me das salabórdias
movendo além da língua persuasiva das rapinadoras
moldando meus pensamentos com tua circunspeção
Almeje-me, deixando o sarcasmo para os abutres do vento
calando-se eles diante de suas próprias usanças
acalme-se, acalente-se ao meu arrulhar sincero
Revelemos seus dóricos ociosos, com suas camuflas molhadas de ódio
inventando o que ainda não imaginaram
vivenciando um dogma nefasto, que os outros viveram
Yiang ativo- supera o sobrenatural
yin completa o preconceito proeminente
O amor-ele supera o desabafos
nos compreende e nos estimula a amar ainda mais
não haverá objeção ao som do grande mar
salgando, temperando o amor das dores calejadas
refazendo-o, tornando-o o reflexo da vida- o amor rastreado
Entre astros planetários
Órbita sem sentido
Pasme o amor calejado
Moldado pela dor
Molhado pela solidão
Difundido ao cansaço
Almejado pelo abraço
Amor sacudido numa pele macia
A noite vazia me segue no alvorecer do dia
Caindo aos pedaços, pelo abraço roubado
Vislumbre o sentido, apesar de metido
Amor desnudado pela sede recuada
Pelo sopro da aurora, girando agora
Jamais quero amanhecer o dia num quarto vazio
Em órbita os pensamentos desabrocham
Irrequieto me torno, irrelevante me levanto
Mesmos com os brilhos nos olhos
De um mar revolto, debaixo do sol
Com raios ardentes dos demagogos
Que me empobrece, pelas suas podres razões
Do amor ligado ao passado quebrado
Girando ao dia pelo amor vencido