Coleção pessoal de Valnia

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⁠No vaivém da eternidade

Rosas
Cravos
Margaridas

Cactos
Lírios
Ou bromélias...

Florescem e enfeitam a primavera da existência

⁠Naquele olhar,
o mundo descansa terno,
feliz e esperançoso,
acreditando que o amanhã ensolarado é constante e pleno.
A íris dança em direção ao luar
adornada com as estrelas
pontilhadas no céu azul.
No bater dos cílios,
na piscada atrevida,
a vida se enche de certeza
e se alumia de amor.

⁠No pinguinho da noite
No assobio da lua
No recolher do passarinho
Embalo meus sonhos para amanhã seguinte...

Pedaços de panos coloridos voando ao vento.
Cada cor, um sorriso.

Cada textura de tecido,
uma emoção sentida,
sofrida,
vivida,
flutuando no tempo.

Vestidos de chita
calças de brim desbotadas
camisas sem botão
sem chão
sem cor…

No varal da existência
a liberdade dos retalhos
sobrevoa
a noite
o dia
a chuva
ou a seca
passeando insistentemente na soma das horas.

Escrever para viver
ou viver para escrever?
Vivo porque escrevo.
Escrevo porque vivo.
Escrevendo errado por linhas retas,
sigo vivendo sobre o tênue traçado da existência terrena

⁠Por que será que as linhas do papel desafiam as histórias não vividas?

⁠A minha escrita liberta, vejo a amplidão do horizonte passear pelos versos, pelas linhas da vida, às vezes sofridas, às vezes perfeita na simples complexidade de ser.

⁠No voo curto e veloz do beija flor,

eu te ofereço os sonhos adocicados pelo néctar das flores da caminhada.

Em cada promessa,

em cada toada,

em cada história mal contada...

Te espero no pulo das ondas,

no bater do relógio,

nas risadas de esperançar...

Na mala da saudade
guardo os perfumes da infância
as fotografias do tempo
as esquinas dobradas
os sorrisos congelados
o vazio da cadeira em frente à mesa da cozinha…
E a esperança do reencontro.

Quando moro em mim

A minha morada é intensa, densa, construída na labuta diária do desconhecido.

Nos cômodos do meu ser, encontro algumas janelas e cortinas,
finas e transparentes,
que escondem o mistério do amanhã.

As portas da minha morada são largas,
com inúmeras fretas que me deixam espreitar o horizonte lá fora.
Quando moro em mim, enamoro-me alegremente,
trilhando pela complexidade do viver.


Na meiguice daquele olhar, transmuta-se a saudade.

O suspiro de lembrança abraça o coração sensível.

Em meio a cortina da noite,
surgem imagens e medos gigantes,
bem no centro da escuridão.

Transmutando-se, o azul marinho dá lugar ao alaranjado das novas ideias...

A menina planta sorrisos tímidos
e corajosamente semeia amizade,
que germinam na infinita doçura do ser.



Poesia é afeto,
fantasia e melodia.

No caos do meu viver,
os versos embalam sonhos,
embrulham presentes
e ninam saudades.

⁠A bela do carrinho

Quando o carrinho passeia alegremente pelos corredores cinza,
tudo em volta se enche de alegria, cor e sabor.

Mas não é o que está dentro ou em cima que traz colorido ao dia.

Conduzindo o precioso carrinho, surge a moça de sorriso farto e voz marcante.

Em cada passo, ouve-se a melodia do desabrochar da vida…

Em cada abrir de portas, a persistência diante das adversidades,
a coragem diante dos desafios diários.

A bela do carrinho segue abrindo caminhos,
construindo afetos

e alimentando com amor a alma de todos nós.

Moro nas gavetas da minha alma

Na palma da mão

Na palma da mão cabe o passado, o presente e o futuro.
As linhas traçadas constroem pontes de afeto
entrelaçadas,
emaranhadas
de energias
de mil tons.

Na palma da mão acolhe-se o desconhecido
o infinito
o vento
escapando lentamente
entre as inúmeras histórias
misteriosas
cobertas pelo véu da saudade.

Na palma da mão repousa a esperança
de um lar
embalado num sonho
plantado no jardim da vida
enfeitado num ninho de passarinho cantador…

Valnia Véras

Hoje, planto sementes na árida estrada de terra.

Hoje, esboço um sorriso tímido, acanhado, um traço fino de empolgação .

Hoje, enxugo uma lágrima que insiste em brotar dos olhos cansados.

Hoje, instigo, estimulo, reflito, sopro ideias…

Amanhã, da janela da minha alma, apreciarei a festa dos girassóis.

Valnia Véras

Por trás dos véus da existência a silhueta do espírito amigo.

O perfume do desconhecido
impregnado na gélida sala de conveniências.

O arrepio da energia sombria
e desbotada
cavalgando nas paredes cansadas
e nas redes de proteção suspensas no ar.

O fogo brota da luz
de mãos dadas com os pingos da chuva.

No canto da mesa,
repousam serenamente
Aparecida e Iemanjá .


Valnia Véras

Nas interrogações diárias,
nas linhas da vida,
rabisco as vírgulas necessárias e imprescindíveis à construção da caminhada.
Às vezes, escorregam da face cansada
risadas e lágrimas,
registrando pontos e exclamações.
As lições bordadas em inúmeras reticências nos ensinam a seguir em frente,
construindo orações
coordenadas,
subordinadas
ou não.

Valnia Véras

Nesse mundo desnudo,
o vento beija apressadamente as faces do luar,
lembrando-nos que o tempo urge e que logo ali,
“très vite”, a aurora brotará.

Valnia Véras

Onde procurar o amor?
O amor se encontra na surpresa do acaso.
Arrebata a folha parada,
desmistifica os véus do espaço,
bagunça a cama arrumada
e redefine toda uma vida

Valnia Véras