Coleção pessoal de usuario1010036

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⁠O autor de Eclesiastes usa o Sábio para levar o leitor a entender a transcendente singularidade e necessidade que temos de Deus. Nada neste mundo é base suficiente para termos uma vida significativa aqui. Se baseamos nossa vida no trabalho e nas realizações, no amor e prazeres ou no conhecimento e aprendizado, nosso viver se torna ansioso e frágil - pois as circunstâncias estão sempre ameaçando o próprio fundamento de nossa vida, e é inevitável que a morte arranque de nós tudo o que nos é precioso. Eclesiastes argumenta que a dependência existencial do bondoso Deus Criador – não apenas uma crença abstrata nele – é pré-condição para uma vida estável e plena de propósito.

⁠No momento em que (apenas) pensa em servir ao próximo, você começa a pensar que as pessoas lhe devem algo em troca do seu esforço; começa a achar que tem direitos sobre a comunidade. Passará a barganhar por recompensa, a buscar aplausos e a guardar mágoas se não for apreciado. Porém se você estiver determinado a servir ao trabalho, não vai esperar por nada em troca; a única recompensa que o trabalho pode lhe dar é a satisfação de contemplar sua perfeição. O trabalho absorve tudo, não dá nada em troca, a não ser trabalho; servir ao trabalho é uma obra de puro amor.

Na linguagem bíblica, "fazer um nome" é criar uma identidade para nós mesmos. Ou ganhamos um nome - uma essência que nos define, nossa segurança, nosso valor e nossa singularidade - a partir daquilo que Deus fez por nós e em nós (Ap 2.17), ou fazemos um nome por intermédio do que conseguimos construir por conta própria.

Nosso orgulho e necessidade de reconhecimento pessoal provocam necessariamente competição, desunião e rixa. A vida de autoglorificação torna impossível a união e o amor entre as pessoas. Resta-nos a tristeza de decidir entre transformar o ego em ídolo (o que leva à desunião das culturas individualistas) ou transformar o ego em ídolo (o que leva àsupressão da liberdade individual em culturas coletivas ou tribais). As duas coisas pelas quais ansiamos desesperadamente – glória e relacionamento – só podem coexistir com Deus.

⁠"Se alguém afirmar que seu sucesso profissional é resultado da graça, você pensa logo que a pessoa não tem a mínima ideia do quanto você 'ralou' para passar no vestibular, de como você deu duro na faculdade e nos estágios, de que teve de se esforçar muito para superar os colegas de trabalho e por aí vai. No entanto, você trabalhou com talentos que não conquistou; eles lhe foram dados. Você atravessou portas de oportunidades que não foram criadas por você; elas simplesmente lhe foram abertas. Dessa forma, tudo o que você possui é resultante da graça, portanto você tem liberdade de servir ao próximo por meio de sua influência, assim como de sua competência."

Quando colocamos nossa esperança em um ídolo, estamos dizendo a nós mesmos: "Se eu tivesse aquilo, tudo seria perfeito; só assim minha vida teria valor'. Ora, se alguma coisa é nossa 'salvação", temos de tê-la, portanto ela se torna inegociável. Se as circunstâncias ameaçam tirá-la de nós, ficamos paralisados por um medo incontrolável; se algo ou alguém a tira de nós, ardemos de ódio e lutamos contra a sensação de desespero.

⁠Quais são alguns ídolos do mundo corporativo, por exemplo? Dinheiro e poder certamente estão no topo da lista. Mas não nos esqueçamos de que um ídolo é algo bom que transformamos em algo supremo. Lucros e influência corporativa, se administrados com sabedoria, são meios saudáveis para um fim benéfico. São vitais para a criação de produtos novos e úteis aos clientes, oferecendo um retorno adequado ao dinheiro dos investidores e pagando bem aos funcionários pelo trabalho que fazem. Da mesma forma, o salário é uma recompensa adequada aos esforços feitos por alguém e é necessário ao sustento da pessoa e sua família. Mas ele não é nossa identidade, nossa salvação, nem mesmo nossa fonte de segurança e consolo.

⁠Um perigo mais sério ligado a pouca ênfase na questão do trabalho como instrumento da providência de Deus é que os cristãos acabam desvalorizando o bom trabalho realizado por não cristãos. A plenitude e o equilíbrio do ensino bíblico nos impedem de valorizar apenas o trabalho cristão ou apenas o trabalho profissional. Os cristãos, ao contrário, têm de dar alto valor a todo trabalho humano (em especial o trabalho feito com excelência), realizado por todas as pessoas, como um canal do amor de Deus pelo mundo que criou. [...] Quando aprendemos a valorizar o trabalho de todas as pessoas e todos os tipos de trabalho, estamos entrando no campo da teologia chamado "graça comum".

⁠O Espírito de Deus trabalha no mundo tanto como uma força enobrecedora não salvadora quanto como uma força impeditiva não salvadora. São casos em que o Espírito não está operando como agente de conversão ou santificação. Ao contrário, está oferecendo sabedoria, coragem e discernimento e impedindo os efeitos do pecado – mesmo em relação às pessoas que negam a existência de Deus. Por meio da graça comum, Deus abençoa todo mundo, de modo que os cristãos podem ser beneficiados por não cristãos e também colaborar com eles.

"⁠O trabalho dos cristãos com os outros deve ser marcado por humilde cooperação e incitamento respeitoso. O entendimento da graça comum assim como a experiência da graça perdoadora de Deus em Cristo deveriam nos levar a trabalhar livre e humildemente com pessoas que não compartilham de nossa fé, mas podem ser grandemente usadas por Deus para a realização de algo extraordinário."

"⁠O conceito bíblico de graça comum enfatiza pontos em comum entre nós, cristãos, e nossos colegas de trabalho que têm crenças diferentes das nossas. Assim, cristãos e não-cristãos podem partilhar aprendizado e conhecimentos, podem usufruir juntos os avanços no seu campo de trabalho e admirar os profissionais mais habilidosos, não importa a fé que professem."

O Espírito não nos torna sábios em um passe de mágica, dando-nos pequenas sugestões e dicas de informante sobre os melhores investimentos na Bolsa. Não, não. Ele torna Jesus uma realidade viva e luminosa, transformando nosso caráter, mudando nosso comportamento interior, dando-nos clareza, humildade, audácia, contentamento e coragem. Tudo isso, com o passar do tempo, leva ao acúmulo de sabedoria e a decisões pessoais e profissionais cada vez melhores.

Os cristãos não devem ser vistos como intolerantes. Muitos cristãos não se identificam como cristãos diante dos colegas. Simplesmente se confundem com a multidão. Outros exibem sua fé, mas falam e agem de modo que os não cristãos se sentem sutilmente (ou abertamente) marginalizados ou desdenhados. Porém, se temos uma compreensão integrada e não dualista do trabalho, sabemos que, por meio da providência de Deus e da graça comum, muitos não cristãos receberam talentos para realizar suas tarefas de modo excelente. Assim, respeitamos e tratamos as pessoas de outras crenças como parceiros valiosos no trabalho – e, ao mesmo tempo, não sentiremos vergonha de ser identificados com Jesus. Se o cristão evitar esses dois erros, estará conseguindo um equilíbrio raro e sólido.

⁠Você só é verdadeiramente rico se Jesus for o seu tesouro, pois ele é a única riqueza que jamais se desvaloriza. E você só é verdadeiramente bem-sucedido se ele for o seu Salvador, pois o status que temos com Cristo é o único que jamais é rebaixado.

"⁠Em Mateus 6.19,21, Jesus diz: 'Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem os consomem, e os ladrões invadem e roubam […] Porque onde estiver teu tesouro, aí estará também teu coração'. O que ele quis dizer? Todo mundo tem tesouros - coisas que estimamos, com as quais nos alegramos e que prezamos acima de tudo. Essas coisas também são chamados de ídolos, e entendê-los significa entender muito da hierarquia que trazemos na alma e do alicerce de nossa personalidade. Se nosso valor depende principalmente da aprovação dos amigos, ou da conta bancária ou de sermos sempre bem-sucedidos - isso tudo se transforma em tesouros. Mas Jesus deixa bem claro que somos pessoas inseguras demais se nos apegamos a essas coisas. Elas podem se acabar ou ser roubadas. Então, nossa vida desmorona."

Os cristãos devem ficar conhecidos por não serem cruéis. Devem ter a reputação de serem justos, cuidadosos e preocupados com os outros. Devem ser marcados pela simpatia e pela disposição incomum de perdoar e se reconciliar. Não devem ter vingança, falsidade e rancor no coração. [...]
Além disso , os cristãos devem ser conhecidos pela generosidade, e isso se revela de muitas maneiras no ambiente de trabalho. [...] Os cristãos também devem ser conhecidos por se manterem calmos e equilibrados diante de dificuldades ou fracassos.

"⁠A apatia é o pecado de não crer em nada, não se importar com nada, não se alegrar em nada, não amar nada, não odiar nada, não achar propósito em nada, não viver para nada e continuar vivo somente porque não há razão para morrer. Todos conhecemos isso muito bem e há muito tempo; a única coisa que talvez não soubéssemos é que se trata de um pecado mortal."

⁠"Quando a extensão e a profundidade da paixão de Jesus tomar conta de seu coração, ela irá gerar paixão pelo trabalho que ele chamou você a realizar de maneira especial no mundo. Quando entender o que ele fez para resgatá-lo, seu orgulho e inveja começarão a desaparecer, porque sua autoestima não mais dependerá de você ser mais rico, mais legal, mais poderoso ou viver com maior conforto."

⁠Nossos dons não surgiram por acaso; nós os recebemos do Criador.

Quando nosso coração passa a esperar em Cristo e no mundo futuro que ele nos garantiu – quando carregamos o jugo suave dele –, recebemos poder para trabalhar de coração liberto. Conseguimos aceitar com alegria qualquer patamar de sucesso e realização que Deus nos der em nosso trabalho, porque ele nos chamou a realizá-lo.