Coleção pessoal de usually
Crônica dos Desiludidos
Os desiludidos do amor
Estão desfechando ilusões no peito
Do meu quarto, escondido, ouço a paixões
Os amados torcem-se de gozo
Oh, quanta matéria para os jornais
Desiludidos mas apaixonados
Escrevam cartas de amor
Tomaram todas as emoções
Para o remorso dos amados
Pum pum pum adeus, emocionado
Eu vou, tu ficas, mas nós veremos
Seja no claro céu ou turvo inferno
Os jornalistas estão fazendo a matéria
Dos desiludidos que se mataram
Que grande emoções eles tinham
Poemas, sob o seu diário e cartas de amor cheia de dor
E uma história cheia de intensidade
Agora, vamos para o jornal local
Levar as matérias dos desiludidos
Lidas com emoções e sentimentos
(Histórias de primeira e de segunda classe)
Segurança Em Primeiro Lugar
Não se pode deitar de novo
Com quem te assustou da primeira vez.
Imagina se eu durmo, e aí você me ama?
Não, menino, que perigo.
Coisa feia.
Imagina eu durmo e aí eu te amo de volta.
Não, jamais me colocaria em tamanho risco, jamais.
Meus pais me criaram direito,
Eu tenho medo até do vento.
Imagina um poema ruim, de amor ainda, se rima então...
Credo.
Eu, hein, Deus me livre.
Fazer poema rimado,
Coisa de idiota, sabia?
De depravado.
Então vou esperar um pouco,
Só o suficiente pra eu voltar na minha cadeira de otário.
Até lá eu durmo de olho aberto,
Eu ligo a câmera.
Só me deito contigo numa cama com segurança na porta,
Com alarme, com sino, com sensor.
Imagina eu invento de te mostrar pros meus amigos
E aí eu te tiro desse lugar bonito
Que a minha imaginação te colocou.
Eu, hein, ainda não tô doido, não tô.
Se depender de mim, minha mãe jamais vai saber teu nome.
Segurança em primeiro lugar,
Principalmente de pseudo-amante
Que a gente só sabe fingir que ama.
Não nasci ontem,
Não nasci.
Eu já fui muito atacado por amor, calado, de noite.
É um perigo,
É um caminho sem volta.
Eu me recuso a agir com tamanho estupidez.
Não, não, não.
Não é que eu sou neurótico também, nem nada,
Só que...
Nunca se pode deitar de novo
Com quem te assustou da primeira vez.
Quando a saudade apertar,
E o coração pesar,
Lembre-se do amor que era mar,
Exagerado, mas a nos embalar.
Era amor assolador,
Que nos tomava sem pudor,
Com B de brilho no olhar,
Era amor a nos guiar.
Na memória, o amor ecoa,
Como canção que boa,
Nos faz dançar, nos faz sonhar,
Amor que sempre irá ficar.
Então, quando a saudade vier,
Com B de beleza a relembrar,
Saiba que esse amor a dois,
No tempo, sempre será atemporal.
Versos Esquecidos
Novamente, furtas sonhos que não são teus,
Já não bastou roubares o que um dia me pertenceu?
Cansado de sonhar contigo, estou,
Nesta ilusão, amor e cuidado não sou.
Cruel é a tua essência, B,
Não mais quero a tua presença, vê.
As estrelas testemunham nossa dança triste,
O vento sussurra segredos que resistem.
Teu olhar, um abismo de despedida,
Me afasto, buscando a luz da vida.
Em cada verso, a dor se entrelaça,
Lembranças desbotadas, sombras na vidraça.
Promessas quebradas, como fios de seda,
E o coração, um campo de batalha perdida.
Agora, sob a lua pálida e fria,
Deixo-te para trás, sem melancolia.
Não mais sonharei contigo, nem serei refém.
Que o vento leve as palavras não ditas,
E que o tempo cure as feridas aflitas.
Adeus, B, és apenas um verso esquecido,
Nesta jornada, eu renasço, decidido.
Que a aurora traga novos sonhos, sem ti,
E que a minha alma floresça, enfim livre.
A fragilidade do amor contemporâneo
O amor de hoje é tão frágil
Que se quebra com um sopro
E se esconde atrás do orgulho
E da dor de um coração roto
O amor de hoje é tão vazio
Que se enche de ilusões
E se perde em fantasias
E em falsas emoções
O amor de hoje é tão covarde
Que tem medo de se entregar
E prefere a solidão
Do que o risco de se machucar
O amor de hoje é tão triste
Que se conforma com o fim
E se consola com a saudade
E com a lembrança de um sim
O amor de ontem era tão forte
Que resistia a qualquer prova
E se nutria de confiança
E de uma paixão que renova
O amor de ontem era tão pleno
Que se bastava em si mesmo
E se expressava em gestos
E em um olhar sincero
O amor de ontem era tão valente
Que enfrentava qualquer desafio
E se entregava sem medo
E sem nenhum receio
O amor de ontem era tão feliz
Que se alegrava com o presente
E se projetava no futuro
E em um sonho permanente
Interlúdio — Com O Amor
No penhasco da solidão
Eu te vejo partir sem olhar pra trás
Levando contigo o meu coração
E deixando em mim um vazio sem paz
Eu grito teu nome na imensidão
Mas só o vento me responde com frieza
Eu choro as lágrimas da desilusão
Mas só a chuva me acompanha com tristeza
Eu tento seguir em frente sem você
Mas só o tempo me mostra a dureza
Eu busco um sentido pra viver
Mas só a vida me oferece a incerteza
No penhasco da solidão
Eu te espero voltar pra me abraçar
Trazendo contigo o meu perdão
E me dando uma chance de recomeçar
Ribeiro
Eu sou um ribeiro que corre sem parar
Buscando o oceano onde você está
Mas entre nós há montanhas e vales
Que me impedem de te alcançar
Eu sinto a sua falta a cada instante
O seu sorriso, o seu olhar
A sua voz que me acalma
O seu abraço que me faz sonhar
Eu não desisto da esperança
De um dia te reencontrar
Mesmo que leve anos, décadas ou a vida toda
Eu vou sempre te esperar
Você é o meu destino, a minha razão
A minha fonte de inspiração
Você é o meu amor, a minha saudade
A minha eterna paixão
Interlúdio — O Que Acontece
Paixão que se vai
Como um fogo que se apaga
Deixando apenas cinzas
E um vazio no peito
Amor que se perde
Como um sonho que se esquece
Deixando apenas lembranças
E um silêncio no leito
Pessoas que se mudam
Como as estações que se alternam
Deixando apenas marcas
E um adeus no espelho
Relações que se acabam
Como as flores que se murcham
Deixando apenas espinhos
E um lamento no peito
DÃO ERRADO
Eu te amei com toda a força
Que havia em meu coração
Mas você não soube valorizar
E me deixou na solidão
Agora eu vivo sem sentido
Sem rumo e sem direção
Só penso em tudo que perdemos
E em nossa triste separação
Não sei como seguir em frente
Sem você ao meu lado
Sinto que tudo deu errado
E que o amor foi um pecado
Você foi a minha vida
E também a minha morte
Você foi a minha alegria
E também a minha sorte
Mas agora tudo acabou
E eu não tenho mais esperança
Só me resta a lembrança
De um amor que se apagou
Romance em Cena
Eu não sei se é amor
Mas eu sinto algo por você
Algo que me faz querer
Estar sempre ao seu lado
Eu não sei se é paixão
Mas eu sinto uma atração
Algo que me faz sonhar
Com você em cada cena
Eu não sei se é ilusão
Mas eu sinto uma emoção
Algo que me faz cantar
Com você em cada verso
Eu só sei que é você
Que me faz sentir assim
Você é o meu romance em cena
O meu final feliz
DE AMOR
Sinto falta do teu sorriso
Que iluminava o meu dia
Sinto falta do teu abraço
Que me aquecia a alma
Sinto falta do teu beijo
Que me fazia sentir vivo
Quero reviver os momentos
Que marcaram a nossa história
Quero relembrar as canções
Que embalaram o nosso amor
Quero recuperar as esperanças
Que perdemos na despedida
Mas sei que o tempo não volta
E que o destino nos separou
Mas sei que a vida continua
E que o mundo não parou
Mas sei que o amor não morre
E que o coração não esquece
Surreal
Eu não sei se é sonho ou realidade
Mas eu sei que você me faz sentir
Coisas que eu nunca senti antes
Você me leva pra outra dimensão
Você é o meu vício, a minha droga
A minha cura, a minha loucura
Você é o meu fogo, a minha água
A minha luz, a minha escuridão
Eu não quero acordar desse sonho
Eu só quero ficar com você
Você é o meu tudo, o meu nada
O meu sim, o meu não
Você me faz perder o chão e o ar
Você me faz transcender o comum
Você me faz sentir surreal
Você é o meu surreal
TODOS OS CONTOS
Todos os contos que eu li
Falavam de um amor sem fim
De um príncipe que vinha salvar
De uma princesa que ia se casar
Mas a vida não é um conto de fadas
E o amor não é uma coisa encantada
Às vezes o príncipe vira um dragão
Às vezes a princesa foge da prisão
O amor é uma ilusão que nos faz sonhar
Mas também pode nos fazer chorar
O amor é uma escolha que nos faz crescer
Mas também pode nos fazer sofrer
Todos os contos que eu escrevi
Falavam de um amor que eu senti
De um sonho que eu quis realizar
De uma história que eu quis contar
Mas a realidade não é um conto meu
E o amor não é um presente seu
Às vezes o sonho vira um pesadelo
Às vezes a história vira um desespero
O amor é uma inspiração que nos faz criar
Mas também pode nos fazer calar
O amor é uma arte que nos faz viver
Mas também pode nos fazer morrer
Eu quis jogar fora o que vivemos
Mas não consegui me desfazer
A ferida que você deixou em mim
Me fez viciado no seu ser
Eu dependi de um amor doente
Que me machucou sem perceber
Você foi o meu presente envenenado
Que me fez sofrer, hm.
Eu me sinto fraco e sem vida
Preso no passado que não volta
Inventando uma história que não existe
De que um dia fomos felizes
O que aconteceu com a gente?
Onde foi que nos perdemos?
Será que foi por falta de cuidado?
Será que foi por falta de desejo?
Ou será que foi o acaso, hm.
Anos atrás
Eu não te conhecia tão bem
Só era mais alguém
Mas os seus sonhos eram meus também
No fim, você me deixou a paixão
Os sonhos nunca podem deixar de ser em vão
E o nosso amor foi mais forte que a razão
Você me deu a luz e o calor do seu coração
Dipirona
Um estudo recente me fez pensar
Será que dipirona pode me salvar?
Talvez eu tome um comprimido ou mais
Mas sei que isso não me traz a paz
Não, não estou falando que você é minha dor
Você mora na parte do meu coração
Mas você não sabe o quanto eu sofro
Por não ter o seu amor
Agora vem a pergunta que me atormenta
Quanto tempo demora pra ser curado?
Será que um dia eu vou te esquecer?
Ou vou viver sempre apaixonado?
Talvez eu tome, uma, duas ou três vezes...
Mas nada disso vai mudar a minha sorte
Pois dipirona não cura dor do coração
Só cura dor de cabeça e de corte
Desilusão Refletida
Tentei te alertar, mas não quiseste ouvir,
Teu descaso deixou feridas a florir.
Agora, na tristeza, solitário estás,
Enquanto ela, serena, a paz desfruta, paz.
Flores baratas e palavras tardias,
Agora sozinho, na guerra dos dias.
Não era amor, o que existia não sei,
Mas agora é tarde, o que restou foi desdém, a lei.
Dói? Aguenta firme, reflete tua ação,
Na consciência, a marca da desilusão.
Pensa antes de quebrar corações, sem piedade,
Pois o jogo é cruel, e a dor, realidade.
Tantas voltas na vida sem responsabilidade,
Como Pinóquio, ilusão e fragilidade.
Do topo ao poço, lição a aprender,
Água mole e pedra dura, até que fura, é o que há de se entender.
Não era amor, só uma sombra no coração,
Seja o que for, não restou compaixão.
Agora, enfrenta a dor que criaste,
Pensa duas vezes antes de quebrar, antes que seja tarde.
No fundo da alma, quando tudo aperta,
A dor não é física, é uma dor esperta.
Não é um machucado que se vê por fora,
É algo dentro, uma ferida que devora.
É tipo um nó na garganta, um peso no peito,
Quando tudo dói, não tem jeito.
Não é só um arranhão na pele,
É um aperto fundo, algo que se revela.
Não é uma pancada que deixa marca,
É um aperto, uma dor que embarca.
Não dá pra mostrar com um curativo,
É uma dor que fica, um pouco mais corrosivo.
Então, quando tudo dói, não é só físico,
É algo que vai além, é um lance mais crítico.
É um grito silencioso, um peso na mente,
Quando tudo dói, a dor é diferente.
Na Fila do Tempo
Na fila do mercado, o passado sorriu sem jeito,
Frente a frente, eu em segundo plano, sempre sujeito.
Primeiro a dizer adeus, incerto em seus sentimentos,
Superado, eu seguia atrás, em lamentos.
Como uma fila de mercado, o destino se revela,
Cumprimentei, buscando evitar a sequela.
Ele falou do dia, do tempo, de nós dois,
Encontros com o passado têm seus próprios nós.
Nossa história, memórias, passeios e um filme por ver,
Olhos castanhos tingidos de melancolia a esmaecer.
Examinei, sereno, como legista a analisar,
Uma história afinada, agora sem chorar.
Ao mencionar um novo amor que não vingou,
Saudades e arrependimentos, sentimentos que mostrou.
Naquele instante, cortando o papo, eu disse decidido,
"É a sua vez de pagar", o olhar contido.
Ele baixou a cabeça, murmurou baixinho,
"Eu sei, mas um dia espero te reconquistar", num ato sozinho.
Não era sobre nós, mas sobre a fila que segue,
Vida não é videogame, é mercado, onde a fila não nega.
A fila anda, sem olhar pra trás,
A vida é assim, sem chance de paz.
O mercado da vida, implacável e frio,
Cada um paga sua conta, seguindo o rio.